Palavras de Heagle escrita por Heagle


Capítulo 84
Feliz aniversário, Ogro preferido!


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente... vou fazer uma P*** declaração aqui pra nosso lindo e perfeito M. Shadows... quem eu prefiro chamar de Matt.
Três decadas que essa criaturinha faz parte do mundo... e espero que continue fazendo, dando-nos a alaegria de ouvir sua voz... rouca, com musicas que fazem sentido pra cada etapa da sua vida... e particularmente, que ele queira ser ator, PQ ELE É MEU JONATHAN SUHAUSHUASHUASUHSUHUHSAUH.

Esse capitulo foi dificil de escrever, confesso... cheio de altos e baixos. Caso haja algum erro de portugues, sinceramente peço que me desculpem, pq eu escrevi no embalo... e decidi nem reler.
Sou teimosa, capaz de querer mudar tudo, e não daria tempo. Mas acho que ficou linds da forma que ficou... Agradeço imensamente às leitoras *---* espero que gostem mesmo... fiz de coração, basicmente botei minha alma aqui UHSAUHSHUSA.

AH, e ouçam as musicas que recomendei no capitulo. Vai dar um clima foda. A tradução de uma delas... nao consegui fazer com pefeição, e não tinha disponivel na net, então... HUSAHUSHUAUHSA serve. e... logico... CHEGAAAAMOS AO REVIEW 1000! FIQUEI TÃO FELIZ, que fiquei saltitante, na casa do meu namorado, quando vi. Ele tá de prova disso, né Rafahh88? *-*

BEIJOS E FELIZ ANIVERSARIO, MATT SANDERS, SEU LINDO!



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Dia 31 havia chego... e todos, incluindo Mel, estavam na boate, terminando os preparativos para a festa. Vou ser sincera em dizer... que não os vi o dia todo. O dia todo mesmo!

Praticamente, fiquei em casa sozinha... treinando o que eu ia fazer, dizer, e vestir. Aproveitei também para praticar, pela última vez, a música no violão. E, lógico, para encomendar um presente para aquele Ogro, que eu nem sabia se queria mesmo que eu fosse à festa. Foda-se, iria de qualquer forma, ele teria que me ouvir (mesmo que depois fosse chutada na calçada por algum segurança).

Por volta do meio dia, quando Mel (por telefone) deu a triste notícia que almoçariam sem mim (legal eles, né? E ao menos me convidaram), decidi chamar alguém para fazer companhia. Ninguém melhor que Anne, para botar em dia as fofocas atrasadas.

Afobada do jeito que sou (vocês já devem ter percebido), logo que ela entrou, comecei atropelá-la de perguntas, cada uma mais indiscreta que a outra:

- E aí, largou do Jared? Ele ficou impotente? Tá chifrando ele? Foi chifrada? Hum?

- Oi Marietta, estou feliz em vê-la também. – resmungou com ironia. Esticou para mim uma sacola, junto da encomenda que eu havia feito. – Pronto, aqui está a sua roupa.

- Ah, que ótimo! Quero algo bem foda pra essa noite.

- Fica sussa que você vai ficar linda... e como você disse que aquela puta da sua melhor amiga... te abandonou... trouxe minhas coisas também. – sorriu, mostrando-me outra sacola, ainda maior. – Vou me trocar aqui e te ajudar também, que tal?

- Magnifique! – vibrei, agarrando-a pelo pescoço. – Agora me responda.

- Não fala dele. – pediu, irritada. – Ele está me tirando do sério, Marietta!

- Xiii... isso não é bom.

- É péssimo... terminamos. Não agüentava mais aquelas crises dele. Mew, eu sai com meu irmão... e ele deu a louca, pra que essa putaria?

- Você deu motivos, Anne? – perguntei, porque eu possua intimidade de questioná-la dessa forma. Ela balançou a cabeça, em gesto negativo:

- Não! Pior que não, amiga. Nossa, que raiva... eu já fiz coisa pior, no passado... e aquela maldita da Mel, só bota fogo.

- Mel só reproduziu o que o Jared contou pra ela.

