1. Apresentando-se

- Oi sou Isa! Isabella Marie Swan Maccart, moro em Forks que devo confessar é um tédio. A cidade parece uma caixinha de fósforo, não tem cinema, não tem shopping, enfim... não tem nada! Ah! – faz cara de pensativa – tem algo sim! – cara de nojo – tem a Alice Cullen e a Rosalie Hale, eca! – cospe no chão, como se a menção aos nomes fosse repugnante. – Nós nos odiamos mutuamente.
- É! A Isabella – quase vomita, mas apenas cospe – tem razão! Forks não tem nada... Mas tem ela e a Rosalie Hale! – cospe no chão –Ah! Desculpe a grosseria... Chamo-me Alice Marie Brandon Cullen! – faz pose – Prazer! – e finaliza piscando os olhos
- Eita que as vacas já apareceram por aqui! – cospe no chão – vamos ao que interessa. Sou Rosalie Marie Hale Whitlock! Eu sou a Deusa do Forks High School, todos me desejam! E as duas mal amadas ali... – aponta para as rivais – me invejam por isso. Hahahahaha.
Umas coisas têm de se ter em mente ao tratar dessas três... Nunca, jamais, em hipótese alguma as deixe juntas no mesmo ambiente.
- PLAFT! PLAFT!
- Ai suas vadias! - berrou Rosalie ao receber um tapa de Alice e outro de Isabella.
- Vadia é você! Sua promíscua! – esbravejou Isa.
- É você... Sua Nerd metida a Lois Lane de quinta... vive se esfregando no meu irmão! – Isabella ficou vermelha igual um tomate, mas antes que ela rebatesse o que a loira falou, essa virou-se para Alice. – E você também sua líder de torcida de araque! Ponha-se no seu lugar!
- Olha a loira do banheiro pensa que me ofenda! – exclamou com um sorriso no rosto. E logo em seguida as três estavam brigando novamente... Até que...
- Meninas! – chamou à narradora. – ME.NI.NAS! – berrou ao não ser notada, e ambas pararam.
- Sim! – exclamaram juntas, alias como ocorre na maioria das vezes.
- Daria. Para. Vocês. Explicarem. Para. Quem. Está. Lendo. O. Por que. De. Toda. Essa. Raiva? – o tom da narradora parecia aquele utilizado com crianças do jardim.
- Eu explico! – Alice prontificou-se.
- Quem nomeou a Robbit como porta-voz? – exclamou Rosalie.
- É isso aí, quem vai contar sou eu!
- O QUE? – berraram Alice e Rosalie ao mesmo tempo, e a briga recomeçou.
- PLAFT!POW! TUM, PÓIMM! BUMM! ZUM! CRÁS! PAF! POF! PUF! – e a narradora observava aquela troca de amor fraternal atônita – CATABLAM! PLIM! SOCS! TUM, PÓIMM!
- Eu desisto! – falou a narradora – QUEM VAI CONTAR SOU EU! – berrou
- Excelente idéia, afinal para que serve uma narradora se não for para narrar? – perguntou Alice com cara pensativa. Enquanto Isabella e Rosalie reviravam os olhos.
- Burrice pega? – perguntou à loira.
- Espero que não! – respondeu à ruiva.
- Ei... – Alice começou a se defender, porém...
- Calem logo a boca! – exclamou a narradora estressada com a constante discussão das garotas.
- Eba! Estória? Adoro, vai ter príncipe, cavalos, princesas e castelos? – perguntou à morena.As outras, inclusive a narradora reviraram os olhos – e vai ter imagens? Adoro estórias com imagens... – Ela continuou tagarelando, enquanto todas lançavam olhares incrédulos em sua direção.
- Não tem botão de desligar, ou mute não, né? – perguntou a narradora um pouco assustada, as outros balançaram a cabeça, enquanto a outra ainda falava.
- Tudo bem... Pode começar! – do nada a morena parou de falar e sentou-se, ao lado das outras, mas não sem lhes lançar um olhar de ódio, e receber o mesmo.
- Muito bem... e não ousem me interromper! – falou a narradora lançando olhares assassinos as três. – Tudo começou no dia 31 de Janeiro de 1993, quando nasceram os primogênitos do Chefe de policia, do medico e do advogado da cidade.
- Eí! – chamou Alice – você não vai começar com Era uma vez, não?
- Não! – respondeu à narradora. Contando até dez para não explodir.
- Tenho de concordar com a Robbit líder de torcida...começa com Era uma vez! – Rosalie fez biquinho, e a narradora suspirou.
- Tudo bem, se fizer vocês calarem a boca! – respirou profundamente – Era uma vez, em uma cidade chamada Forks, três amigos: Carlisle, Carlos e Charlie! Eles eram os melhores amigos que a cidade já viu!
