Beijo da Morte escrita por dentedeleão


Capítulo 31
Capítulo 31


Notas iniciais do capítulo

boa leitura



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Cap. 30 – Escolhendo um lado

Toscana

A tarde estava agradável, as nuvens pouco densas cobriam o céu proporcionando ao dia uma luminosidade fraca e uma brisa gelada. Muitos casais se reunirão nos café para conversar ou namorar, nós gostávamos de um em particular, ele ficava em uma pequena viela, sua entrada formava um arco em pedras e seu interior manteve as características rústicas da cidade. As mesas em madeira nobre foram cobertas por tecidos dourados ou vermelhos e a iluminação sutil, proporcionava ao ambiente um ar romântico e sensual.

Muitos casais saiam embriagados de amor por estas vielas, o café ficava em um local propício a caca e discreto para o transporte dos corpos. Miroir ama este ambiente sensual que a Itália proporciona a seus visitantes e escolhe suas vitimas com muita cautela, eu sou um pouco menos paciente e assim que um cheiro me agrada apenas sigo meus instintos. Estes rompantes não agradavam Abáe, ele respeitava a vida humana e achava o que fazíamos era uma afronta a ele, mesmo assim não nós impedia.

Havia acabado de me alimentar e apenas aguardava Miroir terminar sua vítima, observava sua graciosidade ao se aproximar do humano, ele estava completamente seduzido por seu caminhar, quando ela o encurralou no beco, ambos sobre a luz de lampiões postos em uma janela superior, ouviu-se um gemido de antecipação vindo do rapaz, o que ele achava que seria uma noite prazerosa para ele se tornou apenas um jantar para minha amada. Ela o sugava e me olhava com desejo, aquele jogo sempre me derrubava.

Quando terminou segui em sua direção a beijando ardentemente, ela não tinha idéia de como aquela cena me excitava. Logo sumimos com os corpos e seguimos para um ponto mais afastado, o campo onde estávamos foi cercado por um muro de pedras e ali nos encostamos, abraçados, observando a noite.

-Amor! É chegada a hora de escolher seu lado. Aro já decidiu nossa partida.

-Eu já decidi meu amor, ficarei com você. Irei com você para onde você for.

-Não é sobre isso que estou falando – ela se virou colocando seu corpo de frente ao meu – você precisa me ouvir, ouvir a verdade.-Eu sabia sobre o que ela falava, os segredos entre ela e Abáe que eu nunca quis descobrir teriam que ser revelados.-

-Aro ainda pode solicitar minha presença, não acho que este seja o momento pertinente para me contar alguma coisa.

-Sua mente estará protegida, Abáe me prometeu. Mas antes de viajarmos você precisa me ouvir, pode ser que suas escolhas mudem quando ouvir a verdade – seus olhos estavam presos a meu peito, ergui seu rosto para fita-los antes de afirmar o que meu coração gritava.

-Não importa qual seja sua verdade, eu estarei com você. Se acha necessário me contar, então conte. – sentei sobre o muro a puxando para meu colo –

-Ah muitos anos atrás, antes de você ou eu existirmos Abáe caminhava tranquilamente pela Grécia e encontrou nesta cidade seu verdadeiro amor. Joshua também era um viajante nômade e um historiador, amante das artes humanas e da antropologia, ele estava na cidade realizando algumas pesquisas e encontrou em Abáe um companheiro.

-O amor de ambos foi imediato e sem pudores. Eu não posso dizer a você que compreendi este amor em toda sua magnitude por que não conheci Joshua, quando Abáe me transformou ele havia sido destruído a muitos anos. Eu conheci as lembranças, Joshua como bom historiador registrava tudo inclusive seu amor em pequenos diários. Abáe me permitiu ler os diários e eu entendi sua cede de vingança.

-Joshua não tinha poderes ou grandes qualidade que chamassem atenção dos Volturi ao contrario de Abáe que sempre buscou pelo desenvolvimento de seus dons. Aro viu em Abáe uma arma poderosa e em Joshua uma fraqueza dispensável.