- Atá, aham, sei. – respondeu com ironia, sentando no sofá. – Só sei que eu sai esses dias com meu irmão, para mostrar a noite de Londres e tals. Juro, juro por nossa amizade, Marie... nunca fiquei com cara algum. Nem flertei nem nada. Eu tenho esse jeitão sedutor... mas eu sou muito fiel. 

- Mas então, que deu no Jared?

- Eu podia culpar a Mel, as garotas, o caralho a quatro... mas é tudo doença da mente dele. E estou farta disso! Farta. Vou seguir minha vida.

Até que por um tempo... tive vontade de falar sobre Matt. Se ela... gostaria de... tentar algo com ele. Mas, da forma que estava... só iria machucá-lo, e eu nunca permitira isso. Matt era tudo para mim, como se fizesse parte da minha família... de metade do meu coração. Se alguém (mesmo que esse alguém seja minha melhor amiga) machucá-lo... juro vingança. E tenho ódio suficiente para executá-la. 

Pensando nisso... acabei percebendo que não havia conversado com o aniversariante... nem nada. Ah... se eu ao menos estivesse a par do que estava acontecendo na boate...

- FELIZ ANIVERSÁRIO PRA ESSE CORNO MANSO. – gritou Synyster, erguendo um copo de conhaque. Todos os outros imitaram, berrando:

- VIVA!

(----)

Anne e eu almoçamos fast-food, para variar. Hambúrgueres, batatas, todas aquelas coisas que fazem mal pra porra, mas comemos porque somos um bando de suicidas com taxa de colesterol voando. Superamos.

Por volta das 18 horas, começamos a nos arrumar. Estaríamos na boate às 21... então... tempo de sobra! Tudo perfeito para maquiagem... cabelo... roupa...!

Decidi ir com um vestidinho... e um all star. Isso cara, ousadia para meu jeito de ser, mas ficou muito foda. Cara, era a festa de um rockeiro... e se eu ficasse muito de salto, ia estragar tudo com dor, então... nada melhor que meu velho e bom tênis.

E Anne, que entende mais disso, concordou e aprovou. Então, foda-se.

Às 19h30min, estávamos prontinhas, à espera daqueles filhos da puta que ainda não havia chego. E esperamos... e esperamos.

Enfim, 20h30min... chegaram! Aleluia, ein?

- Porra, ein? Esqueceram da gente? – resmungou Anne, que não tinha papas na língua... e ficava irritada com esperas.

- Foi mal... – murmurou Matt, subindo para o quarto. Que mal educado... nem deu chance para que eu e Anne gritássemos: feliz aniversário. Filho da puta... além de me deixar de fora de todo o esquema... estava ignorando, e sendo grosso. Justo comigo! ARGH!

E entramos numa longa espera, em que eu ignorei Mel, aquela traidora, e Syn e Zacky... aqueles outros traidores. Okay, se dependesse de mim, nem iria mais nessa bosta de festa. Isso porque nem fui convidada, né?

(---)

- Marieee, fala comigo poxa! A gente esqueceu de te chamar pro almoço, foi mal... – desculpava-se Mel, já arrumada. Fingi que não a ouvia, e cruzei os braços.

Anne exibiu um sorriso maldoso... e um comentário mais ainda:

- Isso que você chama de melhor amiga? Se não fosse eu... Marie teria ficado o dia todo só.

- Você fica quieta, vadia de quinta. – praguejou Mel, ainda tentando puxar papo comigo. – Ah Marie... eu... ah, foi mal, esqueci mesmo de você.

- E VOCÊ AINDA ADMITE! – gritei, injuriada. Aí sim que fiquei puta. – Vai se fuder.

- Mariiietta, fala comigo, deeesculpa!

Não adiantava. Eu já estava irritada... não só com o dia realmente tedioso que tive... ou pela espera. E sim pela falta de tato dos meus amigos... que estavam fazendo uma festinha particular na boate, e ao menos chamaram para que eu participasse. Isso daí pra mim é uma puta falta de sacanagem.

Mas okay, supero.

Anne, de última hora, recebeu um telefonema. Era seu irmão, Gabriel, pedindo ajuda para algo que desconhecemos. Só sei que, na maior pressa, despediu-se de mim e saiu com seu carro. Prometeu ir à festa, mesmo tarde.

