Welcome To Padokia! escrita por Misu Inuki


Capítulo 4
Meu "anjo" da guarda


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem e se divirtam com esse capitulo tanto quanto eu.
Obrigada pelos comentários lindos, e pela paciência! xDD
Minha volta é por vocês e especialmente pra minha amiga Sassá Tenshi, pelos "puxões de orelha" pra voltar a escrever...
Mais uma vez obrigada seus fofos!^^
Beijos e Borboletas Azuis



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O sol já começava a brilhar timidamente no céu.
Acabava de enfrentar o Dr.Gelado, vulgo meu chuveiro maluco, e estava sentada na cama penteando meus cabelos.
Seria mais um longo dia, e apesar de ter dormido bem pouco, estava completamente desperta.
Passei a noite inteira rolando na cama, pensando em tudo que havia acontecido comigo pouca horas atrás, e o mesmo pensamento me perseguia até então.

Era para eu estar morta.

Na hora em que meus pés praticamente por conta própria me levaram até os portões Zaoldyeck, o meu destino estava selado.
De um jeito, ou de outro eu iria morrer.

E ainda havia aquele monstro enorme á espreita, podendo a qualquer instante derrubar os portões de madeira maciça como se fossem feitos de isopor.
Tão grande, e forte. Com patas do tamanho de um carro.
Um animal tão assustador, que se não tivesse visto com meus próprios olhos, jamais acreditaria que era real.

Porém eu estava ali, em meu quarto, viva.

E por mais que me incomodasse admitir, apenas por causa daquele garoto irritante.

Ele apareceu do nada, e mesmo debochando de mim todo o tempo, teria que ser grata a ele.
Graças a Killua que eu estava vendo o céu azul daquela manhã.

Terminei de prender meu cabelo, e peguei minha mochila.
Teria um longo dia pela frente, sem dúvida.
Mas o principal desafio daquele dia não seria enfrentar aquele ônibus lotado de malucos.
E sim, lutar contra uma estranha e crescente vontade de reencontrar certo menino dono do sorriso mais arrogante que vi em toda minha vida.

******************************************************************

Desci do ônibus completamente exausta.
Sentia vontade de chorar só de pensar que ainda estava apenas no meio do dia.
Alguém poderia fazer o favor de lembrar para minha empresa que a escravidão acabou a uns 200 anos?

Enfim, como eu estava cansada até de respirar, não fui para casa almoçar daquela vez.
Meus olhos encontraram o letreiro da doceria a poucos metros.
Automaticamente, as imagens do dia anterior voltaram.
Foi ali mesmo, que o moleque levou todos os meus choco robos.
Parei no meio do caminho.
Havia uma chance dele estar lá novamente...
“Não, Harumi! Você não vai ficar stalkeando esse garoto estranho e mal-educado!”- briguei comigo mesma

Dei meia volta, disposta ir para casa.
Afinal, uma garota como eu não ia ficar caçando um garoto igual uma tiazona encalhada.
Mesmo ele tendo salvado sua vida...
E tendo olhos tão bonitos...
E um rosto perfeito....
E braços tão fortes....

-Pensando bem, o sol está de rachar até mármore.- comentei comigo mesma- Um milk-shake vai me fazer muito bem.

Voltei e andei decidida até a lojinha que eu tanto amava.

Nem adianta me olharem com essa cara...
Até parece que nunca sentiram uma vontade do nada de beber alguma coisa!
Bando de maldosos!

De qualquer forma, lá fui eu saltitante para a doceria.
A atendente deve achar que eu sou um coelho, por que eu só entro naquela loja pulando!
Mas ela nem me deu atenção, porque a loja estava cheia.
Começei a olhar entre aquele grupo de pessoas um rosto familiar.... e eu estou falando da atendente, é claro!
Como eu ia adivinhar que ela estava atrás do balcão como sempre?!
Vocês pensam cada coisa, hein...

Como não seria atendida tão cedo, resolvi ficar sentadinha lá fora.
Tinha umas mesinhas de madeira, e dava para ver o movimento da rua e da loja dali.
Não que eu quisesse ver as pessoas que passavam por algum motivo especial, com certeza não.
Eu apenas queria tomar um ventinho.

Coloquei a mochila em cima da mesa, e fiquei com o queixo apoiado nela, olhando as pessoas passando apresadas de um lado para outro.
Do outro lado da rua, uma cena chamou minha atenção.
Uma garotinha, de uns 5 ou 6 anos estava olhando fixamente para uma vitrine de uma loja de brinquedos. Ela mostrava um para uma mulher, provavelmente a mãe dela, e as duas entraram na loja.
Alguns minutos depois, a mesma menina saia da loja abraçada com uma boneca.
As duas sorriam, e desceram a rua de mãos dadas.

