Accidentally In Love 2 - entre o Leão e a Serpente escrita por Juh__Felton


Capítulo 6
Segurança máxima


Notas iniciais do capítulo

Gente, desculpa por demorar tanto assim pra postar... Terminei o 2º grau em 2009, e pretendia postar em Dezembro, mas tive vários contratempos... Quem quiser continuar lendo, aí vão 2 capítulos!



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~> SEGURANÇA MÁXIMA

Gina procurou com os olhos a figura de Hermione pelo saguão do aeroporto. Draco apenas procurava por um telefone ao seu lado. Sem dar atenção ao loiro, começou a andar por entre as pessoas, até avistar Hermione, sorrindo e acenando para ela. Correu e abraçou-a. Draco sorriu brevemente, dando as costas às duas e indo até um telefone público.

-Ah, Gin, que saudades... – exclamou a castanha. – Estava preocupada, o vôo atrasou...

-Nada de mais, só uma demora básica de aviões... Mas o que aconteceu para você interromper o nosso almoço em Nova York?

-Eu explico depois... – disse, seriamente.

-Então é sério. – disse Gina, franzindo a testa. Deu de ombros e perguntou: – E então, como vão todos?

-Tensos... – ela deu uma olhadela para Draco. – Acho que ele não pode falar no momento.

-Ah, isso vai ser rápido. – respondeu Gina. – Daqui a dez segundos ele vai desligar o telefone. – Hermione ficou observando o loiro durante um certo tempo, enquanto Gina fazia a contagem regressiva ao seu lado.

-Droga... – Draco se aproximou delas, visivelmente irritado.

-Eu avisei. – disse Gina. Hermione preferiu não dizer nada. Apenas sentiu o ritmo dos seus batimentos cardíacos aumentar consideravelmente. Começou a andar em direção ao estacionamento, respirando fundo.

-Oi, Hermione. Há quanto tempo. – disse Draco, cordialmente. Ela sorriu para ele em resposta, ignorando a leve náusea que sentia.

-Cara, aqui está frio! – exclamou Gina, apertando o casaco sobre o corpo. Haviam chegado ao estacionamento externo.

-O carro tem aquecedor, Gina. – disse Draco, displicente. Hermione apenas acenou com a cabeça.

-Vamos chegar em quanto tempo, Mione?

-Em um pouco mais que meia hora, a tempo do jantar. – Gina franziu a sobrancelha, enquanto sentava no banco ao lado de Hermione. Draco sentou-se atrás e recostou a cabeça, fechando os olhos e respirando profundamente.

-Acho que você ainda não percebeu, mas o caminho é montanhoso, e o trem leva a tarde toda para chegar...

-Você é uma bruxa, esqueceu? – disse a castanha rindo. Ligou o carro e começou a dirigir, a varinha ao seu alcance. Gina percebeu.

-E então, vamos saber...

-Quando vocês estiverem devidamente instalados em Hogwarts vão receber as explicações necessárias. – respondeu Hermione. O carro parou no Caldeirão Furado e Hermione disse:

-Vou deixar vocês aqui. Usem a lareira do quarto 12, e digam “Dedosdemel”. Chegando lá, vocês vão até Hogwarts.

-Você não vem? – perguntou Draco. Hermione sentiu-se nervosa de repente.

-Ainda tenho um assunto pendente aqui... Mas não vou demorar. – Gina abraçou a amiga, e saiu do carro. O carro voltou a andar, mais rápido. Gina e Draco entraram no Caldeirão Furado e seguiram para o quarto 12.

-Preparado para voltar? – perguntou Gina, pegando um punhado de Pó de Flu. Draco pensou por um segundo e respondeu:

-Já passei pela pior parte. – os dois riram, e entraram, um de cada vez, na lareira.


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-Agora nós chegamos. – disse Draco, abraçando Sophie com força, no povoado vazio de Hogsmeade. – Sinto muito por Ranieri, Sophie... Realmente tentei vir, mas...

-Tudo bem, Draco. – respondeu ela, sorrindo abertamente. – Eu sei como você se sente.

-É... – ele sorriu. – E você vai casar. Uau.

-Você e Gina são padrinhos! Ah, vai ser tão bom... – ela começou a contar os detalhes da cerimônia para os dois, enquanto caminhavam para Hogwarts. Draco percebeu que ela mantinha a varinha na mão, pronta para atacar. Segurou a sua no bolso.

-Onde está a Hermione?

-Continuou em Londres. Não sei para que. – disse Gina. Sophie deu de ombros e continuou.

-Draco, quem era aquele garotinho que estava com você no jogo? – Draco corou levemente e Gina deu uma risadinha.

-Rony te contou? – perguntou ele.

-Não... Eu comprei uma TV bruxa! – ela sorriu. – Conseguimos assistir ao jogo.

-Ah, é o Leo.

-Que é... – pressionou Sophie.

-Filho dele. – disse Gina rindo. Draco corou ainda mais, e deu uma cotovelada na amiga. Sophie parou de repente, boquiaberta.

-Filho? E... Você já andou aprontando? Aquele ali deve ter uns dois anos!

-Vai fazer três no mês que vem. – disse Draco, rindo. – Ele não é meu filho de sangue, eu cuido dele porque a mãe... Ah, é uma longa história.

-Mesmo assim! Onde ele está? E quem é a mãe dele?

-Ele ficou nos Estados Unidos. – disse Draco, voltando a andar. – E é filho da Jandy.

-Ah... – disse Sophie. – Não é aquela Jandy Scherpes, que foi com você...

-É ela mesma. – disse Gina. Sophie fez uma careta.

-Bom, pelo menos... Ah, não tem pelo menos. – disse a loira. Abriu o portão dos terrenos da escola e, em pouco tempo estavam no Saguão de Entrada.

-A escola fica muito vazia quando não tem aulas...

-Todos foram para casa por causa da festa de amanhã. – disse Sophie, sorrindo. – Minerva disse que foi um presente de casamento.

-Muito bom, sem todos aqueles... – começou Draco.

-Cale a boca, idiota, você não tem mais onze anos. – disse Gina, rindo. – Ai, é bom estar em casa. Pronto, Draco, estamos em paz. Pode me dar o Hector agora.

-Hector? – perguntou Sophie, vendo Draco retirar algo do bolso.

-Finite incantatem. – disse Gina, apontando a varinha para a mão de Draco. O aquário de Hector aumentou de tamanho, e ele segurou-o com força. Sophie estava boquiaberta.

-Um... Um... Aquário?

-Ah, meu bebê, sinto muito... – disse Gina, ficando a poucos centímetros do vidro. Hector saiu lentamente de trás de uma pedra. – Demorou mais do que eu previa.

-Uma cobra-coral. – disse Sophie, rindo. – Bem contextualizada. Vocês estão instalados na Sonserina. – Gina fez uma careta.

