Seguindo as Regras escrita por Lolo Cristina


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas,

Quanto tempo!

Eu sei que estou devendo muito a vocês e espero que entendam que nem sempre as histórias se formam com facilidade.

A continuação de Pós Breaking Dawn vai ficar pronta... estou um pouco mais animada com o que já escrevi.

Bom... com relação a essa FIC:

A história foi um presentinho que escrevi para uma amiga minha no final do ano passado... e como tem tempo que não posto nada *e eu adoro ler os comentários de vocês* decidi postar.

A história tem mais alguns capítulos e em breve os colocarei aqui.

Por enquanto é isso... divirtam-se com a minha versão do noivado de Edward & Bella.



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Bella

Finalmente, estava tendo uma noite normal. Embora normal apenas em meu mundo particular.

Depois de tudo que aconteceu, e agora com todas as ameaças neutralizadas, parecia surreal o simples fato de estar de pé diante do fogão preparando o jantar de Charlie. Completamente livre do medo.

Olhei pela janela, distraída, enquanto mexia o macarrão. Já estava escuro e não conseguia ver mais nada. Apenas escutava o som da chuva pesada e da televisão da sala.

Estava me sentindo tão diferente.

Feliz, mas diferente.

Há tanto tempo a presença de Victoria ameaçava minha vida e agora essa ameaça estava extinta.

Uma sensação de alívio sem precedentes.

Suspirei.

O alívio era apenas um das dezenas de sentimentos que eu podia identificar. Minha mente ainda não havia processado corretamente a reação de Renée quando contei que estava... que ia... o que Edward e eu estávamos planejando fazer.

Bufei.

Sério... se havia algo no mundo que eu daria 100% de certeza, era de que ela nunca aceitaria a notícia, pleo menos não de tão bom grado. Quase caí sentada quando ela admitiu que “achava” que Edward e eu já estávamos noivos quando a visitamos. Foi uma ótima idéia ter deixado para ligar quando estivesse sozinha. Não queria fazê-lo sofrer mais. E tenho certeza que a expressão que meu rosto assumiu durante parte de minha conversa com Renée, colocaria idéias malucas na cabeça dele.

Ok, ele provavelmente já imaginava o que minha mãe iria dizer.

- Ele é inacreditável. – sussurei.

- O que é? – Charlie apareceu atrás de mim, me assustando. Soltei a colher e – para variar- acidentalmente encostei meu braço na panela quente.

- Ow! – exclamei, sacudindo o braço.

- Oh, me desculpe. - Charlie se agitou e pegou um pano de prato úmido.

- Está tudo bem, não acho que chegou a queimar.

- Deixe-me ver. – ele pediu.

Ardia um pouco, mas realmente não tinha chegado a queimar. Ainda bem! Não precisava de mais uma cicatriz.

- Viu... estou bem.

- Me desculpe. – disse ele de novo – Não devia te deixar cozinhar com apenas um braço disponível.

- Não se preocupe, pai, eu só estava distraída. O jantar está quase pronto.

Spaghetti à bolonhesa. Era fácil e Charlie adorava.

O molho já estava pronto.

- O cheiro é bom. – ele comentou e quando peguei o pano de prato para segurar a panela e escorrer o macarrão, ele segurou meu ombro.

- Eu faço isso. – Charlie anunciou.

- Hamm...

- Eu acho que sei como escorrer isso, Bella.

- Tudo bem. – era uma boa idéia não pegar uma panela de água fervendo agora.

- Então... – ele começou. – Edward não vai aparecer agora à noite?

O desgosto na voz de Charlie ao dizer o nome de Edward era fácil de identificar.

- Hoje não. – pelo menos não oficialmente.

Edward havia saído para caçar com Alice logo após ele ter anunciado nosso noivado – ele havia ficado muito tempo sem se alimentar por medo de se afastar de mim.

- Humm...

Fiquei em silêncio. Sabia que ele não estava feliz com a situação e não queria forçar nada agora.

O jantar foi silencioso, o que podia ser considerado normal se Charlie não voltasse seus olhos para minha mão com tanta freqüência.

As vezes sua boca se contorcia em algo que lembrava muito desgosto.

Suspirei e deixei o garfo cair.

- Você quer dizer alguma coisa? Porque você pode, sabe.

- O que?... Não, eu não quero dizer nada. – eu o peguei desprevenido. – O que eu acho não é importante. – ele resmungou baixinho.

Revirei meus olhos. Ele não viu porque estava olhando para o prato.

- Pai, você sabe que não é bem assim.

