Dear Alice escrita por Costtolinana


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

É a continuação da carta Dear Anne. Espero que gostem.



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Minha cara Alice,

            Sinto a sua falta, não sabe o quanto. Sinto falta das suas risadas, nossas brincadeiras, dos seus passos pela casa. Sei que estás triste comigo, mas, essa é a minha natureza. Sou feita da mais linda e delicada porcelana, meus cabelos cacheados são como os das mais belas princesas. Mas para que tudo isso se não estás mais aqui?

            Sei que sou oca, não tenho coração ou a menos sentimentos tão belos quantos os que tu tinhas, mas eu não posso ser culpada. Como eu posso dar algo que nunca recebi?

            Sim, se eu te maltratei, a culpa é sua. Sempre pedi pelo seu amor, mais foi algo que nunca me destes. Quando brincávamos nos jardins, rodopiavámos e rodopiávamos olhando para o lindo céu azul, nossas risadas ecoavam por todo o lugar. À tarde, tomavamos chá e, sempre me perguntei do porque você ser tão distante. Seus olhos me diziam coisas diferentes do que a sua boca falava.

            Sabe, eu fui feita por um velho senhor artesão humilde, mas que sempre fazia de tudo para que suas obras tivesse a perfeição que ninguém conseguia dar a elas e sempre dava todo o amor que tinha em seu grande e maravilhoso coração. Ah! Como eu era feliz junto de tantas outras como eu.

            Quando ele me disse que eu seria vendida, fiquei um pouco triste, não nego. Porém estava feliz, pois, teria alguém para receber carinho e dar o que eu tinha recebido daquela pessoa tão linda e gentil. E, quando te vi, percebi que precisavas de mim.

            Os dias eram bons, tão quentes e cheios de energia, tudo estava relativamente perfeito… Até a morte de seus pais. Parece que sua alma ficou vazia, atrás de algo que nunca mais teria de volta. E assim, meu amor foi se esvaindo. Você queria apenas o amor que havia dentro de mim, não queria saber de mais nada, e meu pequenino coração de porcelana foi apodrecendo aos poucos com esses sentimentos. Eu sei que sabes do que sou feita, como também sabe que sou oca e que, mesmo que eu tente, só posso dar aquilo que me foi empregado. Achei que, sentindo sua dor, lhe fazendo gritar até sair sangue de sua garganta, você poderia me amar de novo. Seu sangue de cor tão vívida que eu amava sentir entre os meus dedos, era tão quente que me sentia feliz como antes, como quando nos divertíamos. Mas, ao mesmo tempo, suas lágrimas e seus gritos me deixavam tão triste…

            Acho que deves me odiar, e acho que tens todo direito para tanto. Meu cérebro é do tamanho de uma ervilha e não tenho tal coisa na qual vocês humanos chamam de consciência, não sabendo diferenciar o que é certo e o que é errado.

            Depois que me abandonastes, senti um vazio dentro da minha porcelana e não quis ser mais de ninguém. Os sentimentos que habitavam em mim me enlouqueciam mais e mais, até a hora em que eu quebrei.

            Hoje, ainda estou nessa casa caindo aos pedaços, me despedaçando junto com ela. Abandonada, sem um olho, acho que sem pernas também, sentindo apenas o frio e o vento passarem pelo espaço oco dentro de mim. Fico feliz aque esteja bem e, queria compartilhar de sua felicidade, mais acho que agora é tarde demais.

            Necessito tanto de calor…

Será que, se eu bebesse seu sangue, eu seria mais humana? Será que sentiria essa mesma felicidade que tens agora?

Anne.


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Notas finais do capítulo

Bom, é isso aí!
Depois de muito enrrolar eu fiz, e até gostei do resultado final. Bom, para aqueles que leram somente esta carta e não a outra, ela é a continuação da primeira carta Dear Anne, onde Alice escrevia para sua doce Anne. Bom, espero que tenham gostado.



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