-Por que ? – torceu o nariz.

-Eu sinto muito, mas os quartos da Corvinal, onde vocês iam ficar, acabaram sendo ocupados... Algumas pessoas tiveram que... Ficar aqui. Ah, é uma longa história.

-Ainda a respeito de todo o esquema de segurança do qual nós não fomos informados?

-Tenho certeza que a Mione quer explicar tudo a vocês o mais rápido possível. – disse Sophie. – Bom, fiquem à vontade, e se precisarem de alguma coisa gritem.

-E a senha? – perguntou Gina. – Precisamos de senhas pra entrar na Sonserina, não é? – Draco rolou os olhos.

-Serpensortia. – respondeu a loira, rindo. – O jantar sai daqui a uma hora, então vocês vão poder conversar com todos os que estão aqui. Bem vindos a Hogwarts!

-É bom estar em casa. – disse Draco, rindo, enquanto descia as escadas para as masmorras.


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Hermione apontou para a cadeira que ficava na escrivaninha no seu quarto. Jorge, cabisbaixo, sentou. Ela sentou na cama e suspirou, esfregando as têmporas. Ele fitou-a e disse, em voz baixa.

-Acho que você entendeu tudo o que Sophie explicou.

-Desde quando? – perguntou Hermione, sem olhá-lo.

-Há oito meses, logo depois da morte de Ranieri eles se uniram, e me chamaram dois meses depois... – respondeu Jorge. – Mione, eu queria... Eu e Mina queríamos que vocês soubessem logo, mas Sophie estava no comando e... Bom, ela tinha medo por vocês. Todos nós tínhamos.

-Como eles te chamaram? – disse ela, inspirando fundo. É muita coisa pra absorver de uma vez.

-Como assim?

-Como, Jorge! Simplesmente o que aconteceu! Quando eles te chamaram, onde você estava... Como eles te escolheram! – exclamou Hermione, irritada. Ela respirou fundo, tentando se acalmar. Jorge baixou a cabeça. - Por que você? Com tantas outras pessoas, justo você?

-Eu era o que mais podia cuidar de algumas coisas...

-Coisas? Por favor, não tente esconder muito de mim...

-Muito? – perguntou Jorge, sem entender. Hermione percebeu: ele mudou de assunto bruscamente. – Por que não tentar esconder nada?

-Nós temos os nossos segredos. – disse ela. – Eu tento não ter alguns, mas tenho. Você devia fazer o mesmo. Cada um tem seus segredos, Jorge. – ele assentiu, e saiu do quarto, dando-lhe um beijo breve.


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Jogou-se de vez na cama. Sentia ainda uma leve náusea, ampliada por tudo o que passou aquela noite. Lembrou da volta de Draco e sentiu o estômago embrulhar. Correu para o banheiro. E lá vamos nós de novo, pensou enquanto sentia seu almoço subindo a garganta; tentou prender o cabelo, até sentir uma mão segurá-lo gentilmente.

-Só mais um mês. – disse a voz aveludada de Mina. Hermione terminou de vomitar e lavou a boca, sendo observada pela mulher, que exibia um sorriso.

-Você já... – começou, mas Mina riu.

-Ah, eu não, mas conheço os detalhes. Uma prima da Vianne uma vez engravidou, e eu e Vianne a ajudamos muito. – deu de ombros. – Eu não sei onde ela foi parar.

-Prima? – perguntou Hermione, franzindo a sobrancelha. – Que prima?

-Não posso contar.

-E... O que aconteceu?

-Eu não posso contar... – disse Mina rindo.

-Ok, desculpa me intrometer... – sorriu Hermione. – Então, só falta um mês?

-É.

-Que mês extremamente longo... – suspirou Hermione, sentindo a leve náusea comum voltar. Mina apenas riu e saiu do quarto.


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Mina saiu do quarto de Hermione pensativa, e não percebeu que caminho estava tomando. Enquanto andava, sentiu uma mão puxar seu braço da varinha para uma sala vazia. Instintivamente puxou a arma com a outra mão e engatilhou-a, apontando para o rosto de quem lhe puxara.

-Calma, sou eu. – disse uma voz nervosa.

-Harry? – recolheu a arma, ainda sentindo seu sangue pulsar rapidamente. Pulsar por alguma ação. – O que aconteceu? Algum problema?

-Sim... Não, só... – ele passou a mão pelos cabelos, nervoso. – Olha, eu vou tentar ser direto com você. Qual a situação da família da Vianne? – ele não esperava pela reação de Mina. Ela cuspiu no chão, enojada.

-Um bando de hipócritas nojentos. Cobras miseráveis. Todos eles.

-Até o pai dela...

-O pior. Mas a Vianne não fala com eles há mais de três anos... – sorriu.

-Não?

-Ela disse que viajou para encontrá-los, não foi? – Harry assentiu. – Não se preocupe, ela não está em perigo. Ainda. – olhou para a porta. – Vamos jantar?

-Vamos, mas... Se ela não está com a família, ela está...

-Bem segura. Não se preocupe, Harry. Acredite em mim.


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O jantar fora silencioso. Draco e Gina comeram rápido e voltaram à Sonserina. Gina sentou-se em um sofá e estendeu as pernas.

-Isso aqui é horrível.

-É bem calmo, o Hector gostou. – disse Draco, dando de ombros, sentado no sofá em frente. O aquário estava em cima da mesa de centro. Hector sibilou para a porta, e Draco e Gina olharam para lá ao mesmo tempo em que esta se abria.

-Eu devo algumas explicações a vocês... – disse a voz de Hermione pela porta entreaberta. – Posso entrar?

-Claro, Mione. – disse Gina, dando espaço para Hermione sentar. Ela fitou o aquário de Hector enquanto falava.

-A guerra está pior do que antes... Belatriz assumiu o comando de tudo, não sei como nem quando, mas ela assumiu. Vocês dois estão em perigo nos Estados Unidos. A base dela é lá, mas ela conseguiu alguns poderes de Voldemort, e se movimenta rapidamente. – ela explicou tudo o que Sophie tinha dito.

-Que coisa... – disse Gina, franzindo a testa.

-Amanhã é o casamento de Sophie e Fred. Vamos ter um processo de segurança de alto nível. – ela suspirou. – Se vocês quiserem ajudar, o pessoal está na Grifinória, e a senha é Valerie. – sem dizer mais nada, saiu.

-Que porcaria de... Falta de reação é essa? – perguntou Gina, irritada, para Draco.

-Eu estou preocupado. – disse Draco, dando de ombros. – Você é que é estranha.

-Duvido. – ela suspirou. – Você percebeu?

-Claro. Estou preocupado com ela, Gina. É demais para qualquer pessoa. – ele fechou os olhos. – Estou tentando ao máximo ignorar que Hermione está aqui no castelo... E quando esse pensamento vem à minha mente, eu lembro que ela está grávida do Jorge... É difícil demais...

