Vienna escrita por BelBloom, BelBloom


Capítulo 4
3. Tears Dry On Their Own


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, obrigada mais uma vez pelos reviews!

¹ Foi mal pelo sumiço, ano de vestibular está aí e então, perdoem meus sumiços ;)

² No capítulo anterior eu deixei de postar o final dele (anta), eu já coloquei lá, então podem ler :D

Espero que gostem



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“A gente sempre se via que podia.

Não sei por que eu me apeguei tanto.

A responsabilidade é minha

Você não me deve nada.”
Tears Dry On Their Own – Amy Winehouse

Minha cabeça estava um pouco leve desde o almoço com Bella.

Mesmo que ela fosse uma droga, uma péssima droga, diga-se de passagem, eu precisava dela, ou apenas de um tempo ao seu lado, como havia sido.

Depois que comemos, jogamos conversa fora comendo sua torta e logo ela foi embora, dizendo que havia prometido que ligaria para sua mãe, que morava na Califórnia com o seu pai, e depois tinha que ir à casa de Alice.

Eu pensei seriamente se aquele dia não poderia ser um belíssimo dia para uma visita a minha querida irmã, mas essa idéia foi descartada quando percebi que eu não podia ficar me rastejando para ganhar atenção de Bella, mesmo que eu quisesse isso de uma forma que eu nunca quis nada na vida.

Com esse pensamento decidi que era um bom dia para visitas sanguíneas, eu sabia que Emmett não me colocaria para fora de casa se eu chegasse sem avisar, então o fiz.

Depois de quase ser chutado no meio das minhas pernas como boas-vindas, Emmett abriu seu maior sorriso e quase me abraçou, só não o fez porque eu havia atrapalhado uma transa dele com Rosalie.

Dispensei essa informação e o segui entrando em sua casa, encontrando uma Rosalie irritada e dengosa no sofá.

— Vai se foder Edward! — ela disse com raiva quando eu olhei para ela.

Não respondi por que eu não estava em condições de levar um chute no meio das pernas, porque com o olhar que ela lançou para mim, certamente ela nem pensaria duas vezes para praticar suas habilidades de chutes no meio das pernas masculinas alheias, como já havia feito diversas vezes com o seu irmão, Jasper.

Então me limitei a me sentar na poltrona oposta de onde ela estava.

— Como vocês estão? — perguntei dando um sorriso zombador em direção a Emmett, que trazia na mão duas garrafas de cerveja.

Levantei a minha mão para pegar uma garrafa, mas ele passou por mim e entregou a garrafa para Rose, e ficou com a outra.

— Ótima forma de receber visitas. — comentei antes de decidir procurar uma cerveja para mim na cozinha deles.

— Ótima forma de se comportar na casa dos outros! — Rosalie exclamou enquanto eu ainda procurava o abridor em sua cozinha.

Se eu não conhecesse Rose com certeza estaria encabulado como um garotinho e arrumaria alguma desculpa para ir embora, mas eu a conhecia e faria outra coisa para que ela pudesse ficar com raiva a ponto de me expulsar de sua casa.

Voltei para sala — com uma garrafa na mão — percebendo que a expressão que ela carregava no rosto havia sumido, dando lugar a uma expressão mais relaxada, o que eu sabia que era graças a algo que Emmett fez ou disse.

Preferi ficar com a opção de que ele havia dito algo, porque a opção de que ele fez algo com ela nos segundos que estava em sua cozinha era nojenta.

Sentei de volta onde eu estava e percebi o sorriso que Emmett estava me dando.

— O que foi? — perguntei curioso.

Ele balançou a cabeça negando sua resposta, e olhei para Rosalie que parecia atenta em engolir toda a sua cerveja.

Não quis continuar aquilo. Mesmo nunca ter contado para alguém que eu e Bella tínhamos algo, Emmett sempre pareceu perceber algo entre nós dois, e aquele sorriso misterioso parecia quase uma confissão.

O que não era bom, já que minha história com Bella estava de um jeito que nem quando estávamos fugindo das pessoas ao nosso redor estava.

— O que você veio fazer aqui, cunhado? — Rosalie perguntou logo após de ligar a televisão.

— Saudades. — respondi, e ela riu. — O quê? Não posso sentir saudades de vocês? — perguntei um pouco frustrado e chateado.

— Não é do seu feitio. — disse olhando para televisão, e Emmett balançou a cabeça.

