Four Worlds escrita por Kah Moon


Capítulo 20
Capítulo 19 – O fogo interior!




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Sentindo cada brisa que tocava seus ouvidos cada raio solar que tocava a pele, tudo era sentindo como se aguçando cada vez mais seus sentidos e atiçando os poderes enfraquecidos e revelando que dentro deles existia muito mais do que se podia imaginar. Um poder oculto dentro de cada um ia emergindo com força total e de repente um grito fino e estridente é ouvido interrompedo o momento de paz de todos. Em volta de Kyria se formou um circulo de fogo que crepitava e se tornava cada vez mais intenso ao redor dela.


 


- Kyria! – grita Gee que logo se precipitou e foi em direção a ela pulando para dentro do circulo, com uma catapulta de terra que ele mesmo construiu em poucos segundos controlando o elemento chave de seu poder. Ao ver a menina, ela estava de joelhos, apoiando às duas mãos no chão, ofegante. seus longos cabelos cobriam sua face, que estava baixa, começando a tocar o chão molhado por algumas gotas de suor que brotavam de seu rosto. Ele se aproximou dela segurando seu rosto, que insistia em ficar abaixado fazendo-a olhar em seus olhos.


 


- Está tudo bem, acalme-se.


 


Ele tentou falar calmamente, mas ao olhar melhor percebeu que aquela que o olhava não era a Kyria de alguns minutos atrás, era uma ‘coisa’ muito mais voraz e insana. Seus olhos tinham um brilho macabro e inconseqüente como os de um assassino profissional. Ela deu um sorriso diabólico e com um simples movimento em seu olhar Gee foi lançado para longe, batendo de costas no tronco de uma arvore em chamas.


 


- Gee! – Klin se aproximou do amigo que tentava se levantar com dificuldade e gravemente ferido pelo fogo.


 


- Ela despertou!– com certa dificuldade na fala Gee se desesperava - Vamos voltar para as cabanas, rápido!


 


- Tudo bem.... Vamos! Sigam-me!


 


Klin indicou as cabanas e começou a correr ajudando Gee que não conseguia caminhar direito, os passos, eram lentos e dolorosos, mais ele não desistiria não naquele momento tão importante. Dominar a fera que acabara de despertar era a prioridade naquele momento ou todos estariam perdidos.


 


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Ao leste do país do ar, em uma casa rodeada por homens de integridade duvidosa, se localizava Mizuka, agora com o rosto a mostra e com os longos cabelos negros, presos em um coque, com uma fita vermelho sangue. Ela estava de pé próxima à janela enquanto Hisoka, sempre som uma aparência calma, estava sentado com algumas cartas de baralho em mãos, ele as passava como se estivesse a decorar seus símbolos,vidrado no que poderia ser um jogo unitário. Depois de algum tempo ela se vira para Hisoka com um olhar fulminante.


 


- Lembra-se do plano não é mesmo?


 


- Dividir e conquistar. – fala com um sorriso falso nos lábios finos.


 


- Já sei quando começar.... Daqui dois meses a guardiã do ar sairá da montanha para seu casamento. Ela será a primeira a quem pegaremos...


 


- Como pode saber disso?


 


- Eu sei de muitas coisas que você sequer pode imaginar.. – fala seca se virando novamente para a janela. Hisoka deu um sorriso falso e voltou a repassar as cartas do baralho.


 


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Klin chegou à cabana carregando Gee com certa dificuldade, ele deitou o amigo na cama e correu para a sala, abrindo sem o mínimo de cuidado um velho armário de madeira, carunchada, que ficava no canto direito da sala. Todos olhavam atentos e curiosos quando ele voltou ao quarto com um frasco pequeno e dourado nas mãos em forma de uma abóbora. Ele abriu frasco e fez com a ajuda de Kai e Ray colocar o liquido na boca de Gee que hesitava. O liquido pareceu descer queimando a garganta dele, e logo, com um suspiro fundo, ele soltou uma fumaça negra pela boca que se dissipou no ar.


 


- O que foi isso? – Pergunta Ray impressionado.


 


- Agora ele vai ficar bem... – fala Klin com o rosto baixo. – Agora podem ir, descansem e amanha pela manhã Vamos continuar a treinar. – a voz dele pareceu pesada e cansada, mas Lyu não se agüentou e teve de perguntar....


 


- Mas e a Kyria?Como ele fica? – todos o olharam repreendendo-o como se aquele não fosse o momento de fazer tais perguntas, mas ele não se importou estava curioso demais para isso. Klin olhou para Gee mais um tempo e se levantou da cama chamando todos para fora do quarto em silencio absoluto.


 


- Escutem bem o que eu vou falar que é o melhor que vocês podem fazer.... Kyria já não faz parte do nosso grupo mais.


