The Light Of The Dark escrita por QueenJane


Capítulo 3
The Thirst Pain


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura ^^



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Li até sentir minhas pálpebras se tornarem mais pesadas. Maldito Alec, acabando com os meus horários. Levantei-me e senti meio tonta, a vista se escureceu por alguns instantes, assim que me recuperei vi que já estava em braços de aço, não preciso nem adivinhar.

- Você está bem? – perguntou Alec parecendo preocupado.

- Estarei melhor se me soltar. – respondi secamente. Ele mal-humorado me soltou.

- Você estava prestes a cair no chão, eu não poderia deixa-la cair assim. – Alec disse sacudindo os ombros.

- Poderia me deixar cair sim, nada me aconteceria, não sei se lhe contaram, mas a minha pele é tão resistente quanto a sua. – eu disse aos murmúrios como se fosse algo secreto.

Alec revirou os olhos e aproximou-se de mim tão rápido que mal notei. Ele ia colocar suas mãos em meu rosto, porém consegui me afastar rapidamente.

- Qual é o seu problema? – questionou Alec.

Eu o olhei surpresa.

- Você era tão doce e meiga comigo quando estávamos em Forks e em Hanover, aqui você está fria e indiferente. Parece me odiar. – Alec agora estava de cabeça baixa.

- Alec você matou, me ameaçou usando quem eu amo para me trazer até aqui. O que você queria? Confetes? Que saísse alegremente segurando sua mão para passearmos por ai? – disse amargamente cada palavra em sua cara, o desejo que eu tinha era de que ele sentisse a dor que eu sinto, a cada minuto longe de Hanover.

Alec e eu ficamos sustentando o olhar por algum tempo sem nada dizer.

- Fiz por amor e não. Não me arrependo. E não pense que essa sua atitude me maltrata, é preciso mais. E que fique claro, sou persistente. Se depender de mim, você ficará aqui por toda a eternidade. – Alec disse antes de retirar.

Mantive a expressão fria a todo momento, porém assim que Alec saiu essa máscara se desfez em lágrimas. Fiquei em um cantinho qualquer aos prantos. Se depender de mim, você ficará aqui por toda a eternidade. Eu prefiro a morte, mas não ficarei aqui mais que os 31 dias combinados. Fiquei por um tempo que não pude distinguir para que eu recuperasse minha calma, quer dizer minha máscara. Decidi ir para o quarto, me sentia cansada e fraca. Fiquei na cama fitando o teto. Algo estava me incomodando, a garganta doía e estômago fazia alguns sons estranhos. Talvez fosse a falta de algo que me fortalecesse, fazia dois dias que eu havia caçado e depois disso não me alimentei de mais nada.

O estômago apesar dos sons não me incomodavam em nada, o que parecia gritar era a dor na garganta. Comecei a me concentrar nos sons e cheiros, vinha algo se aproximando, numa mistura de cheiros, porém havia um em particular atraente. A porta se abriu e lá estava a humana com uma bandeja novamente, ela não desistiam mesmo. Mas o engraçado era que os meus instintos agradeciam sua presença, era muito bom ela estar aqui.

- Olá Renesmee, trouxe uma refeição a você espero que goste. – ela disse analisando-me receosa, havia algo em minha expressão amedrontando-a.

Eu a olhava analisando cada veia por trás de sua pele, as que estavam em seu pescoço saltavam, podia ouvir seu coração pulsar lentamente. Senti minha boca salivar a dor era insuportável.

A moça ia em direção da porta, mas de algum modo não sei explicar eu a encurralei na parede. Minha boca já estava aberta a centímetros de seu pescoço. A humana começou a gritar e me fez cair em si. Eu agora a olhava chocada, eu estava prestes a cometer um crime.

- CORRA! SUMA DA MINHA FRENTE! – gritei para a humana. E ela obedeceu saiu correndo aos prantos.

