Hoje meu pai e eu vamos sair, vamos ir a um restaurante. Ele está de aniversario e queremos comemorar. Minha mãe morreu três anos atrás, num acidente. Vou me apresentar, meu nome é Isabella, mas prefiro que me chamem de Bella. O nome do meu pai é Charlie.

Nós estávamos indo para o restaurante, estava chovendo bastante, mesmo assim meu pai insistiu em sair. Ele estava tendo dificuldade de enxergar, pois a chuva atrapalhava. Pedi varias vezes para ele diminuir a velocidade, mas ele não me ouvia, dizia que estava tudo bem.

---Pai, não é melhor parar o carro? ---Perguntei.

---Não, esta tudo bem.

---Pai, por favor, encosta o carro, pai... Pai... PAI! ---Gritei, depois disso, senti uma dor muito forte na cabeça e a escuridão tomou conta.

Quando eu acordei, estava numa cama de hospital, olhei para o lado, um homem loiro, muito lindo estava me olhando, a minha cabeça voltou a doer.

---Olá Isabella, como você está se sentindo? ---Perguntou ele, com um lindo sorriso.

---Onde esta o meu pai? Quantos dias eu estou aqui?

---Você esta aqui há dois dias.

---E o meu pai? Ele esta bem? Esta aqui ou em casa?

---Desculpa, Isabella, infelizmente o seu pai não resistiu.

---O que? Meu pai mo- morreu? ---Perguntei, com as lágrimas transbordando de meus olhos.

---Desculpa Isabella, esta na hora de você dormir.

---Não, por favor, doutor NÃO! ---Falei, ele injetou algo na minha veia, tudo foi se apagando aos poucos, ate a inconsciência tomar conta de mim.

Não sei quanto tempo fiquei dormindo, só se que quando eu acordei, eu tentei abrir os olhos, as minhas pálpebras estavam muito pesadas, parecia que alguém as segurava. Eu comecei a ouvir alguém conversando.

---Pai, ela esta bem? ---Alguém perguntou.

---Calma minha filha, tenho certeza que esta, só que eu tive que sedar ela, pois ela teve fortes emoções nos últimos tempos.

---Eu vou ficar aqui até ela acordar, mas como ela vai ficar?

---Como assim filha?

---Pelo que eu sei, ela perdeu a mãe três anos atrás, e agora perdeu o pai, e se ela não tiver mais ninguém? ---Nessa hora eu abri os meus olhos.

---Vou cumprir a promessa que fiz a Charlie. Oh Isabella, você já acordou, como esta? ---Perguntou o doutor.

---Um pouco melhor, sem nenhuma dor, mas ainda muito triste.

---Bom, eu queria perguntar se você tem mais alguém com quem ficar?

---Não. ---Falei, com meus olhos enchendo de agua.

---Qual a sua idade Isabella? ---Perguntou uma menina, um tanto baixinha, com cabelos castanhos, curtos e espetados.

---Tenho dezessete anos.

---Prazer, meu nome é Alice!

---Filha, agora não é hora de apresentações. ---Falou o médico.

---Doutor, eu queria saber o que aconteceu.

---Bom, pelo que os policiais disseram, seu pai perdeu o controle do carro devido à chuva muito forte, o carro capotou e bateu em uma arvore, o seu pai teve que ser submetido a uma cirurgia, mas ele não resistiu. Você apenas bateu com a cabeça, que te deixou inconsciente, mas felizmente você não teve ferimentos graves.

Não, isso não podia estar acontecendo comigo, primeiro perdi minha mãe, só consegui superar com a ajuda do meu pai, e agora perdi meu pai, como eu superarei isso? Eu não tenho mais ninguém no mundo, será que vou ter que morar sozinha?

Comecei a chorar, dessa vez eu estava sozinha, eu não vou conseguir viver, só irei sobreviver. Eu era feliz com meus pais, até um idiota bater no carro da minha mãe, e a matar. Agora quando eu estava conseguindo a minha felicidade de volta, perco meu pai.

O que vai ser de mim agora? Não tenho ninguém, tenho apenas dezessete anos, minha vida acabou, eu não quero continuar vivendo, irei viver para que? Eu não tenho meus pais para me dar conselhos, me dizer o que fazer, o que não fazer, me dar carinho, amor.

Ouvi duas batidas na porta, disse para entrar, era o doutor novamente, eu preciso saber o nome dele.

---Isabella... ---Chamou ele.

---Bella. ---O interrompi.

---Bella, meu nome é Carlisle Cullen, mas pode me chamar apenas de Carlisle. O seu pai chegou consciente ao hospital, ele era meu amigo há muito tempo, ele disse que infelizmente não teve a oportunidade de me apresentar a você, mas entes dele ir para a cirurgia, ele pediu para que eu prometesse cuidar de você, foi o que eu fiz. Prometi para ele que eu seria como um pai para você, e eu queria saber se você aceita ir morar na minha casa?

---Eu... Eu não sei... Eu... Acho que sim... Não vou incomodar?

---Claro que não, você ganhará alta amanhã pela manhã, e então ira direto para a minha casa, minha filha tomou a liberdade de ir ate a sua casa e pegar algumas roupas para você.

---Não me importo.

---Okay, com licença, preciso sair qualquer coisa, é só me chamar.

---Okay obrigado.

Depois que ele saiu, eu coloquei meu cérebro para funcionar e absorver as informações. Primeiro, eu iria para a casa de um velho amigo de meu pai, o Doutor Cullen, ou como ele prefere ser chamado, Carlisle.

Segundo, eu moraria lá, pelo menos, eu sei que ele tem uma filha, ela aparenta ter a mesma idade que a minha, e é muito simpática. Eu não sei direito o que fazer o que pensar ou como agir.

