Capitulo 9.

Senti uma brisa gelada cortar meu rosto descoberto pelo longo edredom que estava completamente enrolado ao meu redor, me mantendo aquecida. Me encolhi e virei de lado, procurando uma posição confortável.

Passaram-se alguns minutos e meu rápido cochilo foi interrompido por um cafuné e um voz doce sussurrando:

- Bom dia, meu anjo. – Resmunguei e virei de costas.

- Só mais cinco minuteeeenhos vai. – Falei com a voz arrastada e deu a impressão que o ‘i‘ era um ‘e’.

Um baixo suspiro foi ouvido e eu achei que a vovó tinha deixado e descansar mais um pouquinho.

É, achei mesmo.

Não entendi direito o porquê do fato de meu corpo ser levemente levantado após alguns minutos que vovó havia me acordado, ele foi carregado por alguns segundo e...

T-BUM!

Eu. Não. Acredito.

- AHHHH! – Gritei bem alto quando submergi da água da banheira que vovó havia me jogado e, por falar nela, ela estava rindo até não agüentar.

- NÃO TEM GRAÇA! – Exclamei fazendo careta.

- Tem sim... – Ataque de risos. -... E você sabe disso... Hehe... Agora, tome um banho que eu vou fazer o seu café da manhã. – Ainda rindo saiu do banheiro.

Bufei indignada e comecei a tirar o meu pijama encharcado para poder tomar banho direito. Aí eu lembrei:

Tio Emmett e tio Jasper viriam hoje me ‘conhecer’.

AI MEU SANTINHO DOURADO!

(...)

Depois de um dos banhos mais caprichados na minha vida e devidamente vestida estava comendo uma fatia de melancia e eu sabia que uma xícara de chocolate quente estava me esperando assim que eu terminasse com ela.

- Vó, que horas eles vão chegar? – Perguntei, terminando de comer enquanto ela lavava a louça que mesmo contragosto eu a deixei lavar.

- Não se empolgue, vai demorar um pouco ainda. Provavelmente depois do almoço, mais à tardinha.

Fiz um biquinho e ela revirou os olhos.

- Então, o que quer fazer hoje?

- O que temos para fazer? – Respondi sua pergunta com outra.

- Você pode tocar piano, eu posso te fazer de boneca, brincar com o videogame do Emmett, eu posso te fazer de boneca, ver TV, eu posso te fazer de boneca...

- Ué, mas não é a tia Alice que costumava a fazer isso? – Ela riu.

- Acredite em mim, eu não serei tão ruim como ela.

- Promete?

- Prometo.

Se a minha avó é assim, nem quero imaginar como a tia Alice é.

Depois de ficar aproximadamente TRÊS horas sentada ela me liberou para o almoço, que, aliás, estava maravilhoso! Macarrão com três tipos de queijos diferentes e molho branco era tipo... MUITO BOM!

Após ter comido feito uma retirante escovado os dentes, vovó enfim me deixou deitar no sofá para tirar um cochilo.

- Não borre a maquiagem, ok? Mas, se borrar eu não vou me incomodar em refazer – Assenti e deixei meu soninho gostoso me invadir

‘Sonho’

Sua boca era a única coisa que eu conseguia sentir agora.

Robert me beijava com furor, sem nenhum tipo de calma, apenas um fogo crescente que me queimava loucamente e eu sabia que ele podia sentir a mesma coisa. Seus toques nada carinhosos, mas extremamente deliciosos nas minhas costas me faziam ver estrelinhas e, às vezes, ele murmurava o meu nome. Dizendo que eu era tudo para ele, que eu era a única razão para ele continuar... Vivo.

- Mas... – Comecei, mas parei para tentar buscar mais ar. – Mas você está.

Depois de minutos e muitos beijos ele completou:

- Só por que você está aqui, comigo. Viva.

* * *

 Acordei assustada do meu melhor sonho e percebi o por que de estar tão bom;

Era só um sonho.

Uma tristeza tão... Arrebatadora, me atingiu e eu não consegui não controlar as lágrimas. Soluços extremamente altos e agudos escapavam pela minha garganta inchada. E foi com os olhos vermelhos, rosto inchado e expressão sofrida que minha avó me encontrou.

- Calma, meu anjo. Conte-me o que aconteceu... - Por mais que eu tentasse ficar calma, por mais que minha avó falasse coisas reconfortantes, eu não conseguia. Depois de perceber que eu não ficaria calma tão cedo, ela apenas me ajeitou melhor em seu colo, e acariciou os meus cabelos, esperando.

Passaram-se alguns minutos e depois de beber água com açúcar a vovó perguntou:

- Melhor agora? – Assenti. – Quer falar sobre isso?

Neguei com a cabeça e ela me mandou lavar o rosto para ela retirar a maquiagem completamente borrada e refazê-la.

(Link: http://hayleyfashion.info/photos/makeup/purple2.jpg )

Coloquei uma calça jeans escura, uma bata lavanda e um casaco pesado por cima, hoje estava muito frio. Qualquer sinal do bom tempo se esvaiu durante a noite.

- Linda. – Vovó concordou com os meus pensamentos enquanto eu me olhava no espelho, ri baixinho e ouvi um som de carros estacionando em frente a casa.

- Seus tios chegaram. – Completou e eu abri um grande sorriso. – Eu vou esperar seu avô explicar a situação aqui em cima com você, entendeu? Não faça barulho e quando ele me chamar eu vou descer. MAS, quando ele te chamar, você vai descer devagar e não faça nada inesperado, ok?  - Assenti e sorrimos juntas.

Consegui ouvir murmúrios no andar de baixo, mas nada que eu conseguisse distinguir, apenas quando o vovô falou: ‘Esme venha aqui.’ – Eu consegui entender algo.

- É a minha hora, ele já vai te chamar. – Beijou minha testa e saiu do quarto do meu pai.

Os murmúrios voltaram e continuaram por mais ou menos quinze minutos aí eu ouvi meus avós falarem: ‘Meu anjo, pode descer agora.’

Respirei fundo antes de abrir a porta do quarto e descer devagar as longas escadas que pareciam intermináveis, passei direto pelo segundo andar e comecei a diminuir o passo quando o lustre da sala começou a ficar visível.

Desci os últimos degraus de cabeça baixa e, corada, levante devagar a cabeça para quarto pares de olhos dourados que me olhavam. Dois deles com carinho e os dois restantes com uma enorme curiosidade e saudade estampada neles.

Ficamos alguns segundos em silêncio até que meu tio Emmett e tio Jasper falaram:

- Nessie...

(...)