A Outra Face escrita por Heloise_Yanki


Capítulo 31
Capítulo 31


Notas iniciais do capítulo

Oi...
Desculpem pela demora, mas estava sem cabeça para escrever...



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PDV JAKE

Só depois de conversar com a minha Nessie é que pude respirar mais aliviado, é claro que arcaria com todas as conseqüências, mas mesmo assim não era o momento de termos um filho, ainda mais tendo a certeza que o pai dela iria me matar.  

Depois disso eu a convidei para almoçarmos juntos no shopping mesmo, adorávamos comer esses fast foods da vida. Estávamos andando pelos corredores do shopping apenas olhando as vitrines quando meu celular tocou, estranhei o número, mas atendi do mesmo modo.

-Alô. – Falei parando de andas e puxando a Nessie para os meus braços.

-Jake? É o Paul. A Raquel passou mal, estamos no hospital, será que você pode vir para cá? – Na hora que ele falou da minha irmã eu estaquei, ela nunca foi de ter problemas de saúde e agora estava no hospital.

-Já ligou para meus pais? – Perguntei puxando a Nessie pela mão em direção ao estacionamento.

-Não, ela não quer falar nem com a Sara, muito menos com o Billy. Cara só me resta você. – Ele estava apavorado.

-Calma, que hospital estão?

-St. Jhon. Por favor venha rápido.

-Estou indo. – Na hora me lembrei do jogo que iríamos assistir. – Nessie minha irmã está no hospital, te deixo no estádio a caminho de lá, pode ser?

-Não, eu vou com você até o hospital. A Raquel é minha amiga. – Ela disse decidida, mesmo que na hora eu estivesse em condições de argumentar alguma coisa, eu não aprendi a negar nada para essa garota.

Já no hospital procuramos pela minha irmã, a recepcionista indicou o numero do quarto, eu nem sei se puxava a Nessie com mais força do que o necessário ou não, só sei que praticamente voamos até a ala leste em que ela estava internada.

-Jake calma, ela está numa ala comum, então não é nada grave. – Nessie disse na porta do quarto, tentei me acalmar, respirei fundo várias vezes, mas estava difícil.

-Entra comigo? – Ela apenas me seguiu quarto a dentro.

Minha irmã estava com os olhos inchados, parecia ter chorado muito. Estava muito pálida e ligada ao soro. Por mais insensível que eu possa parecer a Nessie e a Raquel são meus pontos fracos, mesmo eu sendo o mais novo me sentia na obrigação de cuidar dela.

-Jake, que bom que você veio. – Paul disse assim que me viu entrando.

-O que aconteceu? – Perguntei ríspido ao meu cunhado.

-Ela desmaiou, e ai eu a trouxe para cá. – Eu já não olhava mais para ele, na minha frente apenas a minha irmã, bastante debilitada.

-Raquel? – Me aproximei dela, pela primeira vez me soltando da Nessie. Cheguei bem perto dela e acariciei seus cabelos. – O que está acontecendo? – Supliquei.

-Jake... – Ela soltou um suspiro alto e mais lágrimas rolaram por sua face. – Eu estou grávida, o papai vai me matar. – Perdi o ar, como ela poderia esta grávida, se nem sair a noite com o namorado meus pais permitiam.

-Raquel tem certeza? – Eu custava a acreditar naquela simples informação que recebi dela.

-Tenho, o médico trouxe o resultado do exame um pouco antes do Paul te ligar. Por favor Jake, sei que nossos pais vão surtar com isso e eu só tenho você pra contar. Me ajude. – Ela chorava de forma quase descontrolada, eu não tinha condições nenhuma de ajudar naquele momento, alias quem precisava de ajuda era eu, mas graças a Deus a Nessie estava ao meu lado.

-Paul leva o Jake tomar uma água. – Nessie tinha um jeitinho lindo de mandar que ninguém ousava desobedecer. – Vou ficar aqui com a Raquel.

