Segredos Reais escrita por Lena


Capítulo 22
Dezessete, parte II


Notas iniciais do capítulo

Hey! Como estão, até que eu não demorei tanto! Boa leitura, nos vemos lá embaixo.



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 Durante a manhã, fiquei sentada na minha escrivaninha, com Rosalie ao meu lado, em pé, enquanto eu recebia os ministros que me informavam periodicamente sobre a situação ao redor do Império.

— A situação é realmente tranquilizadora, Majestade, como a guerra passou por nós sem danos permanentes, e a nossa moeda sobe constantemente de valor, a satisfação de teus súditos está maior e eles passaram a enriquecer mais. O aumento que vossa Majestade Felipe sugeriu, da ultima vez, no parlamento tem causando grande estima. No começo, pelo que soube, as camadas empreendedoras ficaram consternadas, mas, depois da primeira impressão, perceberam que com o aumento do potencial econômico da faixa que antes era mais desprovida, e numerosa, trouxe a eles aumento nas vendas e enriquecimento, bem como, nos orfanatos, muitas famílias não estão deixando seus filhos, porque, agora, tem dinheiro para mantê-los.

— Alegra-me que Felipe tenha sugerido isto. Obrigada, Ministro, por seus préstimos. Sei que a viagem até aqui é longa, portanto, quando necessário, escreva-me, para poupar-te o trabalho de vir até aqui, no entanto, sabes que, pelo menos, uma vez a cada três meses é necessário. Desejo a ti e a tua equipe uma boa viagem de regresso, transmita a meus súditos o contentamento e a alegria que aqui me transmitiu. – levantei-me de minha cadeira, o ministro me imitou, abaixando a cabeça e inclinando um pouco as costas. Estendi minha mão para ele, que a beijou. Depois, virou-se e saiu. Sentei-me novamente na cadeira, abri a gaveta direita, e peguei a primeira carta,  do pequeno monte que Felipe havia deixado ali no dia anterior. Quebrei o lacre e abri. Era a resposta de D. Pedro II a minha carta.

“ Querida Isabella,

Alegra-me tenha interesse em reatar nossas relações. Presto, em nome de todo o Império, as condolências pela morte de teus pais. No entanto, deixa-me contente por ter assumido teus deveres imperiais com tanto ardor.

Tua visita está prevista para o dia 10 de novembro deste ano. Como a senhora não sugeriu nenhuma data, acredito que esta esteja disponível. Escreva-me se tiver algum problema. Sugiro que suas embarcações, pelo que meu capitão disse, parem no porto do Rio de Janeiro. Seria hospitaleiro de nossa parte. Faremos uma recepção em teu nome. O povo brasileiro e a corte portuguesa aguardam ansiosamente tua visita. Esperamos que passeis um tempo agradável conosco.

Se não for intrometer-me, sugiro que as roupas que levarão seja mais leves, já que a colônia brasileira tem clima tropical e bem quente.

Com cortesia,

D. Pedro II.”

Sorri. Era realmente bom saber que teríamos um novo aliado. Suspirei, ainda havia muito a ser feito.

— Quem é o próximo a quem devo receber, Rosalie?

— O Duque Henrique Delafont, Bella. Depois só vão faltar o Ministro de Rawlings, e o Baronete de Cabot.

— Estou sentindo-me indisposta, Rosalie. Pode fazer o favor de dizer-lhes que regresso depois de descansar um pouco. Afinal, recebi vinte e cinco ministros sem descanso algum. Dispense-os, por hora, e diga-lhes que os mando chamar quando regressar. Peça desculpas em meu nome, especialmente para o senhor Delafont.

— Sim, Bella. – ela sorriu para mim, fechou a pasta que segurava, fez uma pequena mesura e distanciou-se. Deixei a carta de Dom Pedro de lado, guardada junto com as outras na gaveta, e sai pela porta lateral, indo até a sala de música. Talvez, ouvir piano faria eu me sentir melhor. Ela estava vazia, com exceção de uma preceptora e um menino de sete anos que tocavam uma melodia. Quando passei pela porta, o menino arregalou os olhos e parou de tocar, a preceptora, antes distraída, fez uma mesura.

