Palavras de Heagle escrita por Heagle


Capítulo 148
I want fly


Notas iniciais do capítulo

MEEEEEENIIIINAS, desculpe se o capítulo saiu ruim... eu estava inspirada, e por ter ficado tanto tempo longe e vidrada no meu livro, acabei tendo um momento de abstinência imaginativa HUSAUHUAHUHASHAHUS bem... para quem acompanhar minha saga 'ESCREVER UM LIVRO PRO CONCURSO', consegui terminar o meu. Já tá impresso, só falta enviar. Estou fudida de trabalhos na escolas mas eu supero... HSAHSUHSHUASHAUHA Bem, beijos enormes às fãs que mandam recadinhos fofos no facebook, suas lindas. BOAAA leitura, no proximo capitulo... farei algo bem legal HAHAHAHAHAHA e ai... Marietta MORRE OU NÃO?



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 “Amanheceu no hospital. Eu vi o sol nascer, estou diante de uma janela no fim do corredor. Syn veio agora a pouco noticiar que Marietta não havia morrido ainda. Ainda... ah Deus, como essa porra azucrinava minhas ideias. Eu não conseguia imaginar se todo aquele sofrimento e expectativa teria um fim... só queria minha menina viva. Caralho, é pedir demais?

Sabe... durante a noite, todos evitaram conversar comigo. Connor, com certeza, temia minhas reações violentas. Mel queria que eu mais me fudesse, e Syn e Zacky... precisavam fingir uma maturidade que não lhes pertencia. Aqueles filhos de uma puta manca... nunca imaginei que pudessem ser tão fodas assim.

Se não fosses eles... eu já teria caído. Caído em um abismo aberto bem na minha frente. Eu sinto que deveria fazer isso, afinal, eu fiz muito mal para minha Marietta, mas... ah não porra, chega de lamentação, nem parece M. Shadows escrevendo.

PORRA. CARALHO. CACETE. Pronto, parece ser eu, não? Não, me sinto um saco de bosta... sem a capacidade de escrever algo útil. Não sei se vocês (caso essa merda caia na mão de alguém) entendem o que escrevo, porque não consigo.

Não, calma... Connor está se aproximando.”

- Matthew. – começou o doutor, ignorando a pressa de Matthew em esconder um caderno de rascunho. Estava preocupado demais para notar coisas supérfluas. – Precisamos conversar.

Matt sentiu as pernas tremerem mais uma vez. Não sabia dizer o porque, mas o olhar e tom de voz do velho Connor não lhe trouxeram sensações boas, ao contrário, pensou automaticamente naquela menina indefesa presa em uma cama, sem chances reais para manter-se viva. Pensou automaticamente que a profecia se realizara: que Marietta estava morta.

- NÃO CONNOR! – berrou, antes mesmo do homem falar alguma coisa. Ele, assustado, esticou a mão, pedindo que Matt se acalmasse. Não eram tão más notícias...

- Acalme-se, Matthew, Marietta não morreu... ainda.

- PAREM DE FALAR ESSE ‘AINDA’, PORRA! – voltou a gritar, levantando-se em um pulo, ofendido por aquela falta de fé na reabilitação de Marietta. – ELA-NÃO-VAI-MORRER!

- Não depende de nós. – confessou, sem poder fitar aquela meia tonelada de músculos e tatuagens. – Andamos realizando mais exames e Matthew... o que fizeram com aquela menina? Não posso falar isso perto de Mel, ela está sendo sedada várias vezes ao dia devido ao estado emocional descontrolado, Syn e Zacky já estão a par do diagnóstico... e você... justamente você precisa saber disso.

- Saber... do... que? – gaguejou, sentindo que um nó na garganta falhava sua capacidade de falar. – Por... favor.

- Ela não responde estímulo algum... em nenhuma parte do corpo... como se já estivesse morta. Mas o cérebro e o coração, embora fraco, ainda funcionam. Chegamos a pensar... em... reduzir o sofrimento dela porque... meu caro, como vou lhe dizer isso?

Pela primeira vez na vida, Connor não sabia como explicar que um paciente nunca mais acordaria, que seu destino seria dormir em uma cama de hospital? Que a jovem e promissora escritora... perdera sua vida a partir do momento que capotou com aquele carro? COMO DIZER QUE ELA ESTAVA MORTA!?

- Desculpa Matthew... – lamentou, abaixando a cabeça. – Mas não temos nada a fazer além de...

O rapaz não deixou que Connor terminasse. Pegou o caderno debaixo da cadeira e correu pelos corredores, querendo chegar o mais longe possível daquele doutor que... desenganara sua menina. Como assim, Marietta estava “morta”? NÃO, ela iria acordar, ela iria viver, ela... ela... meu Deus, ela ia fazer alguma coisa a qualquer hora. Acreditava nisso.

Mais uma vez, sem forças para resistir, encolheu-se em uma parede e chorou. Abraçava o caderno como se as palavras escritas anteriormente oferecessem conforto... uma aproximação maior com a alma de sua pequena.

Precisava de um consolo...  era necessário um consolo.

