Segredos Reais escrita por Lena


Capítulo 29
Vinte e três


Notas iniciais do capítulo

Oi amores! Explico o porque da demora lá embaixo, boa leitura!



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Eu estava terminando de me arrumar para a declaração que eu ia fazer. Edward e eu havíamos decidido previamente, depois que voltara de visita a titia, que iríamos ficar na residência de Chandler. Era um dos reinos ao norte do Império, antes de nossa decisão, Edward e eu falamos com o médico da corte para ver se haveria algum problema com a saúde de Henry, mas o médico nos assegurou que a mudança de clima seria benéfica para ele.

Gianna estava terminando de amarrar o laço do meu vestido verde escuro, de renda branca, olhei minha imagem refletida no espelho do toucador, nem parecia que tanto tempo havia passado. Há tempos atrás eu não queria ser Imperatriz, não havia conhecido Edward, hoje, as coisas já se tornaram muito mais costumeiras e chatas. Os bailes eram uma boa distração, até pouco tempo atrás, mas agora, todas essas obrigações da corte...

— Obrigada Gianna. – ela fez uma mesura, e eu fiquei sozinha no quarto. Edward descera para dar uma volta pelo pátio do castelo, junto com Henry. Observei-me mais uma vez no espelho. A coroa de diamantes adornava perfeitamente o meu penteado. Meu cabelo só estava torcido e preso, num penteado bem clássico.

Suspirando, e deixando a imagem refletida no espelho de lado, desci as escadas para o Salão Dourado. A comitiva de Chandler estava me aguardando e as pessoas que faziam parte dela fizeram mesuras para mim, quando sentei-me no trono.  

— Senhores. – assenti para que começassem a falar.

— Majestade Real  & Imperial, é com grande honra que a receberemos em nosso país. Tudo está pronto para chegada de vossa corte. Esperamos que a família Cullen passe uma temporada agradável conosco. Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para proporcionar o mesmo clima que vós tendes aqui em Swan. Nossas damas de companhia foram designadas para fazer tudo o que lhes forem ordenado.

— Agradeço a preocupação, primeiro-ministro. Mas lamento informar que a maioria das damas de nosso Império tem as próprias damas de companhia, inclusive eu; e eu ficaria extremamente feliz se, dentre as coisas que ordenasse a elas, não existisse a ordem de fazê-las se deitar com um homem de meu Império. Isso inclui meu marido, até qualquer outro servo. Se elas não quiserem, não deverão ser obrigadas. Isso está presente no artigo 3º do parágrafo 25º; sendo caracterizado como estupro. Espero que nenhum de vós tenha se esquecido de que eu dou a ultima palavra. Temos uma monarquia parlamentarista, e Deus sabe que escuto meu parlamento e acato a maioria das sugestões que eles me dão, mas isso é totalmente contra a minha conduta. Espero que nenhuma palavra sobre isso seja repetida. Nenhuma senhora, isso inclui todas as minhas súditas, deve se deitar com outra pessoa, senão seu marido. As damas de outros Impérios têm o péssimo hábito de terem amantes. Eu não quero isso no meu Império. – minhas mãos estavam repousadas tranquilamente no colo. O primeiro-ministro me olhava perplexo, os outros homens não disseram uma só palavra. Os que seguravam as bandeiras estavam mais brancos do que o normal. – Algum problema, senhor?

— De maneira alguma, Majestade Real & Imperial. Reforçarei esse ponto a todas as senhoras de seu reino e falarei pessoalmente com os homens. – ele deu um passo à frente esperando por mais ordens.

— Espero que vós podeis nos acolher por mais de uma temporada. Faz tempo que não vou a Chandler, além de que ainda quero visitar a faculdade de Ciências e artes Cênicas. Diga-me, primeiro-ministro, há alguma peça de teatro nova na cidade?

— Não, Majestade Real & Imperial. No entanto, o teatro de nossa cidade está recebendo uma companhia de balé muito renomada. Eles estão encenando com as músicas de Beethoven. – o homem de meia-idade puxou o colarinho do fraque, visivelmente nervoso, tentando me agradar.

— Beethoven. Ótimo. Meu marido e eu gostaríamos de assistir ao balé. Levarei meu filho também. Acha que consegue ingressos para nós?

— Com muito prazer, Majestade Real & Imperial. Devo informar ao gerente do teatro que vossa Majestade quer privacidade ou...?

