Eu estava sentada no telhado da minha casa, que eu subia pelas trepadeiras que haviam do lado da minha sacada.

 Eu não acreditava no que tinha acontecido.

 E agora ali eu estava, sentada  olhando para as estrelas, que hoje brilhavam tanto. Mas o que mais me chamava atenção era a Lua, eu nunca tinha a visto tão grande, parecia que ela sofria como eu.

 Jamais eu pensei em acreditar na minha amiga.

 Jamais eu pensei em acredita que ele pudesse me trair.

 Uma lágrima escorreu por meu rosto, alojando-se em meu queixo, caindo e pingando no chão um segundo depois. Pensar nele e no que ele me tinha feito não me fazia nem um pouco bem.

 Resolvi entrar no meu quarto, desci as trepadeiras com cuidado, já havia caído ali, foi ele quem me pegou, salvando-me de uma queda enorme.

 Pulei para a sacada, me virei uma última vez para a rua. Não se via mais movimento,pelo contrário, eu nunca tinha visto minha rua assim.

 Acho que já se passava de meia noite.

 Me rendi ao cansaço daquele dia tão longo e cansativo, me jogando na cama e acabando por chorar muito.

 Meu celular tocou, era o toque dele.

 Era uma mensagem dele.

 “Eu sei que se fosse falar com você pessoalmente, você não escutaria.

 Olha, eu sei que eu errei, mas eu juro que foi ela, eu briguei com ela depois.

 Para falar a verdade, eu sei que a Melissa falava pra você que eu te traia. Mas eu juro que não é verdade, aquela loca é que me beijava na frente das suas amigas, justamente pra você ficar sabendo por outras pessoas, pra mim nunca significou nada.

 Sei que foi errado não te contar.

 Eu até já falei com a Mel, ela deu a maior prensa na menina.

 O que eu quero te dizer, é que percebi que eu te amo.

 Sei que também foi errado não te falar isso antes. Mas só quando te perdi, que eu percebi a falta que você me faz.

 Beijos, de quem te ama.”

 Meu coração gelou. Eu não tinha deixado ele se explicar. E agora ele tinha me mandado aquela mensagem.

 O pior é que eu também o amava.

 Meu celular tocou de novo, dessa vez era uma ligação. 

 - Alô?

 - Tudo bem com você?

 Dei um sorriso.

 - Claro, olha sobre...

 - Que tal você me falar pessoalmente?

 - Ham?

 -Olha para a sacada!

 Eu não acreditei no que vi.

 Ele estava parado com o celular na Mao. Ele colocou “Use Somebory”, uma das minhas músicas favoritas.

 Ele segurou minha cintura eu seu pescoço.

 Começamos a dançar, mesmo não sendo o ritmo.

I've been roaming around
Always looking down at all I see
Painted faces, fill the places I can't reach

You know that I could use somebody
You know that I could use somebody

Someone like you, and all you know, and how you speak
Countless lovers under cover of the street

You know that I could use somebody
You know that I could use somebody
Someone like you

Off in the night, while you live it up, I'm off to sleep
Waging wars to shake the poet and the beat
I hope it's gonna make you notice
I hope it's gonna make you notice

Someone like me
Someone like me
Someone like me, somebody

I'm ready now, I'm ready now
I'm ready now, I'm ready now
I'm ready now, I'm ready now
I'm ready now

Someone like you, somebody
Someone like you, somebody
Someone like you, somebody

I've been roaming around,
Always looking down at all I see

 - Eu também te amo! – disse quando a musica acabou.

 Então ele se aproximou de mim, encostando o seu nariz ao meu, e finalmente ele me beijou, e eu retribuí, beijando-o como nunca tinha o beijado antes.

 Ali, na minha sacada, sob a luz do luar, eu descobria verdade das palavras “Eu te amo”.