Segredos Reais escrita por Lena


Capítulo 7
Seis


Notas iniciais do capítulo

Hmm, eu peço muitas desculpas! * e desvio das pedradas* Mas posso explicar o por quê. Eu viajei nesse fim de semana e peguei um resfriado danado esse mês (além de dia 8 ter sido meu aniversário e eu ter ficado ser entrar no computador uns dois ou três dias), mas como recompensa pela demora, o capítulo está maiorzinho. Pessoas importantes aparecem nele, e antes que eu esqueça, caso não saibam o que significa: Regalia, entrem no link seguinte. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Regalia)Lá embaixo nos vemos de novo, por favor, não deixem de ler essas notas finais. (:



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Eu nem imaginava quanta falta e quanta solidão existia sem Edward, nem ao menos sabia como conseguira viver tanto tempo longe dele.

O momento perfeito, eu descobrira, era ficar no meio de seus braços, porque por um tempo, eu esquecia que era a Imperatriz.

E ele foi bruscamente interrompido, as portas do aposento onde Edward e eu estávamos foi aberta bruscamente.

— Sim? – disse Edward segurando-me ainda nos braços, ele olhava com ar autoritário para a moça parada na porta.

A moça fez uma reverência, em respeito a Edward, claro, porque ela parecia não me notar.

— Há oficiais do Império, senhor. Querem falar com o senhor.

— Eu já vou descer. – a moça fez outra mensura e saiu, fechando as portas.

— Edward, eu desço. – eu disse colocando a mão no peito dele. – esses oficiais do Império vão ter que falar primeiro comigo.

Segurei as saias de meu vestido, virando bruscamente para a esquerda e fazendo o caminho, nervosa, até a entrada do castelo, sendo seguida por Edward, que aparentava estar bem calmo.

Quando cheguei, encontrei o Marquês de Reins e seu assessor, e o Visconde de Morcon.

Ambos eram altos, com os cabelos bem cortados, roupas oficiais, insígnias colocadas no canto esquerdo do peito, os capacetes com plumas azuis em cima ao lado do corpo.

— Boa Tarde, senhores. – eu disse solenemente – Em que posso ajudá-los? – eles pararam, encararam-se por um momento, e fizeram uma pequena reverência. Acenei com a cabeça e eles voltaram à postura normal.

— Senhores – disse Edward atrás de mim, parando suavemente.

— Arquiduque Edward. – disseram os homens parados a minha frente, fazendo outra reverência. Edward acenou do mesmo modo que eu e eles voltaram a posição anterior.

— Se me permite, Vossa Majestade – começou o Marquês com voz cortada – A noticia de vossa morte deixou toda a corte em choque.

— Reconheço que a noticia de minha morte deve ter causado algum problema na corte, porém estou de volta e pronta para falar com o parlamento. – eu disse certa do que queria.

— Se esse é seu desejo, Majestade. – concordou o Marquês.

— Cavalheiros – eu disse novamente – qual é o assunto de que querem tratar com Edward? – eu arqueei a sobrancelha.

— Sua sucessão, na verdade. – disse a contragosto o Visconde, falando pela primeira vez.

— Essa parece que será uma conversa longa – disse Edward atrás de mim. – Por que não vamos ao meu escritório?

— Claro – eu assenti.

O Marques e o Visconde indicaram passagem para mim, Edward seguiu na frente, indicando o caminho.

Nós passamos pela porta e Edward puxou uma cadeira para mim, numa mesa grande, com oito lugares, sentei numa de suas pontas.

O Marquês e o Visconde se sentaram ao meu lado esquerdo, enquanto Edward se sentou ao meu lado direito.

— Senhores, creio que, como estou viva, não há motivo plausível para discutirmos minha sucessão.

— Perdão, Majestade, mas na verdade há. O parlamento está pressionando para que, com todo o respeito, quando a senhorita se casar, venha a ter um menino e não uma menina. Um perfeito sucessor, que possa cursar a academia militar. 

— Eles terão o herdeiro que querem, Visconde.

— E, há um outro porém, eles querem que você case com o filho do conde Black. O senhor Jacob Black.

— Jacob Black? Não há motivo para eu me casar com ele. Os assuntos de Estado estão perfeitamente estruturados e nenhuma guerra ocorrerá por um bom tempo, eu lhes garanto.

— Sim, senhorita. Mas seria plausível que se casasse com o senhor Black, iria fazer bem a corte, iria agradar a todos.

— Senhor, creio que não entendeu o que eu lhe disse. Vou ser mais especifica fugindo as regras de etiqueta que me foram ensinadas. Eu não vou me casar com Jacob Black para fazer a vontade do parlamento. – eu me levantei com as mãos em cima da mesa, olhando severamente para os dois homens a minha frente. – o parlamento terá o herdeiro homem que eles querem, mas não vou me sujeitar a casar com um homem que nem conheço.

