Segredos Reais escrita por Lena


Capítulo 15
Doze




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Bella PDV

O terror havia começado. Era a única palavra que eu encontrava para resumir o que estava acontecendo.

Quando eu achava que iria viver, pelo menos um período de paz, essa porcaria de voz acaba com tudo! Aquilo era realmente muito mais do que eu ouvira falar, eu era a dona de todos os segredos e cabia a mim controlá-los, mas quando eles se rebelam contra sua própria dona, o que adianta fazer? Correr, fugir? Mas como eu podia fugir se não existia escapatória? E como podia envolver Edward nisso? Como pude ser tão egoísta a esse ponto?

Estava atrás do corpo de Edward, olhando aterrorizada para aquela cena, um poder espetacular, uma luz muito forte, que tomava formato humano, caminhando em minha direção. Parecia uma mulher de cabelos longos, com feições pouco definidas, apenas o formato dos olhos, o nariz, a boca, as curvas maravilhosas do corpo... Coberto por um manto fino, como uma deusa grega.

Os quadris largos, os seios definidos por baixo do manto. As mãos pareciam delicadas, ela parecia delicada.

Frágil demais. Fácil demais.

Isabella Swan – disse a moça. Edward ficou tenso a minha frente e eu sabia por quê. Ela havia usado meu antigo sobrenome, o que não cabia mais a mim, eu era uma Cullen. – Dona dos Segredos Reais, vigésima terceira Imperatriz de Swan, primeira filha de Renée Swan. Tu escolheste ser quem és. Tu escolheste servir a nós e depois acaba com tudo? Tu não tens mais escolha, agora. Matar Casmir já foi um ato irresponsável de tua parte, mas relevei, agora, não posso deixar isto para trás. Como ousa? Como ousa permitir que vossa mãe quebrasse toda a magia que levamos milênios para construir com uma simples poção? – jovem parecia irritada, eu sabia, interiormente, que se mexesse com ela estaria morta. Edward pegou a espada presa na cintura. Ergueu-a em direção a jovem, que parecia ter minha idade, mas ela tinha sabedoria. Coloquei-me na frente de Edward, não deixaria que ele se envolvesse com algo que era meu.

— O que queres? – perguntei com voz forte, que eu não sabia que tinha. Fora treinada para situações deste tipo, discordando de todos os protestos dos homens machistas da corte, mas nunca havia presenciado algo assim, mamãe nunca havia me contado algo.

Tu ousas perguntar-me o que quero? Isabella! Entendes que todas as outras garotas adorariam estar onde tu estás! Ocupando esta posição. Sendo a Imperatriz que tu és, tendo o sangue nobre que tu tens. No mínimo poderias agradecer por tal privilegio, mas o que escuto é: o que queres? Senhorita Swan você aceitou ser dona de um poder imensurável! Um poder que vem sendo passado para tua família de geração em geração. Todas as tuas antepassadas carregaram um fardo para continuar com a missão que a SENHORITA quebrou quando bebeu aquela porcaria de poção, quando se casou com o homem que tu amas! Por que achas que todas as outras seguiram minhas ordens e não fizeram isso? Ahn? Seria difícil imaginar, certo, SENHORITA SWAN? Como ousa deixar que um homem envolva-se num segredo de tua corte? Era tua obrigação fazer dele apenas outro servo!

— Servo? – eu gritei com a luz. – Servo? – repeti nervosa. – Tu achas que os homens são servos? Nunca  se apaixonaste por alguém? Nunca caiu de amores? – eu olhei bem para ela, para a luz, que estava parada a alguns metros de mim.

Exato! É isso que os homens são para as Swan. Servos, para fazer o que quiséssemos e tu estragastes tudo, e creio que não deveria responder isto, mas nunca cai de amores por ninguém. A partir do momento em que entrou naquela sala pela primeira vez assumiu que era o que queria, tu sabias muito bem disto. Sabias que não poderia dar-te ao luxo de casar-te com o marido que amavas. Tu nunca terás o sobrenome de teu marido porque nasceu como uma Swan e continuará sendo uma Swan até que tua vida seja minada (acabada). E quanto ao teu maridinho, um comum humano, olhe o que posso fazer com ele... – a mulher sorriu e eu soube que deveria me atirar na frente de Edward. Eu não podia morrer pelas mãos dela, nunca morreria por essa luz, por essa mulher. Ela não ousaria me matar. Mas, tinha que admitir que doeu mais do que eu esperava. Muito mais. E, se doeu em mim, Edward estaria morto.