Ele não disse nada, apenas fechou a cara e continuou a comer.

- Eu nunca tive a intenção de te magoar, mas a decisão de me casar com Edward pertence apenas a mim. Por favor diga que você entende?

- Bella... isso claramente não é da minha conta. Você já é adulta, por mais que eu não queira aceitar, essa é a verdade. Eu não estou muito feliz com a situação, mas a vida é sua.

Ele olhou para minha mão mais uma vez e balançou a cabeça.

Seria difícil conviver com Charlie nas próximas semanas.

Ele conseguia ser tão teimoso quanto eu.

Quando eu comecei a juntar as louças para lavar ele me interrompeu.

- Eu faço. Você parece cansada.

- Obrigada.

Eu estava cansada – o estresse das últimas semanas realmente me deixaram esgotada - e hoje eu não era uma boa companhia para Charlie ou ele para mim.

Talvez amanhã as coisas melhorem um pouco.

Juntei tudo que precisava e fui para o banheiro. Um longo banho parecia uma boa idéia.

A água estava quente o suficiente para me relaxar. Parecia que um grande peso havia deixado meus ombros.

Será que as coisas realmente se acalmariam?

Senti uma coisa estranha na boca do estômago.

Em breve todos ficariam sabendo... e as especulações iriam começar.

Olhei para o anel em minha mão tentando não deixar meus medos mais fúteis me dominarem.

Eu queria Edward e agora eu o tinha. Eu não deveria me sentir tão apavorada.

- As pessoas se casam o tempo todo. – murmurei para mim mesma.

Percebi que minhas mãos estavam começando a ficar enrugadas.

Lavei meu cabelo rapidamente, não queria acabar com a água quente.

Já se passava das dez e nem sinal de Edward.

Eu estava cansada, mas não tinha certeza se era o suficiente para dormir.

Deitei em cima da colcha e abri um livro, tentando me distrair. Não queria pensar no que Edward estava fazendo agora. Especialmente se Alice estivesse com ele.

Não percebi quando peguei no sono, mas quando acordei – no meio da noite – eu estava embaixo dos cobertores.

Sabendo que ele estava ali, me virei para poder me acomodar a sua forma.

Respirei fundo, absorvendo todo aquele delicioso perfume.

O frio era mais do que bem vindo. Só conseguia dormir bem assim.

Ele não disse nada, apenas me abraçou e eu rapidamente voltei a dormir.

Eu acordei com o som da chuva batendo em minha janela.

Do lado de fora, tudo estava cinza e minha cama vazia.

- Bom dia.

A voz veio do outro lado do quarto.

Me virei para vê-lo.

Edward estava sentado na cadeira de minha escrivaninha, olhando para mim atentamente. Seus cotovelos apoiados nos joelhos.

Seus olhos eram gentis, mas havia alguma outra coisa...

- Hey...

Quando tentei me sentar, percebi o quanto estava dolorida.

Toda a tensão dos dias anteriores decidiu se manifestar fisicamente.

Meus músculos pareciam cheios de nós.

- Você parece tão cansada. – ele disse preocupado, sentando-se ao meu lado – seus olhos ainda escuros demais.

Ele deveria ter caçado.

- Eu estou bem.

Me espreguicei. Eu estava toda dura.

- Você não caçou. – disse de forma crítica. Ele não deveria se torturar assim.

- Não tive tempo ontem. Mas fiz planos com Emmett e Jasper. Partimos em dois dias e não vamos longe.

Ótimo.

- Você acabou de chegar?

Edward sorriu gentilmente enquanto eu tentava com os dedos retirar um pouco dos nós de meu cabelo. Ele me ajudou.

- Não. Cheguei um pouco depois da meia noite, sinto muito. Eu estava resolvendo algumas... pendências e achei que seria melhor dar a você e a Charlie um pouco mais de tempo juntos.

- Ele não foi à melhor das companhias ontem, ou eu não fui para ele, não sei exatamente. – disse me levantando, ele me ajudou. Fui até minha cômoda e peguei uma calça jeans e uma camisa de flanela.

– A reação de Renée foi meio que um choque... para nós dois.

- Sim... como foram as coisas com Renée?

Olhei para ele de olhos apertados. Ele estava lutando para não sorrir.

Sim, Edward definitivamente sabia qual seria a reação de Renée.

- Eu acho que você já sabe. – respondi severamente.

Ele riu.

- Eu não sei. Posso imaginar, mas eu não sei. Ou não sabia.

Ele sorriu descaradamente para mim.

- Por que não me contou? Poderia ter me poupado muita dor de cabeça.