-O que mais me impressiona nisso tudo é a rapidez da organização do pessoal... Eu nunca imaginei que eles desenvolvessem toda uma força de resistência... E descobrirem Belatriz assim, tão rápido... Ela deixou pistas, mas mesmo assim...

-Você fala como se já soubesse há tempos que era a Belatriz. – disse Draco sério. – Você está me assustando demais por esses dias.

-Se eu já soubesse que era a Belatriz você diria o que? – Draco riu.

-Que você é muito inteligente, sem dúvida.

-Você diria mesmo? – perguntou Gina, levantando. Deu um beijo na testa de Draco e subiu para o dormitório feminino.


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Hermione acordou cedo e desceu para tomar o café da manhã. Na mesa, apenas alguns parentes de Sophie, cumprimentando Draco animadamente. Ele respondia cordialmente. Sentou-se de frente para ele, um pouco afastada dos convidados.

-Bom dia. – disse Draco.

-Bom dia... – respondeu Hermione. Tentou se comunicar mentalmente com Draco, mas não conseguiu. Nunca conseguia.

-Minha mente não é um livro aberto. – disse Draco, indiferente.

-Como disse?

-Você não vai usar a Quadrangulação comigo... A não ser que seja estritamente necessário. Nenhuma mente é um livro aberto.

-Como você soube? – perguntou Hermione, interessada.

-Você se concentrou nos meus olhos. Franziu a testa. – ele deu de ombros. – Deduzi, apenas.

-BOM DIA! – gritou Gina, se aproximando. Todos da mesa a olharam. Draco girou os olhos. – Como vão vocês?

-Você estava aonde, Gina? – perguntou Hermione.

-Harry estava me mostrando o esquema da segurança para a noite de hoje. – ela apontou para trás, onde Harry e Rony conversavam, a caminho da mesa..

-Tonks virá?

-Ela e Lupin estão a caminho. Devem chegar em alguns minutos. – disse Harry.

-Alguns do time também estão vindo. – disse Rony. – Ricky decidiu nos dar uma folga no fim de semana.

-Art Vandelay está... – começaram Hermione e Gina animadas.

-Ele sim... E Paola. – retrucou Rony sorrindo de lado. As duas diminuíram o sorriso. – Além deles dois, Mark e Tom estão aqui. Os outros não puderam vir, mas mandaram lembranças.

-Tudo bem, olhar não tira pedaço. – disse Gina, dando de ombros. – SOPHIE!

-Você devia parar de gritar, vai estar rouca mais tarde... – resmungou Draco, irritado. – Bom dia, Sophie... Fred... Jorge...

-Bom dia. – respondeu Sophie sorrindo. Os outros dois apenas acenaram com a cabeça.

-Nervosa? – perguntou Draco, apertando a mão da prima.

-Nervosa... Mas feliz.

-A cerimônia vai dar certo. – disse Gina, com um sorriso.

-Vai dar tudo certo. – acrescentou Sophie, confiante. Draco não sabia por que, mas sentiu um arrepio percorrer-lhe a espinha.


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Mina, Paola, Hermione e Gina estavam reunidas no quarto de Hermione, se vestindo. Gina, já pronta, ajudava as outras com o que podia. Usava um vestido preto, com detalhes em amarelo, meia-calça preta e sandálias pretas com detalhes dourados. Alongara os cabelos especialmente para a festa.

-Gina, você já se encontrou com o Rafael? – perguntou Hermione do canto do quarto. Usava um vestido vermelho, longo, com os cabelos soltos. Estava simples, mas muito bonita.

-Não. – respondeu a ruiva, estranhando. – Ele está aqui?

-Está hospedado na Corvinal. – disse Mina. Usava os cabelos presos, um vestido longo simples, preto, de uma alça só. Um detalhe amarelo dava o diferencial. – Encontrei ele antes de vir para cá.

-E... Como ele está?

-Calado. – respondeu Hermione. Paola, trancada no banheiro, riu alto.

-Não se preocupe, Gina... Eles mudam totalmente depois de uma boa noite de...

-Ficam assim com você, uma estrela do quadribol super gostosa. – retrucou Gina irritada. – E não use esse palavreado comigo, o Rony vai te matar.

-Não tenho culpa de que sou experiente. – disse Paola, saindo do banheiro.Todas deixaram o queixo cair. Paola vestia um vestido tomara-que-caia extremamente justo, azul-celeste, com um enorme laço nas costas.

-Uau... – disse Gina, sem palavras. – Ah não vale, assim eu me sinto uma plebéia.

-Você está linda, Gina. – disse Paola, rindo. – Hoje todos eles vão babar. – a porta abriu de repente.

-Seus pares estão esperando vocês ao pé da escada. – disse Luna, entrando correndo e batendo a porta. Usava o vestido que Gina lhe dera, porém o vermelho era mais vivo.

-Você... Você... – Gina riu. – Você mudou a cor dele! Ficou incrível!

-Luna... Seu cabelo... Está incrivelmente maravilhoso! – exclamou Hermione. A loira corou furiosamente.

-O feitiço dura vinte e quatro horas. – deu de ombros. – E em relação aos pares...

-Adorei o detalhe da faixa de oncinha. – comentou Gina.

-OS PARES... – gritou Luna. Baixou o tom de voz e prosseguiu. – Estão estonteantes.

-Mas... – começou Gina.

-Draco está um arraso. – Luna apontou para a ruiva. – Fica difícil respirar do lado dele.

-E os outros? – perguntou Paola, com um sorriso.

-Art... Uau. Está simplesmente um gato. Não solte ele nem por um segundo. – advertiu Luna, rindo. Virou-se para Hermione. – Jorge está sufocante. A Mione vai sair em algumas fotos babando. Sinto muito, Mina, mas não tinha ninguém a mais.

-Os meus acompanhantes estão no Saguão. – disse Mina, rindo. Gina olhou para ela com espanto.

-Acompanhantes? Com S no final?

-Markus Wine e Thomas Wine. – respondeu Mina, dando um sorrisinho malicioso. Paola riu alto.

-Essa é das minhas!

-Vamos dar uma passada no quarto do Fred, a Sophie pode estar precisando de alguma ajuda. – todas correram para o quarto da esquerda.


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-Sophie... Você está linda! – exclamou Luna, fitando-a. Sophie terminava de arrumar a saia do vestido. Este era um tom muito claro de creme, com fios dourados. Já estava totalmente pronta.

-Obrigada, Luna... Obrigada a todas vocês... Sem vocês o casamento não estaria saindo. – ela riu, sentindo os olhos se encherem de lágrimas.

-Não vai chorar agora! – exclamou Mina.