A “mulher-luz” sorriu sadicamente para mim, enquanto eu sentia o sangue escorrer pelos machucados superficiais do meu corpo. Minha roupa estava chamuscada.

Segredos Reais, pedi internamente, conceda-me os poderes que escolhi ter. Proteja-me, e também a meu marido, prepare-me para a luta que virá.

Pedir ajuda a “sala” não vai adiantar, Isabella. Tu não aprendeste nada, não é mesmo? Eu sou o poder! Eu sou o ser mais poderoso de todo o universo! – riu ela novamente. – Vamos ver o quanto tu aguentas... – ela estendeu as mãos para frente e um raio de luz saiu em minha direção, mais forte do que antes. Eu cravei os pés no chão, mas mesmo assim fui para trás. Olhei para Edward, sentindo mais sangue escorrer por meu corpo, minhas roupas muito rasgadas. A saia estava acima do joelho, meu corselet arrebentado, cobrindo apenas meus seios, como um top, meu cabelo bagunçado, minhas luvas rasgadas, e o que sobrou das roupas vermelhas, “tingidas” de sangue.

— Saia daqui, Edward, vamos, salve-se! – eu disse.

— Não vou te deixar, Bella. Jurei a tua mãe proteger-te, não vou deixá-la sozinha.

— Como sua Imperatriz eu estou mandando. Saia Edward! – eu gritei para ele, quando senti a dor laxante novamente. Mas Edward, para meu desespero, não se moveu. Ele se manteve ao meu lado, ficando firme ali.

Oh, olha que bonitinho! A Imperatriz com sangue azul e o maridinho dela, com a porcaria do sangue vermelho. Rá, rá, rá! Muito bem, que morram os dois! – fui para o frente de Edward novamente. Eu tinha poderes, eu tinha que fazer alguma coisa, por Edward e principalmente por nosso filho. As forças já estavam me deixando quando eu vi um brilho diferente interpondo-se entre o poder da “mulher-luz” e mim.

Nós não vamos deixar que a vigésima terceira Imperatriz de Swan morra por algo que tu chamas de poder. Senhora, será que não percebes que Isabella faz o que gostaríamos de ter feito há tempos? Isabella Swan, filha de Réene Swan, - disseram as outras vinte e uma Imperatrizes, formando uma linha de proteção para mim e Edward. – tu tevês a coragem que nenhuma de nós teve. Isabella, concedemos-te o dom da escolha. Tens toda a sabedoria de milênios, usa-a. Tu tens algo que nenhuma de nós teve: o amor. Ele te faz forte. O amor que sentes por Edward é a maior das armas que tem. Teu coração é dele e o coração dele é teu. A senhora é o menor dos problemas que tens, Imperatriz. Estaremos sempre contigo, porque somos uma parte de ti; usando o movimento certo poderá transformá-la em nada e poderás escolher: ser a Imperatriz poderosa, ser a Imperatriz que és, mantendo os poderes, ou então morrer sem nenhuma outra escolha e salvar Edward, que nunca se lembrará de quem foste, e de quem ele próprio era, salvarás a teu filho, que nascerá e viverá numa família de camponeses. A escolha é tua. Só tens mais alguns minutos.

— Minha morte dará a Edward e a meu filho uma vida feliz, longe de toda esta corte, eu nunca existirei e nunca terei que ser tratada como a Imperatriz e também nunca serei a “força suprema”. É um preço justo a se pagar. Aceito meu destino: a escolha que faço é morrer por todos aqueles que amo. Aqueles que sempre amarei. De qualquer forma, eu iria cair mesmo no esquecimento, então, que seja por uma causa maior. – eu sorri para as senhoras, elas sorriram de volta para mim, com seus diversos trajes. Virei para Edward, que encarava tudo atônito, os olhos tornando-se azuis, sinal de que começara a se esquecer. Uma lágrima escorreu por meu olho, busquei os lábios dele, os braços dele se fecharam ao meu redor, reconhecendo-me, os lábios dele se moveram contra os meus, a ultima lembrança que teria de tudo.

