Alvo, Rosa e Escórpio acharam o primeiro dia de aula super divertido. Além de rirem de Nott e seus dois "amigos", eles haviam aprendido coisas interessantes. Naquele momento os três estavam indo para a Sala Comunal da Grifinória.

  - Bem... - Escórpio se atirou no sofá, quando adentraram a sala. - Foi um dia bem interessante, mas cansativo...

  - É... - Concordou Alvo, se sentando ao lado de Escórpio. - Mas ainda temos uma aula, certo, Rosa?

  - Isso... - A garota assentiu, enquanto consultava seu horário. - Temos aula de Astronomia em 20 minutos, mais ou menos...

  - Quem é o professor? - Escórpio perguntou.

  - É o professor Hirk... - Rosa respondeu.

  - Professor Hirk? É esse o professor que, segundo Tiago e Fred, não vai fazer suas refeições no Salão principal? - Alvo indagou.

  - Esse mesmo... - Escórpio respondeu. - Parece que ele nunca sai da torre de Astronomia. Eu acho que essas aulas vão ser uma chatice...

  - Eu concordo... - Alvo suspirou.

  - Falem por vocês! - Rosa exclamou. - Eu acho que todas as aulas são interessantes, além de serem fundamentais para o nosso desenvolvimento no mundo mágico!

  - Mundo mágico? - Escórpio zombou - Você fala como se não conhecesse nosso mundo!Fala como se fosse... - ele hesitou.

  - COMO SE FOSSE O QUÊ?! - Ela vociferou. - Uma trouxa?!Uma Sangue-Ruim?!

  - N-Não! - Escórpio gaguejou - Eu não ia dizer isso!

  Mas já era possível notar as pequenas lágrimas que salientavam nos olhos de Rosa. Alvo, que agora se encontrava entre os dois, numa tentativa ineficaz de apaziguar a situação, ia começar a argumentar, mas sua prima já tinha saído pelo portal do retrato da Mulher Gorda. Ele olhou, então, para Escórpio, que por sua vez, se levantou.

  - Al, você sabe que eu não quis dizer aquilo - Ele olhou para o amigo, buscando algum consolo. - Simplesmente... Eu... Eu não sei porque eu fui começar a dizer aquilo... 

  Alvo apenas cerrou os olhos e suspirou. 

  - Agora não adianta mais. - Alvo disse, depois de uns segundos de silêncio. - Olha, Escórpio, eu sei que você não quis dizer aquilo. Mas o que está feito, está feito. Vamos pra aula. Tenho certeza que vocês conversarão e resolverão isso antes do fim de semana...

  Os dois, por fim, saíram pelo portal e caminharam, em silêncio até o portal que dava acesso à Torre de Astronomia. Depois de subirem uma longa escada, em forma de espiral, Alvo e Escórpio chegaram a um espaço aberto, com um objeto que parecia ser uma luneta enorme no centro do lugar, onde quase todos os primeiranistas já se encontravam, sentados, conversando ou admirando o céu noturno. Alvo avistou Rosa, que estava mais afastada do grupo de alunos. Ele, apesar de querer ir até lá e consolá-la, não o fez. Apenas sentou-se ao lado dos outros estudantes.

  - Silêncio. - Uma voz pronunciara e todos os alunos puseram-se a procurar o dono da voz.

  Só então Alvo, e posteriormente os outros, perceberam que havia alguém encostado na grande luneta. Era uma figura bastante curiosa. Era muito alto, mais alto que o próprio Hagrid, segundo os pensamentos de Alvo. Além disso, era magro e seu rosto era alvíssimo. Usava um longo sobretudo preto e um chapéu pontudo que, de longe, impossibilitava aos alunos de verem os olhos do homem. Este, por sua vez, deu alguns passos a frente.

  - Bem-vindos, alunos do primeiro ano, à aula de Astronomia. - Ele falou muito pausadamente. - Eu sou o professor Hirk.

  Ele deu uma pausa. Nenhum aluno se atreveu a sussurrar algo.

  - Meu objetivo, obviamente, é fazer com que alguma coisa da Astronomia entre em suas mentes. - Ele olhava atentamente para o grupo de alunos - Não admitirei brincadeiras ou feitiços infantis nessas aulas. Afinal, nunca se sabe quando um de vocês pode cair da torre acidentalmente.

  Alguns alunos engoliram em seco. Outros sorriram, desdenhando. Alvo continuou a encarar o professor, curiosamente.

  - Bom, vamos à chamada... - disse Hirk, tirando um pergaminho do sobretudo. - Alvo... Potter... Hum...

  Alvo estendeu a mão. O professor olhou e, vagarosamente, caminhou até Alvo. O professor parou muito próximo do garoto. Este, então, pode finalmente ver os olhos do bruxo. Seus olhos eram amarelados e brilhavam como olhos de gato. Alvo também notou a presença de dois caninos, um pouco maiores que o normal.

  - Alvo Potter, hein? - Ele encarava o garoto. - Certamente você se parece muito com seu pai... Sim... Harry Potter... Um homem muito curioso. Nunca tive a oportunidade de falar com ele, mas eu o observava quando eu e ele estudamos em Hogwarts...

  Alvo ficou em silêncio e continuou a encará-lo. Ele, depois de alguns segundos retribuindo os olhares, se afastou e deu continuidade à chamada. Durante o resto da aula, porém, Alvo não fez outra coisa senão pensar naquelas palavras de Hirk. Afinal, quem era aquele homem e por quê Harry Potter era tão curioso para ele? Depois da aula, Alvo comentou isso com Escórpio.

  - Hum... Não parece algo incomum, Al... - Escórpio disse, ainda pensando em tudo o que Alvo acabara de lhe contar. - Quero dizer, seu pai é um homem muito famoso. É totalmente normal que algumas pessoas tenham opiniões sobre ele. Isso é algo que você terá de suportar pelo resto da sua vida.

  - Eu sei. - Alvo disse. - Mas algo não me cheira bem. Aquele professor é muito estranho...

  - Se você diz... - Escórpio deu de ombros. - Já que você está tão desconfiado, por quê você não escreve uma carta pro seu pai?Pergunte-o sobre o Prof. Hirk. Ele deve saber algo a respeito desse cara...

  Àquela altura, eles já haviam alcançado o retrato da Mulher Gorda. Eles, então, disseram a senha e passaram pelo portal. Escórpio foi para o dormitório de imediato. Já Alvo ficou alguns momentos na Sala Comunal, refletindo. Pegou, por fim, um pedaço de pergaminho, o tinteiro e a caneta de pena de pavão e pôs-se a escrever.

  Pai,

Meu primeiro dia em Hogwarts foi incrível. Conheci pessoas legais, me diverti nas aulas e já aprendi alguns feitiços. Mas eu queria saber uma coisa... O que o senhor sabe sobre o Prof. Hirk, de Astronomia? Ele pareceu muito estranho para mim. Mande lembranças para a mamãe, a Lílian, a vovó e o vovô Weasley.

 Alvo

  Após escrever a carta, Alvo guardou-a no bolso das vestes e foi para o dormitório. Enviaria a carta antes de ir ao Grande Salão, para o café da manhã. Rapidamente, Alvo se trocou e deitou na cama. Não demorou muito antes que ele caísse no sono.