A Garota do Cabelo Verde-azulado escrita por Matheus-Apfel


Capítulo 1
Capítulo 01 – Coffee, Rain and Love




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Capítulo 01 – Coffee, Rain and Love

Era um dia de chuva, um daqueles em que tudo lembra o passado e a melancolia fica solta no ar.

O meu nome e Pedro, dezoito anos, estatura média, olhos verdes e cabelos curtos. Não me considero um cara legal, engraçado ou bonito. Eu me considero um cara normal, daqueles que ainda está aprendendo a crescer.

Acabei de passar no vestibular, prestei pra direito. Horas, dias, semanas e meses estudando pra no final chutar todas as questões e por um milagre, ou dependendo do ponto de vista uma maldição eu passei. Não quero cursar direito, só me escrevi por causa dos meus pais. Acho que devo pensar mais no que eu quero e não com que os outros querem, mas simplesmente não consigo.

A chuva começou a engrossar, comprei um guarda chuva e fui em direção a um café. Pedi um expresso duplo bem forte, pra ver se tirava o sono que batia em minha porta. Dias melancólicos de frio e chuva me deixam sonolento e como consequência  falo e faço coisas sem pensar muito. Tomei um gole e soltei um longo suspiro. Adoro o gosto forte e amargo do café ele sempre me faz sentir melhor. Comecei a observa atentamente a fumaça emitida pelo café, procurando por figuras, mas antes que eu começasse a me perde em pensamentos o sino da porta me desperta. Me virei curioso pra ver quem  era.

 E entrou uma garota, ela aparentava ter a mesma idade que eu. Ela estava encharcada, parecia que tinha mergulhado em uma piscina com roupa e tudo.  Ela era estranhamente bonita, digo estranhamente, pois ela não era do tipo que atraia os olhares e desejos masculinos, pequena (por volta de 1,64 metros.), magra, pálida (devia ser por causa do frio.), cabelo repicado e tingindo em um tom que lembrava tanto verde quanto o azul. Mais o que me chamava atenção era a roupa dela, não por estar molhada mais assim como cabelo, passava tanta informação pro meu cérebro que eu não conseguia decifra-la. Talvez seja um pop, pop-rock alternativo ou até mesmo punk.

 Definitivamente não era do tipo físico que atrairia um homem, mais por algum motivo meu coração palpitava de uma maneira tal qual nunca tinha batido antes por ninguém. Precisava “chegar” nela, mas não me vinha nenhuma ideia na cabeça. Não sou nenhum Don Juan e com certeza não faço o tipo dela.

 Ela chegou no balcão colocou o dinheiro em cima da bancada e disse com uma voz com um quê de brava e autoritária.

-Um Cappuccino com menta pra viagem! – Ela realmente parecia estar bem mal humorada.

 Aquilo me deixou curioso e bem mais interessado, pra alguém que pela estatura parece tão frágil se mostrava bem forte.

 Não pode deixar de olhar pro meu lado, simplesmente agi por impulso. O culpado com certeza e o sono!

-Tá olhando quê? – me perguntou com um “foda-se e não me incomode na testa”. Desviei o olhar rapidamente tentando controlar meus impulsos de sonolência.

 Em poucos minutos o seu pedido saiu, ela pegou o copo e foi em direção da saída. Eu não podia deixá-la ir, não sem ao menos levar um fora. Ela empurrou a porta e saiu.

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Não sei o que aconteceram, os próximos segundos foram bem nebulosos. Quando dei por mim eu estava do lado de fora com um guarda chuva aberto a protegendo das incontáveis gostas que caiam fortemente do céu. Novamente meus impulsos de sonolência agiram antes de eu pensar.

-Você e um psicopata, estuprador ou algo do tipo? – me olhou com um olhar de desconfiança. – Olha que eu tenho um spray de pimenta na minha bolsa!

- Tá se achando muito baixinha! – dei uma pequena pausa e a olhei com uma falsa indiferença – Só não acho que uma jovem dama deva andar desprotegida em baixo de uma chuva dessas. – falei utilizando um tom de voz pomposo, digno de uma corte. Mais uma vez culpo o sono

- Nossa! Cavalheiro você em?! – ela utilizou um tom de sarcasmo que me deixou ainda mais atraído. – Cara, eu te conheço?

- Deveríamos nos conhecer! – Respondi com um sorriso e ela riu. – Dizem que fazer uma garota rir e meio caminho andado.

-Cara, nem vem se achando! Você tá bem longe da primeira base. – pelo sorriso parecia que ela tinha perdido o mau humor e a desconfiança inicial.

- Eu não jogo baseball e muito menos seis as regras – ela levou a mão até a boca pra disfarçar o sorriso. – Pra falar a verdade não jogo nenhum esporte, mas já que você parece saber das regras me diz; quanto tempo demora pra chegar à primeira base?

- Isso já depende de você! – finalmente troquei um olhar com ela durante alguns segundos, seus olhos tinham um tom de azul lindo, por pouco não perco o foco.  Ela deu mais uma risada, e continuamos andando.

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Embora o sono tenha me ajudado a falar com ela, a excitação que a conversa me causou me despertou, e agora eu estava mais perdido do que nunca.

O que eu devo falar? Droga! E imagina que eu nem ao menos sei o nome dela... É isso o nome!

- E qual é o seu nome mesmo? A e o meu nome é... – ela se virou ficando de frente para mim, mas de modo que não saísse de baixo do guarda chuva.