- Epa! Que eu sou burra, mas sei que cidade não vê! – exclamou Rosalie.
- Ainda bem que admite! – suspirou Isabella – é modo de falar! – suspirou novamente – como ela conseguiu ser Vice-presidente do Conselho Estudantil? – sussurrou.
- Ãham! – limpou a narradora – como estava dizendo... Sua amizade era tamanha que seus primogênitos nasceram no mesmo dia.
- Essa eu sei. – falou Alice – ela está falando do Edward, Jasper, e Emm – e suspirou.
- AI – gritou a narradora exasperada – eu vou desistir se continuarem interrompendo!
- Ninguém tem paciência comigo! – as três disseram juntas, e trocaram olhares mortais. A narradora preferiu ignora-las e continuou.
- Tudo eles faziam juntos, e seus filhos estavam sempre a seu lado. – continuou, lançando olhares desafiadores as meninas – O comportamento dos meninos demonstrava que seriam verdadeiramente amigos. Batizaram-se no mesmo dia, e comemoraram o aniversário de um ano, numa mesma festa.
- Porém, em 14 de Abril de 1994 vieram ao mundo, Alice, Rosalie e Isabella. Para os amigos elas seriam amigas assim como os meninos. – parou, respirou e prosseguiu. – Mas desde o primeiro momento elas se odiaram! – exclamou – Os pais até tentaram, contudo era só uma estar no mesmo ambiente da outra que o choro era geral. Ninguém compreendia como elas poderiam não se suportar dessa forma. – agora as três traziam sorrisos debochados no rosto.
- Por causa dessa reação delas, os meninos se afastaram, dando inicio a maior inimizade que a pequena cidade já viu. Seus pais agora se encontravam com menos frequência, ou então revezavam... Ou se encontravam os pais, ou as mães! – a narradora bufou ao notar o ar de triunfo das três – os anos se passaram e o clima passou para competição, cada um queria demonstrar ser mais, e melhor que o outro!
- O que ninguém contava, era que quando entrassem na adolescência, eles se apaixonariam! Então, com quinze anos Rosalie começou a namorar Edward, Alice com Emmett, e Isabella com Jasper. O clima de competição entre eles só cresceu, e um ano depois Alice tornou-se líder de torcida, Isabella a editora-chefe do jornal e blog da escola, e Rosalie a Vice-presidente do Conselho Estudantil!
- Seus respectivos namorados eram capitão da equipe de futebol americano, editor do jornal, e Presidente do Conselho Estudantil. Eles dividiram a pequena Forks High School em três partes, pois quem era amigo de um, não era dos outros. A raiva que as meninas sentiam nada mais era do que inveja! – quando elas iriam retrucar, a narradora lançou lhes olhares matadores e elas se calaram.
- Sim! Elas tinham inveja, pois tudo o que uma queria a outra tinha. Rosalie queria ser líder de torcida. Alice queria ser repórter, e Isabella Presidente ou Vice do Conselho Estudantil. Mas elas tinham tanto medo de bater de frente, uma com a outra diretamente, que quando uma se candidatava a algo a outra nem tentava. E os meninos? Bem... Eles faziam qualquer coisa que elas quisessem. – agora elas estavam de cabeça baixa, provavelmente refletindo, ou digerindo o que ouviram.
- O que elas não percebiam era que juntas estariam completas.
- Discordo! – afirmou Isabella categórica.
- Infelizmente tenho de concordar, com a jornalista de quinta...  – falou Rosalie com descaso.
- Eu me basto com o meu grandão! – disse Alice se levantando.
- Se não querem enxergar a verdade... Fazer o que? – falou a narradora.
- Eu te digo o que fazer... – começou Rosalie.
- Pergunta retorica! – afirmou a narradora revirando os olhos, incrédula. – Querem que eu continue?
- Não! – responderam juntas.
- Tudo bem! – a narradora falou quando elas começaram a se levantar. – Quando quiserem saber o resto voltem.
- E tem mais? – perguntou Isabella incrédula.
- Claro! Ainda nem falei das semelhanças entre vocês, ou... – calou-se a narradora, zipando a boca, para guardar segredo.
- Não quero saber mesmo! – falaram juntas novamente.
- KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK – a narradora gargalhou, enquanto se perguntava: como elas não percebem?
- AI! – berraram e saíram discutindo.
- Essa daí é mais doida do que a Robbit! – disse Rosalie.
- Olha quem você chama de Robbit, sua loira do banheiro.
- Calem a boca suas idiotas, sem cérebros! – exclamou Isabella. E a discussão ficou cada vez mais encorpada, porém elas já estavam distantes.
- Ufa! – suspirou a narradora – elas vão voltar, confiem em mim! – afirmou confiante. – Ah! Elas me deixaram tão estressada que me esqueci de descrevê-las fisicamente! – suspira.