Ouvi alguém bater a porta, disse para entrar, era aquela menina que estava aqui quando eu acordei como ela se apresentou Alice.

---Oi! ---Disse ela, bem animada.

---Oi. ---Falei.

---Bom, meu pai não deixou terminar de me apresentar, me chamo Alice Cullen, tenho dezessete anos.

---Oi Alice, me chamo Isabella Swan, mas prefiro que me chamem apenas de Bella.

---Oi Bella. Eu não vejo a hora de você sair daqui, e ir para minha casa. Eu queria te avisar que você tem que estar preparada quando for para lá. Eu tenho um irmão gêmeo, o Edward, meus primos, também gêmeos moram com a gente, pois perderam os pais aos seis anos de idade, são o Jasper e a Rosalie. Eu tenho ainda um irmão mais velho, o Emmett, ele é um ano mais velho, mas tem a mente de uma criança de sete anos. ---Ela disse e riu, ri junto com ela.

Ficamos conversando um pouco, ate uma enfermeira trazer algo para eu comer, e depois me forçar a dormir. Eu fiquei o resto da noite apagada. Ao acordar pela manhã, a Alice já estava lá, ela me mandou vestir uma roupa que ela trouxe, e depois eu fui ao banheiro fazer minha higiene pessoal.

Eu parei na frente do espelho, comecei a pentear os meus longos cabelos castanhos, que ficavam com ondinhas, depois encarei meus olhos no espelho. Eu nunca vi meus olhos cor de chocolate tão triste, tão sem brilho, tão sem vida.

Saí do banheiro, ela me pegou pela mão e me arrastou pelo corredor do hospital, ate chegar ao Carlisle, ele assinou um papel e me liberou para sair. Eu e Alice fomos até um Porche preto, entramos no carro, ela começou a dirigir.

Durante o caminho, eu comecei a me lembrar dos meus momentos felizes com meus pais, minhas lagrimas começaram a trasbordar. Rapidamente as sequei e me obriguei a esquecer dessas lembranças. Ela parou o carro, eu levantei a cabeça, era uma linda casa, ou devo dizer mansão, era branca, com algumas paredes de vidro.

Nós descemos, fomos para dentro da casa, ela me conduziu até um quarto lindo. Eu acho que a partir de agora, aquele será o meu quarto. Depois ela me levou para conhecer o resto da casa, quando chegamos na sala de estar, eu fiquei parada, de pé, encarando o lindo lugar.

---MÃE, A BELLA CHEGOU! ---Gritou Alice. Uma linda mulher de cabelos acobreados e longos undulados apareceu na sala.

---Olá querida, como vai? Me chamo Esme Cullen, sou a mãe da Alice. ---Falou ela.

---Olá. Eu sou Isabella Swan, mas me chame de Bella.

---Okay Bella, me chame de Esme.

Olhei para a escada, um lindo menino de cabelos acobreados e um pouco bagunçados estava descendo, atrás dele um menino enorme, muito musculoso, atrás desse, um menino loiro e atrás dele uma linda menina de cabelos longos, loiros e undulados.

---Oh crianças, que bom que vocês chegaram, se apresentem. ---Falou Esme.

---Oi Isabella, me chamo Rosalie, mas pode me chamar de Rose. ---Disse a loira.

---Oi, pode me chamar de Bella.

---Olá Belinha, meu nome é Emmett, a minha irmãzinha deve ter falado de mim para você! ---Disse o musculoso.

---Olá Emmett. Sim ela falou sim. ---Disse que você é o mais velho que tem a mente de uma criança de sete anos.

---Meu nome é Jasper, se você quiser me chame de Jazz.

---Okay Jazz.

---Eu sou Edward, e se você quiser me chame de Edward, caso você queira chamar de outra coisa, me chame de Edward. ---Disse o de cabelos acobreados.

---Ah Edward, como você é idiota. ---Falou Alice, mostrando a língua.

---Ei, sem brigas. ---Disse Esme.

Todos subiram de novo, eu fui para o meu quarto, só que dessa vez sozinha, abri meu closet, estava cheio de roupas, umas eram minhas, mas outras eu nunca tinha visto na vida. Eu sentei na cama, comecei a chorar, me lembrei do meu pai, minha mãe, e como éramos felizes juntos.

Estamos no inicio de agosto, ainda no inicio das férias de verão. Fui tomar um banho, o banheiro ficava perto do meu quarto. Peguei minha toalha e fui para lá. Pelo menos o meu xampu e meu condicionador preferido estavam lá. Eles têm cheiro de morango, minha fruta preferida.

Depois do banho fui me vestir, aí que lembrei que me esqueci da coisa principal, minhas roupas, me enrolei na toalha e torci para que ninguém estivesse no corredor. Abri devagar a porta do banheiro, olhei ninguém estava.

Eu estava andando rapidamente até meu quarto, mas para ir para o meu eu tinha que parar na frente de um quarto, que estava com a porta aberta, meu quarto é na frente daquele. Fui passar, e adivinha de quem era o quarto e quem estava lá dentro? Se você falou Edward Cullen, acertou. Ele me olhou, eu corei e entrei no meu quarto.

Quando cheguei dentro do meu quarto, tranquei a porta, fui até o closet e escolhi uma roupa. Era uma bermuda Jeans um tanto curtinha, uma blusa com mangas curtas azuis, e peguei uma sandália baixinha, enfeitada com flores brancas.

Depois disso penteei meus cabelos, decidi que não iria mais chorar, afinal, chorar não vai trazer meus pais de volta. Eu nunca vou me esquecer dos meus pais, mas também não posso me esquecer de viver.