— Perdão, Majestade, os casamentos por gerações tem sido assim. – disse o Marquês.

— Vou repetir: creio que não entendeu o que lhe disse. Não vou me casar com um homem que não conheço. Não vou me deitar e dormir com ele pelo resto da minha vida e principalmente não terei um herdeiro com ele. Senhores, creio que o assunto acaba aqui. Isso está me deixando com dor de cabeça, vou me retirar.

— Edward? Pode fazer o favor de me acompanhar? – eu perguntei, olhando por cima do ombro para ele que assentiu.

— Senhores, até breve. – os homens a minha frente se levantaram das cadeiras e fizeram mensuras, um deles sussurrou: “ela é jovem demais, nunca fui humilhado tanto em minha vida!”.

 Eu passei pela porta de cabeça erguida ignorando a pequena insatisfação com o começo de meu reinado. Era sempre assim, eu soubera.

Edward e eu seguimos mudos até a entrada do castelo dele, o Marquês e o Visconde nos seguiam atrás, mantendo certa distancia. Entrei na carruagem que nos esperava, ainda com Esme e Carlisle, com a ajuda de Edward, que entrou em seguida.

Eu bati no teto, e mandei o cocheiro seguir para o palácio.

— E então, querida, como foi? – disse Esme, com seu jeito maternal, pegando em minhas duas mãos que estavam no colo.

— Um terror – Edward respondeu por mim.

— Por quê? – perguntou Carlisle, olhando de Edward para mim.

— Em resumo, o parlamento quer que eu me case com Jacob Black, filho do Conde Black; e como devem saber, não há maneira de eu querer me casar com o senhor Black. – eles assentiram. Eu aconcheguei a cabeça no ombro de Edward. Esme e Carlisle sorriram e aquiesceram com a cabeça pensando em alguma coisa.  

— Edward, pode nos contar o que aconteceu de interessante fora a parte dos pedidos do parlamento? – disse Carlisle extremamente sério.

— Ahn, vocês já sabem que Bella me pediu em casamento, então, não há nenhuma novidade. – pelo resto do caminho só mais algumas palavras foram trocadas, e logo tudo se transformou em silêncio novamente.

Nós chegamos ao palácio por uma rota alternativa; a meu pedido Esme disse ao cocheiro para entrar não pela saída principal, mas sim pela dos empregados, coisa que nenhum nobre havia feito.

Carlisle e Edward desceram primeiro, e eu fiquei surpresa ao descobrir que não fora Edward que ficara com o braço estendido e a cabeça abaixada para mim, mas sim Carlisle.

— Ahn – eu disse sem graça -, obrigada Carlisle.

— De nada, querida. – disse-me ele e o calor em meu coração foi grande. Eu cambaleei, sendo segurada por Edward.

— Eu disse alguma coisa errada Isabella? – perguntou Carlisle espantado enquanto segurava Esme, que descia da carruagem.

— Não – eu sussurrei abismada, com o rosto corado no peito de Edward. – é que meu pai costumava me chamar assim e então quando ouvi você me chamando de querida, não sei o que houve, mas foi como se meu papai me chamando de querida novamente, enquanto eu corria do palácio fugindo das costureiras. Foi incrível.  – e então Carlisle sorriu abertamente para mim, deu alguns passos chegando a onde eu estava abraçada a Edward, pediu licença a ele e me abraçou forte, pela primeira vez, eu me senti forte; coloquei a boca apoiada no ombro dele e fechei os olhos, fiquei surpresa ao perceber que, mesmo estando com Edward, Carlisle estava dando-me o carinho que não recebia, num gesto paternal.

Passei os braços pelo pescoço dele e comecei a chorar. Ele passou uma das mãos pelo meu cabelo, enquanto a outra ainda estava na minha cintura, me impedindo de sair dali.

Eu achei que o pai de Edward fosse reclamar, mas pelo contrario, ele ficou ali, esperando enquanto eu chorava e reclamava da corte, do parlamento, de como era ruim viver cercada por grades, de como eu gostaria de me casar logo com Edward, de como eu repudiava a idéia do parlamento de me fazer casar com outro homem que não fosse meu noivo e de como eu me sentia feliz por ter Carlisle e Esme comigo.

Assim que eu acabei de chorar tudo que não havia chorado pela morte de meus pais, Carlisle me soltou e eu me obriguei a dizer alguma coisa.

— Obrigada – eu disse olhando para ele, secando algumas lagrimas restantes.

— Eu só não sabia que Imperatrizs choram – disse ele sorrindo para mim, sendo gentil, fazendo piada da situação.

