Palavras de Heagle escrita por Heagle


Capítulo 145
Our precious girl she can't be gone...


Notas iniciais do capítulo

E AÍ BANDO DE VADEOS *-* bem, cá estou como prometido. Beijos para minhas lindas, para minha querida amantevengeance que recomendou a fic, we *---*
Bem, beijos amores, salve especial para Raíssa que agora me aguenta no FEICIBUQUI e Lillian, a minha Mel.



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Música tema: Fiddler on the green – Demons & Wizards


As coisas ficaram mais difíceis naquele momento. Matthew olhava para os lados, mas não conseguia enxergar. A escuridão tomara conta de seus sentidos, cada vez mais dispersos na imagem de Marietta ali, caída, com sangue escorrendo pelos cabelos.

Um pouco aturdido, agarrou-lhe a mão.

Um som quase que ensurdecedor, semelhante ao de uma serene de ambulância, se aproximava. O burburinho também. O barulho das máquinas fotográficas e perguntas típicas de jornalistas ou curiosos parecia cada vez mais frequente. O aglomerado de pessoas tornava-se maior a cada constante.

Irritou-se por não conseguir comandar o próprio pensamento. Era necessário manter a mente estruturada e calma para... entender o que estava acontecendo. Mas como isso era possível, se a mulher de sua vida estava ali, aparentemente morta, em seus braços? E tudo por sua culpa. Sua-culpa.

Algumas mãos tentaram afastá-lo do corpo. Não soube o que responder, mas também não quis largar. E tentaram, tentaram de diversas formas, mas ele ficou, ignorando que talvez aquela atitude prejudicasse ainda mais o estado da moça, que era grave. Não soltaria sua mão. Jonathan não soltou a mão de Sophia.

- Aplique um sedativo, precisamos socorrer a garota. – ouviu alguém dizer, não tão longe dali. Em pouco tempo, sentiu uma picada no braço. Era questão de tempo para que seus membros formigassem.

Caiu ao chão, com os olhos estatelados. Suas mãos perderam a força, e sua promessa fora descumprida. E por lá ficou.

Piscou inúmeras vezes, e por mais que estivesse sob efeito de remédios, voltou a enxergar. E a levantar. Um homem de cento e tantos quilos de músculos, forte como um touro, não era tão fácil de se abater.

Passou as mãos pelo rosto, e procurou por Marietta. Acabou avistando Melissa, completamente desesperada, correndo até uma maca. Um corpo estava lá. Synyster se aproximava, só que em passos mais lentos, analisando todo o cenário.

Julgava estar em um pesadelo.

Sentiu dois braços o envolverem, murmurando um “Oh Matthew, eu sinto muito”. Era Anne, surgindo novamente em sua vida, para acolhê-lo em uma hora tão difícil. A estilista viu o que estava ocorrendo pela TV. Para não piorar a situação, segurava o choro, exibindo aquele semblante seguro e confiante. Mas, por dentro... sabia que o pior havia acontecido. Que sua amiguinha de adolescência estava morta.

Jared mantinha-se do seu lado, tentando afastar os paparazzis. Mas, parecia que naquele dia nem eles queriam trabalhar. Por mais que tentassem acertar o foco e obter a imagem mais que perfeita da jovem escritora Heagle... os dedos tremiam, e o sentimento falava mais alto.

“Minha filha adora os livros dela...”, pensou um deles, guardando a câmera na bolsa. Lamentava estar perdendo uma boa grana daquele furo... mas sentia muito mais pelo vazio que a morte causaria à sua menina. Abaixou os olhos, e rezou para que tudo desse certo.

Johnny Depp soube do acidente por Jared. Estava nervoso demais para pegar o carro e ir até o lugar, além de não querer  guardar imagem tão macabra da jovenzinha que, por mais que não houvesse conseguido sequer dar-lhe um beijo, mexeu de certa forma com seus sentimentos. Era triste ver uma menina tão linda e talentosa ir... embora.

- Bom dia, Londres. Acaba de acontecer um grave acidente aqui na rodovia... – começou uma âncora de telejornal, diante de uma câmera. Se fosse em outros tempos – e se ele estivesse em condições de fazer isso – Zacky teria dançado por trás da jornalista, mostrando o dedo e a língua. Mas não, só ficou ali, sentado no chão, com a cabeça baixa. E a mulher continuava. – A escritora Marietta Genoom, a Heagle, mundialmente famosa por seu best-seller “Os Murphy”, foi sequestrada no último dia 30 e permaneceu em cativeiro até hoje, por volta das 9 horas. Durante uma operação policial de resgate, Heagle, que dirigia o carro, levou um tiro na cabeça e capotou com o veículo, sendo arremessada há metros de distância. Nenhum dos paramédicos quis conversar conosco, mas tudo indica que a jovem tenha...

- ELA-NÃO-MORREU! – berrou Zacky, levantando-se com agressividade. – POR QUE DIABOS VOCÊ NÃO ESPERA PRA SABER O QUE VAI ACONTECER, SUA VADIA DESGRAÇADA!

Matthew começou a rir, de súbito. Zacky era foda... arranjar confusão, em pleno jornal ao vivo, em uma situação daquelas. Oh, que bom motivo para rir, não? Não, imagine, havia um melhor, e ele foi dar conta só depois, bem depois.

Fitou toda a movimentação, e longe, bem perto do carro, havia um corpo coberto. Com certeza, um dos bandidos morto.

