Kokoro Ka? escrita por Captain Manuts


Capítulo 1
Coração?


Notas iniciais do capítulo

Etto... Minha primeira fic de Bleach e também minha primeira UlquiHime. Gostaria de pedir que deixem seus tomates, foices, armas de fogo e armas brancas com o porteiro. Na saída, comprem camisetas IchiHime (Eu quero!! *-*), UlquiHime, RenRuki (*_*) (Ou IchiRuki, pra quem gosta- o que não é o meu caso), GinRan, HinaHitsu (eca), Yaois/Yuris também servem... Enfim! Apenas leiam.

Enjoy ;D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/131808/chapter/1

Seus olhos tristes estavam implorando por algo. Eu via nele algo que não vi em mais nenhum daqueles Arrankars. Ele estava diferente.

Desde pequena eu não conseguia ver um animal ferido e não fazer nada. Eu queria ajudar aquela pessoa, que se transformava em pó rapidamente. Mas o que eu poderia fazer, com meus poderes?

Não era tempo para pensar, enquanto ele estivesse se transformando em pó bem na frente dos meus olhos! Só faltavam as pernas para tudo desaparecer! O que eu estava fazendo ali parada?

Era apenas estender os braços, naquela posição:

- Shun Shun Rikka... Sooten... Kishun!

O pó que era ele, que estava sumindo pelo ar, foi retido naquela barreira e o trazia de volta para o corpo dele, o que restara dele.

Lágrimas desciam pelo meu rosto. O que eu estava fazendo? E o Ishida-kun?

- Kurosaki-kun...

- Tudo bem, Inoue. Eu não... Conseguiria vencer daquela maneira.

- Mas eu não...

- Inoue. Está tudo bem.

Meus joelhos tremeram. Eu caí no chão. Eu não sabia o que deveria sentir. Culpa, felicidade, tranqüilidade... Eu só chorava.

- Kurosaki-kun... O que eu faço agora?

- Não sei. – Ele estava segurando Ishida-kun, que sangrava, nos braços. Parecia pronto para pular. - Eu vou levar Ishida para a Unohana-san. Não se preocupe Inoue. Acho que você está fazendo a coisa certa. Se ele acordar, bem... Eu acabo com ele de novo. Eu prometi que ia proteger você, não foi? - Ele falou docemente. Eu nunca pensei que ouviria isso de Kurosaki-kun. Ele não podia achar que eu estava brincando, certo?

- Kurosaki-kun...

Ele sorriu, deixando-me muda, e desceu pelo buraco de volta à Las Noches. Eu fiquei estupefata. Não acreditava... Que estava fazendo isso. "O que deu em mim?"

O corpo dele estava se recuperando. O medo tomou conta de mim. Ele me odiava. O que eu poderia fazer, sozinha, curando o inimigo? O que ele faria comigo depois? Ele iria para o lado de Aizen-sama novamente, de qualquer forma. Então...

Por que eu queria tanto ajudá-lo?

Eu não queria saber dos resultados agora. Só queria ver aquela pessoa vivendo novamente. Mesmo assim... Acho que tem limite para uma santidade. Eu tinha que pensar nos outros que estavam morrendo para se livrarem de Aizen-sama e seus subordinados... Enquanto eu ficava aqui, cuidando de uma pessoa que queria me matar.

Era suicídio.

Então... Por que eu não conseguia parar?

Seu corpo estava recuperado agora. O tempo da decisão estava chegando.

Ele não se mexia. Também não fazia menção de mover.

Meus olhos não paravam de jorrar lágrimas.  O desespero começou a crescer.

Para me acalmar, eu olhei para o céu. O Hueco Mundo tinha um céu limpo, sem muitas nuvens. Haviam uma ou duas estrelas, ou o que eu achava que eram estrelas.  

Tentava não pensar no que eu estava fazendo.

Eu fechei meus olhos, virei meu rosto para baixo.  Respirei o ar da noite, que não era nem um pouco fresco. O cheiro de coisa explodida, sangue... Até o cheiro da morte estava presente. Era praticamente impossível de se sentir tranqüilo com um cheiro daqueles, mas era o que eu podia ter no momento.

Aquele cheiro estava se tornando para mim bem comum.

Minha mente estava pesada tanto quanto meu coração, mas eu tentava não pensar em nada. Eu só queria terminar o que meu coração pedira para terminar.

Até que, no momento em que eu virei meu rosto novamente para o céu, eu vi uma estrela cadente.

Eu nunca fiz um pedido a nenhuma estrela. Nunca acreditei que ele se realizaria. Também nunca acreditei em um deus. Bem, no presente momento, era bom eu ter fé em alguma coisa.

 “Tudo o que eu quero... É que fique tudo bem, dê tudo certo. Todos em paz novamente.

Meus olhos estavam agora fechados. Era boa aquela escuridão. Dava-me uma vontade imensa de dormir. Descansar. Mesmo que tudo ainda estivesse longe de acabar, eu queria aproveitar aquela paz.

Acabei, sem perceber, deitada do lado do Sooten Kishun. Acordei com a respiração dele. Ele me olhava com olhos inquisidores. Estava me esperando acordar, eu acho.

- Hm... B-bom d-dia? – Forcei um sorriso.

- Mulher... Por que fez isso?

Aquele pesar voltou ao meu coração. Algo se corroeu por dentro de meu corpo. Uma energia nunca vista por mim foi preenchendo cada espaço do meu ser.

- Eu não tenho idéia.

Ele continuou com os olhos verdes e tristes a me encarar. Um sentimento negativo estava neles.

- Humanos... Acho que é impossível entender a fraqueza deles.

