-Como ela está?
-Fisicamente bem, mas tive muito trabalho para convencê-la a descansa. Está muito triste por que o Inu Yasha foi embora.
-Por que ele foi embora? Pareciam tão apaixonados Sango.
-E estavam. Ele queria protegê-la.
-Mas de quê?
-É uma história um pouco complicada pra se explicar por telefone. Além disso eu não tenho esse direito. Somente ela pode te contar Rin.
-Tudo bem Sango. Manda um beijo para ela. Diga que mais tarde irei ver como ela está e obrigada por ligar.
-Por nada Rin. Até mais – e desligou.

A jovem colocou o fone no gancho. Estava muito feliz por sua amiga esta viva, apesar da tristeza dela.
Sentou-se em frente à penteadeira e começou a escovar os longos fios castanhos. Na pressa de atender ao telefone, sairá da banheira e colocara um roupão branco.

“Bem... Parece que nenhuma de nós estar tendo muita sorte no amor Kagome”.

Ainda doía pensar no Sesshomaru. Com toda esse confusão esquecera que havia terminado o namoro com ele, mas agora que estava sozinha, sofria com o amor perdido.

“Perdido?! Como eu posso perder algo que nunca foi meu?” – amargou.

Neste momento a campainha tocou. Colocou a escova sobre o móvel e levantou-se da cadeira.

“Quem será? Não estou esperando ninguém...”.

Ao abrir a porta deparou-se com os orbes dourados que assombravam seus sonhos.

-O que quer aqui? – tentando ser firme, mas por dentro estava como uma gelatina.
-Quero saber o significado disso - disse calmo e amostrando a carta presa entre os dois dedos da mão direita.
-Acho que fui a mais clara e objetiva possível. Então não temos mais nada para conversar – tentou fechar a porta, mas ele colocou o pé impedindo-a.
-Pois eu discordo. Acho que temos muita coisa para conversar – e forçou a entrada.
-Quero que saia do meu apartamento agora mesmo! – recuando assustada com medo de fraquejar.
-Não sem uma explicação – seu rosto assim como sua voz continuava indecifrável, mas seus olhos saltavam faíscas.
-Já dei todas que necessitava. Agora vá embora! -0 rezando para que ele fosse logo senão começaria a chorar.
-Acha mesmo que este Sesshomaru acredita que você terminou comigo por que supostamente esqueci o nosso aniversario de namoro?- ergueu uma sobracelha.
-E por acaso não esqueceu?! Tudo bem que estivesse viajando a trabalho. Eu entendo. Mas um telefonema? Eu esperei a noite inteira. Mas cadê? E ainda quer que eu fique feliz?

O yokai estava furioso. Não precisava se explicar a ninguém, mas mesmo assim engoliu o orgulho. Ela valia a pena.

-Eu não pedi que ficasse feliz. Só que no mínimo você deveria me dá chance para uma possível explicação.
-Muito bem. Explique-se! – cruzando os braços, mas no fundo tudo que queria era chorar.

Ele por sua vez queria dar uma surra naquela menina birrenta. Então respirou fundo e contou o motivo da sua viagem, a complicação com a morte de Jack e a situação da filial. Ela que não queria dar o braço a torce, acabou tendo que falar o real motivo do rompimento.

-Está bem. Você tem uma boa justificativa, mas esse não foi o real motivo. Ele foi apenas o catalisador – tomou fôlego – Você é tão frio, insensível. Sabe, eu nem sei o que sente de verdade por mim. Sempre que eu tento me aproximar você se fecha como uma ostra. Não sei quase nada sobre você - uma lágrima desceu. Respirou fundo – Eu acho melhor terminar logo com isso, antes que eu me envolva mais, pois eu sei que eu vou acabar mais machucada do que já estou.

Eles ficaram em silêncio por mais algum tempo.

-Quando nos envolvemos você já conhecia o meu jeito. Não pode pedir que eu mude agora. Assim como você não pode mudar. Você sempre será Rin e eu Sesshomaru – ela fez menção de dizer algo – Não me interrompa! Agora é a minha vez de falar – aproximou-se – Disse que não sabe os meus sentimentos. Que sou insensível. Quem me dera ser, pois ai eu poderia voltar a minha vida normal. Sem ter que ficar aqui implorando por uma migalha de amor, mas eu não posso. Será que não percebe o que sinto por ti – tomou uma das mãos da moça e a pôs sobre seu coração.

Este batia tão rápido que pensou que fosse escapar do peito do yokai. Fitou os olhos dourados e percebeu pela primeira vez que estavam nublados, numa declaração velada de amor. Finalmente entendeu que existem várias formas de amor. E a que ele sentia por ela era mais profunda de todas.
Pro diabo com tudo! Tudo que precisava neste momento era dele. Deixou a briga e o medo de lado. Jogou-se em seus braços e o beijou com toda angústia que havia sentido e agora se transformara em felicidade. Ele retribuiu com a mesma intensidade. Abraçou-a com um medo irracional que ela o abandonasse agora. Quando interrompeu o beijo, ele a manteve perto de si.

-Quanto a me conhecer, que tal dedicar o resto de sua vida a essa pesquisa? – disse retirando o anel do seu bolso.

Ela sorriu feliz.

-Aceito a empreitada com todo o prazer Sesshomaru.


Fim