-Por muitos anos ambos viveram sobre o domínio dos Volturi, sempre na mesma cidade, envoltos pelas mesmas paredes frias de pedras e mármore. Joshua desejava mais, desejava conhecer os grandes pintores de sua época, as cidades em desenvolvimento, os poemas humanos e para isso precisava sair de Voltera.

-Abáe faria tudo por seu amor e quando soube de seus desejos conversou com Aro pedindo a ele sua liberação como membro da guarda. Aro pediu um tempo, um prazo para organizar o que ficaria para trás e Abáe aceitou sem conhecer as reais intenções de Aro.

-Em menos de uma semana seu amado havia sido destruído durante uma emboscada. Ele estava em uma viagem no centro de Roma com mais três da guarda. Quando meu irmão ficou sabendo entrou em desespero, não se alimentava ou saia de seu quarto, quando se sentiu finalmente disposto estava com muita sede, sede de vingança. Estava decidido a matar aquele que lhe tirou tudo, lhe tirou a vida.

-Muitas buscas foram feitas e nenhum dos vampiros descritos foram encontrados. Na viagem estavam com Joshua mais três vampiros da guarda, mas eles se separam, cada um tinha uma determinada atividade a realizar e por isso não chegaram a tempo para intervir na luta. Os três trouxeram a prova da morte, um monte de cinzas e a cabeça de Joshua com uma carta, em um minúsculo papel estava uma mensagem direcionada aos Volturi – primeiro aviso, mais mortes ocorreram –

-Nenhum outro vampiro foi destruído por anos. – suspirou -

-Meu irmão se desenvolveu ao Maximo, chegou ao ponto de penetrar na mente das pessoas sem ser notado, apagar ou proteger informacoes e ir além do que Aro conhecia de seus poderes. Ele usou seu dom sem que ninguém soubesse e no inicio o fez fora dos muros de Voltera a procura do assassino de seu amor. Sem mais informacoes para continuar sua busca voltou aos Volturi e Aro o recebeu de braços abertos.

-Aro foi paciente, de uma ternura incomum e compreendia os momentos de ira do amigo. Sempre que Abáe ouvia o nome do seu amado sentia como se uma parte de seu corpo estivesse em chamas e caia em lamentos novamente, se amaldiçoava por não poder chorar sua morte ou ter forcas para segui-lo.

Miroir fez uma pausa fitando o horizonte, seus dedos corriam por seu bracelete mostrando sua ansiedade.

-Ele se vingou? – perguntei tentando a trazer ao presente –

-Ainda não. Ele espera pelo melhor momento para matar Aro. – a surpresa foi grande ao ouvir o nome, minha boca se abriu e não consegui emitir nenhum som. Alguns segundos se passaram e respirei profundamente sem necessidade –

-Aro matou Joshua?

-Não diretamente, ele mandou matar na esperança de ter meu irmão para si. Não só na guarda, mas como companheiro também.

-Ahhhh. – puxei mais seu corpo junto ao meu e esperei minha mente se acostumar com tudo –

-Querida. O que isso tem de relevante na minha escolha?

-Ah, isso? Verdade...- sua fisionomia ficou alegre e ela se desprendeu de mim girando o corpo pela grama verde – Não contei não foi? Abáe é como um pai para a bruxa, eles se conhecem a séculos, ele nunca a mataria. – ela sorriu e piscou para mim saindo correndo em direção a colina.

-Uma armadinha – sussurrei para mim mesmo entendendo-o completamente. Eu já tinha me decidido antes e não voltaria atrás, meu lugar era ao lado dela e continuaria sendo. Com a morte de Aro só ficaria mais fácil, dei de ombros e corri em sua direção também sorrindo. Meu destino já estava escrito-


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Notas finais do capítulo

queridos leitores, a historia esta chegando a seu final...se quiser algum cap extra ou explicacoes de algum ponto nao compreendido a hora é agora...mandem seus comentarios e eu prometo deixa-los feliz...bjs



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