By Your Side escrita por MsRachel22


Capítulo 3
Fúria


Notas iniciais do capítulo

"Todo mundo se machuca em alguns diasNão tem problema ter medo
Todo mundo se machuca
Todo mundo grita
Todo mundo se sente assim
E não tem problema"
Everybody Hurts - Avril Lavigne



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Continuei a dirigir, sem me importar. Ouvi a sirene ensudercedora atrás de mim, e virei a cabeça. Droga. Diminui um pouco a velocidade a a viatura estava ao meu lado. Diminui mais a velocidade e parei a moto perto da calçada. Suspirei, cansado, esperando que o policial me desse logo uma multa e assim, eu poderia voltar a dirigir.

– Estava apressado, não acha? - virei a cabeça e percebi que era uma policial. Ela tirou seus óculos escuros e os guardou no bolso. Ela caminhou na minha direção e me encarou. - Algum motivo em especial para correr?

– Não. - falei, e ela sorriu de canto.

– Tente mais uma vez. Posso ver sua carteira de motorista? - ela pediu. Peguei minha carteira e a entreguei. Ela a analisou e me devolveu a carteira. - Esta carteira está prestes a expirar.

– É o que parece... - murmurei, a guardando.

– Pode me explicar o que fazia correndo a quase 90km numa pista de 60km? - ela perguntou.

– Eu estava apenas tentando chegar ao outro lado da cidade, policial... - falei.

– Sempre ouço essa. - ela murmurou. - E, aliás, aqui está sua multa.

Ela me estendeu um pedaço de papel amarelado. O peguei.

– O que? $180 dólares de multa? - perguntei, arqueando uma sobrancelha. Ela sorriu de canto mais uma vez, e soltou um pequeno riso debochado. - Só ultrapassei um pouco o limite!

– Sempre ouço essa também. - ela disse, me dando as costas.

– Pensei que o dever de uma policial fosse cumprir a lei, e não quebrá-la, estorquindo as pessoas. - falei. Ela parou de andar e me encarou.

– Essa é nova. - ela disse, e voltou a caminhar. Balancei negativamente a cabeça. Ela entrou na viatura e colocou seus óculos escuros, dirigindo em seguida. Meu celular vibrou mais uma vez; o peguei e era mais uma mensagem de Konan.

"Itachi, se apresse. Aonde você está? Pain está com pressa, e precisa muito falar com você. É muito importante. K."

Franzi as sobrancelhas, e guardei meu celular. Fazia algum tempo que eu não estava falando com Pain. Acelerei minha moto e continuei a dirigir.

{ ... }


Eu havia chegado em meu antigo colégio em alguns minutos. O carro escurecido importado estava estacionado no outro lado da rua. Pain.

Estacionei minha moto perto do carro preto e tirei meu capacete. O carreguei até o portão da escola. Abri o portão enferrujado e caminhei pela lateral do prédio abandonado. Senti a brisa e respirei fundo. Vi a silhueta de Pain, sentado no chão, encarando o pôr-do-sol.

– Pain. - falei, me aproximando. Parei de andar e ele continuou imóvel.

– Itachi. - ele disse. - Eu estava começando a pensar que você não viria. - ele disse, sem me encarar.

– Acabei sendo parado por uma policial... - murmurei.

– Isso não é muito relevante. E não é uma boa desculpa, também. - ele disse, com a mesma indiferença que usava sempre. - Se atrasou por que?

– Eu estava na casa do Hidan, quando Konan me pediu que eu viesse aqui. - murmurei, como resposta.

– Isso se torna uma boa desculpa. - ele continuou a encarar o pôr-do-sol.

– Por que me chamou? O que precisa conversar comigo? - perguntei.

– Sempre direto. - ele murmurou.

– Seja você direto. Se me chamou aqui é porque é um assunto importante demais para ser tratado pelo telefone... - murmurei.

– Acertou. - ele disse e se levantou. Ele me encarou, indiferente. - Serei claro: seu irmão está me causando problemas.

– O Sasuke lhe causando problemas? Como? - perguntei, franzindo as sobrancelhas.

– Seu irmão anda se metendo em assuntos, um tanto quanto, indevidos... - ele disse.

– O que ele fez? - perguntei.

– Como eu disse, ele anda se metendo em assuntos que não são "apropriados" para envolver você ou a namorada dele... - ele disse. - Faça ele parar.

– No que o Sasuke está se metendo? - perguntei. Pain sorriu de canto.

– Isso não é da sua conta. - ele disse. - Agora, se não quer acordar, ligar a televisão e ver uma notícia que o corpo do seu irmão está no fundo de um lago, é melhor você fazer ele parar.

– O que ele fez? - questionei. Pain suspirou, como se estivesse cansado daquela pergunta.

– Itachi, estou lhe avisando porque, talvez, a namorada do seu irmão possa acabar sofrendo as conseqüências dos atos dele.

– Ele não a colocaria em risco. - falei. Pain me encarou.

