- Elena? Elenaaaaaaa? Abra já esta porta! – Jenna berrava batendo na porta da garota. – Ok, não abra! Mas hoje você não falta na aula! Sou a sua responsável se lembra? Ou quer que John tome sua guarda de mim?

- Estou indo. – Elena gemeu. Não queria mais John em sua vida. “Damon” pensou ela. Pegou o telefone e discou o número de seu celular.

- Damon Salvatore. Como posso ajudar? – Ele fez uma voz sarcástica.

- HA-HA como se você não soubesse que sou eu. – Ela disse ríspida. – Vamos a tumba. Agora. Não aceito um não como resposta, me busque em meia hora. – JENNA! Pode voltar já ao médico, já vou para a escola! JURO! – Elena se voltou pro celular de novo. – Tchau, vejo você em meia hora!

Não demorou muito e Damon já estava buzinando na casa dos Gilbert. Elena entrou no carro e eles seguiram a caminho à tumba.

- Err... Como você está? Sobre Stefan e tudo que está acontecendo... – Damon tentou puxar um assunta na viagem silenciosa.

- A gente pode...Simplesmente não falar sobre isso? – Ela falou olhando para frente sem emoção. – Assunto de hoje é Katherine. Apenas isso.

- Ok. Alguém não está muito bem.

- Ugh. Você sabe o que é ser deixado pela pessoa que você mais ama, precisa no mundo? – Elena disse tristemente, ainda olhando fixamente pra frente.

- Sim. – Damon olhou para baixo por um instante.

- Pare com isso! Não é por que Stefan não está presente que você se faz de coitado. – Ela disse brava, mas sabia que estava errada.

- Elena. Apenas Katherine hoje, se lembra?

Ela suspirou alto e começou a pensar. Estava ela louca? Como ela pode ser tão rude? Não era ela, não era. Mas era o jeito mais fácil de aguentar os sentimentos, não sentindo-os.

- O que vocês querem? – Katherine murmurou com todas suas forças.

- O que você fez com Jenna? – Elena dizia nervosa. – Você não tem como sair não é?

- Se eu tivesse eu não estaria aqui querida, estaria em cima da sua cabeça arrancando seu pescoço fora.

- Isso é um não. – Damon traduziu com um sorriso de lado.

- Obrigada, Damon. – Elena o encarou estressada. Não era momento para sarcasmo, na verdade, nunca era. – Achamos que tem um novo vampiro em Mystic Falls. Stefan sumiu e...

- Stefan sumiu?!

- ...Jenna foi encontrada com a garganta quase arrancada. – Elena finalizou e rolou os olhos.

- Você é meio burrinha, não é? – Katherine sussurrou e seguiu rumo até o fim da tumba comprida.

- Esta foi uma grande viagem para nada. – Damon disse.

- Vamos embora. Apenas Katherine. Sem comentários.

                                                ***

Stefan acordou em um beco escuro. Estava fugindo sem rumo. Era ridículo tentar se afastar de Elena quando precisava dela. Os pensamentos iam a mil, ele estava sofrendo muito. “Como eu posso ser tão egoísta? Pensando em mim mesmo quando Elena deve estar chorando por causa de meu estúpido segredo.” Ele passou os dedos entre os cabelos. Tinha de haver uma solução. Ele não podia voltar. Iria dar tudo errado, não haveria sentido em ficar ao lado de Elena quando ela o odiaria e preferiria Damon, antes mesmo dele! Era algo insuportável. Uma dor em seu peito apareceu, mas então ele percebeu que vampiros não sentem aquele aperto no coração. A não ser que estejam com fome. Ele não podia matar ninguém, era errado. O fez sair de Mystic Falls, o fez sair do trilho. Talvez achasse alguns coelhos pela floresta.

- Caroline? – Stefan sussurrou.

- Stefan?! – Caroline apareceu de trás de uma árvore. – Você está bem?! Meu Deus, você tem que avisar Elena!

- Onde estamos?

- Não muito longe de Mystic Falls. Estamos em Fells Church, uns 100 km de lá. Venho aqui caçar e quando quero clarear minha mente.

- Você tem que prometer a mim que não contará a Elena que me viu.

- O que?! Eu não posso fazer isso! Ela é minha melhor amiga... – Caroline sussurrou exaltada como pedido.

- Por favor.

- Não. Não! Não! Nem você devia fazer isso com ela! Isso é muito cruel. – Ela olhou tristemente para a grama. – Ela está muito mal.

Stefan engoliu a seco. Estava errado. Teria de voltar. Pois poderia ser muito pior se Caroline mentisse a ela.

- Eu volto.

Ela abriu um grande sorriso, de repente seus cabelos loiros platinados se tornaram mais brilhantes, seus olhos verdes mais cintilantes e seus lábios mais rosados. Ela sussurrou “Bom mesmo” e partiu.

                                                            ***

- Me perdoe, anjo. – Stefan sussurrou aos ouvidos de Elena. – Por tudo, por te deixar, pelo o que eu fiz, pelo o que eu sou. Me desculpe.

Elena arregalou aos olhos e teve o impulso de abraça-lo, mas não podia. Ela ainda tinha seu orgulho e não ia o deixar escapar.

- Tarde demais. – Ela disse como se não se importasse, mas uma lágrima caiu e escorreu pela sua face. – Eu não preciso de você Stefan, nem você de mim. – O gosto salgado invadiu a boca de Elena, mas não era da lágrima. E sim de suas palavras, estava machucada demais para aceitá-lo de volta.

- Damon, não foi?

- Por que quando eu falo de meus sentimentos você sempre coloca Damon no meio?! Ele não tem nada haver com isso, Stefan!

- Por que você sente algo por ele.

- Eu...Eu...Não quero você aqui, Stefan! Por favor, vá embora! E diga a Damon que não quero que venha para me consolar. Eu estou bem.

- Eu vou fazer o que você quiser, princesa. – Ele murmurou olhando para o chão e Elena se sentiu surpresa ao ver uma gota de água cair no chão.

- O que eu quero que você faça é me deixar. Você e Damon. Você  e seus sentimentos idiotas, ou melhor leve os meus sentimentos com você também. Tire a dor de mim, Stefan. Eu não preciso dela.

E com essas palavras, Stefan saiu pela janela do quarto de Elena. E fez o que a prometeu, retirou seus sentimentos junto com ele.