Ao entrarmos na estrada da cidade Rose ficou diferente, Samy também sentiu mas não disse nada, eu apenas sentia cheiros normais no ar, lobos, vegetação e terra úmida, humanos... Fomos direto para a casa de Cralisle e não entendi muito bem o porquê. Quando o carro estava próximo a entrada da garagem vimos Jacob e Kali aguardando em frente a porta, ambos apenas de bermuda e os braços cruzados na altura do peito; assim, lado a lado, ficava ainda mais evidente as semelhanças que tinham, pareciam mais irmãos do que pai e filho.

Rose estacionou e Samy me ajudou a sair, estávamos de mãos dadas caminhando em direção a casa e tanto Jacob quanto Kali nos olhavam com as sombrancelhas arqueadas e diferente de Jacob, Kali sorria abertamente. Percebi que Samy também sorria e logo entendi que ele estava mostrando toda a nossa tarde a Kali. Seu estranho poder era muito útil nessas horas.

-Não é bom irem para casa hoje – Jacob nos recebeu nervoso e nós conduziu a sala de TV da mansão.-

- Porque Jack? – perguntei sem fazer cerimônia. –

-Emily! – sua resposta foi seca.-

-O que minha mãe fez desta vez? – Samy já estava ansioso com aquela situação.-

-Ela e Anala conversaram...- Kali cortou o pai na mesma hora.-

-Conversaram nada, para que mentir para eles, vão acabar descobrindo mesmo – deu de ombros sentando-se no sofá e relaxando todo o seu corpo nas fofas almofadas.-

-Sua mãe é mesmo uma tigresa – segurou o riso – ela e Emily brigaram feio, mas no final Emily percebeu que estava exagerando e quase destruindo seu casamento com todas estas interdições a vocês dois.- apontou o dedo em nossa direção enquanto ligava o aparelho de televisão como se tudo que tivesse dito ate agora não fosse nada importante.-

-Se tudo terminou bem, porque eles não podem voltar para casa? Porque toda aquela escolta na estrada? – Rose questionou os dois e agora entendo o que a fez ficar nervosa na volta para casa –

-Hum...isso você explica pai. – Kali disse piscando para Jacob.-

-Ah, é que...bem...eles...hum....

-FALA DE UMA VEZ – gritamos os três juntos –

-Eles estao fazendo as pazes. – ele disse de uma só vez e se jogou no sofá.-

Rimos muito da cena e os acompanhamos nos jogando no sofá também.

-Vou procurar Emmett, passei a tarde toda longe do meu ursão, preciso matar a saudade. – Rose se levantou e seguiu para as escadas –

-Não vai encontrá-lo na casa Rose. – gritou Kali a ela; o grito não era necessário, mas eles conviviam tanto com os humanos que acabaram pegando suas manias –

-Onde ele esta? – sua cabeça apontou no batente da porta da sala de televisão-

-Na reserva. Todos estão lá, estão jogando beisebol.

-Ah, por isso estavam emburrados. Eles estao se divertindo e vocês aqui de baba. Não podemos ir todos?

-Por que não! Já demos o recado mesmo.

Nos levantamos e fomos correndo ate a praia. Samy me levava em suas costas, já que minha velocidade era uma parte humana de mim.-

Um grande campo de Beisebol estava marcado sobre a areia, as bases mais distantes que o normal e sobre elas alguns lobos vigiados por vampiros elegantemente vestidos para a ocasião. Alice estava lançando as bolas e parecia muito concentrada, girou os braços uma vez e lançou sem olhar em que direção já que seu rosto estava voltado para nos com um grande sorriso sapeca.

Bella veio a nosso encontro e nos indicou um grupo de mulheres histéricas gritando e assoviando para seus homens. Elas estavam sobre almofadas iluminadas apenas por tochas presas na areia por toda a extensão do campo, próximo a fogueira as crianças assavam seus espetos de salsicha e marshmallow, estars reuniões eram lindas de se ver. Inimigos de geracões agora parceiros de bola!

-Venham, agora Emmett vai rebater e é melhor se preparar Rose, tem um fã club louco por ele bem ali. – ela apontou para algumas jovens agrupadas que babavam olhando para Emmett-

Seguimos Bella em direção ao local rebocando uma Rose nada feliz. Emmett ao nos ver sorriu alegremente, mas logo mudou suas feições ao receber um olhar no mínimo ‘’mortal’’ de sua ursinha. –coitada da fã que desse um gritinho naquela noite.-

Kali e Jacob foram integrar os times já com números superiores ao convencional em uma partida normal, as regras ali também não eram nada comuns, lobos, índios e vampiros disputavam aquela pequena bola de couro. Homens sempre serão homens, independente da espécie.-

Cansada pelo dia agitado, aconcheguei-me no colo de Bella e adormeci sentindo suas mãos acariciarem meus cabelos.

(...)

-Acorda dorminhoca!!!!

Esfreguei meus olhos e afastei o travesseiro que me foi jogado no rosto.

-Nessie! Voce poderia ter sido só um pouquinho mais gentil ao me acordar né?

-E você poderia tirar esta bunda grande da cama e se arrumar logo para irmos a escola de dança. – falou rindo e seguindo para o closet escolher algo para que eu colocasse-

-Não posso ir Nessie. Hoje preciso falar com Gabriel. – precisava contar a ele o que aconteceu no dia anterior –

-Converse com ele no caminho. – ela disse me jogando uma calca jeans e uma blusinha sem alças bege com rendas no busto.-

-Ele vai sair conosco? – disse já me vestindo –

-Sim. Pelo que sua mãe nos contou, ele é um ótimo dançarino e adorou quando soube que teríamos aulas. Esme também vai, ela disse que não tem muitas oportunidades para dançar e vai amar ficar conosco.