-Se você chorar, eu vou chorar também, e não queremos isso, ok? – disse Gina, rindo. – Agora vamos, Fred já deve estar uma pilha de nervos lá embaixo.

-Eu ainda vou ficar sozinha, só mais cinco minutos... – disse Sophie. As mulheres soltaram-lhe beijos e saíram, deixando-a sozinha.

Olhou-se no grande espelho, que Hermione lhe emprestara. O vestido estava impecável, a sandália quase escondida pela longa saia, a cauda arrastando-se pelo chão, o véu cobrindo delicadamente o rosto. Seria a noite perfeita, se não fossem todas as ameaças de perigo iminente. De repente viu um reflexo surgir ao lado do seu. Olhou para o lado assustada, mas não viu ninguém. A bela mulher ao seu lado continuava a fitá-la com um sorriso. Sophie precisou de um segundo para voltar a respirar. Era impossível. E, mesmo assim, sabia que era verdade.

-Sophie, querida... – disse a voz, saindo do espelho. Sophie fitou os olhos azuis de Narcisa Malfoy.

-O que está acontecendo? – perguntou, sem alterar o tom da voz.

-Não tenho muito tempo, mas em breve vou te encontrar... Eu estou viva, Sophie, mas ninguém pode saber ainda.

-Eu senti que você não estava morta, mas sempre me considerei louca por considerar tal possibilidade...

-Você é muito inteligente... Eu vim te desejar parabéns pelo casamento. – Sophie riu, descrente.

-Minerva disse que a história poderia se repetir, tia Cissy... – sentiu duas lágrimas escaparem. – Eu espero que não...

-A situação não era tão complicada.

-Ficou... Por sua causa. Por causa da sua morte seu filho virou um assassino. – Sophie sentiu o veneno em sua própria voz. Viu uma lágrima descer pelo rosto de Narcisa.

-Eu prometo que vou me redimir... – disse a mais velha em voz baixa. – Mas não agora. Por favor, Sophie, me espere... – ela desapareceu.

-Vou esperar. – disse Sophie para o próprio reflexo. Pegou o buquê de rosas brancas na mesa-de-cabeceira e saiu do quarto, sorrindo para Sirius, que a levaria ao altar.


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Gina e Draco estavam parados do lado direito do altar, de frente para Hermione e Jorge, do lado esquerdo. Fred, no centro, andava de um lado para o outro.

-Ela desistiu... – disse o noivo pela décima vez. Gina bufou.

-Ela não desistiu, Fred.

-Mas...

ela quem está pagando tudo, não vai desistir de uma hora para outra. – rosnou Gina.

-Atrasos em casamentos são comuns, Fred, vê se relaxa um pouco. – disse Hermione, indo em direção ao amigo e limpando a testa dele com um lenço.

-Não atrasos desse jeito! Nenhuma notícia...

-Gina e Hermione estavam lá com ela, Fred. – disse Draco, paciente. – Relaxe.

-Fred, pára com isso ou eu mesmo vou aí te bater! – exclamou Gui, sentado na primeira fila, entre Fleur e a chorosa Sra. Weasley. Fred fitou o irmão com raiva, até ouvir Hermione dizer:

-Ela está incrível, não está? – virou-se lentamente para o lugar de onde Sophie vinha, caminhando lentamente.

-Ela é incrível. – sussurrou ele, com um sorriso.


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Gina ouvia as palavras do juiz sem prestar atenção. Olhava sem parar para os convidados, entre eles Rafael, de cabeça baixa, parecendo pensativo.

-Melhor você prestar atenção aqui. – advertiu Draco em voz baixa, com um risinho.

-Olha quem fala. – resmungou Gina, virando-se para Sophie.

-O quê? – perguntou Draco.

-Prestando a maior atenção na mão do Jorge, pensa que eu não vi? – ela indicou discretamente a mão de Jorge alisando a barriga de Hermione delicadamente, enquanto ambos ouviam o juiz. Draco resmungou:

-Volte a prestar atenção no Rafael, então... Pelo menos larga um pouco do meu pé. – os dois se entreolharam e riram baixinho.


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-Podem se beijar. – disse a voz grave do juiz. Sem hesitar, Fred abraçou Sophie e beijou-a ternamente. Os convidados aplaudiram, e Fred disse, apenas para que Sophie ouvisse:

-Tem certeza de que é isso que você quer?

-Absoluta. – disse Sophie, sorrindo. Os dois deram-se as mãos e saíram andando pelo tapete vermelho.


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-Parabéns, cunhadinha... – disse Gina rindo, enquanto abraçava Sophie. Estavam em uma área do jardim de Hogwarts, próxima à antiga cabana de Hagrid. Havia uma pista de dança no centro, e várias mesas ao redor.

-Obrigada por tudo, Gina. – respondeu Sophie.

-Ah, não me agradeça ainda. – retrucou Gina. – Você ainda tem uma longa vida de felicidade com o Fred, quando eu der uma de irmã caçula chata você vai entender por que. – as duas riram.

-Estou muito feliz por você, Sophie. – disse Draco, abraçando a prima com força; Sophie beijou-o na bochecha.

-Queria que você estivesse feliz por si mesmo, Draco...

-Eu estou. – mentiu ele, sorrindo. – Minha prima casando é motivo para felicidade.

-Draco... – disse Fred. – Sem você esse casamento não estaria acontecendo. Te devo essa, cara. – os dois apertaram-se as mãos e se abraçaram. – Você é da família.


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Hermione sentou-se na mesa principal, onde estavam ela, Jorge, Fred, Sophie, Draco, Gina, o Sr. e a Sra. Weasley, Art, Paola e Sirius. Todos esperavam a meia-noite, quando começaria o baile.

-E então, vocês vão para onde? – perguntou Gina aos noivos.

-Não vamos sair daqui ainda. Temos muita coisa a resolver antes de viajarmos despreocupados.

-E a noite de núp... – começou Gina, mas Draco tampou-lhe a boca rapidamente.

-Ela quer saber sobre... – pensou rapidamente em uma desculpa, enquanto soltava Gina. – A noite, que está tão bonita. – Paola riu baixinho.

-Como está a situação em Hogwarts? – perguntou Arthur, em voz baixa. – O que Minerva disse a respeito da nova decisão de Fudge? – o grupo olhou discretamente para a mesa onde estava a diretora, juntamente com os outros professores.

-Qual decisão? – perguntou Draco.

-Ele disse que a situação dos trouxas não envolve os bruxos. – respondeu Fred. – Claro que a Minerva está furiosa, os dois terão uma reunião amanhã à tarde para decidir isso.

-Eu tentei intervir, como representante de Hogwarts. – disse Sirius. – A diretora não pode mais se irritar desse jeito.

-Dumbledore agiria dessa maneira... – disse Arthur. – Mas Molly...