- Charlie não ficou muito feliz com Renée. Quando cheguei aqui ele ainda estava acordado.

Ele mudou o curso de nossa conversa.

Deixei passar.

- Jura?

Ele devia estar muito desapontado com o rumo que minha vida estava levando.

Não que ele que ele soubesse de nada a respeito.

Edward se levantou – para me alcançar e me colocou sentada em seu colo.

- Não precisa se preocupar com Charlie. Ele vai ficar bem.

- Eu sei. Não estou preocupada. Eu estava preocupada com Renée, mas isso não é mais necessário.

Ele riu livremente.

Edward estava radiante.

- Você não vai me deixar esquecer isso, vai?

Sorri antes de responder.

- Talvez eu mencione mais algumas vezes antes que eu possa esquecer, mas tenho certeza que você não vai. – disse batendo meu dedo em sua têmpora duas vezes.

- Você está certa.

- Então... o que vamos fazer hoje? – disse um pouco mais animada, ou melhor, um pouco mais acordada.

Ele tocou seus lábios frios em meu pescoço antes de responder.

- Você decide. Sou todo seu.

Gostei ouvir aquilo.

Tive que manter em mente o que havia decidido. Eu seguiria as regras de Edward de agora em diante.

Era a coisa certa a se fazer.

Tentei pensar à medida que sua boca fria – muito gentilmente – deixava rastros em minha pele.

Era difícil.

- Então... O que fazer? – ele pressionou após alguns minutos de silêncio – apenas verbal, porque meu coração voava.

- Mmm... seria bom ir na sua casa. Já tem um tempo que não faço isso sem a pressão da morte iminente.

Ele parou de me beijar e sorriu.

– É uma boa idéia. Esme está louca para ver seu anel.

Tive que lutar para não fazer careta.

Durante o trajeto, eu comecei a me preocupar com o que Alice poderia estar fazendo – com o que ele se ocupou ontem durante toda a tarde e parte da noite...

Queria poder voltar atrás e ficar em casa com ele.

A varanda da casa estava vazia. Diferente do que imaginei.

- Por algum motivo achei que Alice estaria esperando por nós. Aqui fora, como ontem.

Ele parou o carro e desligou o motor.

- Você deu a Alice muita coisa para fazer. Ela está ocupada demais fazendo compras.

Aquilo de certa forma era um alívio. Passei todo o caminho até a casa de Edward a imaginando falando sobre flores, arranjos, buquês e etc.

Argh!

Eu queria que ela fizesse tudo e não me envolvesse em nada, bom, quase nada.

- Tem certeza que Esme está aqui? – perguntei quando ele abriu minha porta.

A casa estava toda fechada.

- Apenas Alice, Rosalie  e Carlisle estão fora.

Paramos na porta, sua mão na maçaneta. Ele pareceu estar ouvindo alguma coisa. Eu não podia ouvir nada.

Esperei.

Depois de alguns segundos ele sorriu para mim.

- Podemos entrar agora.

- Tudo... bem. – concordei com cautela.

Ele riu de minha expressão.

A sala estava vazia e Esme veio parar rapidamente a meu lado – ela provavelmente estava lá em cima.

- Bella, querida.  Sinto muito por isso, mas Alice nos instruiu muito bem. Você não deve ver nada, ainda.

- Oh. Tenho certeza que vocês sabem o que estão fazendo.

Eu não queria ver nada mesmo. Pensei.

O clima aqui havia mudado. Pude ver pelo sorriso e o olhar de Esme que ela estava exultante. Ela olhou para Edward rapidamente e sorriu ainda mais.

Ele uma vez me disse que ela era a que mais se preocupava com o fato dele ser sozinho. Era lógico que de todos da família – tirando Edward – ela fosse a mais feliz com tudo que estava acontecendo.

- Temos pouco tempo – Esme completou.

- É quase como se não pudéssemos deixar sua barriga aparecer. – Emmett disse descendo as escadas. Um sorriso perverso estampado em seu rosto.

– Qual a pressa pequena? Casando com ele ou não, você não tem mais para onde correr. Você é uma Cullen agora.

Suas palavras me surpreenderam - eu não estava certa se era isso mesmo que ele queria dizer porque Edward o alertou com um olhar – mas foi muito bom ouvir de qualquer maneira.

Agora eu podia ver Jasper também – no topo das escadas. Ele pareceu ansioso por minha resposta.

Eu tentei não sorrir quando percebi o que era.

Outra aposta. Estava quase certa.

