Ela sempre o observava de perto, porém era um perto tão... longínquo. Ela fechava os olhos e confiava, ela se apegava a todos os momentos em que estavam juntos. Qualquer minuto, qualquer instante que eles passavam juntos era especial e isso inclua aquela respiração hesitante que ela dava antes de lhe falar qualquer palavra ou frase. Com ele, ela sentia que tinha um lugar para ir, um lugar a qual ela pertencia. E mesmo que eles encarassem o medo de frente, ela podia dizer que nada mais importava, se havia amor, não havia o que temer.

Dia após dia ela aprendeu a admirá-lo. Admirar aquele jeito único que fazia com que ela sorrisse sem mesmo notar, o modo como ele era corajoso para enfrentar qualquer coisa pelos amigos e ao mesmo tempo frágil e medroso quando se tratava de aranhas.

Mês após mês ela aprendeu que de nada importavam livros, feitiços e toda a sabedoria do mundo, sendo que a magia mais profunda e mais poderosa nasce conosco e a única coisa que temos que fazer a respeito é cultivá-la e fazê-la crescer cada vez mais em nós mesmos.

Ano após ano ela amadureceu e aprendeu o que era lutar e defender aquilo que amava. Ela sabia o que sentia. Ela sabia que ele estaria lá pra segurar sua mão e abraçá-la quando ela se sentisse sozinha ou com medo. Ela queria ser capaz de fazer o mesmo, que ele soubesse que ela estaria ali pra ele. Sempre.

E foi durante o primeiro beijo deles que todos esses dias, meses e anos se mesclaram em um sentimento só. Ela só queria esquecer toda a dor e todo o medo das últimas semanas e se reconfortar naqueles braços e naqueles lábios tão carinhosos. Sim, Hermione amava Ron e nada mais importava.