Friends By Fate escrita por Mandy-Jam


Capítulo 1
Highway to hell


Notas iniciais do capítulo

Aqui está o primeiro capítulo!

Espero que vocês gostem dele.



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Ela estava completamente entediada, mas não era a única. Em um ônibus com 12 adolescentes julgados como “problemáticos”, indo para um museu desconhecido enquanto o rádio toca um cover ruim de “Highway to hell” era difícil achar alguém animado. A única era uma garota loira que insistia em tocar flauta para animar seus amigos. Obviamente, não estava dando certo.

- Ei! Me dá um biscoito? – Pediu ela para sua colega de banco.

- Nem pensar – Respondeu ela.

- Ah, por favor, Bruna! – Pediu novamente. – Estou com fome.

- Você sempre está com fome, Amanda.

Verdade. Mas comer um biscoito ia ser melhor do que continuar parada ali, pensava ela. Assim que Bruna virou-se para olhar seus outros amigos, Amanda aproveitou para pegar o pacote e roubar um biscoito furtivamente. Ela o pôs inteiro na boca e ficou repentinamente interessada na paisagem verde que passava pela janela, assim que Bruna olhou-a novamente.

- Que horas são? – Perguntou ela.

- Meio dia, eu acho. – Respondeu Amanda, mas como a sua boca estava cheia de biscoito o som saiu como “Uhum-hu uh, ãhum” ou algo parecido.

- Ei! Você pegou meu biscoito! – Descobriu ela – E eu nem vi nada!

Amanda limitou-se a sorrir de boca fechada, sem graça.

- Vamos gente! Animação! – Dizia a loirinha.

- Cala a boca... – Resmungou uma garota rebelde de cabelo liso. Sua franja era jogada por cima da testa quase escondendo seus olhos. – Chega de música chata.

- Mas, mas, mas...! – Ela parecia magoada – Mariana...!

- “Mas” nada! – Mariana pegou sua flauta e jogou no chão do ônibus. O instrumento rolou até a parte da frente do ônibus, batendo nos pés de um garoto com o  capuz  do casaco na cabeça.

- Parem com essa porra! - Berrou ela com sua típica voz alta.

- Fica calmo, cara. – Acalmou o garoto sentado ao seu lado – Elas devem ter deixado cair sem querer, só isso Rodrigo.

- Dane-se! Vão se ferrar! – Resmungou ele chutando a flauta mais para a frente.

Rodrigo encostou-se contra o vidro da janela e Rhamon, o garoto ao seu lado, revirou os olhos. Ele ajeitou seus óculos pensando: “Calmo como sempre, é claro...” e começou a observar os outros.

Uma garota de cabelo castanho, curto e liso falava com o garoto ao seu lado, que não parecia estar prestando a mínima atenção.

- Mas então eu consegui ganhar a medalha de primeiro lugar. – Contou ela – Natação é muito legal!

- Aham... – Assentia ele distraído, enquanto mexia em alguns parafusos soltos perto da janela.

- Mateus! Você não está nem ouvindo! – Reclamou ela.

- Aham... – Assentiu ainda distraído.

Ela deu um tapa na parte de trás da cabeça dele.

- Aí! Natália! – Exclamou ele.

- Pronto. Já terminei de falar. – Sorriu ela.

No banco da frente deles uma garota de cabelo preto super liso se olhava no espelho tentando ignorar o garoto ao seu lado e suas piadas ruins.

 - Sacou? Sacou? – Riu ele.

- É, Vinícius. Infelizmente sim... – Retrucou.

- Você não tem senso de humor, Rita. – Falou ele.

- E você não sabe nem o que é humor. – Respondeu.

Nos bancos de trás Flávia ainda reclamava com Mariana por causa de sua flauta, e ela por sua vez a ignorava completamente.

- Ótimo! – Exclamou Flávia – Então eu vou tocar piano!

- Estamos nesse maldito ônibus há 6 horas! Tempo o suficiente para você notar que aqui não tem piano!

- Não preciso de piano para tocar piano! – Protestou como uma criança pequena.

Ela começou a assoviar e tocar teclas invisíveis no ar, e Mariana tampou os ouvidos se encolhendo cada vez mais no assento do ônibus.

Mais atrás, no banco na frente de Amanda e Bruna, estava a única garota quieta. Seu cabelo cacheado e preto bem comprido fazia uma cortina impedindo que sua amiga olhasse o livro em suas mãos.

- Você realmente está lendo? – Perguntou sua amiga de cabelo castanho ondulado que ia até um pouco abaixo do ombro.

- Estou tentando, sabe Nina? – Lançou a indireta.

- Só pode estar de sacanagem! – Exclamou Nina – Ah, Bia... Como você consegue ler nesse hospício?!

- Não consigo com você falando! – Exclamou Bia em resposta, fechando bruscamente o livro.

- Estou irritando você? – Perguntou Nina com um sorriso no rosto.

- O que você acha?! –Rebateu Bia.

Nina riu e Bia voltou a sua leitura, mas poucos segundos depois foi interrompida novamente.

- Ah tá! Mentira que você está conseguindo ler! – Exclamou Amanda apoiada no banco dela.

- Não, eu não estou conseguindo!! – Reclamou ela.

Amanda olhou para Nina sem entender nada.

- O que foi que eu fiz? – Perguntou ela.