— Por favor, não pare de tocar.  – o menino assentiu para mim e continuou a tocar. Sentei-me numa poltrona, ouvindo a melodia suave, e por vezes errante, mas o garoto tinha bom progresso. Encostei a cabeça na parede, fechando os olhos, deixando-me envolver pelas notas. Fazia muito tempo que eu não me sentia assim, apesar dos momentos com Edward em Cabot terem sido bem divertidos e prazerosos.

Muitas coisas passaram pela minha cabeça. Mas Edward sempre estava presente nos meus pensamentos, em nenhum deles, sequer, eu conseguia esquecer o amor da minha vida, que aceitara me ajudar a carregar um fardo tão pensado. Nenhuma vez na minha vida inteira, eu pensara que realmente me casaria com Edward. Eu já estava conformada que nunca ficaria com quem amava, mas o destino resolveu sorrir para mim, pelo menos uma vez, depois de tirar meus pais de mim; as pessoas que me amavam. E, o pior, era que eu sabia que isso também aconteceria comigo, que eu faria minha filha sentir isso também e não poderia dizer nada. Eu sentia falta de minha mãe, de Thalis, de Nana – que cuidara de mim por tantos anos, sentia falta de correr de um lado para o outro. Eu sentia falta de tanta coisa. Mas Edward estava comigo, então todo o resto deixava de ter o significado que tinha. Quando eu estava com ele, em nosso quarto, longe de todos os olhares analisadores e das línguas afiadas das damas da sociedade, eu não era “Pela Graça de Deus, Imperatriz reinante, Isabella Cullen de Swan”, era apenas Bella, a esposa de Edward.

E isso era a única coisa que me fazia bem. A família dele, os Cullen, tinha bastante prestigio na cidade, apesar de, antes de eu conhecer oficialmente Edward, eles viverem incógnitos. Alice era uma boa confidente e uma boa senhora também. Jasper tinha extrema sorte de ter se casado com ela, afinal, eu sabia muito bem que as moças estavam trilhando caminhos nem um pouco respeitáveis, ele sempre me pareceu muito calmo, dizem que os opostos se atraem; Alice é tão espevitada e Jasper é tão calmo, os dois, definitivamente, são almas gêmeas. Carlisle e Esme eram segundos pais para mim, apesar de eu saber que mamãe nunca havia me abandonado e que Charlie estava ao meu lado, para o que desse e viesse. Esme era tão amorosa, mesmo indiretamente, sempre se preocupara comigo. Ela e Carlisle ouviram todo o protocolo da corte, e fizeram isso por mim, só porque Edward estava comigo. Eu não podia ter desejado pessoas melhores a minha volta. Rosalie, além de passar o tempo todo comigo, sem se estressar, era uma ótima companheira e fazia com que eu não me sentisse tão poderosa. E Emmet estava com ela, pelo que eu entendera, então, se ela estava feliz, eu também estava.

Minha irmã. Eu quase não a via, e nas poucas horas que fazia isso, as preceptoras já a retiravam de perto de mim, dizendo que eu deveria estar ocupada. Talvez eu devesse acabar com esse assunto das Imperatrizes não educarem seus filhos pessoalmente. Não me importava que nunca antes isso houvesse sido feito, não me importava que dissessem que eu mostrava “total desprezo pelas regras e tradições da corte”. Afinal, se eu tinha o mais alto título de nobreza, por que não ser um pouco mais severa?  Toda a pressão era exercida por nós, para as camadas menos favorecidas, por que não exercer um pouco de pressão para os próprios nobres perto de mim?

Alias, tinha um assunto pendente que eu tinha que resolver com uma das governantas, na verdade, com todas elas. Abri os olhos e desencostei-me da cadeira, levantei-me, sentindo o corselet comprimindo minhas costas.

— Obrigada por tocar para mim, senhor. – eu disse ao menino, que havia parado de tocar, olhando para mim. A preceptora estava abaixada com a cabeça a poucos centímetros do vestido. – Tenha bom progresso em suas lições. – virei para a direção do corredor e desci até a sala onde os empregados ficavam reunidos. Dois empregados abriram as portas para mim, fazendo uma mesura. Havia dezesseis pessoas na sala, pelo que contei, correndo os olhos pelo ambiente. Todos fizeram mesuras, as mulheres segurando seus vestidos, os homens abaixando a cabeça.