Eu estava ficando louca, nunca havia ficado tanto tempo sem nenhum tipo de alimento sendo humano ou não. Mas mesmo a presença da bandeja, a humana pareceu ser a opção mais apetitosa. Eu estava com medo de mim mesma. Comecei a andar de um lado para o outro tentando me acalmar.

Aro olhava-me um pouco surpreso, podia ler isso em sua face.

- Desculpe. – sussurrei.

- Pelo o que? – questionou Aro parecendo confuso.

Agora confusa estava eu.

- Quase matei sua serviçal, um acidente. – respondi.

Aro riu, me causando um pouco de raiva.

- Querida Renesmee por que tanto receio? Pode mata-la quando quiser, fique a vontade. – Aro disse ainda rindo.

Juro que nesse instante o desejo de atirar a bandeja na cara de Aro foi enorme.

- Ela pareceu estar em pânico. – comentei pensativa.

- Provavelmente porque pensou que fosse inofensiva e também sabia que iria morrer, ela sabe que você não é venenosa. – Aro respondeu. – É notável que o auto-controle é algo que está no sangue, seu pai era extremamente cuidadoso ao lidar com sua mãe. E o sangue dela era tão especial, era doce mais doce que normal. Incrivelmente atraente.

Esse papo de sangue estava aumentando a minha dor de garganta, decidi me sentar na cama de cabeça baixa, fechei os olhos, inspirando e expirando profundamente. Aro retirou-se sem mais nada a acrescentar. Melhor assim. Acabei caindo no sono, não sei por quanto tempo dormi, porém ao abrir os olhos me deparei com Alec.

- Como é agora todo dia terei que acordar olhando para você? – perguntei azeda.

Alec sacudiu os ombros, ignorando minha pergunta.

- Trouxe algo para você, você está com sede, fui buscar algo. – Alec se levantou e foi até a porta e trouxe uma mulher. Ele murmurou algumas coisas para ela, e a mulher por sua vez sentou-se na minha frente.

- Pode se alimentar. – disse a mulher inclinando seu pescoço.

Olhei da mulher para o Alec.

- O que pensa que está fazendo? – perguntei incrédula.

- Lhe fornecendo refeição. – respondeu Alec como quem dizia algo óbvio demais.

- Você sabe muito bem como funciona a minha dieta Alec. Sou vegetariana. – disse um pouco sufocada, minha garganta estava em brasa.

- Você está em Volterra. – acusou Alec.

- Mas não por opção, sou uma Cullen. Não tente mudar isso, é impossível. – eu disse agora desviando meus olhos de Alec e daquela mulher quem nem sabia o que estava fazendo.

E então surgiu o grito histérico da mulher e o cheiro envolvente de seu sangue envolveu. Quando olhei vi Alec com os lábios e dentes vermelhos, o sangue da mulher escorria por sua pele sujando sua roupa.

- Sinta o cheiro Renesmee, o sabor é maravilhoso nada se compara. Prove! – disse Alec com a voz fria.

Eu estava com medo, meu corpo queria ceder, ir e aproveitar o restante de sangue que havia em seu corpo, mas havia coisas maiores, minha família eu jamais os desapontaria dessa forma. Destruir a vida de uma humana, seus sonhos, tirá-la de circulação. Isso é cruel desumano, poderia ter uma parte vampira sobre mim, mas jamais essa parte me dominaria. Jamais.

Os gritos da mulher foi diminuindo, ela foi enfraquecendo, suas íris perdendo o brilho, sua pele cada vez mais pálida. Até que por fim ela caía no chão com os olhos vidrados em mim, ouvi a última batida de seu coração fraco quase um sussurro e a última lágrima saindo de seus olhos.

Os soluços vinham descontrolados, a máscara caíra mais uma vez, eu abraçava o travesseiro solitária, me senti inútil não havia como salvá-la se eu me aproximasse poderia mata-la facilmente. A dor na garganta não era a única que me incomodava, nunca me senti tão exposta, brincavam comigo como fantoche, era tão injusto...

- Renesmee! Eu não queria... – Alec disse se aproximando de mim rapidamente, mas antes que ele viesse dizer algo mais estúpido eu dei-lhe um chute na barriga fazendo-o chocar-se contra a parede.

