Palavras de Heagle escrita por Heagle


Capítulo 60
Ressaca


Notas iniciais do capítulo

Olá gataaas, o AAAh, queria agradecer a turma que mandou recomendações pra fanfic, valeeeu mesmo pessoal. E quem quiser também, eu não me oponho a nada HUASHUASHUSAHUSAHUSAHUSUHAHUSAH forma bela de pedir, beijos NNN SAHUHSHUASH ENTÃO... depois daquele vuco vuco da noite anterior... eis que surge a ressaca. Esse capitulo é mais calminho, calminho, e eu sugiro que vocês acessem o link que tá no meio do capitulo, pq amnésia alcoolica realmente existe, e não foi viagem minha UHSAHUSHUAHSHAUHSHUHHUHU então... booooooooooa leitura e mandem reviews (;



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(Primeira pessoa, Marietta)

Eu nunca devia ter bebido. Sério mesmo. Juro, eu não lembrava NAAAADA, ABSOLUTAMENTE NADA. Quando eu ingiro álcool, acontece isso. Fui até a um médico saber o que realmente acontece... e a notícia não foi tão animadora. Sofro de amnésia alcoólica (até que alguns pesquisadores ingleses estavam estudando. A notícia aqui ó: http://migre.me/5ayyP).

O álcool afeta os  neurotransmissores e alteram a maneira com que a memória é formada. O alto consumo da bebida inibe a memória pós ingestão, por isso só lembramos o que acontece antes. E a única coisa que eu lembrava era que pedi para experimentar conhaque, e Matt não queria deixar.

Ah okay, tudo bem, ele saberia explicar muito bem porque meu cabelo estava molhado, logo que acordei. E minhas roupas íntimas, jogadas ao chão, sendo que eu tenho pavor de roupas jogadas.

Eram 10 horas da manhã, e ninguém havia acordado ainda. Quando fui à sala, tentando encontrar algum sinal de vida, vi que Matt dormia no sofá da sala, só de calça, ao lado de uma garrafa de conhaque vazia.

Cheguei de mansinho, esfregando meu rosto com as mãos. Desisti da ideia de acordá-lo com aquela minha cara amassada de ressaca. Dei meia volta, voltei ao meu quarto, e fiz a limpeza geral, que ia de escovar os dentes até pentear os cabelos. Com surpresa, presenciei o fato de meu chuveiro estar ligado, jorrando água na banheira. Ué... será que estava aberto desde a noite anterior, que eu me troquei pra ceia?

Decidi sair com o pijama mesmo (preguiça ruléia, beijos). Voltei à sala, ajoelhei diante de Matt, que dormia como um bebê (um bebê de gigante, anyway), e sorri, murmurando:

- Hey, hey... acorda.

Ele não acordou. Suspirei, um pouco impaciente e receosa. Ele dormia tão bem, mesmo encolhidinho por causa do frio. Devia estar sonhando algo bom... já que estava exibindo um meio sorriso.

Fiquei com dó de acordá-lo. Levantei-me, fui em busca de alguma coberta, e voltei novamente, com meu edredom em mãos. Cobri-o com cuidado, bem certinho, para que aquecesse proporcionalmente o corpo todo. Ao terminar, fiquei por um tempo contemplando-o. Lembrei da conversa que havíamos tido durante a viagem. Ele era tão... tão... meigo. Tá, orgulhoso e grosseiro também, mas no fundinho mesmo, tinha um lado meigo e criança... um lado que, particularmente, eu adorava. Se parecia muito comigo.

E passou o tempo. E eu não tinha nada pra fazer. Lembrei-me que era Natal... então... fui para a cozinha, ajeitar um almoço com as sobras do dia anterior. Terminei. E nada de ninguém. Puta que pariu, só eu tinha acordado cedo?

Sentei-me vencida, na mesa, com meu bloquinho de anotações. Acabei me levantando para a sala novamente, ajeitando os presentes na árvore de Natal. Arrumei a mesa, que ainda estava um pouco suja... e... só.

Caí na cadeira novamente, escorando o queixo na mão, esperando alguém dar sinal de vida, só pra variar. E não é que deu certo?

- Marie? – começou Matt, despertando no sofá. – É você?

- Não, é a versão feminina do Johnny Depp. Sou eu, né? E vocês dormem ein? – o repreendi, fingindo uma zanga. – Estou desde às 10 horas... aqui, esperando vocês. A ressaca deve ter sido brava.

Acho que a palavra “ressaca” despertou Matt. Ele acabou caindo do sofá, levantando-se em seguida, correndo em minha direção. Agarrou-me pelo braço e começou a falar, quase sem pausas, com o rosto bem sério (com sinais de vergonha):

- Olha Marietta... desculpa por tudo que aconteceu ontem. Eu... não devia ter permitido que...

Acenei, para que ele se acalmasse. Não entendia porque ele estava tão agitado e tão confuso, falando nada com nada. Noite passada, noite passada... mas de que porra ele estava falando?

- O que você tá falando? – perguntei, arqueando uma das sobrancelhas.

- De ontem. – respondeu, parecendo não entender bem o motivo por eu estar surpresa.

- O que houve ontem, depois que eu bebi?

- Você... não lembra? – gaguejou, afastando-se. Juro que se eu não estivesse ainda com um pouco de dor de cabeça, teria batido o pé que o vi dando uma risadinha.