Seguimos todos para a loja dos Newton no carro de Carlisle, como éramos muitos e queríamos ir juntos, optamos pelo carro maior – RS – Rose dirigia e ao seu lado estava Gabriel, Nessie, eu e Esme estávamos no banco de traz. Fred quis ir de moto. Bella disse que passaria mais tarde e que levaria Alice também.

Chegamos ao local em poucos minutos e estacionamos em frente a loja dos Newton. O local destinado a escola de dança se destacava. A entrada foi pintada em tons de branco e o nome da escola ficava em destaque sobre um pedaço de madeira clara sobre a porta – Escola de dança ‘’dança eterna’’-

Na entrada, fomos recepcionadas por uma linda jovem de pele clara e cabelos presos em um coque firme, sua maquiagem era forte e suas roupas – malhas de dança - marcavam muito bem sua curva.

-Posso ajuda-los? – seu tom de voz foi gentil e acolhedor –

-Viemos por indicação da dona, procuramos por Micaella.

-Ah sim, ela já os aguarda. Por favor, me acompanhem.

Seguimos por um corredor repleto de fotos com dançarinos em todos os ritmos conhecidos. O salão de dança era amplo e bem iluminado, duas paredes com espelhos marcavam o ambiente e uma delas tinham fixadas barras de treinamento. O piso de madeira facilitava o deslizar dos saltos altos da mulher que ali parecia flutuar.

-Ali esta ela. Aguardem só mais alguns minutos que ela já vira atende-los. – a jovem nos indicou algumas cadeiras e se foi –

A musica tinha um ritmo quente marcado por sons de tambores e fazia o corpo da mulher mover-se de forma intensa ao mesmo tempo que possuía movimentos leves e marcados. Os olhos fechados mostravam o quanto entregue a dançarina estava a sua musica e isso fascinou a todos. Se havia alguma duvida sobre aprender a danças, ela havia desaparecido ali.

Quando a musica acabou batemos palmas.

-Oh Deus, não os vi chegando. Mil perdoes! Vieram para a aula?

-Na verdade viemos conhecer a escola primeiro – Rose tomou a frente – Eu sou Rosalie, estes são Fred, Gabriel, Renesmee, Esme e Luna, ficamos sabendo da escola na cidade de Sequim.

-Claro. Que bom que vieram. Me chamo Micaella e ministro as aulas aqui. Vocês tem algum ritmo em mente?

-O que estava dançando? – perguntei já curiosa –

-Aquilo? Era musica cubana, para ser mais exata Rumba. Não ‘e um ritmo que se costuma ensinar em escolas de danças, normalmente garotas jovens como você preferem o Ballet.

Ela comecou a se apresentar de forma tranquila, nos passando muita seguranca.

-Estudei dança clássica no Bolshoi por alguns anos – com um gesto simples nos levou a uma sala lateral onde haviam mesas e cadeiras dispostas próximas a grandes janelas de vidro e um ambiente onde se podia fazer um lanche rápido. Nos sentamos em umas das mesas – Não consegui ser uma das bailarinas principais por não me contentar apenas ao ritmo imposto pelo Ballet.

-Sempre gostei de mexer mais o corpo como viram. Foi assim que passei a estudar dança contemporânea e tive a oportunidade de ministrar aulas nesta escola. Os ritmos variam de musica clássica ao samba rock brasileiro. –ela lançou um sorriso malicioso a Gabriel que respondeu a altura a fazendo suspirar –

-Bom, que tal algo leve para começarmos e então eu posso sentir o ritmo de cada um e ao final vocês me dizem se gostaram ou não e montamos as aulas?

Concordamos com a cabeça e voltamos para a outra sala.

-Façam duplas e sigam a musica. Não há certo ou errado. Só vou observar vocês.

Fizemos as duplas e me surpreendi com Esme, Gabriel a laçou pela cintura e em momento nenhum ela se afastou, deixou-se conduzir maravilhosamente bem e sorria o tempo todo. Fred fez par com Rose e a dança deles era bem mais sexy e pareciam se divertir. Eu fiquei com Nessiie e adivinha? Somos horríveis! Nunca havia dançado, na minha vida, uma musica tão lenta e pisava nos pés de Nessie a cada meio segundo, depois de um tempo acabamos rindo e dançando com vultos fazendo assim um total de 4 pares pelo salão.

Há musica acabou e nos voltamos ao centro esperando pelos comentários.

-Posso ver que temos 4 profissionais e 2 amadores. Me espanta ver pessoas tão jovens com técnicas tão maravilhosas. Desejam mesmo fazer aulas?

-Meninas, a escolha e de vocês. – Esme estava tão feliz que nos olhamos e respondemos juntas –

-Queremos sim. – mais sorrisos ecoaram pela sala e foi a hora de escolher o ritmo desejado.-

-O que você pode nos indicar de jovem e sensual? – foi a vez de Rose mostrar seu interesse no assunto –

-Que tal algo quente como o Tango? – Gabriel sussurrou no ouvido de Esme e esta pareceu extasiada –

O casal de baile roca seus sapatos entre sensuais caricias enquanto o atônito espectador ocasional, eterno voyeur, se fascina e deslumbra com o ardor do tácito romance entre os dançarinos...