- EU ODEIO VOCÊ! SEU MONSTRO! ODEIO! ODEIO! ODEIO! – gritei histérica.

Alec olhava-me assustado, não revidou o chute, ficou ali parado sem qualquer reação. Aro entrava no quarto na presença da esposa Sulpícia e de dois guardas. Sulpícia fez menção de ir até mim, porém foi impedida por Aro e os guardas que se colocaram à frente de ambos.

- Aro é só uma criança, ela não fará nada comigo. – disse Sulpícia rispidamente. Ela soltou-se de Aro, passou pelos guardas, e fez algo que me surpreendeu, algo até humano demais para eles. Ela me abraçou e balbuciava palavras de conforto. Não era como a mamãe, mas aos poucos eu me sentia mais calma, pelo menos os soluços não existiam mais. Aro solicitou que tudo fosse limpo imediatamente, não fez muita diferença o cheiro de sangue estava impregnado em todo lugar. Minha vida estava de cabeça para baixo, de um conto de fadas fui parar em uma história de terror. O pavor que corria por cada centímetro do meu corpo só eu sabia e quando voltasse, jamais pensaria qualquer coisa a respeito disso, ninguém em minha família ficaria satisfeito.

- Seu autocontrole é fascinante. Como com tanta sede consegue resistir? – questionou Aro.

- Não pense que é fácil Aro... Não tem idéia do que está se passando comigo. – eu disse entredentes.

- Ela é forte Aro mais do que muitos aqui. – Sulpícia disse sem largar-se de mim. - Teremos então de providenciar o que realmente ela precisa. Senão ela definhará...

Ela tinha razão, eu me sentia fraca a cada minuto que se passava, talvez até mesmo alimento humano seria bem vindo. Toquei o rosto surreal de Sulpícia pedindo comida.

- Vou providenciar criança... Está melhor? – perguntou-me ela.

Eu balancei a cabeça positivamente. Aro e Sulpícia, assim como os guardas se retiraram, restando apenas Alec. Ele me olhava sem nada dizer, eu me abracei fortemente ao travesseiro, evitando encontrar-se com seus olhos de rubi. Não sei por quanto ficamos ali em silêncio. O clima era perturbador, tenso e desconfortável.

- Lamento, minha intenção não era... – começou Alec a dizer. Porém não me interessava nem um pouco saber o que ele tinha a dizer.

- Não me interessa saber que lamenta Alec, você diz gostar de mim... – eu ri sem humor algum. – Que maneira estranha de gostar de alguém, você só me faz sofrer, só sabe fazer o mal a mim. A cada instante que passa eu só tenho mais pena de você. Você é um monstro, cruel e sem coração, que não merece o amor de ninguém. – o olhei séria.

Era a primeira vez que via Alec literalmente derrotado, ele abaixou os olhos e caminhou até a porta, antes de sair disse:

- Parabém agora sim doeu aqui. – Alec tocou no lado esquerdo no peito onde deveria ter um coração.

Alec era bom ator. Logo estaria ali para atormentar a minha vida. Era apenas uma questão de tempo.

Não demoraram muito para trazer algo para mim. A bandeja veio farta com macarronada, suco de laranja, frutas e pudim para a sobremesa. Talvez pela fome, mas por incrível que pareça estava tudo muito bom. Delicioso. Negociei com Aro, quando eu poderia caçar, e ele concordou que em breve isso seria possível, mas que por segurança alguém da guarda me acompanharia. Segurança de que eu não fugisse deles, óbvio.

Os dias passavam-se arrastados, ocupava-me em ler, algumas vezes na sala principal conversando com Aro, Caius e Marcus, na verdade os dois últimos não falavam muito, apenas assistiam-me conversar com Aro, outras vezes ficava na companhia de Sulpícia descobri que ela era amante das pinturas em tela, ela era uma artista, que estava escondida sobre essas paredes.

