Instinto Guerreiro escrita por Bruno Silfer


Capítulo 6
Capítulo 8: Sentimento novo




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Gaara havia dado sua sentença à Hinata e nada o faria voltar atrás. As garotas que o ajudavam ficaram pasmas ao vê-lo falar em mortes com tanta naturalidade e frieza apesar de conhecê-lo há tanto tempo. Elas não se conformavam em perder suas amigas dessa forma e ficaram a noite inteira pensando em um modo de salvá-las sem trair a frágil confiança que Gaara depositava nelas. Ao amanhecer ele é o primeiro a acordar e preparar as armas apropriadas para a execução que seria realizada mais tarde, até que as garotas chegam e quando o veêm perguntam:

_ O que está fazendo?
_ Escolhendo a arma apropriada para matar sem dor. Isso aqui deve ser o bastante. - mostra sua Eagle 6.0, uma pistola semi-automática com uma mira telescópica
_ Isso é mesmo necessário? - perguntou Kiyomi em um tom triste
_ Se tivesse outro jeito acha que eu chegaria a esse ponto? Se esse verme se tornar adulto a epidemia vai crescer e vai ficar mais difícil de controlar.
_ Quando vai fazer isso?
_ Quando ela sair da escola; ela percorre parte do caminho sozinha. Mas pelo estado de voces é melhor não virem comigo hoje. Pode ser uma cena forte pra voces.
_ Não! - disse Mayu que permanecia calada e manifestou-se nesse ponto - Eu quero ir também!
_ Eu também vou! - disse Kiyomi em apoio à amiga
_ Bom... voces é que sabem. Então vamos até a frente do colégio, não podemos perder tempo. Quero acabar com isso em no máximo seis dias.
Então foram os três esperar a vítima na porta da imponente escola. Volta e meia Gaara batia a arma na mão como se estivesse contando o tempo e isso era o bastante para deixá-las cada vez mais nervosas. O semblante do ruivo porém era distante o que mostrava que o que ele havia dito era verdade; se houvesse outro modo de resolver por definitivo essa questão ele não iria apelar para a violência, mas não daria um passo atrás no cumprimento do seu dever. Nisso o sinal toca e eles ficam a observar a costumeira multidão um tanto apressada em deixar o prédio da escola, até que no meio da massa de estudantes surgem as garotas infectadas que eles esperavam.

_ Lá estão elas. - disse Gaara ao localizá-las
_ Não vai fazer isso aqui né? - perguntou Mayu
_ Claro que não. Vamos seguí-las.

Passaram a seguir o pequeno mas inseparável grupo de garotas que se dirigia para casa. Após algum tempo Sakura e depois Tenten se separaram do grupo seguindo para suas respectivas casas. Ino iria passar a tarde na casa da Hinata, o que alterou os planos do detetive que agora teria que matar as duas ao mesmo tempo. Ao entrarem na pequena rua deserta que servia de atalho, as garotas foram surpreendidas pelo trio que apareceu de repente se colocando na frente delas sendo que Gaara com a arma em punho.

_ Gaara? O que faz aqui? - perguntou Ino
_ E-e pra que i-isso? - perguntou Hinata assustada ao ver a arma na mão do detetive
_ Voces sabem que o meu dever é acabar com essa epidemia de uma vez por todas. Recentemente eu descobri que voces estão contaminadas, portanto também é minha missão acabar com voces antes que os worms fiquem adultos.
_ Acabar? Como assim acabar? - perguntou Hinata assustando-se ainda mais
_ Matar. Eu vim aqui pra te matar...
Dizendo isso destravou a pistola e aproximava-se de Hinata a passos lentos sem a mínima pressa e sem a menor vontade de amenizar o pavor que a garota sentia. Hinata porém, a cada passo que Gaara dava na sua direção , dava um passo para trás até que encostou no muro que havia ali. Seus olhos não saíam da arma que lhe era apontada e Ino foi até ela a fim de protegê-la.