- No names boy! – ela colocou o dedo indicador em meus lábios evitando que eu dissesse meu nome. – sem nomes as coisas ficam mais divertidas.

- Então, como eu te chamo?

- Não sei que tal... – Parando por um breve momento e fazendo uma cara de quem pensava em algo. – Que tal “Garota Perfeita”?

- Não! Que tal nanica?! – coloquei a minha mão direita sob a cabeça dela, de modo eu deixasse clara a diferença de altura.

- Há, há, há engraçado você senhor “stalker”. – respondeu ela com um tom de sarcasmo!

- Stalker? – deixei clara minha duvida pelo tom de voz.

- É tipo... Aquelas pessoas malucas, que perseguem alguém por alguma obsessão. – ela tentou explicar, mas parecia bem confusa.

 - Não entendi! Tipo um serial killer?!

- É... algo assim!

- Eu não gostei! – fiz uma cara de rejeição

- Nem eu do que você me deu – disse ela soltando uma risada maliciosa.

Antes que eu pudesse responder qualquer coisa um forte vento levou o guarda chuva de minhas mãos, tentamos alcança-lo mais desistimos quando notamos que seria impossível recupera-lo. Agora estávamos os dois de baixo de uma chuva forte e um vento tão forte quanto.  Ela segurou minha mão bem forte, acho que estava com medo que o vento a leva-se assim como fez com o guarda chuva!

-E agora, o que agente faz? – gritei lutando contra o barulho que o vento fazia.

- Eu sei de um lugar que agente pode se abrigar! – respondeu ela pra mim no mesmo tom de voz que usei.

- Fica longe?

- Não muito só um ou dois quarteirões! 

E de mãos dados fomos correndo não demorou muito chegamos em um beco.

- É aqui?

- Espera! - Ela soltou minha mão e pegou um molho de chaves  – Deve ser uma dessas... – ela se virou para uma porta e a abriu. – Vamos entrar!  - nós entramos e fechamos a porta deixando o lugar completamente escuro.

Seja lá onde eu estivesse era um lugar realmente muito escuro, não conseguia enxergar nenhum palmo de distância. Tentei por alguns instantes imaginar onde ela me levara e que tipo de lugar era esse, mas desisti na mesma hora. Achei melhor perguntar.

-Onde estamos? – a duvida dominava o meu tom de voz

-“Pérai” você vai ver! –  Escutei um som de algo parecido com uma alavanca sendo puxada.

Repentinamente várias luzes ligaram, uma atrás da outra me deixando temporariamente cego. Quando meus olhos se acostumarão à luz, o que eu vi me deixou bastante surpreso. Vi-me em um palco de teatro. Parecia ser um lugar antigo, uns 60 anos talvez, mas mesmo assim era bem bonito. Antes que eu pudesse expressar minha admiração com palavras, sem ti algo cutucando minhas costas.

- Preparado para a morte marujo?! – disse ela com uma voz forçadamente grunhida e roca.

- Mas o que?! – me virei para vê-la e dei uma gargalhada – O que você tá fazendo? – Ela estava trajando um, sobretudo típico de pirata, com um tapa-olho empunhado uma espada de madeira na mão.

- Suas risadas são um insulto a minha pessoa marujo Stalker, agora você não terá perdão. – ela jogou uma espada perto dos meus pés. – Lute, como um homem!

- Você foi quem pediu por isso capitã Nanica! – empunhei a espada dando sinal de ataque.

-“Perai” E Capitã ou capitão, presidente ou presidenta! – disse era tirando levantando o tapa olho.

- Isso realmente é importante? E de onde você tirou essa pergunta? – perguntei fazendo uma cara de confuso.

-Não... – disse ela dando uma longa pausa. –... Era só pra te pegar de guarda baixa! – dizendo isso rapidamente ela me empurrou, utilizando sua espada de madeira, me fazendo cair.

-Isso não vale! – protestei.

-Nunca teve regras!- falou ela com um enorme sorriso.

-Pelo jeito não e só na altura que você é baixa. – disse me levantando. – Mas enfim como é que você tem a chaves desse teatro?

-Isso... – ela deu uma pausa para tirar as roupas de pirata. – Minha Tia e dona daqui. Ela me deu uma copia em casos de emergência!

- Vou fingir que engoli essa explicação! – e você e atriz ou algo do tipo?

-Algo do tipo, ainda sou estudante. – disse ela indo em direção as cortinas. – Vem vamos “pro” camarim guarda essa roupa.

-Tá em que ano de faculdade? – perguntei com bastante interesse.

- Ah... No... segundo... De teatro – ao dizer isso ela abriu a porta do camarim e entramos. – estou com muito frio.

-Sabia que se tirarmos nossas roupas e nos abrasássemos nos aqueceríamos mais rápido? – falei com um tom descontraído de quem fazia piada

-Eu ia sugerir que nós trocássemos nossas roupas molhadas por um desses figurinos, mas, acho que sua ideia e bem melhor. ..- ela olhou pra mim, deu um pequeno sorriso, pude identificar um pouco de malicia.

De repente um calor tomou conta do meu corpo, não sei se era ela, se era aquela situação, a sonolência voltando, ou se era meu coração bombeando o sangue tão rápido que fazia meu corpo se aquecer dos pés a cabeça. De qualquer forma como tudo em minha vida, vou culpar o sono.

Ela começou a tirar as roupas, ficando somente com suas roupas intimas. Chegou perto e tirou minha blusa. Começamos a nos beijar como se nossas vidas dependessem disso. Deitamos no chão e consumamos o ato...


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