E essa cena me lembrou de coisas que eu não queria pensar.
Que eu não queria ter que me lembrar...
Tirei o meu celular novo do bolso, e abri a agenda.
Tinha que me focar, criar um plano e conseguir de uma vez a foto da família Zaoldyeck.
Só assim meus problemas seriam resolvidos.

Resolvi fazer uma lista do que eu precisava fazer, e pensar numa tática aos poucos.

A lista ficou mais ou menos assim:

*Arranjar uma câmera.
*Encontrar um deles
*Tirar a foto
*Sair viva.

Marquei um “x” ao lado do primeiro item.
Pelo menos já era um passo feito.
A grande questão, era conseguir encontrar um deles.
Acampar em frente a mansão estava fora de cogitação, pois além de ser completamente inútil, eu não sobreviveria as primeiras 3 horas.
Então o jeito era descobrir de algum jeito, quando e onde seria a próximo ataque deles, e chegar antes.

“Mas quem vai saber como é a rotina de um assassino profissional? Se fosse tão simples, eles já teriam sido pegos à muito tempo...”

Suspirei desanimada, e peguei o pequeno menu colorido em cima da mesa.
Além dos típicos doces, também vendiam alguns lanchinhos, como cupcakes, milk-shakes, mini-sandiches e sucos.
Passei os olhos na curta lista de sabores, e tive que rir dos nomes.
Cada sabor fazia referencia a algum lugar.
Por exemplo, um vermelhinho era o Las Vegas; o de blue berry era Torre do Céu.
E ironicamente, o de chocolate que eu queria pedir, se chamava Kukuro Montain.

Fiquei rindo que nem uma boboca, olhando o resto do menu, até a atendente se aproximar.

- Bom, eu gostaria de um Kukuro Montain muito gelado.

- Pode deixar, madame. Vai ser frio como a morte.- uma voz masculina falou me fazendo levantar a cabeça assustada.

Killua ria e sem nem perguntar se podia, já foi sentando na minha mesa e tomando o menu da minha mão.

-De onde raios você surgiu, garoto?!-pergunte estática.

-Te assustei, foi?- ele comentou irônico.

-Lógico!! Você saiu DAS TREVAS e praticamente BROTOU do meu lado!! Eu não ouvi você chegando!

Ele largou o menu e dobrou os braços na mesa, se aproximando de mim.
 

-Esqueci de te contar ontem- ele sussurrou- Eu sou o Superman e voar é apenas uma das minhas habilidades.

Ele piscou, e eu fiquei demorei alguns segundos para processar que ele estava tirando uma com a minha cara. Afinal, encarar aquele bichão de frente, era bem típico de super herói...
Logicamente, ele Nõ me deixou terminar a linha de raciocínio e começou a gargalhar da minha inocência, e eu quase voei no pescoço dele.
Que lindo reencontro, não?

- O que você está fazendo aqui?- perguntei direta, minha paciência em nível negativo.

-Até onde sei, a rua é pública.

-Não, sua anta! Estou perguntando o que você esta fazendo na MINHA mesa!

-Sua mesa?- ele pergundou com a cara mais lavada do mundo- Desculpe, não vi seu nome nela.

Peguei minha mochila, já levantando da cadeira.

- Definitivamente você é impossível!

Me virei para ir embora, mas ele segurou meu braço com firmeza.
Tentei me soltar irritada, mas era como brigar com concreto, pois a mão dele nem se mexia.

-Para que tanta pressa? Agora que o papo ia ficar interessante...

Nisso ele mostrou a outra mão, que estava segurando o meu celular.
Contrariada, ele me soltou e eu voltei a me sentar.
Mas o garoto ficou mexendo no meu celular.
Assim mesmo, na cara de pau.

-Você tem um péssimo gosto pra músicas, só tem porcaria aqui. E nem pra ter um joguinho decente!

-Me devolve logo, seu... seu pamonha! Se é porcaria ou não é problema meu!

-Nossa, essa é nova!-ele fingiu surpresa- Pamonha eu nunca tinha ouvido falar... é de comer?

Eu já estava urrando de raiva.

-Me. Entrega. O.Celular. Agora!- ressaltei cada palavra, com a mão esticada.

-Calma, calma. Se ficar nervosa assim nunca vai conseguir terminar sua missão.