Alec simplesmente sumiu de minha vista, pelo menos nestes dias que se passaram não o encontrei. Eu achava tudo isso ótimo, pude sonhar sem a interferência de ninguém. Não senti falta dele, pelo contrário me senti mais a vontade em ficar ali sem ninguém me espreitando o tempo todo.

Já faz doze dias que eu estava ali, e Aro ainda continuava a fugir toda vez que eu mencionava algo a respeito da minha caça. Ele insistia em sangue humano eu sempre o recusava. Será que eles nunca iriam desistir? Eu não provaria o sangue humano, bebi quando bebê, porém a partir do momento em que minha família ensinou-me a caçar nunca mais o bebi. E assim iria ser.

Estava tudo muito tranquilo, calmo até demais. Porém essa serenidade tinha prazo limitado, foi o que pensei assim que vi Jane no meu quarto pela manhã. Ela era tão pequena, como tia Alice, tinha uma face angelical, uma criança... Mas com poder suficiente para deixar alguém como tio Emm com o rabo entre as pernas. Ela entrou sem nada dizer, e começou a andar em círculos ao redor de mim, olhando-me. Pensei em fazer um comentário à base de sarcasmo, porém eu não o faria, Jane não pensaria duas vezes em usar o poder dela contra mim.

- É tão parecida... Se não fosse pelos olhos... – murmurou Jane.

- Desculpe? – perguntei como quem se desculpava por ter distraído a uma pergunta.

- Nada. – respondeu Jane agora ela estava parada diante de mim. – E então o que fez a Alec? – questionou-me.

Essa pergunta me deixou confusa, não seria correto perguntar o que o Alec fez a mim? Levaria longos minutos para respondê-la.

- Não compreendo o que quer dizer com o que eu fiz? – perguntei educadamente.

- Ele mudou desde que aceitou essa missão do Aro e há alguns dias anda estranho. Ouça bem Cullen, sua mãe não está aqui para protegê-la... E eu não pensarei duas vezes em fazer algo a você. – sua voz soava infantil, mas era cortante e letal. Jane olhou por alguns instantes séria e de repente sorriu.

E foi então que senti dor em cada extremidade do meu corpo, era insuportável. Cai no chão, rangendo os dentes, evitando gritar. Faça parar, faça parar, pensei com toda a força em meio a demasiada dor. O meu desejo foi atendido, me levantei ofegante e ao contrário do que imaginava encontrar: Jane com ar de vitoriosa, superior, ela olhava-me com um ódio e uma certa cautela. Fazendo-me ficar mais confusa ainda. Ela saiu sem mais nada dizer e eu fiquei ali perdida entre perguntas e mais perguntas. Aro chegou ao quarto posteriormente, não disse nada, apenas tocou a minha mão. Para mim não era novidade ele fazia isso com frequência.

- Aro. – chamei-o despertando Aro de seu transe.

- Sim? Diga pequena Renesmee. – respondeu Aro.

- Eu sei que insisto demais, mas eu preciso caçar. É uma necessidade. Por favor. – pedi suplicante.

Aro ficou calado, afastou-se de mim, pensativo. Pareceram minutos eternos.

- Estou lhe negando isso há muito tempo, sabe das condições para sair daqui não é? – disse Aro.

- Perfeitamente, tem minha palavra Aro, independente do que seja eu voltarei. – respondi prontamente.

- Está bem, então essa noite apronte-se, tem minha permissão para sair... Por algumas horas.

- Obrigada Aro. – sorri com naturalidade. Algo que não fazia há tempo, ser verdadeira nos gestos. Meu dia foi tedioso, como sempre, porém a idéia de sair um pouco daquilo tudo me deixou feliz, ficar próxima a natureza, ter um pouco de ar puro. Mesmo com dois trogloditas me escoltando, nesse caso Felix e Dimitri. Após longos minutos de blá blá blá do Aro, suas orientações e outras coisas mais totalmente desnecessárias, fomos liberados para sair.