Bufei com raiva. Eu estava fazendo tantas coisas que eu nunca havia feito, e isso estava me estressando.

Eu nunca havia me sentido tão sozinho. Eu nunca pedi tanto — mentalmente — para que Bella ficasse junto a mim. Eu nunca havia me importado com o que as pessoas estavam pensando de mim.

— Tanya está na cidade. — mudei de assunto, e os dois pararam automaticamente de olhar para a televisão para olhar para mim.

Ambos abriram as bocas para dizer algo, mas nenhuma palavra saiu de suas bocas. Rosalie apenas me lançou um olhar de raiva e Emmett parecia confuso.

Eu não sabia o motivo da reação dos dois, como meu irmão, eu também estava confuso, tanto que me surpreendi quando Rosalie finalmente falou.

— É aquela garota que estudava com você? — sua voz parecia ácida.

Eu ainda não estava entendendo sua postura, mas assenti querendo acabar logo com aquilo.

— Vocês vão se encontrar? — Emmett perguntou, já normal.

— Ela me ligou hoje, nós vamos almoçar na terça. — respondi olhando para a televisão. — Rose coloca no canal de esportes. — pedi fechando aquele assunto que parecia ser errado demais no momento.

Ela fez o que eu pedi, mas saiu da sala me dando um olhar mortal, que eu realmente não quis perguntar o motivo, porque parecia que ela faria em um segundo o que o seu olhar me prometia. Não que eu fosse medroso, mas mexer com Rosalie quando estava daquele jeito era uma das coisas que estavam na lista para nunca fazer.

Passei a tarde toda com Emmett, assistindo um jogo de basquete do nosso time Chicago Bulls contra Knicks, e como já previsto nosso time ganhou. Depois de mais algumas cervejas voltei para a casa.

No dia seguinte, a editora parecia que estava me castigando. Todos os trabalhos atrasados por conta da festa estavam quase dançando a minha frente, só não estavam por não ter espaço para outros que entravam em minha sala em uma velocidade que eu não estava conseguindo acompanhar.

Mas eu sabia que deixá-los para ao longo da semana era algo totalmente fora de questão, ainda mais quando eu iria pegar a tarde de folga no dia seguinte.

E somente quando percebi que eu não teria mais cabeça para resolver mais alguma coisa, eu saí e fui para casa, esperando descansar e recuperar o resto dos meus neurônios que existiam na minha cabeça.

A manhã de terça-feira estava um pouco melhor do que a de segunda-feira graças as minhas horas extras. Eu estava desligando o telefone depois de confirmar com Tanya o almoço, quando bateram na minha porta.

— Entre. — falei pedindo mentalmente que não fosse outra planilha, ou qualquer outra coisa que me fizesse atrasar.

E para minha surpresa, era Bella.

Ela veio até a cadeira que ficava a frente da minha mesa, e se sentou sorrindo, sem desviar nenhuma vez seu olhar do meu.

Um sorriso nasceu em meus lábios sem que eu pudesse controlar e me senti pela primeira vez no dia, um otário.

— Como você está, sumido? — perguntou com sua voz alegre.

— De novo essa história de sumido? — perguntei arqueando uma sobrancelha, fazendo-a dar de ombros. — Graças a festa eu só consegui sair daqui quase meia-noite daqui. — falei tentando explicar, mesmo que não fosse preciso.

— Caramba! — exclamou surpresa. — Ontem parecia um inferno mesmo. — murmurou olhando para suas mãos. — Eu ia te convidar para almoçar, mas não deu tempo, tive que pedir comida aqui mesmo.

Uma pontada de alegria me invadiu, e me senti mais uma vez otário.

Porque saber que ela iria me convidar para almoçar estava me dando uma sensação fodidamente boa, e era somente um almoço. Eu estava parecendo uma criança mimada, ou melhor, carente.

— Hoje já está melhor? — perguntei tentando combater o que eu estava sentindo.

A agradeci mentalmente por estar até o momento olhando para suas mãos, porque eu podia apostar que estava escrito na minha testa o que eu estava sentindo.

— Não está como ontem, mas... — voltou a olhar para mim e sorriu. — Quero saber se você vai aceitar minha proposta.

Um “sim” quase escapou da minha boca, mas a fechei a tempo e apenas indiquei com a cabeça para que ela continuasse.

— Como ontem não consegui almoçar com você... Será que hoje nós podemos almoçar juntos? — perguntou mordendo o lábio inferior.

