POV Percy

            Depois do meu sonho com Annabeth fui tomar um banho para me acalmar. Tomei meu banho, coloquei meu pijama e fui para a varanda. Fiquei olhando as estrelas e fiquei identificando as constelações gregas. Quando eu encontrei a constelação de Zoe eu me lembrei de quando Annie foi levada embora pelo Dr. Espinheiro, eu estava sentindo a mesma coisa de novo, como se eu fosse perdê-la.

- Isso deve estar tão ruim para você do que para mim, não é? – uma voz famílias falou.

            Eu me virei e vi quem era, era Atena vestida com uma camisa regata cinza e usando uma calça jeans azul marinho.

- Está sim. – respirei fundo.

- Nunca pensei que um dia eu iria aceitar o namoro de vocês, mas eu consegui perceber que minha filha gosta de você e você faria de tudo para mantê-la a salvo.

- Eu daria minha vida por ela, Atena.

- Bom saber. – ela disse sorrindo. – Mas eu não vim aqui para isso.

- Veio para quê então?

- Vim te ajudar a salvá-la. Tome, você só poderá abrir quando encontrá-la. – ela me entregou uma caixinha azul com uma coruja em alto relevo em cima.

- O que tem aqui? – falei olhando para a caixa e depois para Atena.

- Você vai descobrir quando chegar a hora certa. – ela falou e logo depois se evaporou em uma névoa.

- Deuses. Nunca mudam. – sussurrei entrando no quarto.

            Coloquei a caixa dentro da minha mochila e fui dormir. Esperando não ter mais pesadelos.

                        POV Annabeth

            Eu estava sentada no chão da cela chorando novamente. Fiquei pensando no que eu e Percy poderíamos estar fazendo agora, indo na praia do acampamento, nadando no lago, tudo menos em eu estar dentro de uma cela sabendo que Percy estava me procurando e quando me achasse iria cair em uma armadilha.

- Eles estão se aproximando. – ele cantalorava enquanto cozinhava alguma coisa na fogueira. – Só quero ver a cara dele quando descobrir que eu fiz você cair em uma cilada e vou fazê-lo cair em uma também!!! – ele deu uma risada maléfica que me fez tremer toda. – Ah querida, não chore. Você vai ficar bem. Só o seu namoradinho que não.

- Não me chame de querida. – falei entre soluços. – Porque você quer tanto fazer isso com ele. Ele não te fez nada!

- Minha jovem, ele não fez nada comigo, mas o pai dele fez com toda a minha família, ele matou meus filhos e minha mulher. E a melhor forma para que eu me vingue e fazê-lo sentir tudo que eu senti.

- Mas porque logo o Percy? – perguntei me levantando e indo em direção a porta da cela que estava trancada.

- Porque ele é o filho favorito de Poseidon. Poseidon matou todos os meus filhos e minha mulher na frente de meus olhos e transformou um deles nesse dragão ao seu lado. Foi errado, eu não tinha feito nada.

- Não tinha feito nada? – falei sínica. – Você matou mais de quinhentos filhos de todos os deuses! – gritei irritada.

- Eles estavam ameaçando a minha família! O que eu poderia ter feito?

- Ignorado. Assim os deuses não teriam te dado uma punição tão severa. – falei calma.

- Agora não adianta, já foi feito e agora eu quero vingança.

- Você está indo no rumo do ditado “Aqui se faz aqui se paga”. Você não deveria fazer isso, mereceu ter seus filhos mortos, você matou um monte de filhos de semideuses e os deuses fizeram você pagar da mesma forma que eles perderam. Matando seus filhos.

- Garota, acho melhor você ficar quieta. – ele ameaçou na sua pior voz. Eu tremi toda e voltei para minha “cama”.

            Tentei dormir, mas nada eu conseguia, ficava pensando em tudo, no Percy, no Acampamento, no Olimpo, na minha família mortal, nos deuses, em tudo. Dei um suspiro longo e olhei para a cela ao lado. O dragão que estava lá me olhava de um jeito, quase como se fosse... Pena, era isso que os olhos dele diziam.

- Meu pai está enganando você. Ele vai te matar depois que Perseu aparecer aqui.- ele me falou. “Peraí, ele falou comigo? Ele FALOU comigo!” pensei arregalando os olhos. – Você deve estar achando estranho né? – assenti com a cabeça. – Venha cá.

            Olhei para o “pai” dele, ele estava deitado de barriga para baixo virado para o outro lado, simplificando, não sabia que o filho dele estava falando comigo. Engatinhei até o “dragão”.

- O que foi?

- Vou te explicar o plano dele. Ele não quer apenas que Poseidon sofra, ele quer que Atena também sofra, Atena foi a primeira a levantar a mão para que ele tivesse os filhos dele mortos. Eu não sou bem filho dele, eu sou enteado dele, pedi para que os deuses me transformassem em dragão porque não queria que ele me achasse.

- Por quê?

- Porque ele tem sede de sangue. Ele matava semideuses para comê-los depois. Não adiantou eu me transformar em dragão, cem anos depois ele me encontrou. Não acredite nele, ele não vai te deixar sair daqui, a única forma de sair e destruindo o corpo dele.

- E como se faz isso?

- Ele só pode ser morto se um dragão destruir seu corpo. Foi por isso que escolhi esse monstro para me transformar.

- Mas como ele conseguiu te capturar?

- Ele me capturou enquanto eu dormia e depois me prendeu aqui. – ele respirou fundo. – Eu fiz um trato com os deuses que depois que eu o matasse eu me tornaria humano novamente. Um semideus imortal.

- Interessante. – olhei para o pai dele. Ele estava fechando o livro dele e ia se virar para nós. – Depois a gente conversa.

- Ok. – ele voltou a fingir que estava dormindo.

            Fui para a minha “cama” e fingi que estava dormindo. Pensei em tudo que ele havia me dito, minhas hipóteses estavam corretas, ele não iria me deixar sair viva daqui, eu tinha que soltar o dragão dali. Era a única forma.