DAY 290

TYLER

“Se, a princípio, a ideia não é absurda, então não há esperança para ela.”

Albert Einstein

http://www.youtube.com/watch?v=gnhXHvRoUd0

- Vai ficar ai até que horas? – Charlie me perguntou pegando suas coisas em cima de sua mesa

- Até eu terminar. –eu disse desenhando as linhas do prédio com o máximo de precisão.

-Tyler, sabe que eu não sou do tipo de se meter na sua vida, você é meu chefe, mas, você vem se afogando em trabalho há bastante tempo...  Cara, seu casamento é daqui a pouco.

Eu larguei o lápis em cima da mesa.

- Até amanhã Charlie.

Ele bufou.

- Fazer isso não vai melhorar nada na sua vida.

Ele disse pegando suas coisas e se retirando da minha sala.

Eu encarei a porta fechada por alguns instantes.

E voltei ao meu trabalho.

Meus pensamentos absortos me fizeram errar várias vezes à estrutura do prédio.

- Droga! – eu disse tacando o lápis no chão.

Eu coloquei a mão no meu rosto e encarei as chaves do meu carro em minha frente.

Eu as olhei e me lembrei de Nicole.

Maravilha.

Peguei o celular ao lado e disquei a número.

Esperei paciente na linha do telefone.

Ela atendeu.

- Eu não quero saber. Pouco me importa. Mas seus amigos e seus pais estão aqui para jantar. Cadê você? Ah é... Eu não sei! Vem pra cá agora! – ela disse ríspida desligando a celular.

Eu desliguei o celular fechando meus olhos.

Porque eu não conseguia mais estar totalmente centrado.

Eu peguei minhas coisas e caminhei até o estacionamento.

Eu engatei o carro e dirigi até a minha casa.

Nicole havia se mudado para lá quando completamos um ano de namoro.

Desde então moramos juntos.

Mesmo que eu não veja mais sentindo nisso.

E muito menos em meu casamento com ela.

Assim que a avistei a os carros estavam visíveis.

Eu estacionei na garagem e saí do carro entrando.

Entrei direto na casa.

- Tyler, por onde esteve? – minha mãe me perguntou assim que me viu

- Eu estava trabalhando. Acabei perdendo a noção do tempo.

Eu disse colocando minha pasta em cima do rack.

- Não devia trabalhar tanto. Faz mal para a saúde. – minha mãe disse colocando o petisco na boca.

-Mãe, pelo amor de Deus. – eu disse retirando o terno.

- É verdade! Seu pai teve um ataque por causa de trabalho uma vez.

- Emma... Acho melhor levarmos você ao médico. - meu pai disse rindo com  a pequena asneira que minha mãe acabará de falar.

 - Ben... Não vou discutir com você.

Ele levantou a sobrancelha se ajeitando no sofá.

- Vocês ficaram sabendo que o James e a Elizabeth foram para Boston? – minha mãe disse esfregando a batata no molho.

- Não. – eu disse me sentando na cadeira.

- É aconteceu alguma coisa com a filha deles... Eu não perguntei o que era e nem Elizabeth me disse, mas parece que foi urgente, nunca vi alguém arrumar as malas com tanta velocidade. –ela disse comendo

Isso me alarmou, o que poderia ter acontecido de tão urgente?

- Mas, o que ela disse limitadamente quando voltou é que estava tudo bem. E que Summer viria pra cá a negócios novamente.

Isso me animou de uma maneira incrível.

Eu podia sentir o meu coração começando a bater novamente com isso.

- Quando ela vem? – tentei não parecer animado demais.

-Em alguns dias ou semanas, não sei ao certo.

Ela disse dando os ombros.

- Mas que projeto é esse que anda trabalhando? – meu pai me perguntou na esperança de desviar do assunto que estava me interessando demais.

- É uma expansão de uma loja. Lucky. Vou ganhar muito nessa expansão. – eu disse demonstrando uma falsa animação.

- Que bom! E o que seria essas lojas? – minha mãe se meteu na conversa.

- É uma joalheria na verdade. Com joias caras. Muito caras. – eu disse me lembrando da vez que fui até Cleveland, me lembrando de quando fui construir a primeira loja. As joias eram mais caras que a minha casa.

- Tenho uma festa de inauguração depois disso. – eu disse com o desanimo evidente em minha voz.

Nicole saiu da cozinha e se juntou a nós.

- Já tem a roupa para a festa? – perguntei tentando forçar a imagem de tudo tranquilo entre nós.

- Você comprou comigo semana passada. – sua expressão cética não ajudava – O jantar está servido.

Seria uma longa noite.

Mas eu já tinha uma esperança brotando em mim.