— As governantas que foram para Cabot, por favor, formem uma fila; as demais governantas do castelo esperem a direita. As outras pessoas queiram deixar-nos. – as governantas de Cabot fizeram a fila, as outras esperaram do lado direito, num canto afastado, os homens e as demais empregadas saíram de cabeça baixa ao passarem por mim, as duas portas foram fechadas atrás de mim.  

— Em que podemos ser útil a ti, Vossa Majestade? – as governantas da fila perguntaram.

— Desejo saber quem de vós falastes com Letícia.

— Eu, Vossa Majestade. – a terceira governanta da linha deu um passo à frente, fazendo outra mesura. – Perdoe-me o atrevimento, mas, vossa Majestade deve saber que a moça ofereceu-se para servir ao teu marido e... – eu já sabia a história. Levantei a mão, mandando que parasse de falar.   

— Desde quando, senhora...?

— Windsor, Majestade.

— Desde quando, senhora Windsor, a senhora sabe uma “tradição” que nem eu sei? – franzi o cenho, olhando a expressão aterrorizada da mulher de mais ou menos trinta anos.

— Majestade, bem, é um costume, quando Vossa Majestade não estiver por perto, que ofereçamos a Vossa Majestade, o Rei, uma senhorita para satisfazê-lo. – eu ri, um riso sem humor, triste.

— E tens a coragem de dizê-lo a minha frente? – meu tom de voz vacilou, eu controlei-me para não gritar.

— Majestade é apenas um costume, não sabia que...

— Ah, não sabia? – eu controlei minha voz. – Não sabia?

— Eu não sabia que – a governanta exaltou, gritando e interrompendo-me. – iria causar tanto... tanta humilhação.  

— Quero que ouçam todas. – eu disse as demais governantas. – Entendam que eu assumi o trono, eu sou a primeira dama deste Império, é a mim que vós deveis obediência, e não a antigas tradições. Esta tradição em especial, queira, por favor, senhora Windsor, repetir para as outras ouvirem, em alto e bom som...

— Vossa Majestade refere-se a tradição de oferecermos uma jovem a Vossa Majestade, o Rei, quando ele não tiver Vossa Majestade por perto. – a governanta repetiu, ainda com a cabeça abaixada a minha frente.

— Está totalmente extinta! Essas jovens são forçadas e, eu não quero que isso, de maneira alguma, ocorra no meu Império, as tradições não podem me dizer o que fazer. – suspirei. – Entenderam todas?

— Sim, Vossa Majestade. – as senhoras fizeram mesuras.

— O que foi que eu acabei de dizer sobre essa tradição? – eu perguntei, erguendo meu rosto, sem demonstrar fraqueza, mas a verdade era que, por dentro, eu estava odiando ter que fazer isso.

— Vossa Majestade acabou de nos dizer que não devemos mais oferecer uma senhorita ao nosso Rei, porque não é uma tradição que vai dizer a Vossa Majestade o que Vossa Majestade deverá fazer. – as senhoras disseram em coro.

— Ah, sim, não somente ao vosso Rei, mas também para todos os outros homens deste Império. Desde o camponês, ao General do exercito. Desde o Cavalheiro, até vosso Rei. Fui clara?

— Sim, Vossa Majestade. – o coro respondeu novamente.

— E, quanto a ti, senhora Windsor... Quem te nomeou?

— Vossa mãe, a Imperatriz Renée. Salve a Imperatriz em seus refúgios. – a governanta ainda continuava abaixada, olhando para o chão.

— Olhe para mim – ela ergueu a cabeça – achas mesmo que estas sendo humilhada? E o que fizeste? Não humilhou-me, acredito que repetidas vezes, porque fez isto na época de minha mãe também e humilhando a ela, humilhas a toda linhagem de Imperatrizes do Império Swan, diversas vezes? – a governanta engoliu em seco. – Senhora Windsor, eu a denego do teu posto de Primeira Governanta do Império de Swan. Dê-me teu broche. – eu estendi a mão.

