Palavras de Heagle escrita por Heagle


Capítulo 120
Apagando o passado.


Notas iniciais do capítulo

Olááá suas lindas, fiquei pensando nesse cap no meu serviço hj, enquanto conferia mercadoria HUSUHAUHSUHASUHAUHAHUSUASHUAHSHAHASHAH estava lá, sentadinha, imaginando o que Hugo diria pra Marie HSHUAHUSAHUSA. BEEEEEEEEEEEEEEM... VAMOS QUE VAMOS QUE QUERO POSTAR MAIS UM CAP em homenagem ao nosso Jimmy, :/ RIP, SEU FODÃO. DETONA A BATERA AI NO CÉU, CARA. VOCÊ É E SEMPRE SERÁ FODA!
E beijos imensos para uma leitora sumida, que eu perdooo, que mandou um review mega fofo que li em plena 8h da manhã. Fui pro serviço rindo que nem tonta., Obrigada Whatsername_-, AMEEEEEEEEEEEEEEEEI O REVIEW, mande mais que eu goooshto HSUAHUSH. AGORA, vamos pro cap.



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- Há, você está de brinks com my face, né? – gargalhei, gesticulando com as mãos. – Uau, ele vai morrer, buh! Ah, fala sério, Hugo.

- Estou falando sério. – também riu, olhando (de forma acanhada) para o chão. – Perdi muito tempo, Marie. E isso não se resume apenas em nosso casamento, nossa vida. Lembra do meu problema cardíaco?

- Lógico que lembro. – resmunguei, deixando que meu sorriso morresse pouco a pouco. Talvez Hugo não estivesse zuando TANTO quanto pensei. Mas... podia estar exagerando, né? – Mas ninguém morre de uma hora pra outra.

- A menos que tenha levado uma vida “perigosa”.

- Não estou entendendo.

- Eu não me cuidei. Meu dinheiro comprou tudo que eu quis, mas esqueci do principal: de cuidar do meu coração fraco, que podia parar a qualquer momento. É isso que vai acontecer. Não fiz dieta, não tive consultas periódicas, não tomei o remédio. Sempre convivi com o problema fingindo que ele não existia. E... conseqüência desse meu ato idiota... vou morrer.

- Muita gente convive...

- Me estressei, não procurei relaxar, e isso foi agravando a situação, ao ponto que... todos os dias, quando eu deitava... sentia o coração palpitar, e doía. Doía muito. Logo depois que nos separamos, senti parte do meu corpo adormecer. Demorei um pouco para procurar um médico... e, pra ser sincero, fugi, de todas as formas, daqueles exames obrigatórios. Mas, é inevitável fugir do problema. Havia algo errado com Hugo, o todo poderoso Hugo. E... foi aí que soube que... não viverei por tanto tempo. Ele... – continuou, apontando para o peito. - ... está parando, pouco a pouco.

- Não posso acreditar que isso seja verdade. – suspirei, caindo na real, entendendo a situação que me encontrava.

Hugo voltara a ser aquele rapaz que conheci. Seus olhos tinham o brilho da adolescência interrompida, cheia de ambições e deveres da maturidade. Como se a vida roubasse parte de sua pureza, infectada por dinheiro, empresas, vida promíscua e vaidades. Mas, no auge, no topo... caíra em si, e voltara a ter o que lhe foi tirado.

Mas era tarde demais.

- E... quanto tempo resta? – perguntei, já com a voz embargada.

- Um ano, se isso. Bem... tempo suficiente para passar férias em Portugal, Austrália e Hawaí. E... de deixar Miguel a par das empresas. Ele vai saber agir quando... o dono... faltar. E... de fato, já tive provas que o cara é meu melhor amigo. Uma das únicas pessoas que... me suporta, ainda.

- Eu... juro que estou tentando entender o que está acontecendo. – confessei, colocando a mão na cabeça. – Olha onde estamos, Hugo: era aqui que sentávamos, quando adolescentes, pra falar sobre porra nenhuma. Ficávamos fazendo planos, como se fossemos viver por 100 anos! E nem isso seria suficiente para... fazer tudo. E agora você me chega, com esse seu brilho no olhar, na simplicidade do Hugo que eu conheci... que vai morrer? Afinal, que caralho você quer de mim?

- Eu quero seu perdão, é só isso, te juro.

- Meu perdão?

- Marie... não deu certo nosso casamento. Acabou o amor, isso se realmente existiu. Não percebemos que tínhamos vidas separadas, planos separados, e eu fiz o favor de tornar tudo mais difícil, enquanto você tentava simplificar. Não nascemos para ter uma união estável. Pensamos e agimos de formas diferentes. Fui um tolo de ter feito tantas burradas, antes de perceber isso. E... não tenho segundas intenções, não quero te comover, nem te quero como mulher. Tenho você, Marie, como minha amiga. E foi idiotice... ter enganado... acreditado que era algo diferente. Mas, francamente, não posso morrer sem ter o perdão da única melhor amiga que tive até hoje. Você consegue me entender, mesmo que eu tenha mudado tanto.

 - Não precisa pedir perdão. – cedi, esticando-lhe a mão. Não, por mais que eu fosse rancorosa e filha da puta, não tinha coragem de recusar as desculpas.

Hugo estava sendo sincero, depois de tanto tempo. Devia ser complicado entender que a vida estava no fim, e que tinha apenas um ano (ou menos) para fazer tudo que devia ter feito, quando sadio. E, pior ainda... admitir que estava errado, depois de tantos anos em caminhos incertos e pensamentos idem, que o iludiam.

Definitivamente, perdoava, de todo coração, o Hugo de 17 anos que voltara a viver. E o ajudaria, se querem mesmo saber, a fazer tudo que sempre quis.

Vou carregar ódio no meu coração para quê? Pra me fuder ainda mais do que já estava? Não, tentaria fazer algo bom pra me sentir melhor, mais humana... já que, ultimamente, minhas ideias andavam maléficas e traíras demais (logo mais vocês entenderão do que estou dizendo, e sim, refere-se ao Ogro Engibizado filho da puta).

- Podíamos comer batata, não é mesmo? – sugeri, levantando-me em um pulo, dando um basta nas lembranças horrendas do passado. A vida começava ali, a partir daquele momento. Não só a dele, como a minha também. – Você sabe o quanto gosto de batatas.

- Oras, Marietta... – riu, levantando-se também. – Você está apaixonada, é isso?

- ÉR... por que essa pergunta? - tá, legal, foi um baque receber uma pergunta daquelas, naquela altura do campeonato. Muitas informações pra pouca cabeça, memória, HD.

- Seus olhos estão brilhando tanto. – riu, agarrando-me pelo braço. – Espero que tenha sorte dessa vez, já que da primeira, não deu muito certo.

- Não estou apaixonada, não vou escolher ninguém, e cala a sua boca antes que te quebre os dentes. Você não quer ser um moribundo banguela, quer? – ameacei, levantando um punho acirrado. – Agora vamos comer logo essa batata.

Quando eu digo que minha vida é uma inconstância, e que aparenta ser escrita e redigida por uma filha da puta manca, ninguém acredita. Odeio, definitivamente, não ter a menor ideia do que vai acontecer amanhã.

Se eu acordar com um pinto, o que devo fazer?

E acabei com a dramaticidade e tensão do momento, merda. Marietta, você tem que parar de agir como comediante ante assuntos complexos e tensos.

Talvez essa seja minha forma de fugir da realidade.


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