-É um perigo imenso. – disse a Sra. Weasley. – Mas é pior ainda pra quem não tem nada a ver com a história. A Ordem deveria agir por conta própria. O maior erro foi expor a nossa idéia a Fudge. Ele é um incompetente!

-A situação nos Estados Unidos ainda está pior. – disse Draco. – A Lei de Sigilo tem sido violada constantemente, não se consegue mais esconder os bruxos.

-Na Itália estamos perdendo terreno. – disse Paola. – O presidente e o Ministro estão tentando acalmar os ânimos, mas tem um grupo tentando resolver o caso por conta própria.

-Gente, é uma noite de festa! – exclamou Sophie. – Vamos falar sobre os problemas amanhã, por favor. – ouviram as badaladas vindas de Hogwarts.

-Meia-noite, Sophie. – disse Fred, levantando, acompanhado de Sophie. A pista de dança esvaziou-se rapidamente, e os dois tomaram seus lugares no centro. Uma valsa lenta começou a tocar, e os dois dançavam sem tirar os olhos um do outro. A música acabou rapidamente, e os casais de padrinhos uniram-se à dança. Os outros casais também se apressaram em dançar. Sophie dançava com Sirius alegremente, enquanto Fred girava sua mãe pela pista.

-Posso? – perguntou uma voz atrás de Gina. Draco sorriu.

-Ela é toda sua. – estendeu a mão de Gina até onde a mão de Rafael pairava no ar, esperando. Gina sorriu abertamente e abraçou-o. Rafael não disse nada, apenas virou o rosto de Gina para cima e beijou-a. Draco, de longe, sorriu.


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Hermione voltou para a mesa, onde Draco sentou segundos depois. Jorge dançava alegremente com Sophie, mas ela não olhava para eles. Fitava Gina e Rafael, que dançavam bem próximos.

-Eles fazem um belo casal. – disse Draco, pegando uma taça de vinho dos elfos. Hermione fitou-o com um olhar firme. Ele não falava de Sophie.

-Achei que tivesse dito que nenhuma mente é um livro aberto.

-Sua memória continua ótima. – disse Draco, sorrindo.

-Ela sempre falha na hora que eu preciso. – retrucou Hermione, voltando a olhar para Jorge, agora dançando com Fred. Não pôde deixar de sorrir.

-Não é o que parece. – disse Draco.

-Ah, eu devia ter dito que ela vem na hora em que eu não quero. – retrucou Hermione, se controlando.

-Por exemplo...

-Quando eu lembrei que você estava com a Gina na hora de chamá-la para cá. – disse displicente. Draco franziu a testa como se estivesse pensando. Exibia um sorriso sarcástico.

-Eu tenho um exemplo melhor. – disse Draco. – Deixa eu lembrar... Ah sim, quando você devia ter me contado um fato irrelevante na vida de qualquer pessoa...

-Qual? – perguntou Hermione, já sabendo a resposta.

-A sua gravidez. – retrucou o loiro.

-Não é um fato irrelevante na minha vida... – atacou Hermione. – Mas na sua com certeza não muda em nada.

-Você acha mesmo? – perguntou Draco, sorrindo de lado.

-Eu ia te contar. – respondeu Hermione, sentindo-se balançar. – Juro que ia. Mas você estava fechando sua mente a tudo e a todos. Não tive como. – Draco sentiu que ia vacilar. Mas não podia. Não no primeiro contato.

-O melhor ataque é a defesa. – disse simplesmente. Hermione sorriu de lado, sentindo-se mal de repente.

-Touché. – disse, saindo da mesa. Draco fechou imediatamente o sorriso, sentindo tudo girar. Inspirou fundo e bebeu um gole do vinho.


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Vianne desceu do avião. Estava mais do que cansada. Viajara de trem da Inglaterra até a Irlanda para procurar algum lugar seguro para pegar um avião. Agora estava no aeroporto internacional de Platina, uma cidade ao sul da Espanha. Puxou sua mala pela praça familiar até o ponto de táxis. Entrou no primeiro da fila, reconhecendo o motorista em um instante. O homem também a reconheceu, e abriu-lhe a porta.

-Buenos dias, Ciro. – disse.

-Señorita! Como foi de viagem? – perguntou, já em inglês.

-Muito bem, como sempre. – o homem entrou na rua principal e seguiu em alta velocidade. – Que horas são?

-Duas e meia. Chegou tarde hoje.

-Tive alguns imprevistos. – disse, simplesmente. Olhou o relógio: o casamento devia estar acontecendo naquele momento. – Como está a cidade?

-A senhorita Camargo casou-se há um mês. – respondeu Ciro. – Fora isso, nada de mais. – ele parou o carro em frente a uma casa cuja fachada era decorada com pedras, e uma porta verde comum. – Boa noite, senhorita.

-Boa noite, Ciro. – disse, entregando-lhe as pesetas e saindo do carro. Puxou a chave no bolso, sentindo-se nervosa. Sempre havia a possibilidade de que não a aceitassem mais. Abriu a porta sem fazer barulho.

-Oh, bom Deus... – disse uma senhora com jeito maternal, ajeitando-se na poltrona em frente à lareira e puxando a varinha rapidamente.

-Sou eu, Mary. – disse, em voz baixa.

-Vianne? – abraçou-a com força. – Ah, menina, como você está bonita! Estávamos esperando que você chegasse pela manhã, nunca você chega de noite.

-Eu sei, mas estava ansiosa para chegar. – sussurrou. – John já dormiu?

-Adormeceu no quarto de Victor, estava lendo uma história para o garoto dormir... – disse, sorrindo, Mary. – Suba, ele vai gostar de vê-la.

-Vou sim. – puxou a mala, e empurrou de leve a porta mais próxima. – John? Está acordado? – perguntou em voz baixa, colocando a mala em um canto do quarto escuro. Viu uma sombra levantar de repente da cadeira.

-Estou... – ele saiu do quarto. Assustou-se ao ver que era Vianne. – Achei que fosse Mary.

-Como estão?

-Muito bem... – disse ele, coçando a cabeça, pensativo. – Você veio cedo. Estávamos te esperando para amanhã. – os dois ficaram em silêncio. John riu baixinho e abraçou-a. – Sentimos a sua falta.

-Eu também, e como... – disse Vianne, entregando-se ao abraço. Não visitava a casa há um semestre. – Podemos descer e conversar, ou está cansado? Se estiver eu entendo...

-Vamos para a cozinha. – disse John. – Eu te preparo alguma coisa. – os dois desceram as escadas fazendo o mínimo de barulho possível. Mary já havia se recolhido. John começou a fritar alguns pedaços de bacon no fogão.

-Como está tudo por aqui?

-Tranqüilo. – respondeu ele. Vianne fitou-o. – Estamos aqui há mais tempo do que nos outros lugares, o Vic está gostando.