Sai daquele quarto sem questionar, segui o Paul até a lanchonete e pedi uma água, nos sentamos numa das mesas mais afastadas do movimento.

-Paul, eu ainda não consigo acreditar. – Falei, já mais controlado.

-E eu? Jake não era para ser assim, foi um descuido.

-E que descuido, cara ela já está matricula da universidade, você tem noção do que meus pais vão fazer quando descobrirem? Se antes para você ver ela era apenas em casa e quando meus pais estavam, agora meus pais vão se sentar entre vocês. – Falei me lembrando do inicio do namoro deles, meu nunca confiou no Paul perto da minha irmã.

-Jake eu amo a Raquel, quero me casar com ela, ter filhos. Mas essa não era a maneira que havia planejado de construir uma família. – Ele estava bem nervoso também, e a minha única alternativa era ajudar esses dois irresponsáveis, só então me dei conta de como fiquei nervoso apenas com a constatação de ter esquecido a camisinha na noite anterior. Ri sem humor nenhum.

-Eu sei, mas você terá que assumir da mesma forma. Mesmo sendo complicado a situação saiba que terão o meu apoio. – Falei me levantando e seguindo novamente para o quarto da minha irmã. Ela estava mais calma e a Nessie conversava baixinho com ela. – Atrapalho?

-Claro que não amor. Estávamos apenas conversando a respeito do bebe. – Nessie disse com um sorriso fraterno para a minha irmã.

-Raquel, você tem que ligar para a mamãe. – Neste momento eu não queria estar na pele nem dela nem do Paul. – Contar aqui no hospital vai ser mais fácil do que em casa. Se ela te ver assim no soro vai amenizar a sua situação. – Expliquei minha forma de ver as coisas.

-O Jake tem razão Quel, e também eu já estarei aqui mesmo depois de levar uma surra do seu pai. – Paul disse em tom de brincadeira, mas tanto ele quanto sabíamos que essa bem, que poderia ser a atitude do meu pai.

-Nem diga uma coisa dessas Paul, não quero nem imaginar a reação deles. Mas você tem razão Jake.

Raquel ligou para os meus pais, preferiu não dizer nada por telefone, no entanto pediu que eu e a Nessie ficássemos ali com ela neste momento. Nessie ligou para a mãe dela avisando que estava com a Raquel no hospital, não entrou em detalhes, disse apenas que estava tudo bem e depois ligaria novamente. Os minutos de tensão até a chegado dos meus pais, que estava por perto devido a um almoço na casa de uns amigos, foram os piores da minha vida. Agradeci a Deus mais uma vez por não estar na mesma situação.

-Filha, o que houve? – Minha mãe estava apavorada vendo a minha irmã naquela cama. Meu pai um pouco mais reservado ficou em pé aos pés da cama.

-Mãe... – Ai ela começou a chorar novamente.

-Calma meu amor, estou aqui. Por que não me ligou antes querida? O que está acontecendo contigo em? – Minha estava apreensiva com a situação um tanto inusitada, mas mesmo assim estava preocupada com a saúde da Raquel.

-Mãe eu estou esperando um bebe. – Ela disse entre soluços e lágrimas.

Minha mãe desmaiou, meu pai correu para segura-la. Logo uma enfermeira entrou com um calmante para a minha mãe que ainda era amparada pelo meu pai, lembrando que até este momento ele não havia dito uma palavra se quer.

-Pai? Não vai dizer nada? – Raquel estava bastante abalada.

-E ainda adianta eu dizer alguma coisa? – Meu pai perguntou ressentido com ela.

-Não. – Ela respondeu olhando para o outro lado, aquela simples pergunta do nosso pai foi o suficiente para magoar mais ainda o coração da Raquel.

-E você rapaz, o que tem para me dizer? – Meu pai estava com a expressão fria.

- Acho que não há muito a se fazer agora. Erramos e...