– Vamos começar pela Isabella! Seus cachos são naturalmente castanhos num tom chocolate, porém ela os pinta de vermelho. Tem um metro e sessenta, de um corpo magro, porém cheio de curvas. Seu rosto tem formato de coração, lábios levemente vermelhos, olhos cor chocolate, pele pálida, e que ruboriza facilmente, causa uma vontade de cuidar e proteger em qualquer um que olha.
- Já Alice, possui cabelos negros, mas sua cor natural é bronze, lisos, curtos e milimetricamente repicados, com pontas apontando para todos os lados. É considerada baixinha, pois possui um metro e cinquenta e cinco, com peso e curvas na medida certa. Possui um rosto de feições delicadas, que lembram uma fada, capaz de enganar e convencer qualquer um. Lábios rosados, olhos negros, pele pálida e levemente rosada.
- E Rosalie, bem... Seus cabelos loiros caem como ondas até o meio de suas costas, causando um deslumbramento para quem a observa. Uma vez que,é como um complemento a seu corpo escultural, de um metro e setenta que dá inveja em qualquer mega modelo. Seu rosto lembra um anjo, de olhos azul-acinzentados, e lábios constantemente vermelhos, e pele pálida. Parece ter sido feita para seduzir.
- Fisicamente, elas são extremamente diferentes, porém no mais... Não vamos estragar o mistério!

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ ó.ò ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

- Se as meninas se apresentaram, porque não posso? – questionou.
- Fique a vontade! – respondeua narradora.
- Oi! Sou Emmett Anthony Swan Maccart, como a minha irmã já deve ter falado, infelizmente moro na minúscula cidade de Forks! Sou o capitão da equipe de futebol americano, e namoro a Licinha! – suspira –possuo um metro e oitenta e sete, de puro músculo. – faz pose de halterofilista. – tenho mesmo de dizer que eles moram aqui? – perguntou com cara de dor.
- Não! – respondeu à narradora, compadecida do sofrimento daquele homem gigante e ao mesmo tempo encantada por sua beleza, de tal modo que nem se deu conta dos outros dois que chegaram atrasados.
- Obrigada! – e lançou um sorriso matador.
- Ãh! - falou depois de alguns segundos maravilhada naquele sorriso e, se perguntou o que tinha acontecido. – Próximo, por favor! – ainda viajando no sorriso do gigante matador, nem prestou a devida atenção, até que...
- Com licença? – pediu uma voz suave e tímida – Acho que é a minha vez.
- Si... si... – limpou a garganta para recuperar o controle pela sua voz, pois a sua frente estavam os três homens mais lindos que ela já havia visto na vida. – Sim! – para seu alivio a voz saiu firme. Questionou se alguma mulher no mundo poderia ter uma reação diferente perante os homens de beleza irreais que estavam a sua frente. E pode facilmente identificar os três.
- Bem... sou Jasper Anthony Hale Whitlock, irmão da Rosalie e, namorado da Isa! – ao falar da irmã e da namora seus orbes azuis-acinzentados brilharam intensamente, sendo acompanhado por um sorriso bobo e, levemente infantil – huumm... sou o editor do jornal da Forks High School, e sonho em fazer jornalismo. – o jeito tímido dele fez com que a narradora tivesse ímpetos de acarinha-lo. – só...
- Ok! – falou derretida.
- Minha vez? – o tom rude, combinava perfeitamente com a voz rouca, e a postura altiva, para completar seu ar de superioridade exibia um sorriso torto de escarnio, e brilhantes olhos negros. A narradora apenas assentiu, pois em meio a toda a arrogância daquele ser ela sentiu-se deslumbrada. – Chamo-me Edward Anthony Brandon Cullen – a arrogância vibrava em todas as suas palavras. – sou o Presidente do Conselho Estudantil, ao lado de minha namorada, mas isso vocês já sabem! Não há mais nada a ser dito, além do que os outros falaram.
    E assim calou-se, a narradora o olhou atônita. Se perguntando como alguém poderia ser tão arrogante e estupido. Ela revirou os olhos e rezou: Deus dê-me paciência! Suspirou, e voltou sua atenção às três pessoas mais diferentes que já havia encontrado, e que nesse momento a fitavam com ar distante e entediado, como se houvessem ouvido a mesma estória milhares de vezes.
- Acredito que podemos pular a parte do nascimento – amizade – elas – ódio – elas – ódio, certo? – como resposta obteve três dar de ombros. – Ao contrario delas, vocês não se odeiam!
- O QUE? – foi a pergunta que escapou da face incrédula de ambos.
- Isso o que vocês ouviram: Vocês não se odeiam! Apenas as amam demais para suportar que alguém possa fazê-las infelizes! – falou radiante, por ter conseguido quebrar o ar distante deles.