 Nina estava prestes a dizer alguma coisa quando o ônibus parou de se mover. Todos olharam em volta. Pelas janelas eles podiam notar que ainda estavam na estrada. A rodovia, que parecia levá-los á algum lugar no fim do mundo, era cercada de árvores. Como se fosse a única trilha de cimento no meio da uma floresta.

As portas do ônibus se abriram repentinamente. Eles olharam para a cabine onde ficava o motorista e a professora. A cabine era separada do resto do ônibus por uma porta transparente. Por ela todos puderam ver os dois levantando-se e saindo do veículo. Caminharam em direção ás árvores e simplesmente sumiram.

- Ahm... Eles vão voltar... Certo? – Perguntou Rhamon.

Silêncio. Ninguém sabia a resposta, mas realmente esperavam que sim. Afinal, os 12 não podiam ficar sozinhos ali, não é?

- Tá bom... Isso foi estranho... – Murmurou Nina. – O que fazemos agora?

- Esperar, eu acho... – Respondeu Flávia hesitante.

- Esperar?! – Repetiu Mariana incrédula e espantanda. – Nós esperamos mais de 6 horas! Esperar mais o que?!

- Menos Mariana! – Pediu Amanda um pouco tensa.

- Menos nada! – Exclamou ela de vota.

As portas do ônibus se Abriram. O silêncio reinou mais uma vez. Todos eles observaram duas pessoas desconhecidas entrarem na cabine. Os dois subiram os degraus do ônibus e as portas se abriram fecharam. Coisa um pouco estranha, pois eles não fizeram nada, nem mexeram em nada. A porta que dividia a cabine do resto do ônibus se abriu, e todos puderam ver com clareza as duas pessoas.

- Não sabia que as portas eram automáticas- Sussurrou Natália para Mateus.

- Uhm... Eu acho que não são. – Respondeu franzindo o cenho.

- Cof! Cof! – Tossiu a primeira pessoa.

Era um homem um pouco baixinho. Seu cabelo era cacheado e seu nariz era levemente vermelho. Usava uma camisa com um tigre estampado, e na sua mão direita estava uma lata de Diet Coke. Ele olhou para todos rapidamente e soltou um suspiro de tédio como se ele é que estivesse trancado ali por mais de 6 horas.

- Legal... – Resmungou ele. – Dirigir um ônibus com 12 pirralhos irritantes estava mesmo no topo da minha lista de diversão.

- Você não tem mais uma lista de diversão. – Falou a outra pessoa. Uma mulher de cabelo preto preso em um rabo de cavalo. – Mesmo assim, tente ser mais gentil.

O homem revirou os olhos.

- Gentil... Tanto faz. – Falou ele.- De qualquer jeito eu sou o Sr. D, e vou dirigir o ônibus de vocês, e blá, blá, blá.

Com isso ele virou-se, as portas se abriram para ele passar, e depois se fecharam. Ele ligou o motor e começou a dirigir.

- Psiu! – Fez Bruna. – Senta logo!

Ela puxou Amanda para o assento, pois ela ainda estava apoiada no banco da frente.

Amanda se sentou e a mulher sorriu. Ela usava uma calça jeans, e uma camisa branca escrita: “Guia”.

- Certo. – Disse ela. – Acho que vocês devem estar um tanto preocupados, mas procurem ficar relaxados. Eu e o Sr. D vamos levá-los para o acampamento em segurança.

Acampamento? Nenhum deles tinha a mínima idéia do que estava acontecendo. Flávia franziu o cenho e levantou a mão. A guia olhou para ela com seus olhos cinzas.

- Sim? – Falou.

- Ahm... É que a Sra. Cliff ia nos levar para um museu e não para um acampamento.

- Mudança de planos. Agora estão em boas mãos.

- Mas...! Onde ela está? – Perguntou Rita.

- Não importa. – Respondeu ela. – O importante é que estão salvos.

Amanda olhou pela janela e depois para Bruna.

- Você notou algum outro carro passando por essa estrada? – Perguntou.

- Uhm... – Fez Bruna tentando se lembrar. – E-Eu... Acho que... Não.

Amanda olhou para a guia.

- Desculpe, mas quem é você?

Bruna deu-lhe uma cotovelada.

- Não fale desse jeito com ela, Amanda! – Repreendeu-a como se soubesse quem era aquela guia.

- Eu só queria...!

- Tudo bem. – Sorriu a guia fazendo um sinal para Bruna. – Não faz mal. Ela está certa. Eu deveria ter me apresentado. Meu nome é Atena, e serei a guia de vocês.

- Mas por que você...? – Rhamon ia fazer uma pergunta, quandoa flauta de Flávia passou rolando pelo corredor.

- Ah! Minha flauta! – Exclamou Flávia interrompendo-o e levantando-se. – Eu pego!

Todos pararam para observar, enquanto Flávia corria atrás do instrumento. A flauta parou de rolar quando chegou no fundo do ônibus.

- Prontinho! – Cantarolou ela do fim do ônibus com a flauta na mão.

“PÁ!”.

O ônibus tremeu.

O teto logo encima da cabeça de Flávia afundou bastante. Algo tinha pulado ou caído em no encima do veículo. Flávia olhou para o teto e depois para seus amigos que fitavam a cena com os olhos arregalados.

- O que foi isso? – Perguntou Nina.

- Estamos com problemas. – Murmurou Atena.


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Notas finais do capítulo

Parabéns!

Você acabou de ler o primeiro capítulo!

Tenho um comentário para você. Eu sei que são 12 pessoas para decorar os nomes, mas não tem problema. Com calma você vai conhecendo-os melhor.

Espero por reviews!