Irritado com sua própria fraqueza e incapacidade de reverter a situação, decidiu que não voltaria para o hospital. Trancar-se-ia no quarto de Marietta na mansão em Londres e ficaria por lá até que o sofrimento tivesse acabado. Ao menos, guardaria em mente a imagem risonha da jovem escritora.

- Oras, Matthew, seu ogro engibizado. – riu diante do espelho, agarrando com força uma foto. Era a foto do dia em que Marietta aprendera a andar de carro novamente. – Você vai ficar, não é mesmo? O ogro engibizado está mandando, filha da puta!

E seus olhos voltaram a se encher de lágrimas. Matthew beirava à loucura... e hora ou outra... seria encontrado morto em seu desespero. Sem Marietta, nada mais fazia sentido. Era hora de partir também.

- Deixa de ser zé ruela, morfético. – praguejou Jimmy, impedindo que Matthew pegasse uma tesoura da gaveta. – Você não pode fazer a mesma cagada que eu... velho...

- VOCÊ, VOCÊ TIROU ELA DE MIM! – berrou, arremessando no vidro do quarto um objeto de porcelana. Era uma águia com os dizeres “I want fly”. – TIROU, TIROU!

- Não tirei nada, cara. – resmungou, olhando para o quarto. – Se ela partir, é porque quis... não fiz nada para...

- SOME DAQUI, JIMMY! ME DEIXA EM PAZ!

Matthew agarrou a cabeça com as duas mãos, rodando em círculos. Jimmy manteve-se quieto no canto, olhando para toda cena. Depois de concluir que era melhor partir... o fez.

Sumiu, deixando para trás o melhor amigo que, abandonando a ideia do suicídio, dedicava-se a destruir todo o quarto.

(Primeira Pessoa – Marietta)

Não sabia exatamente onde estava, só senti que era bem longe de Londres e de meus queridos Avengers. Sério, o lugar era meio sinistro, parecia que nada possuía uma forma consistente, era tudo subjetivo, alternava com constância. Não sei, fiquei muito abobada.

Meu ponto de referência foi um rapaz sentado no meio da estrada, batucando em duas panelas. Exibi um sorriso enorme reconhecendo as duas algemas no pescoço.

- JIMMY! – berrei, acenando com a mão. Acreditei que ele, talvez, não se lembrasse de mim ou sequer tivesse me conhecido, mas era bom arriscar, afinal... eu estava perdida, precisava de alguma referência. Mas uma coisa, pelo visto, já era confirmada: morri... e aquele era o paraíso. Ou o inferno, depende da ocasião.

Ele, sorrindo daquela forma encantadora, pediu para que eu me aproximasse. Continuava a bater, divertidamente, nas duas panelas. Mesmo com as habilidades subumanas de Jimmy, delas não saía nada mais que ruídos.

- E aí gata, quer me comer? – piscou, apontando sua “bateria” improvisada. – Pensa bem... já temos a panela, só falta fogão... mas aí emprestamos um pouco de fogo do vizinho de baixo, o Lúcifer.

- Dispenso pratos pesados. – ri, aproximando-me aos poucos. Na verdade, por mais que a figura de Jimmy me atraísse, eu queria mesmo era saber de outra pessoa. Dou um doce para quem adivinhar.

- Você comia Matthew. – continuou, parando de batucar. Do nada, suas feições assumiram uma seriedade que... para o nosso Jmmy, era bem, mas bem difícil mesmo de imaginar. Ou era outra brincadeira, ou o assunto era consideravelmente crítico.

Aposto na última opção, por incrível que pareça.

- Você precisa reagir, gata, senão meu amigo Matthew vai morrer de desgosto! – pediu, abandonando as baquetas. Não queria tocar mais. – Aqui não é seu lugar ainda, vaza e volta pra aquele mundo de bando de loucos. Tem três viados que dão o cu e mais uma gatinha, que eu comeria fácil, te esperando. Pra que adiantar o sofrimento deles?

- Não é culpa minha! – defendi-me, enrugando a testa. – E por vezes acho que até seria melhor...

- Chega, nem continua. – interrompeu, virando o rosto. – Só sei que você precisa pensar um pouco naqueles bocós que estão chorando no corredor da UTI... inclusive naquele filho da puta que já deu muita mancada contigo... mas que está desesperado implorando sua volta. Poxa Marietta... eu vou precisar ajoelhar e te implorar para que deixe de ser idiota e lute pela sua vida? Eu não fiz isso... e me arrependo. Não sabe o quanto Avenged me faz falta... não sabe o quanto viver me faz falta. Não faça a mesma besteira que eu... Mel, Syn, Zacky e Matthew... precisam de você.

- Jimmy...

- Por-favor. – pediu, fitando-me pela primeira vez.

Eu sei que minha situação era complicada e que ficaria fora por muito tempo, mas... eu não deixaria de lutar. O pedido de meu querido Jimmy comoveu-me de tal forma que, naquele mesmo dia, mexi o dedo.

Duas vezes.  

Esse podia não ser o sinal de meu retorno breve... mas era sinal de que eu não desistiria de lutar e de viver.

Por mim, por Mel, pelos Avengers... pelo meu ogro engibizado. 


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