 


- Como assim? – pergunta Lyu


 


- O que ela fez com Gee hoje foi só uma amostra bem pequena do que ela poderá fazer conosco. O melhor que tem a fazer é ficar todos nessa casa e protegê-la a qualquer custo....


 


- O que eu ainda não entendi é o que aconteceu? – pergunta Ray. - Porque ela de uma hora pra outra quer matar agente?


 


- Ela não é mais a Kyria que nós conhecemos. E talvez nunca mais seja.


 


- Dá pra explicar melhor tudo isso!Porque se você está dizendo que aquela garota vai matar a todos nós está muito enganado!Ela não vai me matar! – fala Myra nervosa mais decidida.


 


- Não é uma questão de você querer é uma questão de poder.... Mesmo que você seja forte e tenha essa espada que é realmente incrível, você nunca vai poder derrotá-la com força bruta.


 


- O que quer dizer com isso?Que ela é mais forte do que eu?- pergunta indignada com a mão já na bainha da espada.


 


- Nesse momento.... Sim. – a resposta foi breve mais suficiente para deixá-la ainda mais irritada. Myra retirou a espada da cintura e a empunhou, lançando um ataque contra Klin que não se moveu nem um centímetro, olhando-a fixamente com um olhar decidido e sem medo, fazendo-a parar o ataque.


 


- Porque não se mexe?


 


- Porque não é necessário. Sei que você não iria me atacar. E isso é o que te faz mais fraca que aquela coisa lá fora, ela não é mais a Kyria e Gee foi o primeiro a perceber isso, ela foi consumida pela fênix negra e talvez nunca mais volte a ser a mesma.


 


- Mas a Fênix Negra foi lacrada há uns 20 anos atrás em uma arvore... – Kai se pegou a pensar como ela poderia ter sido consumida por tal espírito, mal, quando Klin o interrompeu.


 


- Essa não é a verdadeira historia. Foi difundido por todo o mundo que a Fênix Negra que havia assolado o mundo quando vocês ainda eram apenas bebês, havia sido lacrada em uma arvore, mas não foi. Naquela época nós não sabíamos como derrotá-la, tudo o que tínhamos tentando havia sido em vão. Todas as nossas investidas contra a Fênix haviam falhado, eu fui derrotado tão facilmente, que não aceitei isso e sai pelo mundo em busca no ninho da fênix para aprender mais. Só que Gee não quis, e ficou para lutar mesmo sozinho. Ele se instalou em uma aldeia próxima ao país do fogo onde a fênix havia sido vista pela primeira vez. E ficou por lá por muitos meses, ele ajudava no hospital e se afeiçoou a uma garotinha que estava marcada para morrer, ela tinha uma doença muito rara e sofria muito por isso, ele tentava de tudo o que é maneira, mais não conseguia. Não havia cura.


Certo dia a noite havia chegado mais cedo, e do céu folhas em chamas começaram a aparecer. Chamas que não se apagavam ou se podiam controlar, nada escapava da fúria da Fênix. Gee lutou, mas por mais que ele tentasse não conseguia vencê-la e a aldeia aos poucos foi se consumindo no fogo. Então veio a idéia. Só havia um jeito de apaziguar a fúria, lacrando-a. Mas o que quase ninguém sabe é que não se pode lacrar um espírito como o da fênix em uma arvore ou qualquer outro objeto. A menina que estava para morrer foi abandonada em uma casa, então Gee a pegou e lacrou a Fênix Negra em seu corpo doente e fraco, porque de qualquer modo a menina morreria mesmo. Mas ela não morreu, passaram-se três meses e sua saúde só aumentava. Alguma coisa havia a feito melhorar e Gee não teve coragem de matá-la. Era sua obrigação, mas ele não conseguiu. Mas também não importava, porque ela nunca despertaria a fênix, desde que ela não fosse treinada para isso.


 


- Então você quer dizer que dentro dela é que está lacrada a Fênix Negra? – pergunta Myra assustada com a historia.


 


-Não podemos derrotá-la. Então o que podemos fazer é nos defender e esperar seu próximo passo.


 


- E enquanto isso?Ela vai destruir tudo o que ver pela frente? – A voz de Hyane soou histérica e preocupada, pessoas inocentes morreriam e ela sabia disso, mas não podia fazer nada para evitar.


 


- Não posso fazer nada por hoje.


 


Klin abaixou a cabeça como que arrependido, como se o peso do mundo estivesse em seus ombros. E o temor de muitos anos atrás havia aflorado novamente em seu coração como uma faca a dilacerar sua carne. Um grito forte e logo depois um baque, como se alguém estivesse caído no chão, e logo Klin se lembrou de Gee e dos efeitos daquele remédio tão milagroso mais ao mesmo tempo tão perigoso.


 


- Sugiro que discutam quem ficara de guarda essa noite. Klin saiu quase correndo correspondendo aos gritos angustiantes do amigo. Que se estenderiam por todo o dia e o resto da noite...


 


 


 


 


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