_ Pára com isso! – gritou Ino
_ Você também foi infectada. Se não sair da frente vou me antecipar e eliminar você também.
_ Então atira – disse a loira em um tom desafiador
_ Muito bem. – retrucou Gaara – Seja feito como você quiser.

A tensão crescia e a sombra da morte estava nítida nos olhos do detetive apesar dos óculos escuros que usava. Kiyomi e Mayu não queriam de modo algum que suas amigas morressem e ainda tinham uma esperança que Gaara voltasse atrás e achasse um modo menos radical de resolver essa questão. Mas vendo que ele mataria mesmo e não pensando duas vezes, Mayu sacou sua arma e apontou-a para a cabeça do Gaara. Kiyomi fez o mesmo e tinha plena consciência que por causa disso iriam perder a confiança dele mas não as deixariam morrer daquele jeito.

_ Abaixe a arma Gaara! – gritou Mayu convicta do que fazia
_ O que estão fazendo? – disse Gaara sem abaixar a arma
_ Não vamos deixar que as mate. – respondeu Kiyomi com firmeza
_ Kiyomi... Mayu... – pensou Ino não acreditando no que via e na forma que desafiavam o Gaara
_ Vocês querem que essa praga aumente?
_ Deve haver outro meio de combater isso.
_ Tirem essas armas da minha cabeça que eu quero acabar logo com isso! – disse Gaara começando a ficar nervoso
_ Já disse que não vamos deixar que as mate. – respondeu Kiyomi ainda apontando-lhe a pistola
_ Se não pararem com isso vocês serão as próximas.
_ Por favor... – pediu Ino com um olhar terno – será que matar te deixa feliz?
Gaara continuava pronto para atirar mas foi pego de surpresa com essas reações. Tanto que ele abaixou a arma, não porque tinha duas pistolas apontadas para a sua cabeça, mas pelas lágrimas nos olhos azuis daquela loirinha que de certa forma mexeram com ele. Mas para não demonstrar nenhuma reação, após guardar a arma, aproximou-se delas e ficou a olha-las.

_ Obrigada... – agradeceu Hinata acalmando-se
_ Deixar vocês com vida torna mais difícil o combate aos parasitas.
_ O que vai fazer agora?
_ Já que não fiz o que planejei, pelo menos não quero que isso seja em vão. Fique com isso. – e entrega um frasco com 30 cápsulas vermelhas.
_ O que é isso?
_ Uma das criações do meu laboratório. Essa droga impede o crescimento dos worms e ameniza seus sintomas. Leve-o sempre com você e sempre que sentir alguma coisa ou sentir que o verme quer crescer tome um desses.

Dizendo isso foi até as garotas que ajudaram a impedi-lo de cumprir o objetivo planejado e disse com dureza:

_ Quanto a vocês, eu não vou esquecer essa traição. A partir de hoje volto a investigar sozinho como comecei.
_ Mas Gaara...
_ Agradeçam porque eu não vou fazer nada com vocês. Mas sabe o que eu devia fazer? Eu devia matar vocês no lugar delas. – e foi embora
_ Gaara... – disse Mayu com um principio de choro sendo consolada por Hinata
_ O pior que agora não temos para onde ir. Do jeito que está, não tenho coragem de olhar para ele. – disse Kiyomi enquanto falava com Ino
_ A minha casa é grande. Vocês podem ficar lá se quiserem.
Elas aceitaram e foram morar na casa da Ino. Enquanto isso Gaara, já em casa, estava deitado na cama e pensando no que aconteceu.

“ Como isso aconteceu? Eu nunca hesitei em matar ninguém. Por que quando a vi chorando não consegui mais atirar? Seja o que for não é nada bom já que me atrapalhou e me fez desistir pela primeira vez na vida. Mas que sentimento será esse? Não importa. Quando cumprir minha missão eu não vou lembrar disso mesmo... e não quero que nada me atrapalhe. Isso tem que terminar o mais rápido possível.”

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