Eu fiquei em silêncio, tensa, enquanto ele me mostrava o celular com a minha lista.

-Aliás esse é o plano mais simples que eu já vi...E o mais idiota também... Acha mesmo que é capaz de fazer isso?

- Eu tenho que fazer.- respondi hesitante- De um jeito ou de outro.

-Acha mesmo que vai ficar viva ser por algum milagre chegar perto de um Zaoldyeck?-ele falou se curvando na mesa em minha direção. Seu olhar era assustador, e hipnotizante como uma serpente.

-Comparada a eles, você é menor que um inseto. Mais fraca que uma lesma e tão inútil como uma folha seca mas...- ele riu, e voltou a se sentar largado na cadeira.

O clima subitamente amenizou, e eu me sentia aliviada ao ver a tensão ir embora.
Mas não o bastante para rebater o que ele disse.

-Mas...?- perguntei um pouco depois incomodada com o silêncio.

Ele riu, com os braços cruzados por trás da cabeça.

-Mas ainda sim você teve essa ideia. Ainda sim você foi para lá no meio da noite. O que me leva a crer que ou você é a pessoa mais estúpida do mundo, ou uma das mais corajosas que eu conheci.

Fiquei sem saber se o agradecia ou o espancava até a morte.
Mas continuei em silêncio.

-Foi ai senhorita Harumi, que eu tive minha grande ideia.

-Qual?

-Resolvi entrar para esse seu planinho ai. Faço minha bondade do ano, e ainda levo uns trocados extras.

-O que??? Você, o que?

-Além de burra é surda... Explicando em palavras fáceis. Você não ia sobreviver meio segundo com essa ideia maluca. Eu sou um Hunter, e tenho bastante experiência com aquela família em especial. A gente divide a grana meio a meio e todos saem ganhando.

-Mas se você é tão bom quanto diz que é, porque não caça os Zaoldyecks sozinho?

-Simples. Ninguém neste mundo ia desconfiar que alguém como você estaria atrás deles. Logo estar com você é o melhor disfarce que eu poderia arrumar.

- Então basicamente você me quer na jogada porque eu tenho cara de tonta, é isso?

-Nossa! Não é que esse cérebro trabalha de vez enquanto? Estou impressionado!

- Ei! Dá pra para de ser ridículo só para variar, não?

-Calminha parceira! Isso faz parte do meu charme natural... Mas vou te dar um tempo pra pensar.

Ele escreveu alguma coisa rapidamente no celular e me devolveu.

-Está aqui o meu número. Me ligue quando perceber a caridade que estou fazendo.

Ele levantou da cadeira se espreguiçando.
E depois falou com um sorrisinho irônico antes de ir embora.

-Ah! Aproveita e pede um meio Las Vegas, e meio Kukuro Mountain. O sabor é de matar.

Saiu com as mãos no bolso rindo da própria piada besta.
Era um garoto intragável mesmo.
A garçonete apareceu para anotar o meu pedido, e automaticamente acabei repedindo o que ele falou.
Estava olhando pro celular pensando no que faria com essa súbita ideia de parceria.
Realmente eu não tinha ideia de como agir, e por mais que ele fosse um pilantra, não havia nada que eu pudesse perder nessa jogada.
Quase ri quando vi que ele salvou o número com o nome de “Seu Anjo da Guarda”.

-Tá muito mais pra Encosto de Encruzilhada, com certeza.

Um Capeta muito bem caprichado devia admitir.
E talvez essa jornada maluca não fosse tão ruim assim...
Meu pedido chegou, e eu dei um gole bem grande e...

-ECAAAAAAAA!!

Era um troço intragável, que eu quase botei minhas tripas pra fora no primeiro gole.
Olhei o menu de novo para saber que droga era aquela e quase chorei de ódio quando li que o Las Vegas era de tomate com limão.
O desgraçado me fez pedir tomate com chocolate!
Quase como uma resposta, eu lembrei da ultima frase dele:

“O sabor é de matar.”

-SABOROSO VAI SER QUANDO EU TE MATAR E FAZER PICADINHO DA SUA CARNE AO MOLHO PARDO, SEU MONSTRO!!!- gritei no meio da loja em fúria.

E o que mais me irritava é que eu sabia que o gosto amargo daquele shake era apenas uma amostra de como seria meus próximos dias junto daquela peste.
Uma peste de sorriso fácil, e que se auto intitulava “Meu Anjo da Guarda”


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Notas finais do capítulo











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