-Não estou podendo vir muito... – repreendeu-se Vianne. Odiava ficar longe de casa. – Estou muito ocupada, acho que você soube... A situação não está boa na Inglaterra.

-E você continua se metendo em perigo, acertei? – disse John, entregando-lhe um sanduíche de bacon. Ela comeu rapidamente, enquanto ele a observava. – Ele sente a sua falta.

-Eu também sinto falta dele, John, mais do que você imagina. – respondeu séria. – Mas não posso largar tudo lá na Inglaterra de uma hora para a outra. De lá eu consigo monitorar melhor a situação.

-Mina podia monitorar. Ela já está na Inglaterra, eu já soube.

-Não cobre nada dela, a Mina nos ajuda porque ela quer. – disse Vianne, acrescentando em seguida. – Não cobre nada de mim.

-Eu não vou cobrar nada de você, bruxinha... – disse ele, usando o apelido que lhe dera aos doze anos, fazendo-a sorrir. – Eu fiz uma promessa, e vou cumpri-la. Mas o Victor pode.

-Ele não é meu filho. – sussurrou ela, tão baixo que ele teve de fazer leitura labial.

-Mas você o trata como se fosse. E o ama como se fosse. – Vianne sentiu um aperto no peito; odiava lembrar que não era mãe de Victor. Realmente, amava-o como se fosse.

-John, eu tinha catorze anos quando ele nasceu... E dezesseis quando fugi de lá... Com você, Mary e Victor, fugindo daquela vadia.

-E vai fazer vinte na semana que vem... – disse ele, suspirando. – Olha, eu não estou pedindo muito. Fica com a gente. Por mim. – ela deu uma risadinha sarcástica.

-Eu não te devo nada.

-Então pelo Vic.

-Não use o Victor desse jeito, John.

-Você se comprometeu com ele! – exclamou John, um pouco mais alto. Voltou ao tom mais baixo. – Eu não pediria isso, mas o seu compromisso com ele...

-Com ele ou com você? – perguntou Vianne, trincando os dentes.

-Eu não quero discutir isso com você. – retrucou ele.

-John, nós não temos o que conversar a respeito. Foi há quase quatro anos. – sorriu. – Trégua?

-Trégua. – concordou ele, se aproximando perigosamente.

-Não desse jeito, John.

-Qual é... Em nome dos velhos tempos.

-O Vic representa nossos velhos tempos.

-Ele é bem concreto, não é uma lembrança. – riu John. Vianne riu também, sentindo as lembranças invadirem a sua mente.

-Eu olho para tudo isso... E lembro daquele dia, John. Nós fizemos a melhor coisa possível tirando o Vic daquela casa, não foi?

-Você ainda tem dúvidas? – disse ele. – Você é a mãe do Victor. Não a Sarah.

-Acho que fui meio que forçada a aprender isso... – disse Vianne. – Você é um bom amigo, John. – ele riu.

-Você cuida do meu filho e diz que eu sou um bom amigo. Mas que modéstia!

-Você é cinco anos mais velho que eu e age como se fosse mais novo... É uma piada. – riu Vianne, bocejando brevemente. – Ah, preciso de um descanso...

-Mi cama, su cama. – disse John, rindo.

-Fale sério.

-Pode dormir lá, eu fico aqui em baixo... – ele deu um sorrisinho malicioso. – A não ser que você queira... A cama é de casal, e as paredes são bem grossas. – Vianne acenou de longe.

-Boa noite, John.

-Isso é um sim ou um não?

-Entenda, meu bem... – ela soltou-lhe um beijo. – Seu tempo já passou. – John apenas riu.


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Draco estava olhando para Sophie e Fred de longe, sentado na mesa. A maior parte dos convidados já tinha ido embora, faltava uma hora para amanhecer. A felicidade de Sophie e Hermione dominava sua mente, e ele sacudiu a cabeça. Se deixasse o vínculo se fortalecer, elas ficariam sabendo de muitas coisas que não deviam. Especialmente de suas conversas com Gina. E, sentindo um calafrio, da noite em que ele e Gina quase... Seus pensamentos foram espantados por uma voz doce.

-Passou a noite muito pensativo. – era Paola, lhe oferecendo uma taça.

-É... – respondeu vagamente.

-Não sabe dançar? – perguntou ela, sentando-se ao lado de Draco. Ele sorriu.

-Sei apenas o básico.

-Duvido... As famílias nobres têm uma tradição quando se trata de dança.

-A família Finerazzi com certeza tem. – disse Draco, lembrando-se de algumas festas antigas dos Malfoy para as quais os Finerazzi foram convidados. Tivera que estudar com afinco as relações financeiras dos Malfoy, e nesse grupo havia muitas famílias de outros países.

-Nós italianos temos o sangue quente. – disse ela maliciosamente. – Na dança nos libertamos.

-Eu vejo muito disso em você. – respondeu Draco, sorrindo de lado para ela.

-Vá passar uns dias em Roma, quando acabar a temporada do campeonato.

-Com certeza. Eu já conheço a cidade, mas na companhia de uma nativa vai ser tudo mais interessante.

-Você vai conhecer o lado alegre de Roma. – ela disse, sorrindo.

-Na verdade ele já está sentado ao meu lado. – respondeu Draco, galante. Os dois sorriram.


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Mina sentou-se com os gêmeos, cansada. Os três dançaram, comeram e se divertiram como os outros convidados, mas sempre saíam para manter a vigilância, especialmente na orla da floresta. Os convidados já estavam se retirando, e a festa correra sem problemas. Aproveitou para sentar um pouco, estava quase amanhecendo, e o céu já estava pintado com os detalhes alaranjados do sol.

-Agora vamos fazer uma última ronda... – suspirou, sentindo as pernas pesarem. Mark estendeu uma garrafa de uísque trouxa. Agradeceu e bebeu um gole no gargalo. Passou-a para Tom.

-Você é dura na queda. – disse Tom, rindo. Os três levantaram e saíram andando. Mina fitou um grupo de mulheres que olhava para eles e sorriu.

-O que foi? – perguntou Mark.

-Aquelas mulheres estão se perguntando o que eu vou fazer com vocês dois, indo em direção à Floresta escura com uma garrafa de bebida nas mãos. – riu e bebeu mais um gole do uísque. – Elas estão pensando que somos bêbados pervertidos, e duas estão com inveja de não estar no nosso joguinho.

-É constrangedor sair com você, sabia? – disse Markus, rindo. – Sua Legilimência está cada vez melhor.

-Vou tomar cuidado com o que penso da próxima vez. – disse Tom, rindo. Os três alcançaram a orla da floresta. Estava tudo calmo e silencioso.

-Bom, acho que está... – começou Mina, mas se calou. Ouviram um galho estalar. - Justo quando eu estou com sono... - resmungou Mina. Os três puxaram as varinhas e Mina, na mão esquerda, já segurava a arma devidamente engatilhada.