DROGA, perdi minha carona! Minha chance de evitar o contato com Matt foi nula... e teria que ir com eles, no carro. Agora vocês perguntam: Carro? Que carro? Um Mustang Shelby 500 gt 1967, vermelho com faixas pretas, que Zacky e Syn (juntos) deram como presente de aniversário.  Nem preciso dizer que ele faltou chorar... ao vê-lo na garagem. Isso porque já estávamos beirando as 21 horas, e a boate era longe pra caralho. Pontualidade, a gente não vê por aqui.

- CARALHO! – gritou, correndo para entrar no veículo. – PUTA QUE PARIU!

- Já que seu adorado Dodge tá nas mãos erradas... decidimos dar esse. – sorriu Zacky, pulando nas costas do amigo. – FELIZ ANIVERSÁRIO, SEU GAY!

- Porra, mew... melhor presente que ganhei até hoje. Vocês são um bando de “motherfucker”. – riu também, rodopiando com Zacky. Aparentava estar imensamente feliz. – CARALHO, QUE DIIIAAAA FOOOOOOOOOOOOOOOODA!

E eu... que até então, não havia feito nada? Nem parabéns, nem desculpas. Não dava tempo, nem chance... porque toda vez que me aproximava... Matt sumia. Aff. Mas mesmo assim... fiquei sem graça. E teve certa hora, que comecei a fugir. Meu presente não era tão caro como um carro... mas era de coração. Ou não, porque eu já estava puta.

Aleluia que eles decidiram ir pra boate. Sentei no banco de trás, do lado de Zacky, evitando qualquer conversinha.

E que venha essa festa! E que seja melhor do que meu dia.

(---)

A boate estava LOTADA! Lotada mesmo. Um porre de gente diferente... (o que não era problema algum, porque sempre gostei de gente). Puts... nunca parei pra pensar, o quanto Matt possuía amigos. A maioria deles, dos Estados Unidos.

Logo que chegamos, veio um cara em nossa direção. Por incrível que pareça, era mais alto e mais forte que Matt, tanto que conseguiu pegá-lo no colo, gritando:

- FELIZ ANIVERSÁÁÁRIO, CARALHO!

- John, filho da puta! – riu Matt, dando-lhe tapas. – OLHA QUEM ESTÁ AQUI, SYN E ZACKY.

- Quem é esse? – murmurei ao ouvido de Mel, que respondeu, com prontidão.

- Um amigo que servia o exército. M.I.A foi inspirada nele e em outros caras. – contou-me, acenando para o cara também.

- John, essas são minhas... amigas. Mel e... Marietta. – apresentou Matt, que por um tempo, teve esforço de dizer meu nome. O cara, que não era nem bonito, mas nem feio, veio nos cumprimentar. E senti a morte perto... quando ele tentou dar um abraço.

- Meu... ar... – gemi, tentando disfarçar os “craaack” das minhas costelas.

- É a escritora que estava falando, mais cedo. – explicou Syn, também sorridente. – Agora larga ela antes que morra. Não podemos carimbar outra data com mortes.

- Ah, foi mal, gatinha. – desculpou-se, afastando. – Vem cá, os caras querem ver vocês... e mano, eu vi a Valary aqui. Ela me odeia ainda, né?

- Imagine. Ela te ama, imensamente. – brincou Zacky, afastando-se com eles.

Fiquei para trás, com Mel, olhando ao nosso redor. Ninguém conhecido... ninguém do nosso mundo. Só os amigos mais íntimos de nosso Ogro.

- O que faremos? – perguntou Mel, agarrando meu braço. Não tive força de continuar quieta. Precisava falar.

- Não sei... não conheço ninguém. 

- Oras, vamos conhecer? – sugeriu, dando uma piscadinha. Bem a cara de Mel, tentar achar gatinhos solteiros e rockeiros. Mas... até que a ideia era boa. Vamos aderir a ela então.

- Vamos, vai, melhor do que ficarmos aqui, paradonas... que nem duas bestas.