Já era tarde da noite, as ruas estavam inteiramente desertas. Caminhávamos devagar, a fim de evitar qualquer suspeita casa algum humano nos visse me permitindo, assim, observar a pequena cidadezinha que me cercava, era notável que a história da cidade era preservada nos mínimos detalhes. Casas antigas, assim como pequenos comércios, era bem cuidada, tinha certo encanto. Incrível como por trás daquela cidade simples havia a Dinastia Volturi, a união dos vampiros mais temidos de todos. Poderia ser surreal aos olhos humanos, mas na vida de Renesmee Cullen isso nada mais é que coisas da rotina.

Passamos pelos portões e grandes muralhas que cercavam a cidade. Dimitri e Felix sugeriram que fôssemos seguindo o trajeto longe da pequena estrada que havia, assim podemos correr na velocidade comum e agradável a todos, percorremos uns 100 km até que víssemos de fato grandes árvores. Por um momento achei que teria que correr um pouco mais, naquela região pareciam se dedicar apenas em plantar vegetações rasteiras.

- Pronto aqui estamos. – comentou Dimitri parecendo entediado.

- O que vai caçar? Coelhos? – comentou Felix rindo debochado.

Revirei os olhos ignorando a piadinha sem graça que acabara de ouvir. Preferi manter o foco em coisas mais interessantes, havia diversas coisas na verdade, o cheiro das folhas, do chão úmido, da água, de vários seres. Era natural que os animais recuassem quando havia vampiros, éramos inimigos, não me preocupava muito de se eles ficassem às escondidas tornava a caça divertida. Fechei os olhos deixando-me levar pelos instintos. Fiquei ali alguns minutos analisando minhas possíveis presas, optei primeiramente por uma raposa, bebi tão rápido seu sangue que quando finalmente estava apreciando o sabor, o sangue já havia acabado. Joguei o animal em um canto qualquer e fui procurar outro. Um em especial atraiu minha atenção, era grande então repleto de sangue, tinha um aroma maravilhoso com certeza era um carnívoro, meu próximo alvo. Aproximei-me dele lentamente, sorri satisfeita ao descobrir que era um urso e ele assim como eu estava se alimentando. Resolvi brincar um pouco afinal ele não me faria mal algum, tentou me morder me arranhar sem sucesso, por fim decidi beber seu sangue, era delicioso e abundante com certeza depois dessa caça eu ficaria bem nos próximos dias. Já estava quase terminando beber o sangue do urso quando notei uma névoa nos cercar. Dimitri e Felix já olhavam para os lados procurando rastros ou sinal de perigo quando misteriosamente eles caíram do chão inconscientes. Tentei fugir, porém havia uma força maior mantendo-me presa ali. Vi o vulto de alguém passar rapidamente, eu procurei e nada vi, fiquei em silêncio a espreita de qualquer coisa que aparecesse. Até que por fim o misterioso por fim resolveu aparecer. Na verdade a misteriosa, era uma jovem aparentemente da minha idade, cabelos cacheados cor cobre que iam até sua cintura, face pálida e tinha olhos azuis, não era uma vampira... Então o que era ela especificamente?

- Poderíamos ser irmãs sabia? – comentou a jovem olhando-me da cabeça aos pés.

Meus olhos se dirigiam para Dimitri e Felix que ainda estavam caídos, ela percebeu isso.

- Não se preocupe com eles, logo estarão de pé novamente e não se lembrarão de nada. – respondeu a jovem ignorando-os. – Você é um tanto incomum, mas está na companhia deles, é uma Volturi?

- Não. – respondi parecendo um pouco ofendida.

- Mas está com eles. – disse a jovem em um ar acusador.

- Afinal, quem é você? – perguntei.

A jovem hesitou por alguns instantes.

- Você não respondeu minha pergunta. – disse a jovem.

- Nem você à minha. – retruquei.

O rosto da jovem distorceu-se um pouco, pareceu aborrecida.

- Não está em condições de negociar sabia? Poderia matar você em milésimos de segundo. – disse a jovem ameaçadora.