— Majestade, por tudo que é mais sagrado... – a voz da senhora falhou. – O nome que carrego tem prestigio, e depois de ser relegada aqui, não vou ser admitida em nenhuma outra casa... Tenha piedade, Vossa Majestade... – a senhora soluçou. Esse tipo de cena me cortava o coração, mas eu não podia agir como a Bella sentimental, que nunca faria isso, eu tinha uma máscara, que usava sempre, quando eu era a Imperatriz de Swan, e Imperatrizes não tem piedade, nenhuma pequena gota.

— Senhora Windsor preocupais, agora, com o prestigio de teu nome?Não parecia preocupada quando ordenou a mim que fosse ao quarto de Vossa Majestade.  

— A ti? Mas a senhorita Letícia... – a compreensão passou pelo rosto da senhora.

— Não tenho tempo só para ti. Dê-me teu broche. – eu abanei a mão estendida no ar. Com a cabeça baixa, a senhora Windsor retirou o broche do vestido e deu-o na minha mão. – Podes ir. E nunca repita nada do que lhe falei aqui. – de cabeça baixa, ela retirou-se da sala, fechando a porta atrás de si.

— Vossa Majestade? – uma das outras governantas, mais ao fundo, do lado direito, hesitou.

— Venham todas aqui. Quero que me digam suas idades. – as outras três governantas juntaram-se a fila, assim, haviam oito ali.

— Eu tenho 37, Vossa Majestade. – a primeira disse, fazendo uma mesura.

— Eu tenho 29, Vossa Majestade. – a segunda disse, fazendo uma mesura.

— Eu tenho 42, Vossa Majestade. – a terceira disse, fazendo uma mesura.

— Eu tenho 39, Vossa Majestade. – a quarta disse, fazendo uma mesura.

— Eu tenho 22, Vossa Majestade. – a quinta disse, fazendo uma mesura.

— Eu tenho 20, Vossa Majestade. – a sexta disse, fazendo uma mesura.

— Eu tenho 40, Vossa Majestade. – a sétima disse, fazendo uma mesura.

— Eu tenho 26, Vossa Majestade. – e por fim, a oitava disse, fazendo uma mesura.

— Tu! – eu apontei para a que dissera que tinha vinte.

— Sim, Vossa Majestade? – ela deu um passo à frente e fez outra mesura.

— Toma, é teu. Faça bom uso do teu novo posto. – eu estendi o broche de Primeira Governanta do Império de Swan. – Serás a única que poderá dirigir-se a mim como “senhora”, tu serás a única que poderás beijar minha mão quando eu a estender. Cuidarás de quem irá me servir. Se eu me desapontar, por ter dado este posto a ti... Não sabes do que sou capaz. – dei um sorriso. A moça fez outra mesura, as outras governantas fizeram o mesmo, dei as costas a elas e sai. Subi lentamente as escadas do salão principal, que estavam com tapetes de veludo vermelho, cada coisa que eu tinha que resolver! Virei à direita no corredor, pensando em ir a biblioteca, mas no caminho, encontrei Esme e Alice em um dos quartos, discutindo alguma coisa sobre o cerimonial.  

— Ah, Bella – disse Esme com aquele jeito maternal, me acolhendo num abraço. – eu e Alice estávamos justamente discutindo o por quê de beijar sua mão nesse exato momento. Acredito que podes nos explicar. – eu sorri.

— Mas é claro. Eu sou a primeira dama do Império, Esme; então, como respeito, as pessoas a quem concedo a honra de beijar minha mão o fazem, porque são importantes para mim. Mas uma vez que minha mãe não está mais conosco – uma lágrima escorreu pelo meu olho – tu és a única que podes beijar-me a testa, uma vez que é mãe de meu Marido, portanto, minha sogra e segunda mãe, o mesmo direito tem Carlisle. – eu sorri.

— Esta vendo, Esme. Não te falei? Explicado. – Alice sorriu para mim. – Algum dia desses, Bella, eu quero te ajudar a escolher a porcelana nova para o castelo. – eu ri.

— Claro, Alice. – eu a abracei. – Sem problema. E, falando nisso, vós iríeis (vocês vão) comigo e com Edward e toda a corte para o Brasil, não? Especialmente tu, Alice, acredito que vá encontrar algumas coisas bem diferentes para comprar por lá. Faz um tempo que escrevi uma carta ao Imperador e ele me respondeu, dizendo que seria bom reatar nossas alianças, por isso, vamos.

— É claro que eu vou, Bella.