— Não, primeiro-ministro. Meu marido e eu, respectivamente com nossos acompanhantes, gostaríamos que não fosse anunciado. Ficaremos no camarote destinado a nós, é claro, mas que as pessoas não sejam informadas de nossa visita. Qualquer pessoa poderá assistir ao espetáculo, incluindo alguns membros de minha corte. As pessoas que decidirem assistir ao balé nesse dia serão presenteadas com nossa presença. Ah, sim, como é de costume, o hino do Império deve ser tocado, seguido logo após com o hino de Chandler.

— Como quiser Majestade Real & Imperial. Em seguida ao balé, deveremos organizar uma recepção?

— Me agradaria muito, senhor. No entanto, caso façais uma recepção, gostaria que meia hora fosse o tempo de intervalo entre a apresentação de balé e o início da recepção. Talvez os senhores não saibam, mas, eu como mãe, tenho que cuidar de meu filho primeiro. Foi-me ensinado que as obrigações Imperiais sempre estão à frente de tudo, desse modo, cheguei à conclusão que, como meu filho será Imperador algum dia, devo fazer de tudo para que seja corretamente alimentado, protegido e acolhido.

— Assim será Majestade Real & Imperial. Devemos convidar quem para a recepção?

— As damas do reino e seus maridos e filhos. Não importa quantos anos estes tenham, quero todas as crianças e herdeiros presentes nessa recepção.

— Certamente que sim Majestade Real & Imperial. – antes que eu conseguisse abrir a boca novamente, para pedir que a guarda fosse reforçada no palácio, Henrique Delafont, o arquiduque recém nomeado, entrou afoito pelo Salão Dourado, abrindo espaço entre a comitiva. Ele fez uma mesura para mim, rapidamente, e mal esperou que eu assentisse para começar a falar.

— Peço perdão pela intromissão, Majestade, mas é de comum acordo que o parlamento pede que Vossa Majestade compareça a sala secreta de reuniões. Ao que parece, só pelo que me foi informado, o Principado de Riley Biers está descontente com seu governo, assim como os condados mais ao sudeste. A prometida de Riley, Jéssica de Stanley, agora Princesa de Biers, também vem fazendo mudanças extremas. – levantei-me do trono, segurando as saias. Delafont me estendeu a mão.

— Com licença senhores. O assunto é de urgência, por isso devo atendê-lo. – chamei um dos empregados com a mão. Ao pé do ouvido dele eu sussurrei que chamasse Gianna e a governanta, que as duas tomassem conta da acomodação do primeiro-ministro e da comitiva Chandlesa. Eles fizeram mesuras e abriram caminho para Delafont, que me conduzia apressadamente até a sala do parlamento. Enquanto eu percorria o caminho apressada, dois empregados estendiam e colocavam o manto preto em mim, retiravam minha coroa e fixavam a peruca branca em minha cabeça. Eu terminei de ajeitar o manto, acenei para os empregados, que abriram a porta da sala do parlamento.

Os homens estavam discutindo fervorosamente, quando o anunciador bateu o taco duas vezes no chão, dizendo com uma voz alta e clara: “Vossa Majestade Imperial, Imperatriz Isabella Marie Cullen de Swan”. Todas as discussões paralelas acabaram de um segundo para o outro, os homens se espremeram de cada lado para abrirem um corredor, por onde eu passei, com o Arquiduque Henrique atrás de mim. Todos eles tomaram seus lugares nas poltronas, o primeiro-ministro de Swan estendeu a mão para me ajudar a subir no trono da sala do parlamento. O trono era enorme, ficava no ponto central e mais alto da sala, imponente, eu conseguia enxergar cada pessoa presente na sala, desde o primeiro, até o ultimo homem que estava sentado na cadeira. No total eram 50 homens que votavam. Eles eram das mais diferentes regiões do Império. De cada condado, ducado, principado, marquesado, baronato, arquiducado, grã-ducado...    

No total o Império de Swan tinha 30 principados, 78 arquiducados ou grãs-ducado, 86 ducados, 93 marquesados,  178 viscondados, 232 baronatos. Ou seja, 30 príncipes regentes, 78 arquiduques, 86 duques (ou duquesas), 93 marqueses, 178 viscondes, 232 barões.

A cada 13 “estados” havia um informante responsável para estar no parlamento. Ele era o representante de determinada região do Império, que tinha acesso direto a mim.

Todos os homens olhavam para mim. — Essa sessão está formalmente iniciada por mim. – eu disse.

— Majestade, a esposa de Riley Biers está causando muitos problemas em nossa região. Ela gastou quase toda a verba destinada para a ampliação da escola de Letras trocando as cortinas do palácio do principado.