— Pai, só não vá roubar minha noiva, certo? – disse Edward sorrindo, transpassando as mãos pela minha cintura.

— Claro que não filho, eu tenho a sua mãe lembra? – disse Carlisle sorrindo para Esme e abraçando-a do mesmo modo que Edward e eu estávamos.

— Só tem um pequeno problema. – eu disse com voz agonizada e rouca pelo choro. – como eu vou entrar sem ser vista?

— Amor, eu não acho realmente que precisa entrar escondida. Você é a Imperatriz e deve ser reconhecida. – disse Edward.

— Está certo, vamos entrar. – eu segurei as saias de meu vestido, e subi os quatro degraus, passando, logo depois, pela porta estreita de entrada da cozinha.

Felizmente, ela estava vazia e eu não tive que dar explicações. Andei o mais rápido que consegui até o meu quarto. Mas, percebi com surpresa e ofegante, que ele não estava vazio. Ele estava parado, encostado a parede, com uma postura muito casual – braços cruzados em frente ao peito, o pé esquerdo na parede, o sorriso sarcástico no rosto -, indicando que ele já estava ali há algum tempo. 

Ao contrario do que outras pessoas fariam, ele não fez uma mensura ao perceber minha presença.

— Bellinha, ai apareceu, você estava sumida, não é mesmo? – disse ele em tom de ironia, rindo de repente.

— Isso é jeito de tratar a Imperatriz? – disse uma voz ao lado direito meu, oculta.

— Ah, é verdade, faça seus cumprimentos, querida. – disse a voz sarcástica novamente a minha frente.

— Feliz aniversário, Majestade – disse uma mulher com roupas surradas, tom de rosa arroxeado, vestia uma capa de viagem sobre os ombros e um chapéu trançado com flores artificiais do mesmo tom da roupa, o cabelo bem preso por baixo do chapéu, o tom louro adornava com os olhos cor de mel da moça, certamente solteira. Eu não a reconhecia, ela fez uma mensura a minha frente, com o homem sorrindo.

— Obrigada, - eu disse a contragosto, mas consegui disfarçar bem – Srta....

— Denali, Majestade – a voz era sarcástica, apesar de contida e adequada.

— Srta. Denali – eu fiz um aceno com a mão e ela se levantou. – e o senhor, quem é? – me voltei para o homem, com o pé ainda encostado na parede do meu quarto.

— Oh, my lady, este é meu companheiro de viagem, senhor Black. Viemos exclusivamente por convite do parlamento. – disse a senhorita, batendo de leve as mãos enluvadas por um tecido de algodão.

— Jacob Black? – eu perguntei, arqueando uma sobrancelha, eu pedia, inconsciente, não podia ser ele, não podia...

— Sim, Majestade – ele desencostou o pé da parede, “quebrando o ar” de postura confortável e caminhou até mim, desviando da moça Denali, que deu dois passos para trás. Jacob Black pegou, sem cerimônia ou consentimento algum, minha mão direita, repousada sobre o tecido de meu vestido, inclinou-se e levou-a até os lábios.

— Lord Jacob – eu ouvi a voz exasperada de uma senhora que andava rapidamente até nós, as saias do vestido fazendo barulho contra o piso de marfim.  – acabo de ser informada que a carruagem de Sua Majestade foi guardada no compartimento perto do estábulo, creio que ela deve estar chegando... – a mulher passou por mim exasperada, parando na frente do patrão, que deu uma risadinha, por entre o sorriso espesso e branco. 

— Bella, quero te apresentar a Sra. Collins, a governanta do meu castelo. – eu acenei com a cabeça – Sra. Collins esse é Vossa Majestade, Isabella. – a sra. Collins fez uma mensura, ficou alguns segundos no chão, e então, ergueu um pouco a cabeça e pegou minha mão, que Jacob havia soltado, para explicar-lhe quem eu era, e beijou-a num sinal de respeito.

— Sra. Collins – eu disse a ela, que soltou minha mão e levantou-se com um pouco de dificuldade. – Lord Jacob, Srta. Denali e Sra. Collins acho que seria prudente que eu ficasse e descansasse um pouco, se me derem licença.

— Claro, Bella – disse Jacob, saindo do quarto, inclinando um pouco a cabeça em minha direção, sendo seguida pelas damas. Fechei as duas grandes portas brancas, desmoronei atrás delas. Visitas diplomáticas... Com que autorização o parlamento havia convidado Jacob Black e aquela Denali? Eu iria ter que esperar para resolver aquilo mais tarde. Ser Imperatriz, dona de Segredos Reais, disputada por desejos amorosos e por ambição... É Isabella não seria mesmo fácil.