E lá fomos nós duas, andando como duas malucas, à procura de alguém para conversar. Tá que não foi muito esforço, porque Mel parecia ter mel (o trocadilho caiu bem nessa parte), já que os rapazes sempre vinham barrá-la para conversar.

Nessa brecha, até eu me socializei, conhecendo amigos dos Avengers, de infância. Um deles era o Enrico, acompanhado de Leana Silver. Mano, que felicidade, estava conhecendo a viúva de JIMMY!

- Olá queridas. – disse, sorridente. – Deixe-me ver se adivinho quem são as duas: Marietta Genoom, a escritora... e Melissa Prado, a agente.

- Estou surpresa. – ri, curiosa. Por que diabos Leana sabia meu nome?

- Não há ninguém que cale a boca dos meninos, quando começam falar das aventuras de Londres. – brincou. Aleluia! Alguma mulher do passado de Matt que era educada e gente boa. Também, ela não era pouca bosta... era a viúva do NOSSO JIMMY! Coisa boa tinha que ser, lógico. – E tem a Val e a Mih também... que falaram um pouco.

- Aposto que aquelas duas xingaram até não poder mais. – resmungou Melissa, cruzando os braços. Enrico riu, junto de Leana.

- Bem isso. Mas nem liga... ciúmes de ex-esposa. Normal. Se Jimmy estivesse vivo, e não estivéssemos mais juntos... eu também sentiria ciúmes.

Tá, vou fingir que não senti aquela pontinha de tristeza na voz dela, quando citou o falecido marido. Okay... não vamos continuar com isso. Não queria estragar a noite.

- Já disse ao Matt que ele está ficando velho... – contou, servindo-se de uma taça de vinho. – E que precisa arranjar uma namorada.

- Que nada, 30 anos está jovem ainda, Le. – questionou Enrico, que devia estar beirando os 33 ou 34.

- Nós temos que curtir nossa vida, antes que seja tarde. Vê Johnny... falava que ia arranjar casamento depois dos 30. Não conseguiu.

- E vocês, meninas, quantos anos?

- Farei 24... e Mel, 25. – contei, olhando para os lados.

- PORRA! – gritou Leana. – Matt disse que você foi casada. Caralho, com quantos anos você...

- Vinte. – confessei, afastando o cabelo dos ombros. – Casei muito nova mesmo.

- Agora que está solteira, já pode... paquerar... ou quem sabe, se apaixonar. – riu, dando uma piscadela para mim. Ah tá... ela devia saber do rolo com Synyster, certeza! – Quem sabe um... tal Brian Jr... ein?

- VIU, ATÉ A LEANA! – berrou Melissa, dando pulinhos. – Vai demorar quanto tempo, sua coisa?

Depois de termos essa conversa bem divertida com Leana (com quem me simpatizei imensamente), encontramos as DiBenedetto, em uma rodinha de amigos que Matt, Syn e Zacky faziam parte. Vadias... estavam tão lindas aquela noite (e olha que isso era difícil de acontecer, com aquelas duas caolhas horrorosas).

Syn acenou, como se estivesse pedindo nossa humilde presença. Mel sorriu, cochichando perto de meu ouvido:

- Vamos enfrentar as feras?

- Vamos, né? – assenti, aproximando-me.

- Aí estão... – começou Matt, com um meio sorriso. Não sei se já falei... mas ele estava tão lindo com aquela roupa. – Pessoas, essas são nossas amigas, Marietta e Mel.

- A Heagle, cara. – disse um deles, que vim (posteriormente) a saber que seu nome era Richard, e que me achara engraçadinha. – Que foda... meu filho mais velho adora os livros.

- Fico muito feliz. – ri, cumprimentando-o com a mão. Matt foi apresentando cada um dos 10 amigos, numa variedade que ia até do ex-guitarrista da banda da adolescência até ao primo.

Foi tudo calmo, por incrível que pareça. Até as gêmeas decidiram colaborar, fingindo que gostavam de nós. Fingimos também, suas recalcadas.

- PESSOAL! – gritaram pelo microfone, no palco montado. Quem era o autor do berro, hein? Zacky, o próprio. E, irritado porque ignoraram o chamado, berrou ainda mais alto. – DÁ PRA CALAR A BOCA, CARALHO?

