Dois dias depois os meninos finalmente descobriram a marca. Estávamos na piscina rindo da cara de bobo do Yun, a Alice finalmente havia lembrado de tudo e lembrou da historia de amor dela com o Yun e mais um bônus: ela era  a nossa nova chefe e ia morar na coréia.

Eu estava saindo da piscina pra tomar sol quando o Yoo piscou pra mim e comentou.

-quem você pegou ontem pra estar com esse marca Jae?

-hmmm... e ficou uma bela marca ein... ela é perfeitinha. – o Min comentou, daí todos vieram olhar a marca, mas quando a Alice anunciou o almoço todo mundo saiu de perto.

De noite a Alice precisou viajar pra coréia e o Yun veio falar comigo.

-foi caminhar no parque ontem?

-fui e encontrei ela lá.

-e como foi? – quando ele viu meu sorriso ele continuou – não precisa me contar os detalhes sórdidos, só pela marca eu já tenho uma ideia, mas essa marca não sai não? Parece tatuagem...

-ela disse que volta quando a marca desaparecer. Eu não entendi bem, mas nesse dia eu volto ao parque. – dei de ombros e completei com um sorriso – e talvez eu consiga apresentá-la pra vocês.

-será que ela vai surtar? – o Yun perguntou e eu tive que confessar que não havia entendido pq já estava pensando na Thais de novo.

-por que ela surtaria?

-a menos que ela não saiba sobre o grupo né? Você tá me ouvindo Jae?

-tô, é que eu não tinha pensado nisso. Será que ela me reconheceu de algum lugar?

-eu também não faço a menor ideia e isso você só vai saber quando a gente conhecer ela.

Demos a conversa por encerrada e por enquanto tudo estava bem. Depois de três semanas de viagem a Alice finalmente tinha arrumado tudo lá na Coréia e íamos morar com ela numa casa enorme que ela encontrou. O espaço era tão grande que até um campinho de futebol nós tínhamos. Nem preciso dizer que isso deixou o JunSu saltitante até demais.

O que me preocupava era que faltava apenas um dia pra nossa volta pra Coréia e a marca ainda não havia sumido. Durante o dia inteiro fiquei passando a mão e a ponta dos dedos em cima da marca pra ver se ela ficava mais fraca, o pouco que ela ficou fraca não foi pelos meus esforços. E durante essas três semanas eu conversava sobre o pouco que eu sabia da Thais com o Yun, mas mesmo ele mantendo segredo percebi que a Alice me olhava de forma bem estranha ultimamente.

Estava no meu quarto fechando as malas e as tirando de cima da cama quando a Alice bateu na porta e entrou.

-Jae?

-oi Al...

-posso falar um pouco com você? – ela perguntou e se sentou na ponta da cama.

-claro, o que é?

-você tá diferente Jae... tá mais pensativo, mas ansioso. Percebo que sua nova... marca... prende muito sua atenção. Tem alguma coisa que eu possa fazer?

-acho que não, bom deixa eu tentar te explicar... conheci uma garota no parque há quase um mês atrás e ela me deixou essa marca não sei como e depois sumiu.

Olhei e a Alice não parecia ter entendido, mas eu também não, então estávamos no mesmo lugar.

-hmm... suponho que vocês voltarão a ser ver quando essa marca sumir? – ela arriscou e sorri pra ela.

-essa é a ideia, não importa onde eu esteja eu sei que quando essa marca sumir eu volto correndo pro Japão só pra vê-la de novo.

A Alice sorriu, se levantou da cama e saiu do quarto falando “always keep the faith”. Eu ri da atitude dela e deitei. Foquei o teto e nem percebi quando adormeci, mas algo que eu me lembraria durante todo o voo pra Coréia foi o estranho pesadelo que tive com a Thais.

Sonhei que ela estava correndo por uma rua, depois ela estava no alto de um prédio e saltava de lá de cima. Depois eu a vi na sacada de outro prédio e ela estava olhando a agitação que vinha de dentro de um cômodo no prédio, de repente ela abriu a porta e entrou em um quarto surpreendendo casais em plena orgia sexual. Sem nem piscar ela entrou em estado de alerta e fechou os olhos.