-Por que você ainda usa isso? – perguntou Tom, apontando para a arma. Mina viu um vulto de capa negra e começou a andar lentamente em sua direção antes de responder:

-Porque ela machuca antes de matar. – Mark sorriu e disse:

-Ação, aí vamos nós. – os três investiram contra os vultos que estavam mais próximos.


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Hermione estava no primeiro andar quando viu o primeiro lampejo. Hoje não, pensou, enquanto descia correndo as escadas puxando a varinha. No Saguão encontrou Draco, Gina, Rafael e Paola indo em direção à Floresta.

-Mione! – exclamou Gina. Os outros pararam. – Você vai para onde? – Hermione olhou pela janela aflita. Viu Tonks e Lupin se juntarem à luta, assim como dois outros Aurores. Mina, Tom e Mark deslizavam entre os raios, atacando e defendendo.

-Não temos tempo pra conversar, Gina. – resmungou, tentando passar. Gina postou-se na sua frente. Foi para o outro lado, e Draco tomou a passagem. – Dá pra liberar a passagem?

-Você fica. – disse Rafael decidido.

-Não fico! – exclamou. Não acreditava que, no meio do ataque, todos viessem dar uma de pai pra cima dela.

-Não seja infantil. – rosnou Draco, olhando para a janela. – Não temos tempo para isso.

-Então me deixe passar! – disse, apontando a varinha para o rosto de Gina. A ruiva riu.

-Eu não estou com tanta pressa de morrer, posso ficar aqui o tempo que for preciso. Você não vai passar por mim.

-Posso saber o motivo dessa atitude ridícula?

-Você está grávida, esqueceu? – disse Paola.

-Eu sei o que é...

-Nem pense em dizer isso, Hermione Jane Granger. – disse Rafael, sério. – Você não sabe o que é melhor para você.

-Ah, sei... – disse a castanha, com raiva. – Quem são vocês para decidirem isso?

-Quer mesmo que eu responda? – perguntou Draco. Gina deu uma risadinha. Hermione corou levemente. – Ok, agora você vai ficar aqui. Ponto final. – ele deu as costas a Hermione e saiu do Saguão correndo, seguido pelos outros. Foi para a janela com raiva. Ele ainda tinha controle sobre ela.


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Mina pulou de costas para fugir de um raio verde; assustou-se ao ouvir o tecido do vestido rasgando. Examinou o estrago rapidamente; não tinha mais conserto, afinal o vestido era protegido contra magia. Gritou, irritada:

-Quinhentos dólares! – puxou o gatilho sem perdão, atingindo seu oponente no peito. O homem caiu inerte.

-Quantos são eles? – perguntou Draco, se aproximando. Antes que pudesse responder, Mark disse:

-Trinta, quarenta no máximo. – Draco arregalou os olhos. Para sua surpresa, Paola disse:

-Você não viu nada, meu bem. – ela estupefez dois homens. Draco sorriu e começou a lutar com dois. Mina deu mais alguns tiros, abafados pelo silenciador. Os invasores, porém, faziam muito barulho.

-Calem a boca, vocês aí! – disse Gina, com raiva. – Vão acordar os noivos! – como ninguém lhe deu ouvidos, apontou a varinha para o alto e murmurou: - Silencio. Todo o lugar foi envolvido em uma bolha, de onde o som não escaparia para o castelo. Satisfeita, Gina paralisou uma mulher que avançava na direção de Draco. Luna parou do seu lado, segurando a varinha firmemente. Rony ajudava alguém que fora atingido a sair do fogo cruzado, enquanto a namorada dava cobertura.

-Rony, atrás de você! – gritou a loira, fazendo Rony sair do caminho a tempo. Por pouco não foi atingido por um feitiço. Luna olhou para o lado; Gina não estava mais lá. Pouco depois, todos os trinta e três homens e mulheres dominados pela Imperius foram dominados. Nervosa, Luna saiu à procura de Gina.


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Draco estava cuidando de um corte na perna quando Luna se aproximou, torcendo as mãos. Luna abaixou-se para falar com ele sem que ninguém mais ouvisse.

-Draco... A Gina está machucada. – ele parou de repente e fitou-a, sério.

-É sério?

-Não muito, eu acho que é só um corte, mas eu não sou muito boa com feitiços de cura... E ela está reclamando que sabe o que fazer, mas está muito fraca... E como ela disse para não te chamar...

-Ela disse para não me chamar? – perguntou Draco. Luna corou levemente.

-Ela vai querer me matar, mas se ela não quer que você vá, pode ser algo mais sério. – Draco assentiu, terminando de fechar o próprio corte e andando em direção à antiga cabana de guarda-caça.

-Ela está lá dentro?

-Não. – respondeu Luna, apontando para uma árvore próxima. Gina estava sentada com as costas apoiadas no tronco, com a mão nos rins. A parte do vestido que era amarela estava manchada de um vermelho vivo. Ela amarrou a cara para Luna. Estava bastante pálida.

-Eu disse para você não chamar ele!

-Mas como a Luna é uma pessoa sensata ela me chamou. – disse Draco. – O que aconteceu?

-Eu acho que nós estávamos lutando lá atrás, esqueceu?

-E eu acho que não havia razão para você se afastar de todo o mundo machucada desse jeito. – disse Draco. Luna deu uma risadinha. Gina olhou-a com raiva.

-Você me paga, Luna Lovegood.

-Pare de jurar vingança e me mostra onde foi o corte. – Gina apenas virou a cara. Draco resmungou e puxou o braço dela, olhando um corte não muito grande, mas profundo. Viu que o sangue continuava a escorrer como se o ferimento tivesse sido naquele momento. Franziu a testa enquanto acelerava o processo de cicatrização com a varinha. – Luna, chame o Thomas... Eu acho que não vou conseguir cicatrizar totalmente.

-Ok. – respondeu prontamente a loira.

-O que? Eu vou ficar com uma cicatriz? – perguntou Gina, espumando de raiva.

-Deveria ter pensado melhor nas conseqüências quando veio sozinha enfrentar a Belatriz. – disse Draco. A ruiva abriu a boca para protestar mas ele a calou com um gesto. – Você não tem um mínimo de responsabilidade? Imagine Fred, na noite do casamento dele, recebendo a notícia de que a irmã morreu? Imagine como todos ficariam?

-Eu... Olha, quem é você pra me dar lição de moral? – resmungou Gina, puxando o braço.

-Eu sou seu amigo. – respondeu Draco franzindo a testa. – Não é motivo suficiente?

-Quer uma resposta verdadeira ou uma mentirinha para agradar? – disse Gina. – Claro que não é motivo suficiente! Estavam todos lá ocupados, a vadia simplesmente me puxou até aqui!