- Bela forma de pedir silêncio. – observou Mel, puxando-me para perto do palco. Não sabia nadica do que ia acontecer, mas iria de gaiato.

Synyster roubou o microfone de Zacky e começou a falar:

- BEM, SABEMOS QUE HOJE É UM DIA MUITO ESPECIAL PARA O NOSSO FILHO DA PUTA FAVORITO, LAZARENTO QUE CHAMAMOS CARINHOSAMENTE DE MATTHEW... OU PAU NO CU. UMA URRA PRA ESSE CORNO... E     QUE VIVA MUITO, PARA DAR LONGAS FESTAS COMO ESSAS, REGADAS DE MULHERES, METAL E MUUUUITO ÁLCOOL.

Pode parecer estranha essa homenagem, mas era um ritual de todos os anos. Nada de declarações de amor carinhosas e depressivas. Tentavam fazer no maior estilo “Avenged Sevenfold”, cheio de palavrões e xingamentos. Na verdade, essa era a forma amiga e incrível de Synyster dizer: “Cara, você é foda... feliz aniversário”.

Com a guitarra (avá, um guitarrista com guitarra, que surpreendente, não?), Syn fez um solinho, auxiliado por Zacky. Todo mundo começou a cantar o típico “PARABÉNS PRA VOCÊ”, deixando as faces de Matt muito vermelhas. Não se sabia se era de emoção ou vergonha...

Dava pra sacar... que Matt era uma pessoa magnífica, daquele jeitão Ogro de ser. Os amigos, mesmo distantes... estavam ali, com ele, no dia mais importante de sua vida.

Foi bom perceber que era querido. Eu não era a única a amá-lo... e querer seu bem. Fiquei feliz... Se um dia eu viesse a faltar... ele teria o apoio de todos. Nunca estaria só.

(---)

Depois de conhecer todos os amigos bizarros deles, incluindo um que chorava vodka (sem zuera, saía vodka dos olhos do cara, fiz questão de provar!), resolvi tomar coragem... e conversar com Matt. Estava adiando o confronto... não por muito tempo.

Desvencilhei-me de Mel (com uma desculpa qualquer), sorrateiramente subi no palco, roubei um violão (ninguém percebeu, ainda bem), e fui à procura do aniversariante.

- Você viu o Matt? – perguntava para todos que encontrava, e a resposta sempre era a mesma: “deve estar na varanda, bebendo um pouco”.

Bem... tentei dar umas voltas, conversando comigo mesma... mentalizando o que iria dizer. Não poderia chegar e falar “Oi, tudo bem seu gatão, vemk!”, ou “Porra cara, foi mal por ter suspeitado de você, quer uma birita?”. Não... teria que ser sincera... e digna. Tá... chega!

“Droga, onde fica a porra dessa varanda?”, pensei comigo mesma, andando como louca, abraçando o violão, de lá pra cá. Deixei uma ótima impressão pra aquele monte de gringo, PQP.

Suspirei, agarrei o violão com mais força... e fui pra varanda, deixando a frescura de lado. E meu coração palpitou, reconhecendo aquela enorme massa corporal, sentada sobre a muretinha. Estava tão distraído, que custou para perceber minha presença. Bem... era a  hora... não podia fugir. Deveria agir.

- Hey! – murmurei, aproximando-me aos poucos, tentando certificar que era seguro ficar.

Mas ele, naquela maldição de “dar gelo”, ME IGNOROU! Ficou quieto, sem se mover, ainda olhando para o céu. Okay, okay... ele não ia tirar minha paciência. NÃO MESMO.

Sem cerimônia alguma, sentei ao seu lado, na muretinha. Ajeitei o violão no meu colo... e resmunguei, olhando-o.

- Olha cara, ouve pelo menos, okay?

- O que você vai fazer, louca? - questionou, olhando para mim e o violão.

- Fica quieto e ouve. É parte do meu presente... e... minhas... desculpas.

Tá, é difícil confessar que estava errada, mas queria fazer de uma forma bem diferente, okay? Sempre fui anormal.