Suas faces coraram com tanta estupidez que um dos enfermeiros, ao passar do seu lado, deduziu que estava tendo uma reação alérgica. Mas não, não era alergia, era felicidade. Felicidade por ter o bandido que fizera aquilo com sua pequena se fudendo também.

- Morre mesmo, seu desgraçado. Vai queimar no colo do capeta. – gargalhou, apertando a barriga. – Vamos, quem você vai matar agora?

E o silêncio, que era quase impossível, dominou a todos. Um dos médicos, erguendo a mão, acenou para outro, há alguns metros dali. E berrou algo que fez com que Matthew, Syn, Mel, e todos os presentes ali, se calassem.

- ELA ESTÁ TENDO UMA PARADA CARDIORESPIRATÓRIA!

Depois daí, nada mais fez sentido. Mesmo. Matthew balançava a cabeça, desvencilhava das mãos de Anne e fixava o olhar, mesmo sem querer, na porta na ambulância aberta. Só conseguia ver os pés de Marietta, que chacoalhavam com violência em determinados intervalos. Melissa gritava, era a única coisa que conseguia fazer.

- Seja forte, Matthew, seja forte... – murmuraram ao pé de seu ouvido. Não era nenhum de seus amigos. Não era nenhum dos presentes... vivos. – Você PRECISA ser forte.

Era Jimmy, com as mãos envolvendo as do amigo. Alucinação? Não sabemos.

- Por que você está tirando Marietta de mim? Por que faz isso comigo? – murmurou, cambaleando. – Eu não fiz nada...

- Não sou eu quem...

- ME DIZ CARALHO, POR QUE FEZ ISSO COMIGO?

- VOCÊ, CARA, QUE FEZ ISSO! – berrou o rapaz, irritado. – NÃO JOGUE A CULPA EM CIMA DE MIM! A CAGADA FOI SUA, PORRA! EU TE AVISEI, E COMO TE AVISEI, QUASE ME ENVIARAM PRA ISOLAÇÃO PORQUE ESTAVA ME METENDO DEMAIS, MAS PRA QUE? VOCÊ NUNCA ME OUVIU! EU SEMPRE TE GUIEI, SÓ QUE... VOCÊ NUNCA BOTOU FÉ EM MIM. NÃO, NÃO ME MATEI, NÃO MATEI SUA MARIE, NÃO MATEI NINGUÉM. TUDO ISSO É CONSEQUÊNCIA DA SUA INCAPACIDADE DE AGIR COMO HOMEM QUANDO NECESSÁRIO! VÊ SE CRESCE, MATEUS, OU TODOS VÃO SE FUDER COMO A NOSSA MARIETTA!

- VOCÊ-NÃO-PODE-ME-CULPAR!

- VOCÊ MESMO SE CULPA. VOCÊ SABE DISSO. VOCÊ SABE O PORQUÊ DISSO.

Matthew deu de ombros, tentando manter o resto de dignidade que lhe restara. Jimmy continuava ao seu lado, com o semblante sério. Ao seu redor, só gente interessada na ambulância e na moça que continuava a receber sucessivos choques, para ver se o coração voltaria a bater. Talvez depois de tantas tentativas falhas no local, resolveram partir para o hospital. E Mel foi junto. Todos os curiosos, fãs, jornalistas, pessoas, foram juntos.

O mundo inteiro parava para seguir Marietta.

Matthew não. Continuou ali, vendo todos partirem, como se um grande espetáculo houvesse terminado, e depois do grand finale... a plateia ia embora, pouco a pouco, deixando para trás os coadjuvantes.

- Não importa cara... estamos com você.  – sussurrou Johnny, que surgira repentinamente. Zacky e Syn sentiram um frio nas costas e olharam para Matthew. Anne e Jared o mesmo fizeram.

- Sad voices they're calling, our precious girl she can't be gone, how bitter this morning, when daddy's darling, went out and started her day … - pausou, colocando as duas mãos no rosto. Esfregou-o mais uma vez, e prometeu que seria forte e não choraria. Chorar seria fraqueza, e ninguém precisava de um fraco naquela situação. – Would you mind, would you mind, would you mind... If I take you… to be with you, to be with you, to be with you, to be with you… (1)

E tudo estava tão estranho agora. Todos ali reunidos, olhando para o carro, o guincho, a polícia. Um dejavu. Heagle havia escrito isso em um de seus livros.

Jonathan, Magnus e Marin viam Sophia ir embora, com o corpo completamente derrotado. O sono profundo acometera, e Jonathan, culpado pela tragédia, olhava para um ponto qualquer, enquanto Marin se desesperava.

- Eu disse que estaria com você. Sempre te protegeria. Com a minha vida. Mas... eu sempre quebro minhas promessas. – murmurou. Mas quem?

Não havia mais distinção. Matthew era Jonathan. Jonathan era Matthew. Os guerreiros cujo destino era trazer a morte para sua princesa.

- Ouçam... vozes tristes estão chamando nossa garota preciosa.

(1): Vozes tristes estão chamando

Nossa garota preciosa, não pode ter ido

Tão amarga essa manhã

Quando a querida do papai

Saiu e iniciou o seu dia

Você se importaria?

Você se importaria?

Você se importaria?

Se eu pegasse você

Para estar com você

Para estar com você

Para estar com você

Para estar com você


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