ChangJo estava agitado, andando em círculos em seu quarto como se esperasse alguma coisa - ou alguém. Agia assim desde a gravação de uma paródia de Secret Garden, que fizera com os outros membros. Aquelas cenas que fizera não deixavam a mente dele: Ricky em seus braços; seus olhares trocando as mais variadas energias possíveis; o menor se segurando em seu pescoço, com receio de cair e tentando se concentrar na atuação.
E só de lembrar, ChangJo estremecia: satisfeito por ter ficado tão próximo do maknae, mas arrependido de não tê-lo beijado ali mesmo. Aquele maldito adolescente... Por que tinha que ser tão fofo? Por que era tão irresistível? Na verdade, tais questionamentos não importavam mais - ele se apaixonara e era irreversível.
- ChangJo? - Até a voz daquele pequeno tinha aquele aegyo, característica inerente à sua personalidade. - Me disseram que queria falar comigo.
- Entre, por favor.
O maknae fecha a porta, constrangido por estar no quarto do outro assim, sozinho. Seu coração agonizava no peito, batendo tão rápido que ele mal podia respirar. Isso se agrava quando ChangJo se aproxima, segurando a mão do menor e olhando em seus olhos.
- Aconteceu alguma coisa grave?
- Não, não. É só que há algo que você precisa saber.
- Algum tipo de segredo? - O menor adota uma expressão de curiosidade e atenção, pronto para ouvir.
- Bom, eu não sei se é como um segredo.
O modo com que o portador da tal informação segurava a mão do maknae e falava baixo fazia com que este começasse a ficar acanhado. Ainda mais pelo lugar onde estavam. Um quarto fechado. Não que algo ruim fosse acontecer - mas a timidez do pequeno o fazia se encolher um pouco.
- Ricky, o que eu quero dizer é... - Faltavam palavras. Faltava coragem. Faltava oxigênio. - É...
- C-ChangJo, isso é embaraçoso~ - O adolescente diz, quase que num gemido, evitando o olhar rasgante do outro.
- Bom, colocando em outras palavras... Você... Você, quando gravou a paródia comigo... Ahn, não sentiu nada diferente?
- Foi engraçada e divertida! - O garoto sorri largamente, sem se dar conta de que a pergunta fora outra.
- N-não, Ricky. Não é isso. Bem... Vou ser mais claro. Você sentiu algo diferente por mim?
- Ahn... - Ele fica violentamente corado e constrangido. - E-eu... Eu... A-acho que... Sim e--
Antes que o maknae balbuciasse mais alguma coisa, ChangJo, que só estava aguardando aquela resposta, segura seu rosto com as palmas e beija sua bochecha, bem próximo aos olhos, fazendo Ricky congelar, esperando, submisso, a ação do maior. Este, por sua vez, segue lentamente pela bochecha avermelhada do menor com beijinhos cautelosos até chegar aos lábios dele. Sem tomá-los num beijo ainda, ChangJo olha nos olhos do outro, tão perto que sentia a respiração nervosa dele. "O que eu queria dizer é que eu te amo", sussurrou, tocando por fim os lábios quentes do maknae, movendo suas mãos para os ombros dele, que não sabia como agir. Era um beijo inocente, macio, romântico. A boca angelical de Ricky tinha um sabor adocicado, que fazia o outro intensificar aquele gesto carinhoso.
- Ricky... Me promete uma coisa?
- O-o que? - O maknae ainda gaguejava, tímido.
- Me promete que vamos ficar juntos? Que você me deixará ficar assim, perto de você, sempre?
Ricky abre espaço entre os braços de ChangJo, o abraçando desajeitadamente, com uma força que permitiu ao maior sentir seus batimentos cardíacos acelerados - "C-claro que sim".