Coloquei as mãos na cabeça e tirei a tiara de diamantes, segurando ela com as mãos tremulas, brincando com ela de um lado para o outro. Como uma coisa tão linda podia pesar tanto? Como essas Regalias[1] podiam ser tão lindas e tão controversas? Era um fardo que eu estava destinada a carregar, como todas as Swan estiveram. Abaixei a cabeça, desistindo de ficar pensando numa coisa que eu sabia muito bem a resposta, eu não iria chorar de novo.

E, ah, claro, havia o fato de que a voz queria que eu me casasse com outro homem, que não era nem Jacob e nem Edward, e que eu também não amava, Lorde Casmir, que estava morto.

 Depois de um tempo entediada, sem ser procurada – raras vezes esqueciam de mim! – levantei-me e caminhei até a penteadeira, parando a sua frente. Eu não enxergava a Isabella com 18 anos, eu enxergava a mulher que governava um povo, que decidia dia após dia se haveria uma guerra ou não. E tudo isso pela honra. Não que ser filha herdeira de um trono era ruim... Nem para minha irmã, de dois anos era ruim ser Infanta e Arquiduquesa.

Desconcentrei-me da imagem do espelho, esquecendo a Imperatriz, e pensando em mim como a Bella. E eu como Bella não tinha nenhum dever imperial. Olhei o sininho que estava ao canto direito da penteadeira e pensei duas vezes se o tocaria, mas foi o que fiz no final.

Passaram-se menos de cinco minutos e a Duquesa Rosalie estava batendo na porta, eu disse um “entre” com voz apática.

— Majestade, em que posso ser útil? – disse ela fechando a porta atrás de si, fazendo uma mensura logo que se aproximou.

— Gostaria que preparasse meu banho e que me ajudasse com meu vestido e meu penteado.

— Sim, Majestade. – a primeira coisa que ela fez foi abrir meu vestido branco, sem ser trocado por 12 dias, depois, ela desfez as tranças de meu cabelo habilmente preso e penteou-o, depois ela esquentou a água para o banho e me ajudou com o resto das roupas, deixando-me com a habitual camisola de musseline. 

— Majestade, disse ela, me segurando enquanto eu entrava na banheira de cobre no cômodo ao lado do meu quarto, com acesso direto deste – como de costume, devo escolher que tipo de vestido para vossa Majestade?

— Hoje não é necessário, Rosalie. Eu mesma escolherei.

— Majestade, somente não se esqueça da recepção as seis horas.

— Recepção? – eu me mexi desconfortável na água. – Que recepção?

— Ao vosso convidado, o senhor Jacob Black. A senhorita mesmo que ordenou.

— Não. Não! NÃO! Mas que coisa! Eu não ordenei. Duquesa, que horas são?

— Anh, duas a quinze, Majestade.

— Ótimo. Diga que a recepção foi cancelada. Hoje é dia treze de setembro certo? – Rosalie assentiu para mim – então, eu mereço ter uma festa sim? Peça para Edward anunciar um baile Imperial em meu nome, assim antes do baile converso com o parlamento. Por favor, inicio as oito. Obrigada Duquesa, isso é tudo. – eu indiquei a porta para ela, que fez uma mensura e saiu, sem dizer uma palavra.  

Passei as mãos pelo rosto, e mexi na água da banheira, já morna. Eu não havia ordenado aquilo, não mesmo...

Minha barriga roncou, e então eu me lembrei, finalmente, de que estava sem comer havia quase treze dias. Puxei uma toalha creme, duma pilha que havia ao lado direito da banheira, levantei, segurando uma toalha na mão esquerda e sustentando-me com a direita, enrolei-me na toalha, sentindo a musseline grudando em meu corpo. Voltei ao quarto, abrindo meu armário de vestidos. Decidi-me por um de seda azul turquesa. Estiquei-o em cima da cama, peguei minha caixa de jóias em outro armário, peguei um colar de perolas com um topázio azul no estilo camafeu (jóia oval, com o semblante de uma moça em perfil esculpido em quartzo rosa, bem clarinho). Separei brincos de perolas também, e um enfeite em formato de laço de mesma pedra de água doce [perolas].

Duas batidas na porta me sobressaltaram de minha pequena tarefa. Agarrei o peignoir, que estava pendurado na cabeceira da cama, vesti-o e abri a porta.

— Sim? – eu perguntei a garota, que eu me lembrava se chamar Bree.

— Ah, o senhor Edward Cullen, pediu para anunciá-lo, Majestade – disse a menina fazendo uma mensura desajeitada.

— Ah, claro, mande-o entrar. – eu sorri.

— Mas, perdão, Majestade, não acha que seria mais prudente ajudá-la a vestir-se primeiro? – perguntou timidamente a garota.

— Estou usando meu peignoir não há problema algum. Mande Edward entrar.

— Sim, Majestade. – disse a garota, fazendo novamente a mensura.