– Acha mesmo? - ele disse. - Vá. Tente colocar um pouco de juízo no seu irmão, enquanto ele está vivo. - Pain falou, e passou por mim. Apertei com força o capacete. - Ah, e Itachi, diga ao Hidan e ao Deidara que ainda quero o dinheiro que eles me devem.

Encarei Pain, ele já estava próximo de seu carro preto. Ele entrou no carro, e em seguida acelerou. Coloquei meu capacete e caminhei apressado até minha moto. A liguei, e acelerei.

Não me importei a que velocidade estava dirigindo. Apenas dirigi, tentando atravessar a cidade o mais rápido que eu pudesse.

Um turbilhão explodia em minha mente. As poucas palavras de Pain deixaram minha cabeça explodindo, com perguntas sobre o que ele queria dizer realmente.

Acelerei mais quando percebi que um farol estava fechando. Olhei para trás, tentando me certificar de que nenhum policial havia visto. Voltei a encarar a estrada, à minha frente, e acelerei mais, tentando acreditar que consegueria atravessar a cidade rapidamente.

Meu celular vibrou em meu bolso, mas o ignorei.

Talvez, a namorada do seu irmão possa acabar sofrendo as conseqüências dos atos dele.

Aquela maldita frase dançava em minha mente, testando minha paciência. Senti minha mandíbula trincando-se no mesmo instante.

Tentei convencer a mim mesmo que Pain estava errado à respeito de Sasuke.

Ele não faria isso. Ele não faria isso. Ele não a colocaria em risco. Acalme-se. Ordenei à mim mesmo, tentando prestar atenção na estrada e organizar aquela confusão de pensamentos que estava em minha mente.

Mais uma vez meu celular vibrou, e ignorei. Bufei quando um farol fechou-se à minha frente. Uma senhora idosa começou o processo de atravessar a rua, demorando demais, enquanto passava pela primeria faixa de pedestres.

Minha impaciência aumentou, enquanto eu a assistia atravessar a rua, em câmera lenta. Bufei mais uma vez. Encarei o farol torcendo internamente para que o sinal verde fosse aceso, e assim eu pudesse acelerar mais uma vez.

Acalme-se, Itachi. Não passa de uma idosa. Mandei à mim mesmo, enquanto a idosa alcançava, em passos lentos, a segunda faixa de pedestres. Respirei fundo, tentando conter a riava que estava prestes à explodir.

Buzinei, impaciente.

– Anda logo, velha! - mandei, irritado. Ela me encarou, erguendo o rosto marcado por rugas. Lentamente, ela ergueu seu dedo do meio, com aspecto enrrugado e o exibiu na minha direção. Novamente, de maneira lenta, ela baixou o dedo, enquanto mantinha seu olhar irritado exclusivamente na minha direção.

Encarei o farol, irritado. O sinal continuava livre para a senhora caminhar pela faixa de pedestres. Com passos lentos, ela caminhou até a terceira faixa de pedestres. Bufei, e acelerei.

Dirigi, passando pela idosa com facilidade. Reconheci a rua. Apenas mais alguns quarteirões, e logo, eu estaria em casa. Acelerei mais.

Meu celular vibrou em meu bolso, pela terceira vez. Bufei. Parecia que qualquer coisa, por mais insignificante que fosse, conseguia me fazer bufar de irritação.

Controle-se, Itachi. Repeti mentalmente. As palavras de Pain voltaram a me atormentar, dançando em minha mente, brincando com minha irritação. Nada vai acontecer.

Por alguns segundos, parecia que aquilo fora apenas o suficiente para acalmar o turbilhão em minha mente. Respirei, sentindo como se estivesse encerrando uma conversa complicada com alguém.

Acha mesmo?

Duas palavras. Duas míseras e insignificantes palavras. Algumas letras juntas, formando aquelas palavras, e minha raiva voltou subitamente, como se fosse apenas alguma fera adormecida, sob algum efeito de calmante.

Acelerei mais. Um estranho misto me atingiu, agonia, tristeza, raiva, insegurança, dúvida e fúria. Principalmente, fúria.

Me impedi mentalmente de imaginar o que poderia acontecer à ela. Não pense bobagens! Não pense bobagens, Itachi!

Não eram bobagens. Eram palavras que brincavam com minha sanidade com mais facilidade do que observar Sakura e meu irmão, juntos.

Continuei a dirigir, tentando coordenar algum tipo de harmonia ou organização entre minha sanidade e prestar atenção por onde dirigia.

Ergui os olhos, percebendo que estava perto de casa. Estacionei a moto perto do prédio em que morava, e tirei o capacete com pressa. Corri até o elevador, apertei diversas vezes o botão fixado à parede, como se aquilo fizesse o elevador chegar ao térreo mais rápido. Encarei impaciente os andares diminuindo, gradativamente.

– Anda... - murmurei, segurando o capacete e franzindo as sobrancelhas.

Finalmente, as portas se abriram. Entrei no elevador, e apertei o botão para meu andar. A música ambiente começou, e minha irritação aumentou.