— Bella... – sussurrou Edward, com uma voz que fez meu coração ser cortado em pedacinhos, a dor maior que a física.

— Eu te amo Edward, não quero que sofras, é por isso que estou fazendo isto...

— BELLA! – gritou Edward. – Eu... eu também te amo, para sempre. – foi a ultima coisa que eu ouvi, antes de me virar para frente, ver minha mãe, as outras vinte e uma Imperatrizes e tudo ficar preto. A única certeza que me restava era: aquela força suprema havia morrido, para sempre, eu estava morta, Edward estava bem, e meu filho também. Isto era confortante, apesar de tudo. Eu sabia que o amor poderia ter fins violentos, mas nada seria comparado ao que eu sentia em relação a Edward.

A morte, de repente, me pareceu boa...

Edward PDV

“Minha morte dará a Edward e a meu filho uma vida feliz, longe de toda esta corte, eu nunca existirei e nunca terei que ser tratada como a Imperatriz e também nunca serei a “força suprema”. É um preço justo a se pagar. Aceito meu destino: a escolha que faço é morrer por todos aqueles que amo. Aqueles que sempre amarei. De qualquer forma, eu iria cair mesmo no esquecimento, então, que seja por uma causa maior.”

Foi a ultima coisa que ouvi. Depois tudo se tornou preto, não, meio azul... e então, eu cai na inconsciência, ficando a deriva.

Não havia dor, não havia nada em que eu pudesse me segurar para parar de cair, não havia névoa, nem heras para enroscar em minhas pernas e me segurar do abismo sem fim; não havia razão para algo.

Poderiam ter-se passado horas, dias, anos e eu não perceberia, preso demais naquele mundo preto, escuridão. Existia uma moça em meus sonhos... a dona da ultima coisa que ouvira. Ela era tão... Bella?

E parecia tão frágil, precisava de proteção e mesmo sem saber quem era ela, meu coração parecia bater de forma inigualávelmente forte quando eu a enxergava em meus sonhos.

A escuridão poderia ser o inferno que eu não ligava, eu precisava descobrir quem era aquela moça, a senhora dos meus sonhos, a dona do meu coração; precisava descobrir quem eram “aqueles que sempre amarei” que a garota dissera.

Haviam tantas perguntas rodando, então, resolvi lutar contra a escuridão e forcei-me a tentar abrir os olhos. E ficou tudo claro demais. Olhei ao redor, onde eu estava?

O cenário era de uma verdadeira batalha, era um cômodo, coisas estavam quebradas, uma espada estava abandonada ao lado de meu corpo, havia uma cama ao meu lado esquerdo. Sentei-me no chão e foi ali, horrorizado que enxerguei a garota de meus sonhos. Ela estava praticamente nua, com trapos vermelhos, os olhos fechados, a pele pálida, sangue estancado nos vários machucados no corpo; será que eu havia feito aquilo?

Coloquei o ouvido no peito dela, engatinhando para alcançar o corpo inerte. O desespero me tomou quando percebi que ele não batia, não havia sinal de respiração e nem de pulsação. Eu não sabia o porquê, meu corpo parecia ter reação própria, de meus olhos escorriam lágrimas, meu coração se apertava, minhas mãos se fechavam em punhos, deixando minhas articulações brancas e por um momento eu quis morrer.

Era um sentimento tão forte e arrebatador que eu não sabia de onde vinha. Tudo o que eu pensava era que ela não podia ter morrido, a garota dos sonhos, quero dizer. Poderia ter sido eu, mas uma garota tão angelical assim? Por quê?

Peguei a garota de meus sonhos nos braços e coloquei-a na cama de casal, desarrumada.

E no momento que inclinei-me sobre ela, para verificar mesmo se não estava viva, as portas se abriram e eu ouvi 7 pessoas arfarem ao mesmo tempo, olhando para cena, os rostos aterrorizados.


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Notas finais do capítulo

Está ai mais um capítulo. O que vocês acham que vão acontecer? Deem seus palpites nos reviews. Espero que tenham gostado, Lena ♥



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