Fechei a porta e caminhei até a poltrona ao lado da cama, sentei-me e peguei um livro na cabeceira, o caminho até o meu quarto era um pouco longo, comecei a folheá-lo. Edward mal bateu na porta, quando eu disse entre.  A porta se entreabriu. Coloquei o livro onde estivera, e olhei para Edward, que parecia envergonhado em me ver de peignoir, ele segurava uma bandeja prata na mão, onde havia uma tigela e um copo de suco de laranja, pelo que me parecia. Edward fez uma mensura, inclinando levemente a cabeça e caminhou até mim, repousando a bandeja na penteadeira.

— Bella, eu fiquei sabendo da chegada de Jacob Black, ele te machucou? – eu fiz que não com a cabeça e olhei para ele por um momento. Vestia uma calça bege, botas de cano alto pretas, um meio fraque azul marinho, um colete vinho e um musseline como gravata, que estava embutido no colete. Por baixo de tudo aquilo, eu tinha certeza, havia uma camisa de musseline também, uma típica vestimenta masculina. Os cabelos bagunçados o deixavam mais bonito... – Bella, que roupa é essa? – perguntou ele, fixando o olhar no meu.

— Isso é o meu peignoir. Uso ele quando ainda não me troquei. – não era para eu ter admitido isso, mas graças a Deus, Edward riu desse fato.

— Não me tente Isabella – disse ele com um sorriso malicioso.

— Não estou te tentando – eu disse sorrindo. – mas se você pensa assim eu não posso fazer nada – abri um sorriso espesso.

— Algum dia, Majestade, disse ele brincando com uma mecha do meu cabelo – você ainda me mata.

— Assim o senhor me ofende, - eu disse brincando, entendendo muito bem que ele acabara de dizer que eu era linda – Edward Cullen.

— Perdão. My lady. – disse ele, pegando-me pelos pulsos, me trazendo violentamente para perto, tomando meus lábios. – Bella – ele gemeu, enquanto nossas bocas se encaixavam.

“Mas o senhor tem de anunciado, senhor.” O som dos passos eram ritmados e rápidos, se aproximavam. Eu não me dei o trabalho de para de beijar Edward “Talvez ela já esteja com algum convidado que pediu audiência também” a moça apressou-se em dizer. 

“Dane-se, senhorita, Isabella será em breve minha noiva, eu tenho direito de entrar quando quiser no quarto dela” – disse a voz carrancuda que reconheci como a de Jacob Black.

— Bella – disse Edward tentando se afastar, mas eu não o deixei, agarrei-o ainda mais, ele não protestou, mas o beijo não tinha paixão, era apenas teatro.

Então a porta foi bruscamente aberta por Jacob, seguido pela moça que estancou horrorizada, prendendo a respiração e virando para o outro lado. Jacob já teve uma reação bem diferente.

— Isabella, que pouca vergonha é essa? – disse Jacob gritando. – eu exijo uma explicação agora! Você é minha noiva. Não pode beijar nem a mim antes de nos casarmos, mas já está agarrando outro? – Edward havia parado de me beijar e me colocado protetoramente atrás dele, mas eu não perderia essa briguinha por nada.

— Caro senhor Black, para começo de conversa eu sou a Imperatriz e você me deve respeito, mesmo quando eu estou beijando outro; segundo, eu ainda não sou sua noiva; e terceiro, eu não vou noivar e não vou me casar com você! – eu disse, apontando um dedo na cara dele.

— E você – disse ele com nojo, se referindo a mim, ainda – está de peignoir com esse ai, se...

— Jacob, Jacob – eu disse batendo as mãos, andando na frente dele de um lado para o outro, parei na frente dele, apertando o rosto dele, fazendo-o ficar com lábios de peixinho – eu nunca ficaria com qualquer um. Você acha que eu estava me agarrando com ele por livre e espontânea vontade? – eu fiz que não com os dedos, maneando a cabeça em sinal negativo.

— Claro que não, Bella. É por isso que estou tão honrado em ser seu noivo. – disse Jacob passando os braços ao meu redor e Edward ficou tenso ao meu lado. Eu ri, sínica. Empurrei-o, com mais força do que eu achava que tinha.

— Jake, querido. – eu disse, com voz confiante – não é com você que vou me casar. Eu tenho NOJO de você! EU SINTO NOJO DE VOCÊ! Eu estava com Edward porque ele merece. E isso não é da sua conta. Eu tenho idade suficiente para governar um país, não tenho?

— Você ainda é uma criança! – disse Jacob gritando.

— Ah, ai está! Se eu, senhor, sou uma criança, como eu sirvo para governar um Império e para ser uma esposa?    

— Você serve para muitas coisas, Isabella! – rebateu ele gritando. – por exemplo, para ser uma bela amante na cama.