— Bem, então cortem a verba, façam com que ela devolva todo o dinheiro, nem que ela tenha que começar a trabalhar com alguma coisa.

— Pensamos em fazer isso, Majestade, mas precisamos de uma permissão por escrito de Vossa Majestade.

— Ótimo. Primeiro ministro peça ao escrivão que pegue a parafina derretida vermelha, o carimbo com o selo Imperial, eu mesma escreverei, obrigando o Príncipe devolver todo o dinheiro do Império gastado inadequadamente. Os senhores bem sabem que todas as mudanças de caráter físico nos palácios do Império devem ser previamente aprovadas por mim.

— Infelizmente, Majestade, isso não é tudo. As contas dos registros gerais do principado de Biers mostram gastos excessivamente altos com pólvora e armas. – eu franzi o cenho.

— E há necessidade para que esses gastos sejam feitos?

— De maneira alguma, Majestade. Pelo menos, o senhor Riley não informou que houve revoltas em que se fizessem necessários o uso de armamento pesado. – homem deixou uma ruga se formar na testa. – Se Vossa Majestade permitir mando um dos Generais de Campo para que ele faça a verificação...

— O senhor acha necessário, com tantas evidências de gastos excessivos? Eu acho que não. – eu disse, com uma pontada de histeria na voz.

— Se deseja desse modo, Majestade. – o homem inclinou a cabeça para frente, acatando minha decisão.

— Majestade. – eu ouvi uma voz diferente, da porta de entrada. – O escrivão.

— Que siga, por favor. – eu ergui a mão, mandando que entrasse. – Senhores, existe algo mais que merece destaque? – o escrivão inclinou-se para frente, pegou uma mesinha de madeira e colocou-a em minha frente. Em seguida, deixou a parafina derretida, o carimbo imperial, uma pena e o papel. Fez outra mesura e desapareceu.

Peguei a pena e molhei no tinteiro.

 “14 de outubro de 1861.

Senhor Biers,

Lamento ter que estar lhe escrevendo agora. Foi-me informado que gastos desnecessários ocorreram em seu governo. Eu esperava que, após tua visita, o senhor entendesse que não tolero desrespeito com a tradição e com o dinheiro do Império. Caso o senhor não tenha conhecimento, cada nobre de meu Império tem um exemplar com todas as leis – e se o senhor tiver conhecimento, não deve ter lido com muita atenção o protocolo. Todas as mudanças físicas nos palácios do Império devem ser aprovadas por mim.

Sua esposa, a senhora Biers, me ofendeu profundamente, pois o que ela fez foi simplesmente ignorar essa lei. Sendo assim, entendo isso como uma afronta. Se não respeitas a tua Imperatriz, irá respeitar, ao menos o Papa. Espero que esteja errada a teu respeito, Sr. Biers. Mas acho que não.

Sendo assim, toda a quantia gasta nessa reforma, assim como aquela que foi gasta com armamento e pólvora,deverá ser devolvida aos cofres Imperiais, se não comprovada. As armas deverão ser recolhidas. Ainda essa semana, mandarei um oficial de justiça, nomeado por mim e de extrema confiança, para que as recolha.

Isabella Cullen de Swan.”

Assinei, peguei um pouco de parafina, prensei o selo e esperei que secasse.

— Agradeço Vossa intervenção, Majestade. Sinto-me profundamente grato.

— É apenas a minha obrigação, senhor. Agradeço aos senhores que me mantêm informada. Estou muito decepcionada com Jéssica.

— Majestade, - disse outro membro do parlamento – sei que não é de minha jurisdição, mas acho interessante que a deneguemos do posto de castelã de Biers. Vossa Majestade é a primeira dama do Império, a que merece respeito coisa que ela não tem mostrado em nenhum momento.

— Eu sei senhor. No entanto, como monarca, não posso exigir que todas as pessoas de meu Império gostem de mim. O povo me ama e vocês são representantes dele, por isso, eu vos ouço com muito carinho e atenção. Os senhores sabem que sempre acato a maioria das sugestões que me dão.

— Vossa Majestade é realmente condescendente nesse aspecto, apesar de dizer sempre o que deverá ser feito. A senhora de Biers aprenderá a gostar de ti, Majestade. Nenhum de nós precisará fazer nada. O marido, se sensato for, a fará mudar de ideia quando receber tua carta.

— Agradeço as palavras de apoio, senhores. Há mais alguma coisa que deva ser discutida?

