Respirei aliviado ao entrar naquele quarto, não que eu me importasse com o agarramento do DongHae com o EunHyuk na sala, mas especificamente naquele dia, eu não queria saber de casaizinhos amorosos, não, nada de amor, era estressante!

Bati a porta do quarto, me jogando na cama. Passei meus braços por trás da cabeça, a apoiando, respirando fundo enquanto fitava o teto. Dentre todas as pessoas do mundo, ou melhor, dentre todos aqueles do grupo, eu tinha que me apaixonar logo por ele?! Ele é irritante, estressante, insuportável, mas parece que são exatamente essas coisas que me atraem nele, em como ele consegue ser perfeito dentro de todas as suas imperfeições...

Ouvi batida leves na porta, e por alguns instantes milhões de palavras nada educadas me vieram à cabeça, mas decidi por ignorá-las, de repente era algo importante de fato.

-Entra... – Falei, virando meu rosto para o lado, vendo o pequeno SungMin entrar no recinto, sorrindo timidamente. Não, não devia ser importante.

-Hyung... Você está bem? – Ele falava, se sentando a beira superior da cama, suas mãos passeando por meus fios de cabelo. – Você está tão... Estressado. – Um bico se formou em seus belos lábios, me fazendo rir em tom baixo enquanto o observava.

-Só estressado, e com alguns problemas com os membros, mas no final, tudo se resolve, e nós ficamos bem. – Sorri, tentando parecer sincero em minha resposta, vendo um sorriso de canto do moreno.

-Se precisar de algo, qualquer coisa, avise, hn? – Disse, já se levantando, parando apenas para me dar um leve selinho no topo da testa.

-Eu direi. – Ainda sorrindo, vi o outro ir andando em direção a porta, mas logo se voltar rapidamente a mim.

-Hyung, seu problema tem algo a ver com HeeChul-hyung? Ele passou a manhã trancado em seu quarto e já ameaçou de morte o primeiro que tentar chegar perto de si. – Disse. Respirei fundo, fazendo qualquer gesto com a cabeça, vendo-o entender que era para que saísse logo do quarto.

Kim HeeChul, sinônimo de perdição, paralelo de loucura, o mais perfeito exemplo de perfeição. Era insano amá-lo, aquele ser de personalidade excêntrica e humor ácido, de língua afiada e de olhos frios, mas eu via em seu sorriso um HeeChul que não eram todos os capazes de enxergar, aquele sorriso meigo e espontâneo, fora ele que me fez assim, um bobo apaixonado pela criatura mais temida por todos.

Exageros a parte, HeeChul realmente me estressava, mas minha paciência sempre fora grande, ser líder exigia isso de mim. Apenas hoje, eu realmente não iria tolerar. HanKyung é bonito, HanKyung é REALMENTE bonito, mas agarrá-lo na minha frente não era algo que eu realmente fosse deixar passar em branco, não mesmo. Todos ali sabiam do meu amor por HeeChulie, eu nunca fora bom em esconder meus sentimentos, o próprio HeeChul sabia, e fazia questão de falar, todos os dias, que era tão simplesmente o efeito de sua perfeição aos meus olhos. ENTÃO PORQUE NA MINHA COZINHA?! É, eu fiz um escândalo, HanKyung saiu de fininho, e HeeChul quase me esganou, só isso.

Não, eu definitivamente não toleraria isso, de forma alguma! Park JungSoo tem um nome, uma moral e uma dignidade a zelar, e que se dane!

Agarrei um travesseiro, pensando seriamente no que fazer, eu o amava, mas ainda era o líder daquela joça e não podia ficar misturando tudo assim. Eu tinha que cuidar deles, certo? Eu tinha que cuidar, e isso não era algo que eu quisesse falhar.

Me levantei, respirando fundo, e logo me levantando. Eu deveria tomar uma atitude e resolver isso logo de uma vez. Sai a passos apressados do meu quarto, indo direto ao quarto onde Heenim teoricamente estava.

Bati uma, bati duas, e nada de alguém abrir. Merda.

-Kim HeeChul, abre logo essa porta, sou eu. – Falei, bufando de plena irritação.

-Não vou abrir. – Ouvi a voz dele, que parecia estar bem próxima, provavelmente ele devia estar em frente à porta.

-HeeChul, por favor, eu quero conversar, ok? – Um pouco mais calmo, espalmei minha mão na porta, logo encostando minha testa, não seria fácil convencê-lo.