Quando ela os abriu eles estavam cinza-chumbo e vi pequenos fios multicoloridos saírem dos corpos de todas aquelas pessoas e fluírem pro corpo da Thais. Imediatamente todas as pessoas pararam e ficaram como que desmaiadas no chão. O momento sem dúvida mais assustador do sonho foi quando após todos estarem no chão ela ter passeado pelo meio da bagunça, tocando alguns corpos e nesses que ela tocava eu senti a vida abandonando aqueles corpos. Depois que ela saiu era como se houvesse deixado alguns mortos dentre os que antes eram tão ativos.

Acordei suando dos pés a cabeça e de quebra atrasado. Comi calado, peguei minhas malas e acompanhei os outros até o aeroporto, durante a viagem percebi que a Alice me olhava preocupada, mas provavelmente percebendo que eu não estava em clima de conversa ela me deixou quieto. Cheguei morto de cansado na coréia e nem me interessei em ver a casa inteira, fui direto pro meu quarto; estava quase dormindo quando uma das minhas irmãs me ligou e pediu pra eu acessar a internet pra ler um email que ela havia mandado.

Fiquei sem reação quando depois que li o email passei por um site e vi a noticia de que algumas pessoas haviam morrido inesperadamente e sem causa aparente em um famoso hotel em Londres. Isso havia acontecido durante a noite passada e pela manhã a policia havia sido chamada e encontrou uma cena digamos no mínimo estranha. Os sobreviventes não sabiam explicar a morte das outras pessoas e a policia havia aberto uma investigação. Fechei rapidamente o computador e tentei dormir. Foi uma das piores noites da minha vida ainda mais que sonhei novamente com a Thais.

Dessa vez ela estava dormindo em uma cama enorme e de repente um livro apareceu do nada e começou a brilhar intensamente. A Thais acordou imediatamente, pegou o livro e começou a escrever rapidamente. Quando ela terminou de escrever e fechou o livro achei que ele sumiria do mesmo jeito que havia aparecido mas pra meu eterno desespero vi uma figura masculina surgir ao lado dela e ela estava feliz e imediatamente beijou o homem á frente dela. fiquei extremamente feliz quando do nada acordei e vi que o sol já havia entrado pela janela e sua luz já estava espalhada por todo o quarto.

Desci pro café e ainda bem que todos já tinham saído, isso me poupava uma dezena de frases que eu não estava com vontade de pronunciar depois subi pra tomar banho. Estava me secando e levei um susto quando passei a toalha pela barriga e vi que restava um risco da marca; ao invés de me sentir feliz imediatamente lembrei da cena da Thais beijando o cara e fiquei zangado. Pra compensar liguei pra uma amiga e a convidei pra jantar comigo mais tarde, se a Thais podia sair com outras pessoas eu também poderia.

No meio do jantar senti uma queimação no estomago e não consegui aproveitar mais nada, dei um suspiro aliviado quando cheguei em casa. Sentei no sofá e parece que eu havia me transformado no centro das atenções porque todo mundo veio saber como eu tava.

-pessoal calma, é só uma queimação no estomago... não precisam se preocupar... – de nada adiantaram minhas reclamações e somente depois de um remédio que a Alice me fez tomar eu pude finalmente ir pro meu quarto descansar. Antes de dormir tomei um banho e vi que finalmente a marca havia desaparecido e o local estava avermelhado, foi ai que descobri o motivo da queimação.

Menos de 12 horas atrás eu estaria ansioso e já estaria dentro de um avião de volta pro Japão mas depois daquele ultimo sonho fiquei extremamente chateado com a Thais, deitei na cama e tentei não pensar nela. Estava quase dormindo quando senti um leve afago no rosto, abri os olhos e tomei o maior susto da minha vida. A Thais estava sentada ao meu lado.