— Seu desgraçado! – gritou Edward do outro lado do quarto – NUNCA MAIS REPITA ISSO, OU VOCÊ VAI SE VER COMIGO! AH, EU ME ESQUECI, JACOB, VOCÊ SÓ SABE TRATAR SUAS PROSTITUTAS DOS BRODÉIS, NÃO SABE COMO DEVE SE TRATAR UMA DAMA E NEM DE PERTO TEM HONRA PARA SE CASAR COM ELA! PODE SER FILHO DE UM CONDE, MAS NOBRE VOCÊ NÃO É!!

— VOCÊ NÃO TEM NOBREZA PARA FALAR EDWARD! VOCÊ É UM... – e então eu não agüentei. Minha mão direita voou na cara de Jacob. O atrito com o rosto dele fez minha mão doer, mas o estralado se propagou pelo quarto inteiro. – SUA IDIOTA! ISABELLA, EU TE MATO, EU TE MATO! EU TE MATOO!!

— Edward, me dê sua mão agora! – eu disse me esquivando de Jacob e pegando a mão de Edward, murmurando algumas palavras. Tudo parou.

— Bella, o que você fez? –disse Edward vendo Jacob parado com um punho para frente, voando para o lugar de onde eu estivera.

— Ser Imperatriz e dona de Segredos Reais tem algumas vantagens que compensam um pouco tudo o que eu passo. – eu sorri para ele, sentando-me na cama. – Por que o Jacob tem que ser tão idiota? – eu passei as mãos pelo rosto, ajeitando meu peignoir, que estava com o laço solto.

— Bella eu tenho que dizer: belo tapa. – disse Edward passando os braços ao meu redor, sentando-se atrás de mim.

— Obrigada, amor. – eu disse para ele, dando-lhe um beijo de leve. – E, obrigada por me defender.

— Eu faria muito mais por você Isabella. A única coisa que eu não admito que mencionem é você comparada às cortesãs. – Edward passava a mão lentamente pelos meus cabelos.

— Edward... eu estava pensando – olhei fixamente nos olhos verdes-esmeralda dele.  – se eu não for mais virgem... Jacob não pode se casar comigo, mas é uma idéia absurda, porque ai eu arriscaria sua honra, então, eu não quero isso. Mas você deve saber que sempre que precisar de mim, eu estarei aqui. A idéia de alguém ter você nos braços é muito repugnante... Eu não consigo suportar. – eu olhei para Edward, ele parecia chocado.

— Vem, vamos sair daqui Bella – disse Edward me puxando pela mão e desviando de Jacob. Eu puxei na direção contraria, soltei-me da mão de Edward e empurrei Jacob até que ele ficasse com o punho numa distancia perto da parede. — Eu gostaria de estar aqui para ver isso, sabia? – eu ri. Nós abrimos a porta, mas Edward estancou de repente. – todo mundo está congelado, ou só o quarto?

— Ninguém nesse mundo pode ouvir o que estamos conversando, Edward. Somos só eu e você, longe da pressão da corte, longe dos meus deveres.  – eu sai pulando pelos corredores, girando as pesadas cortinas de veludo vermelho, deixando o sol entrar, descendo as escadas, feliz, somente mais uma vez, como eu não era a muito tempo. Edward estava mais atrás, me assistindo; passamos pelo grande Salão Dourado girando, Edward me pegou nos braços e dançamos uma pequena valsa, eu estava rodopiando pelo salão. Nos dirigimos em direção a cozinha, rindo demais.

— Olha, Bella! Tem um bolo de chocolate. – disse Edward apontando para a mesa. A cobertura do bolo estava suspensa no ar, sendo derrubada pelo chefe, Edward passou o dedo pela tigela e depois passou o dedo no meu nariz.

— Edward! – eu disse rindo, ao meu lado havia um pacote de farinha, eu peguei-o, já aberto, e joguei na direção de Edward. Assim que foi atingido, ele me olhou incrédulo, com um sorriso radiante no rosto. Nós rimos das besteiras, eu agitei as mãos e tudo estava no lugar novamente.

Edward pegou minha mão e nós passamos pela apertada porta da cozinha, nossos corpos bem colados; nos dirigimos ao estábulo. Logo que chegamos lá, meus pulmões estavam doendo de tanto gargalhar, Edward selou dois cavalos, ele me ajudou a subir em um e subiu no outro.

— É uma pena que daqui a pouco isso vai acabar. – eu lamentei, parando de rir um pouco.

— Vamos ficar só um pouco juntos, querida – ele disse a ultima palavra lentamente.

— Só se você me pegar. – eu disse batendo com os pés no cavalo, que relinchou e começou a correr. Passei pelo lago, virando na floresta, vendo algumas pessoas acampadas fazendo piquenique.