Eu retirei Shun Shun Rikka de cima dele. Eu me senti extremamente cansada.

Ele se levantou. Eu o acompanhei, cambaleando.

A mão dele veio rapidamente de encontro ao meu pescoço, nada gentil.

Apertou-o.

Eu sabia que seria algo assim. Mesmo assim doía muito.

- Eu perdi a luta. Meu orgulho foi ferido. Eu merecia morrer. Por que você me reviveu?

Eu tentei respondê-lo, mas minha boca não quis produzir um som.

Ele, lentamente, afrouxou o aperto.

- Responda-me, mulher.

- Eu... Simplesmente não podia... Ver você ir. Não depois de ter percebido... Algo tão importante.

Ele arqueou uma sobrancelha.

- O meu... Coração disse que era a coisa certa a fazer. Eu apenas acreditei nele.

- Ele estava errado. Você estava errada.

Meus olhos encheram-se de lágrimas novamente.

- Acho que não estou.

- Você não tem medo de ter revivido um inimigo?

- Eu... Já disse para você. Não entendeu? Quer que eu repita? Eu não tenho medo de você.

Ele me encarou.

- Eu quero saber. Por que você fez isso?

- Eu já disse. Eu não sei. Eu não podia ver você cair. Eu não podia ver você ir embora, depois de ter me dito o que me disse.

Ele pareceu surpreso com a resposta.

- Então fez isso por pena? Acha que eu sou tão pequeno ao ponto de precisar de misericórdia?

As palavras dele entraram como flecha no meu peito, mas algo em mim, muito profundo, já sabia qual resposta dar.

- Não fiz isso por pena. Nem por misericórdia a você. Eu fiz isso por mim mesma.

- Como?

- Eu disse a você uma vez. Eu disse que eu não tinha medo, porque meu coração estava com as pessoas que estavam aqui. Quando eu vi... Você estender a mão para mim... -Meu rosto ficou levemente corado. – Eu pensei: “ Agora ele está comigo. Agora ele faz parte de mim. Meu coração faz parte dele. Não posso... Deixar meu... amigo... morrer”.

Ele não respondeu. Andou um pouco para trás. Eu o observei, esperançosa.

Ele cambaleou um pouco.

- O que você quer dizer com isso?

- Eu... Eu não sei. Eu não tenho certeza.

Ele me olhou de novo. As listras pretas que desciam pelo seu rosto pareciam fazê-lo realmente chorar.

Eu, por impulso, estendi minha mão para ele. Quando vi o que eu fiz, hesitei por um momento, mas a deixei estendida lá.

- Você pode tocar nela agora.

Ele, lentamente, levantou seu braço. A distância entre nós diminuiu com seus passos. Nossas mãos agora se tocaram.

Eu sorri, de novo, com lágrimas caindo. A diferença é que eram de felicidade dessa vez.

- É esse o seu coração, mulher. – Seus olhos pousaram sobre nossas mãos entrelaçadas.

- Sim. Vê como ele está intensamente ligado ao seu agora?

Ele me olhou nos olhos.

- Eu sou um Hollow. Sirvo Aizen-sama. Como posso ter um coração?

- Acho que... Se você é capaz de perguntar isso a mim e se sentir confuso com isso... É que existem um dentro de você. E, mesmo que você não ouça, ele está batendo. É só você prestar atenção. – Eu sorri para ele, colocando minha outra mão em cima da outra mão dele, levando de encontro ao buraco no peito dele – E isso não quer dizer que você seja vazio, apenas quer dizer que você não precisa estar inteiro para sentir.

Ao ouvir isso, ele chegou mais perto de mim. Soltou as minhas mãos. Hesitante, colocou os braços em volta do meu corpo, prendendo-me a ele. Abraçando-me desajeitadamente. Os braços frios de Arrankar me fizeram ficar arrepiada. Ele fazia isso de modo meio bruto, ele era muito inseguro.

Eu prendi minha respiração. Eu não sabia o que fazer. Tudo bem que ele nunca tenha sentido isso, mas... Eu realmente gostava do Kurosaki-kun. E... Eu havia chorado por ele... Tudo isso foi por ele...

Ou era isso que eu pensava.

Não tem problema gostar de mais de uma pessoa, certo? Ainda mais quando essa pessoa precisa tanto ser amada.

O frio tornou-se quente para mim. Retribuí o abraço.

- Só mais uma coisa: o meu nome é Orihime. Inoue Orihime.

- Hime...- Sua respiração estava em minha orelha. – Creio que não deva ter tanta fé em um Hollow.

- Eu... Já nem me importo mais. Não tenho ideia do que eu estou fazendo.

Seus lábios beijaram minha testa, foram para meu nariz... Até que tocou em minha boca levemente. Frio. Ao meu ver... Tão quente.

E ele parou. Me abraçou novamente, levantou-me e subimos num salto a única torre em pé de Las Noches.

E, nesse momento, não sabia se tinha sido o meu pedido à estrela cadente, ele mesmo, ou até mesmo o jeito que eu falei aquelas coisas para ele, mas nós estávamos lá, sob a luz da lua do Hueco Mundo, descobrindo cada um, ao seu modo, o que era um coração.

E daria tudo certo, pois ele estava comigo agora.

                                                          "Kokoro ka?"


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Agora, você, ser que teve a doce paciência de ler tudo isso, é um bom momento pra falar o que você achou. Lembre-se que suas armas estão com o porteiro, você foi revistado e não há pedras ou facas que possa usar. Nem as cadeiras!

Hm... Reviews?

UlquiHime, pra completar a coleção deles no Nyah *-*