- Experimente! Você iria arrumar seríssimos problemas se fizesse isso. Por falar nisso Aro já deve estar sentindo minha falta não me surpreenderia se ele já estivesse a caminho muito bem escoltado para verificar o porquê da minha demora. – comentei parecendo o mais natural possível. Incrível como a cada dia que se passava eu estava me tornando mais suicida.

A jovem recuou um pouco, porém rapidamente recuperou seu ar de garota má.

- Sorte sua eu precisar de você ainda, só quero que me responda uma coisa. Alec está lá? – questionou a jovem.

Então ela conhece o Alec... De onde será?

- Sim, por quê? – respondi.

- Quando vier caçar novamente, traga-o. – disse a jovem, a névoa tomou o local, impedindo-me de vê-la. Quando por fim a névoa desapareceu a jovem havia desaparecido, e Dimitri e Felix já estavam conscientes novamente. Como ela prometera, eles não se lembravam de nada.

- Pobre urso. – riu Felix tocando o urso com um dos pés. – E então? Vai caçar algo mais?

Eu sacudi os ombros sem ao certo o que fazer, a sede estava completamente saciada, o dor em minha garganta havia praticamente desaparecido. Além do mais diante do que acabara de acontecer era mais racional que voltássemos à Volterra e questionar ao Aro o fato ocorrido. Pelo que me pareceu era algo a ser resolvido entre a jovem e Alec, eu não tenho nada a ver com essa confusão seja lá que seja. Decidi que eu já estava bem que poderia partir, seguimos o mesmo caminho pelo qual viemos. E logo que cheguei a Volterra, Aro já estava a minha espera e sorriu abertamente quando me viu passar pelos portões da sala de visitas.

- Gostou do passeio? Fez uma boa caçada? – perguntou Aro.

- Sim, encontrei uma raposa e depois um urso pardo. – comentei despreocupada.

Marcus mostrou certo interesse nas minhas palavras.

- Deve ser fascinante vê-la caçar. – disse Caius.

- Com toda a certeza irmão. – disse Aro estendendo sua mão para mim.

Eu estendi minha permitindo todos os meus pensamentos, Aro pode ver o encontro com a estranha na floresta e de repente olhou-me assustado com o que viu.

- Venha comigo, adorada Renesmee. – disse Aro conduzindo-me. Levando-me até um escritório, nunca havia o visitado. Lembrava algumas coisas do escritório do vovô, porém era mais amplo e não havia aquela cruz estranha e enorme. Pude identificar um quadro no qual havia o vovô retratado nele, junto com Aro, Caius e Marcus. Lindo como sempre, fiquei olhando para o quadro por um bom tempo.

- Ela voltou... – sussurrou Aro pensativo.

- Como? – perguntei.

- Apesar de ter visto com tanta clareza tudo, gostaria que me contasse Renesmee. – disse Aro.

Narrei o meu rápido encontro com a jovem misteriosa, Aro ouviu a tudo com muita atenção sem deixar escapar nenhum gesto meu, nada.

- Você a conhece? – deixei escapar a pergunta.

Aro demorou um pouco para responder.

- Sim, e estou amargamente desgostoso em saber que ela está viva, na verdade nem sei como ela está viva, como se mantém... – Aro parecia uma estátua, a única coisa que se mexia eram seus lábios, ele não olhava em meus olhos parecia procurar nexo encaixar peças.

- Ela não é vampira, eu acho, quer dizer, seus olhos eram azuis... Mas não é humana... Nunca vi nada igual. – instiguei Aro.

- Sabe Renesmee há muita coisa que não conhece, criaturas raríssimas, eu pensava que já estava extinta. – resmungou Aro.

- O que ela é exatamente? – perguntei curiosa, na verdade as respostas vagas de Aro estavam me irritando.

- Bruxa. – ele disse por fim.

Bruxa? Isso existe? As únicas bruxas as quais eu estava acostumada eram as dos livros, sempre más e feias, exceto a feiticeira do conto A Bela e a Fera.

- Bruxa? – perguntei surpresa.