Minha mão tremia, juro. Nunca toquei ou cantei perto de ninguém, ainda mais um cantor profissional, da minha banda favorita. Ia levar um esporro mais ou menos, por destruir uma música tão linda, com minha falta total de talento. Sorte minha que existia a frase “o que vale é a intenção”, como defesa.

Então, chega de baboseira, e vamos à música.

Send me a sign – Hammerfall (ouçam, sério, vai dar o clima que quero).

Meus dedinhos magrelos (e tortos) caminhavam rapidamente pelas cordas do violão. Ora pra cima, ora pro lado... ora pra baixo. Minha boca tentava manter o mesmo ritmo, sem se atrapalhar. Não estragaria a minha única chance de perdão. Não mesmo.

- Snow keeps, falling down, from grace in the dark... frozen tears in silent cries... ooooooh, sadness! Now color the battle field. All around, life passing by...

(A neve continua caindo, da graça no escuro... lágrimas congeladas em gritos silenciosos ... ooooooh, tristeza! Agora a cor do campo de batalha. Todos em torno da vida, passando por...)

Sentia que minha voz saía tremida e embargada, mas foda-se infinitamente, já estava realizando a proeza de cantar. E meus dedos continuavam com os movimentos... ora pra cima, ora pra baixo, acompanhando um ritmo imaginário... da música original. 

- ... Falling from my eyes... Like a raindrop from the skies. Falling from my eyes... oooooh... uuuuuuuuuuh. So Send me a Sign! Just a way to explain, tell me what I can do, I'm turning insane... So send me a sign!  Show me what I should do, only one wish to tell... A word sincerely signed just for you.

(Caindo de meus olhos, como gostas de chuva que caem do céu. Caindo de meus olhos... oooooh, uuuuuh. Então envia-me um sinal. Apenas uma maneira de explicar, diga-me o que posso fazer... estou ficando louco. Então envia-me um sinal... mostre-me o que devo fazer. Apenas um desejo de dizer, uma palavra sincera assinada por você.)

Minha vida, com aquele cara, passou diante de meus olhos. Talvez eu precisasse mesmo de um sinal... apenas um.

- Winter... paved ny way, couldn't see nor believe, I watched the snow highlighting my grief... ooooh, Sadness! I long for the sun to shine... please melt the ice, wrapped around my heart... Falling from my eyes... Like a raindrop from the skies. Falling from my eyes... oooooh... uuuuuuuuuuh... so send me a sign.. Show me what I should do, only one wish to tell... A word sincerely signed just for you.

(Inverno, não conseguia ver nem acreditar. Assisti a neve destacando a minha dor ... ooooh, Tristeza! Anseio que o sol brilhe ... por favor, derreta o gelo, em torno de meu coração ... Caindo dos meus olhos ... Como gotas de chuva que caem do céu. Caindo dos meus olhos ... oooooh ... uuuuuuuuuuh ... então envia-me um sina. .. Então envia-me um sinal... mostre-me o que devo fazer. Apenas um desejo de dizer, uma palavra sincera assinada por você.)

Tá, agora viria a parte mais difícil, que a anta escrota que sou ESQUECEU! Tudo bem, supero... era só cantar mais alto que não daria pra perceber... ou não.

- So send me a sign, just a way to explain, tell me what I can do, I'm turning insane... So send me a sign!  Show me what I should do, only one wish to tell... A word sincerely signed... Just for you...

Minhas mãos suavam, como meu rosto. A música havia acabado, mas eu ainda estava ali, a espera de alguma resposta, de algum sinal... pelo amor de Deus, Matt... dê um sinal.

- Uau... – murmurou, sem tirar os olhos de mim. – Eu... estou surpreso.

- Surpreso?

- Não sabia... que gostava dessa música. E que... sabia tocar... ou que faria isso por mim.

- Oh francamente, Matthew Sanders, eu fui uma idiota. – comecei, impedindo-o de me interromper. – Não devia ter julgado você, okay? Não mesmo... fiquei nervosa, e essa minha maldita mania de falar mais do que pensa e... olha... Desculpa? Desculpa mesmo. Desculpa por ter sido idiota contigo, desculpa por ter agido como criança, desculpa por ter quebrado a promessa que iria mudar, e desculpa por ter destruído essa música só pra te dar um presente... desculpa.