Então uma imagem me veio na cabeça. Edward e eu juntos, correndo a pé debaixo de uma chuva forte, eu sorri com a imagem.

— Eu estou chegando Bella. Vou te pegar e o castigo não vai ser pouco – eu escutei Edward rindo.

— Vamos, só mais um pouco! – eu disse passando a mão pela crina do meu cavalo, que estava um pouco cansado – só mais um pouquinho, você consegue! 

Meu cavalo saltou alguns troncos, mas quando ia saltar um mais alto, os cascos da frente bateram no tronco e me lançaram para o lado. Uma queda feia, devo admitir. Ele continuou andando. Eu tentei me levantar para capturá-lo novamente, mas a dor em minha cabeça começou a aparecer. Eu passei a mão por ela e notei um pequeno corte, nada muito sério.

Edward, ainda montado em seu cavalo, alcançou o meu, sem perceber que eu não estava mais montada; e então quando chegou mais perto notou que eu não estava nele, pegou as rédeas do meu cavalo com a mão esquerda e começou a olhar ao redor, me procurando.

— Bella? BELLA? – gritou ele mais alto.

— Aqui! – eu gritei para ele, sentada na grama com a mão na cabeça.

Depois de deixar os cavalos amarrados num tronco de arvore, Edward veio correndo na minha direção.

— Bella, você está bem? Caiu de cavalo? Está machucada? – Edward não sabia onde me tocava, as mãos dançando de um lado para o outro na frente de meu corpo.

— Acalme-se. Eu estou bem e cai do cavalo sim, mas não é nada sério. – eu disse sorrindo para ele. – eu sou uma boa amazona.

— E sua cabeça, você bateu ela? – ele apontou para minha mão.

— Ah, isso. – eu sorri sem graça – bati ela quando cai, mas só tem um pequeno corte, nada com o que você deve se preocupar.

— Deixe-me ver. – disse ele vindo pra cima de mim, o peito a centímetros de meus lábios. Ele retirou com cuidado a minha mão do lugar do corte e examinou por alguns instantes. – você teve sorte, se tivesse batido mais teria sido mais profundo. Tome mais cuidado, eu ainda quero me casar com você – disse ele, beijando o topo de minha cabeça.

— Você quer? – eu perguntei sorrindo contra o peito dele.

— Claro que quero. Eu sou o homem mais sortudo do mundo. – disse ele sorrindo.

— Edward, se eu pedir uma coisa você faz? – fitei-o.

— Claro Bella. – ele assentiu.

— Peça-me em casamento, eu sempre desejei poder aceitar e por ironia do destino é indelicado fazer isso a uma Imperatriz. Mas, por alguns minutos, eu não sou mais a Imperatriz, então, peça-me em casamento.   

— Mas eu não tenho um anel. – disse Edward sorrindo. Eu retirei o da minha mão direita e dei a ele. – Fique em pé Bella. – ele me puxou pela cintura e me ajudou a ficar em pé. Após, suspirou, nervoso. Olhou para mim, e ajoelhou-se, sem perder o contato com meus olhos. Pigarreou e disse: — Isabella Marie Swan, você significa tudo para mim, a razão para eu aprontar todas as travessuras de criança, por querer fazer você se sentir bem, completa. Por ser minha razão de viver. Eu prometo-lhe todo o amor e lealdade de minha alma, prometo-lhe nunca decepcionar-te. Isabella, desejo ter você ao meu lado todos os dias e todas as noites. Querida, você quer ser minha esposa? Quer se casar comigo e passar todos os dias da sua vida ao meu lado? – eu fiz cara de pensativa.

— SIM! –eu gritei – DEZ MILHÕES DE VEZES SIM, EDWARD! É TUDO QUE EU MAIS QUERO. – e então, num gesto nobre, ele pegou minha mão é colocou o anel no meu dedo anular da mão direita.

— Você é minha noiva agora, e ninguém, ninguém pode negar isso. – eu pulei na direção dele, ao mesmo tempo em que ele se levantava e pegava-me nos braços girando-me no ar. – Feliz Aniversário, amor. Muitos anos de vida ao meu lado pra você, e muitos pirralhos correndo de um lado para o outro... – ele sorriu, dizendo isso no meu ouvido. – quantos você quer ter? – ele perguntou, parando de me girar no ar.

— Quantos Deus permitir, certo. – eu sorri para ele, beijando-o. – Edward, vamos voltar para o palácio, está ficando um pouco frio. – eu disse fechando mais o peignoir.

Ah, eu esqueci que my lady está de peignoir. – disse ele rindo, me pegou nos braços e caminhou comigo até o cavalo.