— Bella? – eu ouvi perguntarem da porta. A voz era de Rosalie.

— Sim, Rosalie?

— O Duque Delafont acabou de perguntar-me se tu já podes recebê-lo.

— Claro. – eu voltei minha atenção para Esme e Alice. – Com licença. – segui pelo corredor com Rosalie.

— Bella, preciso conversar contigo depois que terminar de falar com o Duque, será que podes ter este tempo comigo?

— Mas é claro, Rosalie! Por que eu não poderia? – voltando ao meu gabinete, a conversa com Henrique se iniciou de um modo bem calmo. Eu sabia que ele era um amigo e bom aliado, além de ótimo chefe de minha província.

— Majestade, creio que todos os ministros que passaram por aqui anteriormente disseram que as situações são muito boas, então acredito que não tenho muito a falar, pois não quero tomar muito do teu tempo. A senhora mostrou que tem outros afazeres e não quero atrapalhá-los. Sendo assim, acredito que podes encerar esta conversa. – eu sorri, aquiescendo.

—Obrigada pelos seus prestimos, Henrique. Fico muito contente com tudo o que tem feito por mim. Principalmente por nunca contestares uma ordem minha. Espere um momento, por favor. – levantei-me e caminhei até um móvel onde ficavam guardadas as medalhas de honra do Império. Peguei uma caixinha, com a medalha da “Ordem Da Imperatriz”. Abri a caixinha de veludo vermelho, retirando a medalha, deixei a caixinha em cima da mesa. – Ajoelhe-se, por favor, Henrique. – ele fez o que eu pedi. – Pelos teus préstimos para com o Império de Swan e para com sua Imperatriz, eu o nomeio Cavalheiro da Ordem Da Imperatriz. Esse título faz com que o senhor suba de posto, passando de Duque, para Arquiduque. Espero que não tenha problemas com isso. Eu sei reconhecer quando tenho um bom súdito nas mãos. – coloquei o broche nas vestes dele.

— Majestade, - disse Henrique, ainda de joelhos, Rosalie estava perto da parede, em pé – agradeço a oportunidade que me deste, prometo que não a decepcionarei, poderás contar comigo para o que precisar. É uma honra extrema para mim. – eu ergui minha mão para ele, que a pegou e a beijou.

— Levante-se, Arquiduque Delafont.

— Obrigado, Majestade. – ele fez uma mesura, e distanciou-se, olhando para o chão. Caminhei com Rosalie até o meu quarto, fechei as portas. Sentamo-nos nas cadeiras, e eu indiquei para que ela começasse a falar.

— Bella, eu acredito que... Emmet... Eu não sei o que estou sentindo, Bella. Então eu preciso de ajuda. Como você já é uma senhora e, agora, tem mais experiência do que eu, gostaria que me dissesse como se sabe que gostas de uma pessoa.

— E então tu queres saber se gosta de Emmet. Para falar sobre isto, vou pensar em Edward, certo? – Rosalie assentiu para mim – Eu amo Edward como se eu não precisasse mais respirar, como se fosse ele que me mantém aqui. Todas as vezes que ele me beija, parece que estou flutuando, andando sobre as nuvens, parece que o tempo para e que ele só volta a andar quando volto à realidade novamente. E, os olhos dele brilham com uma intensidade enorme ao olhar para mim... – suspirei – é um sonho, Rosalie. Eu sinto como se cada batida do meu coração dependesse dele. Como se tudo o que eu faço eu fizesse para ele. É assim que se sente em relação à Emmet?

— Eu sinto como se o meu lugar fosse ao lado dele, Bella. – Rosalie disse, segurando as minhas mãos.

— Estas, definitivamente, apaixonada, Rosalie. Eu consigo enxergar isso nos teus olhos quando fala de Emmet. Eles adquirem um brilho inigualável. Mais ou menos quando olho para Edward. Vou ver o que posso fazer em relação à Emmet. Como tu tens todos os privilégios como se fosse de minha família, afinal, tu sabes que esse é o tratamento que damos aos Duques, Duquesas e Arquiduques e Arquiduquesas, acredito que posso nomeá-lo Arquiduque. E, caso ele comente alguma coisa sobre casamento, diga, por entrelinhas, que ele deve vir falar comigo. Se aprovar, é claro. Como minha mãe te acolheu e ela não está mais aqui, eu posso fazer a gentileza de ceder este favor a ti. Sempre foi tão boa comigo, Rosalie. Seria o mínimo que eu posso fazer.