— Não, Vossa Majestade. – respondeu o primeiro-ministro para mim.

— Muito bem. Agradeço-lhes por me manterem informada, declaro essa sessão encerrada. – os homens abriram espaço para mim, enquanto eu passava, assim que as portas se abriram para mim, saí de lá com rapidez extrema, quase correndo. Retirando o manto preto e a peruca, com dois empregados os meu lado, quase tão rápidos quanto eu.  

A pressa se devia ao fato de que eu queria terminar de resolver os assuntos pendentes para a ida da corte a Chandler, se tudo desse certo, no dia seguinte estaríamos iniciando a viajem. A família Imperial iria primeiro, seguida dos membros de alto escalão, com os Arquiduques e suas respectivas damas, e assim sucessivamente.

Quando entrei pela porta lateral do Salão Dourado, Gianna estava recolhendo as xícaras de porcelana. Os membros da comitiva que já as haviam devolvido fizeram mesuras para mim, percebendo que eu estava presente. Sentei-me no trono, assentindo.

— Vossa Majestade, minha comitiva e eu alegramo-nos por teu retorno. Há algo a mais que gostaria de salientar?

— Agradeço-vos. Acredito que não, senhor. A mim e a meu marido, nos gostaria que partíssemos de viajem junto com a tua comitiva. Não nos importa que as modificações ainda não foram feitas, elas poder-se-ão feitas quando já estivermos lá.

— Como for de seu desejo Majestade Real & Imperial. Só lamento não receber-vos de maneira adequada.

— Senhor, eu acredito que quanto menos pessoas souber que minha família e eu estivermos chegando a Chandler, menos chance haverá de existir um atentado, como sofri no ultimo ano. 

— Vossa Majestade Imperial tem toda a razão. – o homem de meia-idade assentiu para mim.

— Senhores, devido a hora, creio que deveis jantar. Já são cinco horas.

— Obrigado, Majestade Real & Imperial. – o homem fez uma mesura e junto com a comitiva, desapareceu porta a frente.  

— Vossa Majestade? – eu escutei, depois de ficar olhando fixamente para a barra de minha saia, tentando enxergar meus sapatos. Ergui a cabeça e enxerguei Edward segurando Henry nos braços dele. E, imediatamente, abri um amplo sorriso. Estendi meus braços para Edward, que me passou Henry.

— Hey, filho, como foi o passeio com o papai? – eu perguntei, enquanto Henry mexia as mãozinhas e ria para mim. – Tenho certeza que foi muito bom, não é amorzinho? – eu estava tão focada no riso do meu filho, no modo como ele se mexia, como o calor dele estava perto de meu corpo, como o meu coração batia perto do dele que nem percebi os braços de Edward ao meu redor. Eu só fui levantar a cabeça para encará-lo quando notei uma pessoa que pigarreava, chamando nossa atenção. De Edward, eu olhei para um valete, parado a minha frente.

Ele fez uma mesura, pediu desculpas por estar atrapalhando, e me relatou um recado de Alice.

O jantar passou rapidamente, a família Cullen reunida na mesa, os Hale, e os McCarty. O barulho da porcelana me desconcentrava ocasionalmente. Eu já estava tão habituada a sala de jantar, que mal notava os candelabros de ouro, com longas velas brancas, acessas. Os detalhes do teto eram habilmente desenhados, em sua maioria anjos, nuvens – com cores vivas e fortes, circundadas por arabescos pintados em dourado. Havia dois espelhos, dois em cada canto do cômodo, as molduras – largas e ornamentadas – seguiam o mesmo tom de dourado do teto, dos candelabros, da ornamentação das portas, dos talhados nas mesas e aparadores. O tapete era indiano, uma raridade por aqui, já que eu nunca ouvira falar muito de viajantes que foram para aquela parte do mundo, eu me forçava a não ter preconceitos, mas, digamos que a Índia não seria um lugar dentre os quais eu ainda gostaria de conhecer. Acho que haveria choques culturais muito grandes. Pelo que eu havia estudado, as mulheres eram muito mais submissas do que aqui na Europa, ou mesmo nos EUA. Simplesmente, não daria certo. Eu tinha uma grande certeza sobre essa hipótese.

