Quando chegamos Pedro e o Sr. Kirke (Digory Kirke) estavam nos esperando, ambos com um sorriso no rosto, estavam ansiosos com a nossa ida a Nárnia.

-Oi! Rei e Rainha! – disse Pedro com um sorriso no rosto, olhei para a estação estava vazia exceto por uma menina que lia “Orgulho e Preconceito” enquanto esperava o trem.

-Olá! Senhor Grande Rei – dando-lhe um abraço – como foram os estudos? – olhando para Digory, desconfiava que Pedro mentisse.

-Foram excelentes – disse o Sr. Kirke sorrindo – achei que esse fosse me dar trabalho, mas na verdade ele está indo muito bem! – dando um tapinha nas costas de Pedro.

-Sr. Kirke... –Lucia começou.

-Me chame de Digory, mocinha, não é mais necessário essas formalidades! –disse arrumando os óculos.

-Tudo bem, Digory – ainda meio duvidosa sobre o que ia falar – não que eu não tenha gostado da presença de vocês aqui nos recebendo, mas onde estão nossos pais?

-Lucia, sabe que eu não sei, devem estar em algum lugar do atlântico aqui perto, já que a previsão de chegada é para amanhã!

-Ahh, obrigada Professor Kir...,quer dizer, Digory.

Eles continuaram conversando sobre as notícias que tinham de nossos pais, sobre os estudos de Pedro enquanto eu me distraia olhando para todos os lados da estação reparando nos detalhes da arquitetura que me impressionavam, não havia uma construção desse jeito em Nárnia mesmo sendo muito mais bonitas como Cair Paravel, estava com saudades dessas construções londrinas, afinal a Inglaterra é a minha terra.

Um trem chegava e a menina que lia, levantou os olhos do livro, o fechou e se levantou. Esperou saírem pessoas do trem, deviam ter umas 10 pessoas no trem já que a estação não encheu. Um homem alto saiu do trem foi até a garota e eles se beijaram, sabe, deve ser bom ter uma garota esperando por você... Edmundo, tire esse pensamentos da cabeça, você tem que estudar e não arranjar uma namorada.

-Só lá na casa, né Edmundo? – disse Lucia olhando para mim.

-Que?

-Nós vamos contar só na casa do professor o que aconteceu em Nárnia.

-Sim. Fica mais interessante contar tomando um chá e essas coisas.

Continuei olhando para estação, havia alguma coisa de diferente nela.

-Pedro!

-Que?

-Eles reformaram a estação ou coisa parecida?

-Claro né? Você acha que eles iam deixa-la destruída.

-Ahh! Havia me esquecido que eles durante a guerra ela foi destruída, foi por isso que fomos para a casa de Eustáquio de carro, né? Eles ainda estavam reformando?

-Sim.

-Pedro? Com que dinheiro eles fizeram isso, já que eles tiveram que gastar muito com a guerra como eles conseguiram financiar...

-Estados Unidos, Edmundo! – disse o professor.

-Estados Unidos?

-Edmundo, você leu algum jornal enquanto esteve na casa de seu primo?

-Na verdade só algumas manchetes. – meu tio, não gostava quando tocávamos no seu jornal, então eu só conseguia ler as manchetes do jornal.

-Professor, nosso tio odeia que toquem no jornal dele – disse Pedro.

-Vou te atualizar, então – disse sorrindo, ele sabe que adoro ler e que teria lido se pudesse – Você deve ter notado antes de ir para a casa de seus primos, que eles estavam reconstruindo alguns edifícios destruídos pelos alemães? (graças a Deus não foi tão desastroso – comentou o professor)

-Sim. Essa reconstrução estava sendo financiada pelos Estados Unidos? Mas por quê? – era muito estranha essa história – Estão financiando só a Inglaterra?

-Não, todos que quiserem serão financiados, mas é claro que esse dinheiro é emprestado, não dado, devolveremos assim que reestabelecermos nossa economia. E o porquê é confuso para mentes tão jovens, talvez em minha casa eu explique a vocês.

-Certo – voltando a olhar para a estação – Ela ficou especialmente bonita, não?

-Sim ficou muito bonita, mas nada que Nárnia não consiga superar. –disse Lucia sorrindo para mim.

-É claro, pequena.