Infelizmente, nós chegamos ao palácio muito mais rápido do que saímos de lá. Edward me deu um beijo na testa, dizendo que ele estaria do lado de fora se eu precisasse, eu garanti que estava tudo bem e que meu plano iria dar certo.

 E então eu deixei o tempo andar, depois de tirar meu peignoir e colocar na mão livre de Jacob, dando a idéia de que ele estava me despindo a força e quebrar o espelho da penteadeira. Ficar com a camisola de musseline não parecia tão horrível. Até porque, Edward levara a “estatua” da Duquesa Rosalie para perto, junto com o Coronel Jasper, Jacob estaria acabado.

A cena que se seguiu foi hilária, Jacob bateu com o punho na parede e xingou, olhou a outra mão segurando meu peignoir, eu o deixei andar até mim, a outra empregada saiu pela porta com um gesto, Jacob veio para cima de mim e eu gritei, ele já me beijava.

— Socorro! Alguém me ajude! Jacob, seu louco... Saia de cima de mim! – ele havia me deitado na cama, eu estava ciente do peso dele sobre meu corpo.

— Majestade! – eu ouvi a voz de Rosalie e de Jasper do lado de fora. Edward disse para entrarem, eu deixei as lagrimas rolarem por meus olhos. Todos entraram e pararam em choque, inclusive Edward.

— Conde Jacob – disse Jasper, olhando exasperado entre mim e ele. – Majestade, ele fez alguma coisa? – Jacob estava parado, olhando para a cena.

— Ele ia... Oh, ele ia... – eu comecei com voz chorosa, e fingi chorar ainda mais.

— Não é obvio? – disse Edward – Ele estava tentando corromper a inocência de nossa senhorita, como faz com todas as cortesãs de seu bordel. Prenda-o Jasper.

Jasper e Rosalie vieram em nossa direção. Jasper pegou as algemas e prendeu Jacob. Rosalie veio em minha direção e me pegou nos braços. Eu chorei nos ombros dela.

— A sentença dele e de sua acompanhante, Majestade? – perguntou Jasper.

— Se sua Majestade permitir – disse Edward – eu sugiro o exílio.

— Vossa Majestade aprova essa sentença? – perguntou Jasper.

— Sim. – eu assenti nos ombros da Duquesa Rosalie.

— Se vocês não tivessem ouvido, eu não sei o que seria de mim agora. – Rosalie acariciava meu cabelo.

— Não pense nisso, Majestade. Isso é um corte? – ela perguntou passando a mão pelo meu coro cabeludo.

— Sim, antes dele conseguir me jogar na cama, eu tentei sair e ele me jogou na penteadeira.

— Leve-o Jasper. Eu vou chamar um médico para ver o corte de vossa Majestade. – disse Edward sorrindo para mim, piscando e indo em direção a porta com Jasper e Jacob algemado.

Quando fomos deixadas as sós, eu pedi para Rosalie ajudar a me troca com a roupa que estava na cama. Enquanto esperávamos a chegada do médico, conversávamos.

— Parece que o Lorde Edward compartilha de seu amor, Majestade. – eu sorri para ela, olhando através do outro espelho do banheiro.

— Eu sei, e agradeço por toda a sorte que eu tenho por isso. – e então, tudo virou e eu desmaiei. Sabia que não era por causa do corte, mas por causa do esforço de parar o tempo. Como eu dissera a Edward, ser Imperatriz e dona de Segredos Reais tinha suas vantagens e os efeitos colaterais. Desmaios eram alguns deles. Mas eu estava feliz por ter passado aquele tempo com Edward e isso era o que importava.


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Notas finais do capítulo

Então, aqui estamos nós. Eu queria, pra começar pedir uma ajudinha, porque esse editor do Nyah está me dando nos nervos. Alguém sabe porque o texto fica desse jeito (todo bagunçados, apesar de na formatação do Word estar correto)?Enfim, vamos ao que interessa, eu não vou contar sobre a estória, já iniciei o sétimo capítulo e preciso da opinião de vocês para continuar. Meu combustivel são os reviews, então escrevam, porque não faz o dedo quebrar não e faz muito bem a saúde.O Wikipedia (com sua fama feliz :/) fez com que eu cometesse um erro gravissímo. Bem, eu estava lendo um artigo em inglês (porque o wikipedia brasileiro é uma porcaria) e descobri que não existe esse negócio de Imperadora. A história é a seguinte: uma nobre que se casa com um Imperador se torna Imperatriz, uma simples consorte. Enquanto a mulher que é a próxima no reinado se torna Imperatriz Reinante (que é o caso de Bella). Desculpo-me com danillella, em especial, mas com todos vocês... Então eis a pergunta: vocês querem que eu deixe a Bella com o título de Imperadora, ou eu mudo para Imperatriz? Beijão,Lena ♥



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