Haviam oito empregados na sala, para tirar os pratos, arrastar as cadeiras, arrumá-las no lugar novamente... Era e sempre fora assim, eu nunca tivera que lavar uma louça na minha vida e mesmo quando levava broncas das tutoras o máximo que eu ficava incumbida de fazer era ver se o piano estava afinado corretamente, que sempre estava, afinal, por muito tempo ele era de meu único uso, pessoal, e como todos sabiam que eu era “a herdeira do trono” sempre houvera a preocupação de que se eu não fosse bem tratada os deporia de seus cargos, coisa que eu nunca fizera, a menos que existisse um motivo e uma explicação.

Olhei monotonamente para o prato fundo de sopa que estava ainda pela metade na minha frente. As bordas dele também eram decoradas com ouro. Às vezes a palavra [ouro] até chegava a me enjoar, eu o via constantemente, nas paredes, nas molduras, nos móveis, nos ornamentos – como diademas, pontos de luz, colares, pulseiras...

Levantei-me da cadeira, pedindo licença a todos, e caminhei até o quarto, olhando para o chão. Todos os empregados que abriam as portas para mim inclinavam o corpo e faziam-me sentir como se estivesse abaixo deles, coisa que nenhuma Imperatriz deveria permitir, mas, estranhamente, eu não me sentia nem um pouco disposta a levantar a cabeça e encará-los, mas, mesmo assim, agradeci a cada um deles com um silencioso obrigado.

Quando entrei no quarto, Gianna estava lá, sentada numa cadeira, observando o berço de Henry, que, como chequei assim que entrei no quarto, dormia – minha dama de companhia levantou-se prontamente, cumprimentando-me com uma mesura, prontamente, ela já foi para trás de mim, pegando o laço do meu espartilho e desatando-o. Mexi a cabeça de um lado para o outro, dizendo a ela que não precisava fazer aquilo. Silenciosamente, ela saiu, fazendo outra mesura para mim, de costas para ela.

Eu mesma tirei minhas roupas, devagar, peça por peça, enquanto eu ia para o quarto de banho, deixando uma trilha, primeiro os sapatos, depois o espartilho, as meias 7/8, a pantaloon, o vestido, as anáguas, a crinolina, a camisola. Soltei cada grampo de madeira do meu cabelo, deixando-os no toucador, retirando os adornos de pérolas, peguei um algodão, molhei na água e tirei o excesso de maquiagem. A banheira estava vazia, peguei os jarros de prata, com a água gelada mesmo, e despejei-os dentro da banheira, reservando um para enxaguar meu cabelo. Estendi a mão e peguei o sabonete de maçã, que era feito numa propriedade aos arredores do Império, que pertencia a um dos Condes. Lavei-me e usei a máscara de morangos prensados para o meu cabelo. Massageei as têmporas e estralei o pescoço, algo me dizia que eu teria que estar muito bem disposta para a viagem do dia seguinte. Enxaguei o cabelo com o jarro extra, vesti minha roupa de dormir: pantaloon, camisola, peignoir.

Deitei-me na cama, estralando o pescoço. Eu não queria dormir antes de Edward chegar, para poder dar-lhe boa noite, mas o sono me capturou antes que eu pudesse fazê-lo.

Durante o meu pesadelo, eu juro que consegui ouvir uma música de fundo tentando me acalmar, mas eu só fui conseguir me libertar do sonho horrível, quando a claridade da janela me acordou na manhã seguinte, junto com um tilintar da lareira sendo acessa, e o barulho de louças, significando que o meu chá matinal estava pronto. 


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Notas finais do capítulo

Eu planejava postar esse capítulo esxatamente quando a fic completasse um ano, mas, infelizmente, não foi possivel. Bem então aqui estou eu, onze dias depois, pedindo desculpas pela demora, mais eu realmente estive ocupada com o Kumon o inglês e as tarefas da escola, o que me fazia, nos unicos momentos que eu conseguia ficar sem fazer alguma coisa, só deitar no colchão e ficar admirando o teto. Acreditem, eu ficava me cobrando o tempo todo: eu preciso escrever, eu preciso escrever; mas parece que só hoje a noite a inspiração foi uma boa amiga e me deixou escrever.
Eu queria agradecer por terem me acompanhado nesse um ano e eu realmente gostaria de ter escrito um capítulo muito maior pra vocês, como um recompensa, mas para não deixar vocês esperando, vorazes para me matarem, eu estou postando agora. Espero que tenhem gostado. Spoilerzinho básico: essa viagem a Chandler vai causar muito rebuliço e vai ser um dos pontos finais da fic, em breve vocês vão entender o porque. Beijões, não se esqueçam de comentar - mesmo se for para dizer que querem me matar. Até breve amores. ♥



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