Acordei cedo e isso foi estranho, pois eu sempre acordava um pouco tarde e quase sempre isso fazia eu me atrasar para a faculdade, mas foi mais estranho pelo fato de ser sábado. Eu realmente estava interessada na minha faculdade, afinal estava fazendo o que eu gostava, então como de costume eu ia pegar minhas anotações e cadernos para começar a fazer algumas tarefas, quando percebi que meu caderno não estava na minha bolsa ,mas não me lembro de ter trazido algo nas mãos. Afinal onde eu tinha posto meu caderno? Eu estava tão preocupada em achar esse caderno que ainda não havia nem tomado banho e trocado de roupas, ainda usava uma regata branca e um short rosadinho que mais parecia uma calcinha; bem isso aparenta indecente, mas é realmente confortável. Resolvi então descer e perguntar a Clarice se ela havia visto minhas anotações.

– Mãe você viu meu caderno? Estou procurando há horas e nem vi rastro dele.

– Não, não me lembro de ver você trazer caderno... Talvez tenha esquecido com o Zacky, no carro dele quando vieram ontem, já pensou nisso?

– Ah como eu não pensei nisso antes– Falei subindo as escadas, pegando meu celular e ligando para Zacky.

– Como assim não está com você? Tem certeza? No carro ontem... Ok. Beijo Vengeance – Falei desligando o celular e tentando pensar onde eu havia esquecido esse maldito caderno.

Enquanto desligava o celular percebi que a campainha tocara, ainda bem que dessa vez minha mãe não me gritou, eu já estava tão irritada procurando esse caderno que era capaz de gritar com ela.  Comecei a procurar mais uma vez no meu quarto quando a porta do meu quarto abria lentamente; virei então pra ver quem era na porta e me assustei quando vi quem estava na minha frente: Matt. Eu senti então nesse momento algo apertar meu coração e vergonha; me toquei que ainda estava com a roupa que dormi.

– Matt!! O que você tá fazendo aqui??! – Falei em um tom de surpresa.

– Taylor eu só vim trazer seu cader... Desculp... – Ele respondeu percebendo a situação que estávamos.

– Ah... Meu caderno! – retruquei tentando agir como se aquela cena fosse a coisa mais normal do mundo. – Eu procurei por todos os cantos, já não sabia mais onde procurar... Como chegou até você?

– E-Eu trouxe quando você esqueceu na mesa, digo no balcão, quando estávamos almoçando... No shopping.

– Caramba, eu nunca ia achar se não fosse você, obrigada Matt. – Falei indo em direção a Matt com um sorriso envergonhado e abracei-o; pude sentir que ele estava um pouco frio. Demorou alguns segundos pra sentir seu braço me envolver. O máximo que consegui ouvir de Matt foi o ‘de nada’ que ele sussurrou próximo ao meu ouvido. Eu estava torcendo pra ele não perceber que aquilo havia feito eu me arrepiar. 

POV’s Matt

Fiquei um pouco surpreso quando Taylor apareceu ontem no encontro de ‘casais’, mas foi ótimo tê-la por perto, a companhia dela realmente me agradava muito. No entanto os flertes com Zacky estavam me deixando com raiva, todos aqueles sorrisinhos e troca de olhares. Eu estava muito confuso com tudo isso, ainda mais depois que eu não resisti mexer no caderno da Taylor e ver aquelas frases e versos... Quem poderia fazê-la querer morrer? Não poderia ser o Zacky, Deus, como alguém pode ficar afim daquela porpeta? Desde quando eu tinha me tornado tão implicante com os meus amigos? E agora quando ela veio me abraçar, porque eu senti algo diferente? Eles não pareciam àqueles abraços de antigamente, quando ela ainda era a minha Taytay. Então eu estava lá naquela situação embaraçosa, sem reação, até que me lembrei de abraçá-la de volta. Consegui apenas sussurrar um ‘de nada’ próximo ao seu ouvido. Ultimamente eu perdia as noções das coisas quando estava abraçado a ela, sério. Quando ela falava agora a pouco eu mal ouvi o que ela estava dizendo, a única coisa que eu podia perceber era seus lábios se movimentando, assim mesmo lentamente e sem som algum que eu pudesse entender.. e que vontade me deu de sentir aqueles lábios nos meus. Mas PUTA MERDA! O que eu estou pensando?! Ela é a Taytay... Não é?

Taylor soltou-se de mim, então deixei com que meus braços caíssem, desfazendo assim nosso abraço; ela afastou-se uns cinco passos de mim, mal sabendo ela que assim eu teria uma visão melhor de como ela estava vestida.

– Estou afim de comer alguma coisa, pode me acompanhar?

– Hum, claro, pode esperar só eu me trocar e tomar uma ducha? Não posso sair na rua desse jeito. – Ela apontou para si, sorrindo um pouco.

– Nem eu deixaria você sair assim mon Cher. – Taylor revirou os olhos e então começou a me empurrar para fora do quarto.

– Lá vem você, me ‘protegendo’ de novo. – Ela sorriu e então fechou a porta, enquanto eu já ia em direção as escadas para aguardá-la pacientemente.