-Pra você tentar me matar de novo?! Não hyung, muito obrigada. – Seu tom sarcástico me irritando novamente, ah deus...

-EU TENTEI TE MATAR?! VOCÊ QUASE ME ESGANA PORRA! – Ér... Descontroles a parte, eu não estava mentindo.

-TA VENDO?! Por isso eu não vou abrir, você vai querer me matar. – Ouvi a voz firme do outro, e é, eu realmente queria socar aquele rosto perfeito depois disso. Mas ao invés de mais escândalo, respirei fundo, e logo me acalmando novamente.

-Não, eu não vou. Eu nunca faria nada contra você HeeChul, entenda, saranghae.. – Falei, já levemente cansado disso tudo. Pra minha surpresa, a porta foi aberta repentinamente, e por pouco meu corpo não caia sobre o seu. Não que isso de algum modo fosse ruim, mas...

-Você não me ama JungSoo, volte para a Terra e se toque para quem você está se declarando, ninguém seria capaz de amar alguém tão insuportável quanto eu. – Falou, revirando os olhos, me fazendo rir minimamente.

-Então me considere um extraterrestre! Eu gosto de você pelo que você é. – Falei, sorrindo largamente, vendo-o rir e logo ficar sério novamente.

-Você sabe que eu não sinto por você o que você sente por mim. Certo? – Ele falou, mordia o lábio inferior enquanto me olhava.

-Eu sei, e eu não me importo. Porque se você me der uma chance, de simplesmente estar contigo, e te ter do meu jeito, eu vou ser feliz, e vou te fazer feliz, e você vai me amar. – Falei, esperando alguma reação defensiva como sempre, mas ao invés disso ele sorriu largamente, me dando espaço para finalmente entrar no seu quarto.

-Entra e senta ali. – Apontou pra cama, logo pondo a cabeça para fora do quarto e berrando mil ameaças para qualquer ser azarento que resolvesse entrar naquele quarto. Voltou, batendo a porta e se sentando ao meu lado na cama, um sorriso enigmático bailava em seus lábios.

-Érr... – Comecei a falar, mas logo que vi sua expressão séria vi que era para me manter calado. Uma de suas mãos foi ao meu rosto, aquela pele macia e fria de encontro a minha pele quente, me causando um leve arrepio.

Seus dedos desciam e subiam por minha bochecha, eu tentava entender o que se passava em sua mente, em seus olhos, mas eles eram ainda mais enigmáticos. Desistindo por fim, fechei os olhos, deixando o prazer de ter aquelas mãos em mim me dominar. Senti-o se movimentar, e em segundos eu sentia sua respiração bater contra mim, meu pescoço, seus lábios roçando levemente na minha pele.

Eu sentia meu coração bater cada vez mais rápido, minha respiração se alterando com o menor toque. Mas...

-Heenim... O que é isso?- falei, sem nem ao menos abrir os olhos, sentindo sua boca subir lentamente até chegar ao meu queixo e o morder levemente. Subiu mais, seus lábios já roçando tentadoramente nos meus.

-Test-drive hyung. – Falou, pude sentir seus lábios se curvarem em um mínimo sorriso, e não pude deixar de fazer o mesmo, logo sentindo seus lábios tomarem os meus.

Era um gosto bom, o gosto do meu HeeChul. Seus lábios pareciam se encaixar de forma perfeita aos meus, e ah, por deus, era tão perfeito... Senti sua língua pedir passagem, e sem problema algum deixei, e logo nossas línguas faziam uma dança perfeita na procura por espaço ali. Finalmente voltando de fato à realidade, levei minha mão direita até sua nuca, e a esquerda até sua cintura, o puxando levemente contra mim.

Senti sues dentes prenderem meu lábio inferior, os sugando e puxando rapidamente, logo dando dois selinhos e nos separando.

-Então, passei no teste? – Sorri minimamente, desviando os olhos dele para qualquer canto ao chão.

-Passou. – Ouvi simples, e quando ia me virar para voltar a olhá-lo, senti seu corpo empurrar o meu, me fazendo cair deitado com o corpo alheio por cima. Encarei-o, e vi o sorriso de mais pura malícia na face dele – Passou sem dúvidas algumas; você vai ter bastante tempo pra me convencer de que você me merece. Agora, cala a boca. – E antes que eu falasse algo, sua boca atacou meu pescoço, me fazendo gemer em um tom levemente alto, e rir ao mesmo tempo.

Eu daria todo o tempo do mundo pra te fazer feliz~