Luxúria, escrita por AnaBonagamba


Capítulo 1
Luxury,




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- Não sou obrigada a concordar com isso! – gritei, jogando todos os meus perfumes franceses no chão.

Olhei a minha volta, que por tempos me fascinara: joias, vestidos, casacos, sapatos. Tudo guardado em uma perfeita organização dentro de caixas de diversos tamanhos e cores.

Por hora, eu era capaz de sorrir e admirar tamanha riqueza, tamanha luxúria. Eu, desde criança, sonhara com aquilo. Sonhara em ser muito mais do que eu poderia.

Mas agora estava revoltada. Ao que me concorda, não era pela falta de algum ornamento, brinco, ou tiara. Não era pela modéstia dos guardanapos, postos caprichosamente sobre a mesinha, por baixo das xícaras de chá, meu presente de casamento.

Não, era ele, novamente, atormentando-me.

Levantei-me abruptamente da enorme cama na qual eu me encontrava, aquela que por um ano compartilhei com aquele que me cobrira de luxo. Senti uma pequena vertigem, talvez pela exasperação da notícia, talvez pela agitação do bebê.

Fui pisoteando firme até o grande salão de minha casa em Great Hangleton, apressada, e logo chamei meu cocheiro. As empregadas, aflitas, tentaram me convencer de permanecer em casa, esperar meu marido chegar e depois resolver a situação que pendia naquele momento.

Mas elas não tinham a mínima noção do que se passava ali.

Atendendo aos meus gritos, chegaram cedo, em pompa. Nem esperei o elegante senhor descer de seu posto para ajudar a dama enfadada a subir, que dera. Pus meu pé sobre o coche e sentei, desajeitada, no banco de cetim.

Olhei para fora por uma fração de segundo, vendo a minha casa. Se estivesse com Tom Riddle, aquela não seria a minha casa. Seria menos bela, e grande.

Não que isso importasse, pensava enquanto o coche guiava-se para o local destinado. Eu amava Tom, e ele me amava. Não poria aquela visão em motivos agora, estava quase exausta. Quase acanhada.

Na realidade, não sabia o que fazer no momento. Não sabia como reagir, não sabia o que dizer, mas não esperava deixá-lo dizer alguma coisa. Oras, me abandonara, escrupuloso! E eu fiquei aqui, calada, o tempo todo, somente escutando o que diziam de mim. O que destinavam à pobre Cecília, a “noiva” abandonada.

O anel que comprara para mim, Riddle, estava no dedo dela. No dedo da menina Gaunt!

Tentei acalmar-me, sentindo falta de ar. Deveria suportar a raiva pelo meu bebê, pelo meu lindo bebê que teria cabelos claros, como os da mãe, ou do pai. A criança originada talvez não de amor, mas de afeto e respeito, coisa que jamais teria dentro daquela mansão em Little Hangleton.

Quanto tempo eu deveria esperar, mais? Pressionei a carta entre meus dedos, rasgando-a com um suspiro. Temerosa, aflita, com os olhos marejados de rancor e medo. Assim me deixara, Tom, mas assim não me encontraria. O coche parou.

Respirei fundo, olhando novamente ao meu redor, e esperei que o cocheiro descesse para me ajudar.  Estava em Londres, velha e simplesmente movimentada, alvoroçada. Sorri.

Com passos ainda calmos, fui até ele. Estava mais magro e pálido, quase translúcido, mas seus olhos estavam mais escuros, como se uma sombra estivesse cerrando-os novamente.

“Agora, deixo que vos fale, Riddle”.

- Cecília... – chamou-me, observando cauteloso minha mão esquerda afagar sinuosamente meu ventre elevado.

- Quem você pensa que é, Tom Riddle? – perguntei, com um sorriso de escárnio no rosto.

Não dei tempo para que me respondesse, afinal, estava em Londres. Eram tempos de comprar vestidos novos.


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Notas finais do capítulo

Oi, quem aqui adora comprar roupas acima de tudo e todos? *levanta a mão e olha pros lados amávelmente*
Oi², quem aqui ainda não leu "DESENHO", de ari_elric? Sim, querido, voce merece morrer. *coloca a mão na testa e bate a cabeça na porta*. Man, você não existe! D:

Eis uma homenagem barata para uma das melhores autoras desse site, e com certeza a mais dedicada, Ariane Linda, um doce de pessoa, um doce de autora, uma verdadeira Riddle Sr.

Um beijo melado de quem adora um drama, Sissi :*



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