Como é difícil, puta que pariu! Nunca percebi meu esforço... de reconhecer a culpa. Pra ser sincera... acho que nunca fiz isso na minha vida toda!

Matt, ainda surpreso por minha franqueza... e minha forma de pedir desculpas, sorriu, esticando a mão.

- Me dá sua mão, sua boba. – pediu, e eu... atendi. – Pensei que não viveria pra ouvir isso. Dá pra ver o esforço na sua cara... sério. Mas... não tem como não desculpar, depois disso que você fez. Imagino o quanto seja difícil... aprender algo que não sabe. E, ainda mais... admitir uma culpa.

- Você faz com que eu faça coisas impensadas, Ogro Engibizado. – praguejei, tentando disfarçar um sorriso. Ele não ligou muito, pelo apelido. Aparentemente, até gostou, achando-o criativo.

- Ogro Engibizado... essa é nova. Hum... então, estamos em paz novamente? Sem guerras?

- Sem guerras. – ri, levantando-me. – Não é nessa hora que... devemos nos abraçar e jurar que nunca mais brigaremos?

- Marietta e Matthew sem brigas... difícil imaginar. Deixaríamos de ser nós! – brincou, puxando-me para mais perto. – Mas concordo com a trégua.

- Concordo também. – ah, minha vida... como era complicada. Mas agora, metade de minhas preocupações, estava no lixo. Matt fazia com que me sentisse bem... tranquila... sem qualquer medo. Como era bom estar com ele.

Warmness on the soul – Avenged Sevenfold.

Quando percebi, que lá dentro da boate, tocava a minha música favorita do Avenged... dei um pulo, sorridente. Sei lá... me emocionava, com aquela letra. “Eu nunca vou me sentir sozinho com você do meu lado”... ai ai... aquela podia ser minha música. Só faltava a pessoa... que me completasse. Que nunca me deixaria... só.

- Man, essa música é maravilhosa. Minha favorita... ah cara!

- Sério que curte ela? – perguntou Matt, pegando minhas duas mãos. – Então vamos dançar.

- Eu não sei dançar... – retruquei, fazendo muxoxo. – Posso te machucar...

- Você está de tênis, Marie. Não vai fazer nada, vem cá.

Sem chance alguma de escolha, passei meus braços pelas costas de Matt... e começamos, de um lado para outro, como dois bobos. Ninguém podia ver... todos estavam ocupados com a música lá dentro.

Estávamos sós.

- Marie, posso te perguntar uma coisa?

- Pode, lógico.

- Você gosta muito do Brian, né?

- Muito. – respondi, erguendo um pouco a cabeça, para fitá-lo. – Por que?

- Eu abençôo esse relacionamento. – riu, fingindo ser um padre. Em seguida, voltou a ficar sério, com aquele mesmo olhar, intenso e brilhante. – Por que você... não vai ser feliz? Carimba essa noite... nos resolvemos... já está na hora de seguir sua vida. Vá ser feliz... é o que te desejo.

- Você acha?

- Sim...

Por isso Matt era meu melhor amigo. Entendia-me tanto... sabia dar conselhos, como se fosse meu irmão mais velho, meu companheiro... meu protetor. Sei que isso soaria muito “Jonathan e Sophia”, mas... era como se fosse uma princesa, aquela aprisionada em seus próprios medos... daí vem aquele Guerreiro e puft! Mata todos eles.

- Tens razão. – concordei, encostando minha cabeça em seu tórax. – Você é meu melhor amigo... me entende tão bem, como isso é possível, ein?

- Você parece com Jimmy, Marie... em algumas partes. Já disse inúmeras vezes... minha missão... é cuidar de você. Te fazer feliz. E sua felicidade está lá dentro... chapando com vodka... fingindo ser gay... ou algo do tipo.

- Onde que fui amarrar meu burrinho. – brinquei, voltando a olhá-lo.

Ficamos por um tempo ali, daquela forma, quietos. Matt cortou novamente o silêncio... com um pedido um pouco estranho.

- Marietta, posso te pedir uma última coisa?

- Pode, lógico.                     