-Você podia ter feito qualquer coisa para chamar atenção! Cantar, dançar, gritar... – falou Draco em voz baixa, pois Hermione, Thomas e Luna se aproximavam.

-Eu não podia gritar... – disse Gina, rindo. – O plano era não acordar os noivos.


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Hermione ajeitou as cobertas que cobriam Gina, que estava com um braço enfaixado. Saiu do dormitório feminino e encontrou Draco na sala comunal da Sonserina, fitando pensativo a lareira acesa.

-Ela já dormiu. – disse, olhando para Draco. – Admirável a sua preocupação com a Gina. Eu vi tudo do castelo. – Draco fechou os olhos.

-Onde está o Sirius?

-Foi relatar tudo à Minerva. Eu e os outros professores vamos nos reunir com ela para saber o que vai ser decidido em relação à segurança da escola. Se quiser, pode participar da reunião. – Draco assentiu, ainda sem olhar.

-Já amanheceu. – disse Draco, suspirando cansado. – Como está o braço da Gina?

-Bem... – respondeu. – Você se feriu?

-Nada sério... Eram apenas bruxos comuns. – olhou para Hermione. – Sabe se alguém já falou com o Potter?

-Não... Mas acho que o Jorge foi. – Draco voltou a fitar sem expressão as chamas. Hermione sentiu que não ia agüentar mais. – Por favor, dá para ter algum tipo de reação? Droga, eu tento agir normalmente, mas...

-Se eu fosse agir normalmente, eu iria... – parou, procurando as palavras. – Eu deixaria de ser imune ao que eu sinto por você. Eu iria sucumbir de novo, Hermione, e não estou pronto para perder minha vida de novo agora.

-E você é... Imune a mim?

-Eu nunca vou ser imune a você. – disse Draco com a voz rouca, levantando de repente e praticamente encostando seu rosto no de Hermione. – Mas eu consigo isolar o que eu sinto por você e, sinceramente... A sua presença está afetando o meu autocontrole.

-Eu... Tenho que ir... – Hermione tentou sair da sala, mas Draco a puxou levemente pelo braço.

-Você sabe que tudo chegou a esse ponto por sua culpa. – disse o loiro. – É você que vai mudar tudo. Basta querer. – Hermione desvencilhou-se de Draco e saiu a passos rápidos.


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Vianne acordou cedo de manhã. Vestiu uma roupa casual e desceu as escadas, encontrando John, Mary e Victor na cozinha. Victor pulou da cadeira onde tomava café e correu para ela, abraçando-a com força.

-Como vai o meu super-herói preferido?

-Estou bem. Estava com saudades de você. – disse, apertando-a na cintura. John lançou-lhe um olhar de aviso. Mary bateu palmas.

-Vamos lá, campeão... O ônibus está chegando.

-Eu não quero ir para a escola. – disse Victor emburrado. – A Vi está aqui.

-Já é segunda-feira? – perguntou Vianne sem entender. Mary assentiu. – Você tem que ir, Vic, mas eu vou te buscar na escola. Prometo.

-Então eu vou. – resmungou ele, indo buscar a mochila, acompanhado de Mary. Vianne sentou-se na mesa de frente para John, encarando os olhos castanhos que a fitavam.

-Vianne... – disse ele seriamente. Ela já sabia o que vinha a seguir. Sempre tinham essa conversa em circunstâncias parecidas. – Você pretende sair daqui?

-Eu estava olhando algumas casas na Irlanda, mas eu acho muito próximo de Gales...

-Aqui estamos bem. Já vai fazer dois anos.

-Aquela vaca da Sarah está sondando novamente a minha vida com meu pai e meus primos... – resmungou Vianne. – Eu consigo me camuflar facilmente, mas não sei se você e o Vic ficam seguros quando eu estou fora.

-A Mary é uma ótima bruxa, foi ótimo para nós que ela tenha vindo junto. – ele deu um sorriso. – E então, eu ainda sou o seu pai ou virei uma amiga doente? – Vianne riu, percebendo que ele se referia à desculpa que ela dera para a viagem repentina.

-Ainda é meu pai. – o sorriso esmaeceu quando lembrou do casamento de Fred e Sophie. – Eu tinha que estar em um casamento ontem... Preciso de notícias do pessoal, a situação estava perigosa.

-Vai falar com a Mina?

-Sim... – suspirou. – Quer mandar algum recado?

-Depende... Ela está loira ou morena no momento?

-Vou saber à noite. – disse, rindo.

Vianne tinha treze anos quando o pai casou pela segunda vez, com a filha de um dos seus sócios, Sarah Marley. Ela era muito mais nova, porém tinha uma ambição sem limites, combinando com o noivo. Tinha vários amantes desde os primeiros anos, mas o marido não ligava, desde que sua reputação não fosse manchada; entre eles, John Patrick, três anos mais novo que ela, trouxa.
Sarah nunca foi muito cautelosa, e engravidou de John um ano depois. Naturalmente tentou esconder a paternidade do pequeno Victor Beltanny, mas Vianne descobriu. Durante dois anos viu o menino crescer, uma cópia de John. Começou a ameaçar a madrasta, que resolveu matar a criança visando manter o casamento. Vianne e John se uniram e fugiram do país, levando Victor.
Vianne continuou a estudar e recebia muita ajuda de Mina para esconder Victor e John. Mary, que era empregada na casa de Mina, se uniu ao grupo. Sempre que podia, Vianne ia passar um tempo com eles, até que se envolveu com John. Foi quando Sarah atacou, quase matando Vianne em uma luta. Após isso, não se atreveu a voltar para o Centro e foi para Hogwarts e conheceu Harry, e decidiu terminar com John para ficar com ele. O único problema era driblar Sarah, de um lado, e Harry do outro.


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VIANNE BELTANNY


Eu sempre me preocupei com tudo o que acontecia ao meu redor. Essa preocupação acabou me envolvendo nesse tudo. Foi assim que eu soube do caso que o meu pai mantinha com Sarah algum tempo depois deles começarem. O caso dela com John foi o castigo perfeito para ele.
Eu não pretendia fazer nada a respeito, mas John implorou, afinal ela pretendia matar o próprio filho. Isso eu não podia deixar acontecer, e nós fugimos quando eu tinha dezesseis anos, e ele, vinte e um.
Quem sempre cuidou de tudo foi a Mina. Ela que me conseguiu as quatro casas onde nós estivemos durante todos esses anos. Devo muito a ela, ao John, à Mary, às pessoas que nos ajudaram durante essa fuga.
Sei que vou ter que contar ao Harry logo, mas tenho medo da reação dele a essas coisas. Ele sempre me perdoa, mas não sei até quando seria esse sempre. Passando esse tempo na Espanha, pretendo decidir melhor o meu destino. Espero que dê certo.


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