Saint Maria escrita por Tai Flores


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Não aguentei e tive que postar esse capítulo. Quando eu o escrevia, eu ria e chorava ao mesmo tempo. Imaginei cada pedacinho e cada gesto de Anie e Bill.
Mas depois dessa, só depois de amanhã...hehehhe
Bjs



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/130668/chapter/14

Quando chegamos ao hospital, encontramos Dr. Simone muito abatida. Quando ela nos viu chegando com Tom, fez cara de surpresa. Ela foi direto conversar comigo.

- Querida, - começou ela desviando o olhar para Tom. - me desculpe por não te ligar, mas é que eu tinha muito trabalho e preocupação. Realmente seu amigo, Bill, veio para cá. Creio que veio para vê-lo.

- Vim, - respondi. – será que já posso vê-lo?

- Pode sim, - respondeu ela. – mas irá ter que usar a máscara certo?

Pediu que eu fosse lavar as mãos e neste instante ficou conversando com minha mãe e Tom. Eu não sei o que conversavam, mas vi Dr. Simone chorando, e minha mãe bastante aflita. Tom percebeu que eu ainda estava lá e decidiu por me levar até o banheiro. Ele queria disfarçar, mas eu não era tão boba, sabia que algo estava errado. Mesmo assim, fiquei de boca fechada e também ansiosa para ver o rapaz que me tirou a atenção por um bom tempo da minha vida. Depois que lavei bem as mãos, fomos a uma sala, onde me vestiram com roupas de plástico da cabeça aos pés.

Dr. Simone me acompanhou até a sala especial, onde Bill estava cheio de aparelhos, e com as duas pernas levantadas na cama. Seus olhos e boca estavam brancos. Mal podia reconhecê-lo diante de tantos aparelhos, curativos e faixas. Sua cabeça estava totalmente enfaixada, nem podia enxergar seus lindos cabelos pretos. A enfermeira chamou-o suavemente. Bem devagar Bill foi abrindo seus olhos, e eu fui chegando mais perto na medida em que ele acordava. Meu coração novamente disparou, mas desta vez disparou de alegria por ver seu sorriso quando me reconheceu. Eu não sabia o que nós tínhamos em comum, mas sabia que era algo muito forte. Queria que se curasse logo, para continuar a me fazer caretas e distribuir sorrisos que alegravam meus dias. Depois de respirar bem fundo ele começou a conversar comigo.

- Palhaçinha. – começou ele com a voz fraca, que quase não saia. - O que está fazendo aqui? Este lugar não é para crianças.

- Eu vim te ver. – respondi com lágrimas no olhar. – Como você está?

- Agora que você chegou, já posso até me levantar e sair correndo. – disse ele sorrindo. – Mas me diga como andam os preparativos de sua festa?

- Ajudei minha mãe a fazer os últimos docinhos, antes de vim aqui.

- Hum... – disse ele, com cara de animado. – Adoro brigadeiro! Com certeza isso não vai faltar!

Comecei a rir da sua fala.

- Assim que eu gosto de te ver! – disse bem devagar. – Não quero que fique triste jamais. Toda vez que você estiver triste lembre das minhas caretas. Sei que você irá sorrir bastante!

- Outro dia te vi cantando. – comecei. – Você voltou a cantar?

- Verdade. – respondeu ele. – Você me viu. É, eu voltei. Quer dizer, voltamos a tocar. Paramos por que nunca mais consegui compor músicas, mas agora parece que reencontrei uma fonte de inspiração. Até escrevi uma para você. Mas é surpresa.

Depois que ele terminou de falar, a enfermeira me chamou e disse que o tempo havia acabado e que eu precisava sair. Ele disse que não queria que eu fosse embora, pois minha companhia estava lhe fazendo bem. Dr. Simone nos deu mais algum tempo, e aí começamos a dar umas risadas. Ele não podia rir demais, porém ele precisava fazer isto para não pensar nas dores que provavelmente estava sentindo. Do lado de fora do quarto, estava minha mãe, junto de Simone e de Tom. Todos estavam chorando com a recuperação repentina de Bill. Fiquei mais duas horas contando histórias minhas. Inventei coisas de lobos, vampiros, elfos... Tudo que ele, um adulto, não suportaria ouvir de maneira alguma, mas ele estava ali, todo ouvido, rindo de cada palavra que eu despejava. Lembro que a última coisa que eu disse, foi que eu não queria que ele fosse embora, mas quando me dei por conta, ele havia dormido. Sua mão estava segurando a minha neste momento e bem devagar a levei para dentro da colcha que o cobria. Dr. Simone se impressionou com a minha paciência, e me pediu obrigado por tê-lo distraído.

Na verdade, para mim foi um prazer enorme. Nunca tinha me divertido tanto com alguém desconhecido. Bill era somente um desconhecido que, não sabia por que, me tirava a atenção. Mas nem tudo estava certo. Dr. Simone contou-me algo muitíssimo importante que eu ainda não sabia.

.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Saint Maria" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.