-Erramos? Você errou. Minha filha não é como as garotas que você era acostumado e eu sempre te disse isso, e olhe o que você fez? Destruiu o futuro dela. – Meu pai disse com desdém.

-Desculpe Billy, mas eu não fiz nada sozinho, e não obriguei ela fazer também. Sei que eu tinha minhas responsabilidades, mas estamos juntos nessa. – Corajoso ... Ninguém fala assim com meu pai desde que meu avô morreu.

-Não era para ter feito nada. Quantas vezes falamos sobre isso, e todo aquele papinho furado “não se preocupe Billy, eu respeito a Raquel”. Cadê o respeito por ela? – Meu pai estava tentando se controlar, minha mãe ainda chorava baixinho. Eu estava abraçado à Nessie sem nada poder fazer.

-Eu a respeito, e acima de tudo a amo e muito. – Mesmo nervoso diante do  meu pai Paul não se fez de fraco e o enfrentou.

-Billy... – Minha mãe mesmo nervosa decidiu interferir, ante que aquilo se tornasse algo pior.

-Sara não me venha defender esses dois irresponsáveis.- Com a minha mãe meu pai era bem mais brando, eles se respeitavam acima de tudo.

-Não estou defendendo ninguém, mas não adianta nada fazer escândalo. – Meu pai se voltou na minha direção ainda com o semblante sério.

-Jake lá fora agora. – Poxa vida, é a Raquel que engravida e eu que vou pagar por isso... Mesmo assim deixei a Nessie e acompanhei meu pai. – Olha filho espero que você leve como exemplo o que está acontecendo com esses dois.

-Pai, quem engravidou foi a Raquel. Se eles não se cuidaram eu não tenho culpa. Você tem que conversar com eles e não comigo.– Tentei me livrar daquele assunto.

- Com aqueles dois não adianta mais, ela já está esperando um bebe. Eu não sou ingênuo o bastante para acreditar que você e a Nessie não durmam juntos. Afinal você passa mais noites na casa dela do que em nossa casa. – Mal ele sabe que tivemos uma única noite de amor, as outras foram de sono mesmo.

-Pai, de verdade. Comigo e a Nessie não precisa se preocupar. – Tentei desviar o assunto.

-Eu sei que a Nessie não é a minha filha, mas não quero isso para ela Jake. Vocês são jovens demais para começar uma família dessa forma.

-Pai nós estamos nos prevenindo. – Falei constrangido por estar falando sobre sexo seguro com meu pai no meio de um hospital.

-Prevenindo Jake? – Meu pai gargalhou. – Não é prevenção que vocês precisão, é responsabilidade. Na idade de vocês existe outras prioridades a não ser o prazer carnal. E quanto a se prevenirem isso vai ser até quando? Até um dia vocês se empolgarem e se esquecerem?

-Pai, a Nessie foi ao médico antes de termos qualquer relação. Ela toma aquela injeção a cada três meses. Não corremos esse risco. – Falei envergonhado e ao mesmo tempo orgulhoso da minha linda, que se não fosse ela ser a responsável na relação poderíamos estar no mesmo barco que a Raquel e o Paul.

-Pelo menos pensaram antes. – Meu pai disse se dando por vencido.

-A mãe da Nessie tinha dezesseis anos quando engravidou dela, já tínhamos um belo exemplo a não seguir. Quanto a ter relações com a Nessie é claro que pensamos antes, principalmente para não ter que quebrar a cabeça depois. – Falei num tom prepotente, é claro que eu nunca iria admitir que quase pirei ao constatar minha irresponsabilidade antes de saber que minha linda havido ido ao médico.

-Tudo bem. Só continuem assim, responsáveis. Agora você será tio, terá que se mostrar mais responsável ainda. – Meu pai finalizou com um abraço e então eu pude respirar aliviado.

-E você avô. – Rebati rindo da expressão dele.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam??
Bjinhus
Helo