Tive vontade de mandá-la para o quinto dos infernos, porque ela sabia que toda vez que me pedia algo, e mordia o lábio, a minha resposta era sempre positiva a sua pergunta.

E ela havia conseguido. Mais uma vez.

Passei as mãos em meu rosto, em uma tentativa de me recuperar de sua forte presença e um pouco do orgulho que eu havia perdido desde que ela havia dito seriamente que não queria mais nada comigo.

Abri minha boca para afirmar que eu poderia almoçar com ela naquela tarde e todas as outras que ela quisesse, mas antes que eu dissesse algo, ela me interrompeu.

— Se você não puder, eu entendo. — disse mexendo mais uma vez seus ombros. — Almoço com James.

Minha visão parecia estar queimando, ou eu estava vendo tudo vermelho. Não importava. Eu queria mesmo esganá-la, e depois quebrar todos os ossos do seu querido James.

Ela mostrou um sorriso, e estreitei meus olhos, totalmente puto com o papel que ela estava me dando. Parecia que toda a sala estava gritando o quanto eu era otário e idiota por continuar a querer ficar com ela, por ter ficado tão feliz com um simples pedido de almoço, e todo o caralho a quatro que vinha junto com ela.

Se ela achava que poderia continuar com esse joguinho de “eu tenho o James” pra cima de mim estava muito enganada. Eu era Edward Cullen, o cara mais cobiçado pelas mulheres ao meu redor, não precisava ficar me mendigando para receber um minuto de sua atenção, ou de um sorriso.

Eu não precisava dela.

Na verdade eu nem mais a queria.

Isso. Eu não tinha nada de sério com ela, porque eu não queria, e era até melhor ter acabado para que ela não achasse que daquilo sairia algo sério.

Respirei fundo tentando não fazer ou dizer coisas desnecessárias, e abri um sorriso, o mesmo que ela disse que amava.

A senti ofegar com aquilo, e pela primeira vez me senti como o dono da situação. E com grande alegria, respondi.

— Não.

— Não? — repetiu incrédula.

— Eu não posso. — falei calmamente. — Hoje eu vou reencontrar com uma velha amiga. Ela me ligou naquele dia que você estava lá em casa. — expliquei mesmo sabendo que não era preciso, mas era bom ver as reações em seu rosto.

Eu queria que ela ficasse tão puta como eu estava.

— Nós marcamos de almoçar, e até tirei o resto do dia de folga. — continuei querendo que seu almoço com James fosse uma merda.

Porque se eu a conhecia bem, ela ficaria o resto do dia pensando no que eu estava falando.

Eu ainda não havia terminado com o que eu tinha que falar, mesmo que as próximas coisas fossem uma mistura de verdade com mentira, quando meu celular começou a tocar, avisando que eu havia recebido uma mensagem.

“Estamos te esperando. Vê se não fica de moleza, Eddie.”

Li rapidamente, mas demorei um pouco meus olhos na tela e dei um sorriso malicioso, sabendo que eu estava sendo vigiado pelo olhar dela.

E que ela estava tirando conclusões precipitadas, mas eram as que eu queria que ela tirasse.

— Bella, eu tenho que ir. — falei pegando meu notebook e colocando na minha pasta. — Ela já está me esperando, e você sabe que eu odeio que me esperem. — comentei com um tom mais baixo.

Ela confirmou com a cabeça, e se levantou.

— Claro que sei. — disse com a voz ríspida.

Levantei também do meu lugar, já com a minha pasta na minha mão. Mostrando um pequeno sorriso para ela, porque por mais que eu quisesse rir de sua cara, eu não conseguia.

— E-Edward... — ela me chamou antes que saíssemos do meu escritório.

— Oi. — respondi tentando não me prender em seus olhos.

Não houve nenhuma palavra, nenhum gesto, nada. Somente sua presença a minha frente, me fazendo odiar o que eu havia feito, porque eu estava vendo o quanto ela havia ficado perturbada.

Não era isso que eu queria?

Acariciei seu rosto delicadamente, e antes que houvesse qualquer outra coisa, meu celular começou a tocar novamente.

Eu sabia que era Tanya querendo me capar. E sabia também que aquilo não estava me afetando de forma alguma, mas Bella se afastou de mim mostrando em seu olhar algo que eu não queria que ela sentisse.

No final eu estava perdendo, eu continuava a ser o otário da história, e ela somente a mulher que mexia com a minha vida de um jeito que nenhuma havia feito.

Era isso.


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