- Mas... – começou Emmett.
- Acho que ela tem razão! – sussurrou Jasper.
- Como tem razão? Odiamo-nos desde o primeiro instante. – disse Edward revoltado com a postura pensativa de seus inimigos.
- Vocês apenas desejam aquilo o que o outro tem! – disse a narradora com ar sábio. – não me interrompa, Sr Cullen. – disse diante a tentativa de Edward de se pronunciar. – Pensem, reflitam e vejam que o que vocês mais desejam desde sempre, pertence ao outro! Ao invés de tentarem entenderem-se, resolveram descontar essa frustração através de brigas. Além do fato obvio, de serem fantoches nas mãos daquelas que mais amam!
- ISSO. É. UM. ABSURDO! – berrou Jasper, assustando a todos.
- É claro que eles invejam meus músculos! – disse Emmett, que assim como a namorada, não possuía muitos neurônios no cérebro.
- Só poderia namorar a minha irmã mesmo. – disse Edward, recebendo em seguida um olhar assassino do gigante e um silvo baixo de Jasper, como se fosse um lamento sofrido.
- Por favor, Senhores acalmem-se, sim? – pediu a narradora, pois sabia que se não os controlasse agora, depois seria impossível.
- humpf! – ela revirou os olhos, eles sentaram-se como crianças contrariadas, e aguardaram o que estava por vir. Ela agradeceu por eles serem mais fáceis de lidar que elas.
- Diante das atitudes de vocês, percebo que não estão preparados para me ouvir. – eles a fitaram incrédulos, como se achando que ela sofria algum problema mental. – Vocês são tão devotados às meninas, mas elas o são para com vocês? – cri, cri, cri, era o único som na sala – não sabem responder, não é?
- Elas são.
- Claro que são.
- Isso está fora de questão. – por mais incrível que possa parecer, falaram ao mesmo tempo,
- Vocês não sabem, não é? – quando eles iam voltar a falar, ela levantou um dedo, como se pedisse silêncio. – Sacrificaram algo que era para ser maravilhoso, pelo o que? Eu respondo! Nada. – o silêncio voltou a reinar.
- Você não compreende. – disse Edward torturado, pondo as duas mãos nos cabelos e quase os arrancando.
- Acho que posso entender. – disse a narradora.
- É difícil de acreditar. – falou Emmett com a cabeça baixa entre as mãos.
- A estória é meio longa...
- Tenho tempo! – disse a narradora, pois queria muito saber o que eles iriam contar, já que ela conhecia toda a estória.
- Parece que você está mesmo interessada. Você é a única... Então se não tiver problemas para vocês, eu vou contar. – falou Jasper sereno, recebendo a permissão dos outros dois. - Nossa ligação com as meninas é muito forte. – começou – é um misto de amor, adoração e cuidado! – tomou folego e continuou, com a voz suave. – Você tem razão.
- Sempre tenho! Mas em que estamos falando especificamente? – perguntou à narradora.
- Em tudo! – disse Emmett levantando a cabeça, e encarando os outros dois. – Nós não nos odiamos. E sim, somos fantoches delas.
- É angustiante, vermos a expressão sempre aflita de nossos pais, por que seus filhos não se entendem. Ou melhor, porque seus filhos não se suportam! – disse Edward, desistindo da ideia de arrancar os cabelos, e os bagunçando ainda mais. Mas, sabemos que é para o bem delas... Então, não há dúvidas... A felicidade delas é nossa prioridade! – disse resignado, e a narradora se compadeceu dele pela primeira vez.
- Não somos amigos, mas somos conscientes de que poderíamos ser! – disse Emmett com sua voz de barítono, e seus olhos castanhos a olhar a paisagem chuvosa de Forks.
- Porém, quando olhamos nos olhos delas, sabemos que não temos escolha! – o olhar e as palavras de Jasper, espelharam a determinação dos demais.
E sem dizer nem mais uma palavra, eles saíram da sala, deixando a narradora com a certeza de que eles sofriam. Mas, a certeza maior ainda de que o primeiro e mais importante passo foi dado.
- Eles vão voltar! – disse profeticamente, sorrindo.
- Agora valha Raxa, você virou cigana? Lê minha mão? – perguntou o homem de voz afeminada, e cabelos loiros bagunçados, esticando a mão ao entrar pela porta lateral.
- Não, mas eles são previsíveis! – respondeu dando de ombros. – Agora me ajuda a sair daqui sem que eles me vejam!
- Ainda não entendo aonde você quer chegar com isso! Porém, adoooooooooooro um mistério!
- Oras bolotas, só quero o que toda Forks deseja! Que eles percebam a verdade por trás de seus atos. – afirmou à narradora com voz sonhadora e misteriosa.