- Na verdade todas foram queimadas no século XVI, mas parece que me enganei. – Aro respondeu.

- E ela parecia muito interessada em Alec, qual a relação entre os dois? – questionei.

- Eu salvei o Alec de ser queimado junto com ela, eram próximos. Mas há algo importante Renesmee, ele não faz idéia de que ela está viva. Para mim ela estava morta. – alertou-me Aro.

Flashback on

A vivência dos irmãos Jane e Alec junto com os Volturi foi promissora e harmoniosa, Alec estava satisfeito, porém mesmo com a cortina lamacenta impedindo em parte a visão de suas lembranças humanas, ele sempre se pegava pensando nela, ele perdera sua vida por ela. Sophie, o que teria lhe ocorrido? Essa pergunta o assombrava mais e mais ao passar dos meses. Certa noite, aproveitando a ausência de Jane, Alec aproveitou para conversar com Aro a respeito desse assunto.

- Mestre. – disse Alec reverenciando-se à Aro.

- Há algo que anda me afligindo há tempo... – começou Alec sem jeito.

- Conte-me o que o aflige, talvez eu possa ajuda-lo. – incentivou.

- Minhas lembranças humanas andam sendo esquecidas, muito eu já não lembro mais, porém há uma pessoa da qual sempre me recordo, por quem me sacrifiquei... – disse Alec.

- Lamento meu rapaz, quando cheguei ao local onde se encontravam você e sua irmã havia apenas vocês dois e ninguém mais. – disse Aro fingindo-se triste. – Seja lá quem esteve lá, com certeza foi executada, lamento.

Aro nunca se preocupou com aquela mentira, com certeza aquela feiticeira era um nada. Também previa que com o tempo Alec se esqueceria de muitas coisas, desprendendo-se da vida humana, uma vez que isso não importaria muito com o passar do tempo.

Flashback off

- Ela pode ser considerada um perigo? – perguntei.

- Não sei, ela é um mistério, não sabemos o que ela pretende... Talvez eu facilite as coisas para ela deixar que ela encontre-se com Alec, contudo eu não poderei ir... Teria de ser você. – disse Aro.

- Eu? – perguntei surpresa.

- Sim, ficarei imensamente grato, seja meus olhos e meus ouvidos. Há algo também que gostaria que fizesse por mim. – disse Aro agora me olhando.

 Aro me pedindo favores? Isso parecia um universo alternativo. Eu é que deveria estar nesse lugar, na verdade gostaria muito de um favor de Aro: minha liberdade para me mandar daqui. Eu o olhei sem nada dizer, creio que ele interpretou isso como um: “diga, o que deseja”?

- Talvez seja demais para você, porém você parece exercer algum tipo de encanto sobre ele, converse com ele, sutilmente, obtenha informações dele, se houver, sobre sua vida humana, se ele ainda pensa a respeito. Transmita confiança a ele. – disse Aro.

Isso era uma coisa que poderia ser feita por ele mesmo, ora! Aro poderia muito bem, através de seu fabuloso dom, obter informações muito mais consistentes. Sem contar que a minha distância e do Alec estava muito agradável e saudável.

- Mas talvez você seja melhor nisso, não? Quer dizer... Você e o seu dom. – disse educadamente.

- Ele poderia desconfiar... E não quero que ele saiba até o momento certo chegar, Renesmee não conte nada. Entendido? – questionou Aro autoritariamente.

Balancei a cabeça em gesto afirmativo.

- Aguardarei por novidades. Venha assim que souber de algo. – Aro disse com um tom de fim de conversa.

Se já não bastava eu ficar ali à mercê de ameaças diárias, teria também de bancar a espiã e justamente com a pessoa com quem eu menos queria falar no mundo: Alec Volturi. Isso seria demasiadamente trabalhoso e cansativo, com certeza requerendo muita dissimulação.


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Notas finais do capítulo

Bom não sei vocês, mas em particular a autora AMOU esse capítulo... Não sei vocês, mas espero que gostem =*



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