- Não... tenho amnésia alcoólica. Minha mente apaga tudo que acontece no período de embriaguez.

- Ah... ah... oh sim... – riu, visivelmente aliviado. Eu não entendi, então, repeti a pergunta:

- O que houve entre a gente?

- Entre a gente? Nada... digo... eu não devia ter deixado você beber, daí quando fui te pegar, acabou rolando... um beijo. Um beijo. Ér... nada mais.

- Francamente Matthew, está todo preocupado aí por causa de um beijo? – ri, abraçando-o. – Deixe de ser tolo. Não será um beijo em momentos sórdidos que vai fazer nossa amizade acabar, não?

- É... é... você tem razão. É, tem razão. – concordou, apertando-me mais forte. – Ah, feliz Natal, Marie.

- Feliz Natal, Matt. – murmurei, sentindo-me muito bem naqueles braços.

- Ah... ér... tenho presente. – disse ele, afastando-se de mim (um pouco rápido demais). – Não é grande coisa... mas... ér... eu acho que você vai gostar.  

Ele correu até a árvore e voltou com uma caixa em mãos. Estava embrulhada de uma forma desengonçada, um laço mal feito, visivelmente feito por um homem. Um homem grosseiro sem habilidade para coisas delicadas, como Matt. Dentro tinha: o script do dia que brigamos, um cd autografado, uma caixa de bombons, um saco de Ruffles, duas pulseiras (aquelas de amarrar) e uma foto.

- O script é de quando dei cano em você... acabei pegando, no meio do caminho, quando tinha voltado e... desenhei algumas coisas. E queria que ficasse para você. É dos Murphys. Hum... o CD que Syn disse que faltava na sua coleção, bombons que sei que você adora, especialmente os de nozes, Ruffles idem, a nossa foto juntos... e essas pulseiras. Eu queria que você usasse essa daqui... Era de Jimmy.

- Ér... – comecei, pegando uma pulseirinha escrita (em inglês): Sou amigo de um filho da puta.

- Eu e Jimmy usávamos essas pulseiras. Daí ele falou assim: “Olha Matthew Pau no Cu, se um dia eu morrer, você tem a obrigação de se livrar dessa pulseira feia pra porra... e dar pra alguma pessoa que mereça pagar essa penitência como eu pago desde os 16”. Daí... quando ele morreu... a pulseira estava guardadinha na caixinha. E eu parei de usar, depois disso. Mas... achei um bom presente. Você gostava muito dele, não?

- Eu adorava Jimmy mas... você não quer guardar contigo? Afinal, ele era seu melhor amigo.

- Contigo ele está bem guardado. – sorriu, puxando meu pulso. – Acho que três voltas são o suficiente. Vem cá, me ajuda, coloca no meu pulso também.

Eu estava compartilhando uma pulseira em comum com Matt que pertencia ao Jimmy. Tudo bem, que hora eu posso começar gritar feito uma maluca? EU TINHA UMA SORTE DO CARALHO, GEEEENTE! Nasci com bumbum pra lua, beijos e morram de inveja.

- Cara, obrigada mesmo. Adorei todos. Muito mesmo. – agradeci, correndo até a árvore também. – Lógico, tenho um pra você também. Não sei se vai curtir... mas é bem sua cara.

- Um vale-tatuador? – sugeriu, sentando ao meu lado. – Eu estava precisando fazer outra tattoo mesmo... vou fazer um Quietz. Jonathan Harrington faz parte de mim agora, não?

- Olha que boa ideia... mas não é. – ri, procurando o pacote. – Foi meio clichê e tals... mas... PRONTO, achei!

- Uau... que é isso, mano? Assaltou que loja? – riu, vendo o tamanho do meu presente.

Na verdade, não era nada demais... era só um quadro (na verdade, uma caixa de vidro), com uma foto dele e de Jimmy juntos. Na frente, havia miniaturas da bateria, das guitarras, do baixo e do microfone. Eram os instrumentos e o Avenged.

- Cê tá zuando que mandou fazer isso... pra mim. – murmurou, contemplando cada canto do presente. A princípio, me assustei, achando que havia pecado na escolha. Mas o brilho no olhar do meu amigo... fez com que eu me acalmasse.

- Acima de tudo, você é um cara que ainda sofre a perda do melhor amigo. Então... ele está aí, com você.

- Porra... esse foi um dos presentes mais fodas que ganhei até hoje. – murmurou, levantando-se. – Caralho, você é uma vaca.

- Uau, obrigada pela parte que me toca, okay? – brinquei, levantando também. Era visível que estava disfarçando algumas lágrimas que queriam sair. Mas como orgulho de Matt é mais sólido que diamante... lá estava ele, negando-se totalmente a chorar.

Eu lhe daria o espaço necessário para expor sua dor... porque, afinal, dali três dias, seria o aniversário do nosso adorado Jimmy. E ele ia sofrer, ainda mais, do que já estava.

- Vou... para meu quarto, me trocar. Seria bom se você tomasse um banho... também. – sugeri, afastando-me.

- Você é foda, Marietta. – murmurou ele, olhando para o quarto.

Fingi que não ouvi. Era sadio a Matt um tempo sozinho, para pôr a cabeça no lugar. Ele precisava de um tempo para refletir, e, quem sabe, chorar.


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Notas finais do capítulo

E desculpem os erros de port.



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