— Oh, obrigada, Bella. Muito obrigada! – ela levantou-se da cadeira e saiu andando pelo corredor. Eu estava  contente por ela. Ao menos, ela também seria feliz, o que significava que, em breve, eu teria que arrumar outra dama de companhia.

As cartas que Felipe me dera estavam guardadas em dois lugares, algumas delas na gaveta, em meu gabinete, outras delas em minha escrivaninha que estava no quarto. Peguei a primeira, do monte que estava na escrivaninha. Quebrei o lacre e comecei a ler.

“Querida ‘Tia’,

Enviei uma carta a ele, contando sobre nosso plano. Pelo que ele ficou sabendo, Isabellinha irá ao Brasil junto com o Edwardizinho, aquele Rei meia-boca. O plano vai ser executado perfeitamente, como tu desejas. Estamos sendo bem recompensados pelos nossos serviços, garanto que tu não vais ficar desapontada, assim, o teu filho vai poder ter o trono, como era o direito dele. Até porque, Isabellinha, como a senhora bem sabe, pertence a ele.  

Esperando teu retorno,

De N.”.

— Amor! – Edward entrou pelo quarto, fechando as portas atrás de si. Eu guardei a carta rapidamente, para que ele não visse. Eu não queria preocupá-lo antes da hora, mas contaria tudo para ele, quando soubesse exatamente o que estava acontecendo. Edward aproximou-se de mim, e me beijou. De fato, tudo o que eu dissera a Rosalie estava ali, parecia que eu estava voando. – Como foi o seu dia?

— Cansativo. Tu nunca paras para ver-me. – eu fiz bico. – Depois de passado a guerra, eu achei que terias mais tempo para mim.

— És tu que quase não tens tempo para mim. E sabes bem que hoje tive que visitar o quartel general, onde as crianças são treinadas para virar soldados. – eu ri.

— Hoje eu tive que resolver tanta coisa, Edward! Ouvi vinte e poucos ministros falando, mas a situação é animadora. Acredito que nunca na minha vida, eu tenha me sentido mais realizada pelo que faço. Meus súditos estão felizes, então também estou. Além de que Dom Pedro respondeu a carta que mandei. Por volta de 10 de novembro estamos no Brasil. Não é ótimo, conhecer culturas novas?

— Claro! – ele sorriu para mim animado. – Bella, eu acho que nunca vi tanta disciplina em um só lugar. Eu só ouvia o Tenente falando: “variação esquerda! Variação direita! Esquerda, direita, esquerda. Esquerda, direita, esquerda!”

— Não pense que comigo também foi moleza. Faziam-me correr longas distâncias, cavalgar, correr a cavalo, lanças flechas. Esse era um dos treinamentos que todas as Swan eram obrigadas a fazer. Vais ver quando minha irmã completar onze anos. Agora, são quase sete horas, o que achas de darmos um passeio pelo jardim?

— Ótima ideia. Talvez consigamos ficar sozinhos. – ele me estendeu a mão, mas antes que eu conseguisse descer a escada lateral, que dava acesso ao salão, para depois descemos as escadas de entrada; tudo ficou preto.


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Notas finais do capítulo

Tenho uma boa noticia! Minhas provas acabam amanhã, e é possivel que eu só tenha que fazer recuperação de física (nunca vou entender isso) mas depois as férias batem a minha porta. Obrigada por me acompanharem até aqui, vocês não sabem como me deixam feliz. Mas, passado o momento "eu preciso agradecer vocês", o que acharam da primeira carta dos nossos queridos inimigos? Que planos será que é esse? Algo me diz que ir para o Brasil não vai ser tão bom assim! E a Rose e o Emmet? Eu achei tão fofo o que ela falou para a Bella! Se eu conseguir talvez eu fça um especial PDV só sobre eles, mas só se o tempo der e eu estiver inspirada. Por hoje é só, então, espero ansiosamente os cometários de vocês, as recomendações, o que gostaram e não gostaram... Enfim é isso. Beijinhos. ♥



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