- Pelo que senti... hoje será sua última noite sozinha. Amanhã, possivelmente, já terá um cara do seu lado... e... isso é bom. Então... não quero que me leve a mal... mas...

- Mas...?

- Fica comigo, agora? Pela última vez?

Tá, calma... estava ficando surda ou o que? Matthew estava pedindo... pra ficar comigo? Ein? WAIT? ALGUÉM TRADUZ, PELO AMOR DE DEUS?

- Como, cara?

- Você pode achar estranho... pra um cara da minha idade, ficar falando dessas coisas... mas eu nunca amei ninguém. Nunca beijei uma mulher que... não estava interessada na minha fama... ou no meu dinheiro. Todas querem beijar M. Shadows... mas nenhuma quer Matt Sanders. Você, e meus amigos, são os únicos que gostam de mim... do jeito que sou. Entende? Quero sentir... pelo menos uma vez na vida... como é beijar uma pessoa... como você.

- Entendo... – foi a única coisa que pensei em dizer, depois daquela explicação. Se dependesse de mim... faria de meu amigo, o homem mais feliz do muito! E eu faria isso, mesmo que fosse por alguns minutinhos. – Você é muito especial para mim... farei de tudo para fazê-lo feliz. Parabéns, Matthew Sanders, feliz aniversário. – e ficando na pontinha do pé... passei a mão pela sua nuca... e o beijei.

Era tão estranho. Primeira vez que beijava Matt... sem impulsos externos. Sem Melissa gritando, em um jogo de verdade ou desafio. Ou bêbada, por ter ingerido álcool demais. Ou qualquer bosta... que me impedisse de saber o que estava fazendo.

E eu estava ali... beijando meu melhor amigo... saciando um desejo antigo, de um cara que parecia tão seguro... e tão sensível, ao mesmo tempo. Era difícil confessar que por dentro daquela carapaça, existia um homem à procura da felicidade... que parecia cada vez mais difícil de aparecer.

Eu o faria feliz. Muito.

Afastei-me aos poucos, separando nossos lábios. Ele estava ali, olhando... com um sorrisão no rosto. Olhou para dentro da boate... e viu que Anne já havia chego. Ao lado dele, estava Synyster.

- Que tal você... ir ser feliz, hum? - sugeriu, apontando-o. Passei as mãos pelo rosto e sai de seus braços, dando um suspiro:

- E você? Anne está solteira... e gosta dela.

-É... – concordou, voltando à muretinha. – Vai amiguinha... agarra seu guitarrista...

É... eu faria isso. Precisava. Mas, antes de sair da varanda, abracei-o por trás, dando um beijo no rosto.

- Se eu não fosse tão idiota... com certeza me apaixonaria por você. – e antes que ele respondesse, sai correndo, empurrando tudo mundo que encontrava pela frente.

Agarrei Brian pelo pescoço e murmurei, sorridente:

- Vamos deixar de lado essa putaria. Eu gosto de você. – e o beijei.

Era a minha chance de ser feliz... mesmo que estivesse deixado meu guerreiro... sozinho na varanda.

(Terceira pessoa).

Agora Matthew estava certo. Tomara a melhor decisão. Todos ficariam felizes... inclusive ele.

De longe, viu Marietta beijando Synyster, que respondia o ato. Enfim os dois estavam se resolvendo, depois de um ano. Quem parecia perplexa pela atitude da amiga, era Anne, que se aproximava aos poucos da varanda.

- Cara... nunca pensei que a Marie fosse... tomar iniciativa. O que aconteceu?

- Ela não foi tonta... agarrou a felicidade... e não a deixou fugir. Nem todos possuem esse dom. – lamentou, pegando o violão que a amiga deixara pra trás. – Mas todos nós temos que... seguir, não é mesmo? Sua dor, pode ser a felicidade do outro.

- Altruísta. – sorriu Anne, olhando para o céu também.

- Mas... vamos seguir, não? E você, quer dançar? – sugeriu, esticando a mão para a ruiva. Sem pensar muito, ela concordou, deixando claro sua falta de habilidade com danças. Ele não se importou. Só queria se divertir... e rir.

A vida era curta demais para lamentar. Viva La Vida... tudo iria se encaixar.


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