Parecia que tudo estava acontecendo apenas para me irritar. Após alguns minutos torturantes de espera para chegar ao meu andar, finalmente, eu havia chegado à ele.

Suspirei, enquanto tirava as chaves do bolso. As palavras de Pain voltaram a me perturbar, e trinquei os dentes quando ouvi os dois. Murmurando alguma coisa.

Respirei fundo, e coloquei a chave na maçaneta e a girei. Abri a porta, e vi algo que não esperava ver. Ambos estavam deitados no sofá, semi-nus, apenas de roupas íntimas.

– Droga, Itachi! Qual é o seu problema? - Sasuke perguntou irritado, me encarando, e tentando puxar a calça. Mova-se, Itachi! Ordenei à mim mesmo. Encarei o chão quando Sakura começou a procurar por seu vestido, tentando cobrir o corpo ao mesmo tempo.

– Sasuke, preciso falar com você. - murmurei.

– Não dá para ser outra hora? - ele perguntou. Continuei a encarar o chão.

– Não. É importante. - o encarei brevemente.

– Fica para outra hora. Eu e Sakura estamos ocupados, se não percebeu. - ele disse, com um leve tom malicioso, misturado à sua irritação.

– Não, Sasuke. Tenho que falar com você. - eu disse. Observei rapidamente, Sakura colocando seu vestido. - Agora. - murmurei, desviando o olhar para o chão.

– Itachi, isso fica para depois. - Sasuke disse, ainda irritado. - Eu estava ocupado.

– Itachi. - Sakura disse, a encarei, ela estava corada. - Eu... Eu não sabia que você viria... Aconteceu alguma coisa? - ela perguntou, constrangida. Encarei brevemente seu rosto, e as palavras de Pain voltaram a assombrar minha sanidade.

– Não. Não aconteceu nada. - murmurei, forçando um breve sorriso. Nada aconteceu ainda.

– Ah... Sasuke, eu vou indo, então. Tenho que acordar cedo amanhã. - ela disse, o encarando.

– Sakura, você não precisa ir. - ele disse. - O Itachi já está de saída, certo? - ele me encarou, irritado.

– Sasuke, eu tenho que ir de qualquer maneira. Tenho que acordar cedo, e também tenho que ir em uma entrevista de emprego. - ela disse, sorrindo, mas ainda constrangida pela cena anterior.

Observei os dois. O mesmo nó formou-se na minha garganta quando ambos se beijaram. Estranho. Era assim que eu me sentia naquele momento. Estranho por desejar arduamente que fosse eu no lugar do meu irmão. Estranho por querer incansavelmente que aquele nó simplesmente se desfizesse da minha garganta. Estranho por saber que era ela quem continuava a perturbar minha sanidade.

Os dois se separaram. Ela sussurrou "Eu te amo" para ele, abrindo um sorriso em seguida.

– Até mais, Itachi. - ela disse, na porta. Sasuke fechou a porta e me encarou.

– O que é tão importante assim que você teve que me interromper com a Sakura? - ele perguntou. O encarei.

– No que você se meteu, Sasuke? - perguntei. Ele arqueou uma sobrancelha. - Por que o Pain me procurou hoje?

– O amigo é seu. O que eu tenho a ver com isso? - ele perguntou.

– Sasuke, por que o Pain me disse que você está incomodando ele? - questionei. - O que você fez?

– Do que você está falando, Itachi? - ele perguntou.

– Sasuke. Não vou repetir. No que você se meteu? E por que isso está incomodando o Pain? - perguntei. Sasuke me encarou.

– Andou bebendo? Do que você está falando? - ele perguntou. - Por que está perguntando isso? - suspirei.

– Sasuke, me responde de uma vez. Por que o Pain me disse que você está incomodando ele? Tudo o que eu sei, é que o Pain disse que você anda se metendo em assuntos que são indevidos. - falei. Ele suspirou.

– Isso não é da sua conta. - ele disse e passou por mim.

– Agora, se tornou. - falei, e ele me encarou. - Será que você não entende, Sasuke? O que quer que você esteja fazendo, pode afetar todos à sua volta. - disse, me lembrando das palavras de Pain.

– Não estou fazendo nada de demais. E além disso, por que tanta preocupação? - ele zombou. - Não é da sua conta, de qualquer maneira.

– Pain me disse que você tem que parar. - falei. Ele deu as costas, e caminhou pelo corredor. - Se não quiser envolver a Sakura nisso, você tem que parar.

– Eu sei o que estou fazendo. - ele disse, parando de andar.

– É o que espero. - murmurei, sentindo a raiva voltando gradativamente. Ele entrou em seu quarto e bateu a porta. - É o que espero... - murmurei mais uma vez.


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Notas finais do capítulo

YOOOOOOOOOOO!
Perdões pela longa demora!
Espero que tenham curtido o capítulo!
^-^
Agradeço muito aos comentários! Estão ajudando!
Até!
o/