Então eu respondi fornecendo apenas um dos motivos que tinha para um casamento tão rápido.

- Meu aniversário é em setembro.

Eu só tinha resmungado sobre isso com Edward, apesar de todos saberem que eu não queria chegar aos dezenove.

Jasper sorriu e Emmett levantou as sobrancelhas.

- É isso? Esse é o único motivo? – ele perguntou.

- Você precisa de outro motivo? – Edward finalmente falou.

A testa de Emmett enrugou.

- Deixa pra lá. – ele disse.

- Sente – Esme murmurou animadamente ao me puxar para o sofá – e Edward também, porque ele não havia soltado minha mão.

- Deixe-me ver o anel.

Ela pediu, mas não pegou minha mão, apenas esperou com a sua erguida, que eu mostrasse voluntariamente.

Ela parecia tão feliz que não me senti muito constrangida – todos os olhares estavam em mim. Emmett se sentou ao lado dela.

Soltei minha mão da de Edward e coloquei na dela.

É claro, meu rosto estava quente.

Era normal.

- Ohhh... Edward. É tão linda. – seu delicado dedo afagou os diamantes do anel. – Você sabe, Edward manteve essa aliança trancada a sete chaves até o dia em que você decidiu aceitar.

- A gente sabia que existia, só nunca ninguém tinha visto. – Emmett continuou.

Isso explicava os olhares curiosos.

- É assim com todas as jóias de minha mãe. – Edward se apressou em se justificar e depois se virou para mim. Ele estava querendo diminuir a importância do anel, como fez na noite em que me deu. De qualquer forma, eu sabia que essa jóia era importante para ele. Agora era para mim também.

 – Como sabe, ocasionalmente eu gosto de presentear Esme e Alice com elas, então eu não posso mostrá-las para ninguém. Perde toda a graça.

- Não perde o significado. – Esme murmurou amorosamente para ele.

- Eu sei que você me entende. – ele disse a ela.

- Eu entendo. – ela respondeu e voltou seu olhar orgulhoso para o anel novamente – Ficou lindo em você. Perfeito para ser mais exata.

- Obrigada.

Ela soltou minha mão gentilmente e recostou no sofá.

- Já pensou na sua parte da lista de convidados? Por que a de Edward é um pouquinho curta.

- Eu não acho que ela teve tempo para isso ainda, Esme. – Edward disse.

- Na verdade, eu já sei quem vou convidar. Só não sei se eles virão.

- Seus velhos amigos da escola? Eles virão. – Emmett disse com certeza.

- Sim, eles – confirmei - Não tenho ninguém mais para convidar – disse e depois completei para evitar que Edward percebesse para onde meus pensamentos estavam indo - Especialmente família. Não sou próxima a nenhum deles.

Eu queria poder convidar meu melhor amigo, mas ele não queria me ver e também não seria justo com Edward, depois de tudo que o fiz passar...

Pensar em Jacob era perigoso. Não queria deixar transparecer a tristeza e a culpa que sentia quando isso acontecia. Então empurrei qualquer coisa que não fosse relacionada a Edward para o fundo de minha mente.

Eu deveria apenas me concentrar no presente. Em minha nova família. E nas possibilidades do futuro.

- Eu acho que seria uma boa idéia convidar Seth. – Edward comentou.

Emmett olhou para Edward com o mesmo olhar chocado que eu.

- Seth Clearwater? – demandei.

- Tenho certeza que ele gostaria de estar presente. Ele gosta de você.

- Isso não seria estranho? Quero dizer, para vocês.

- De forma alguma.

Emmett riu uma vez e bem alto antes de dizer,

- Há! Ele só quer ter mais um pino. O mapa está meio vergonhoso para nosso lado.

- Pino? Mapa?

Esme sorriu para mim ao explicar.

- Alice não perde tempo, como você sabe. Ela já preparou uma pequena maquete – uma mapa - para poder distribuir os convidados durante a festa pós cerimônia. Os pinos rosa representarão os seus convidados e os azuis os de Edward. É só uma forma de organizar.

- Ninguém está competindo. – Edward afirmou.

Reprimi um suspiro e depois a curiosidade falou mais alto.

- Quem mais será pino azul? – perguntei. Não conseguia pensar em ninguém que Edward poderia querer convidar. Pelo menos ninguém que eu conhecesse.

- Eu sei que nossa relação com Tanya balançou um pouco com todo esse problema com Victoria, mas eu acho que podemos superar isso.

- Quer convidar Tanya? – minha pergunta deixou claro o tamanho de minha surpresa.

As “primas” distantes de Edward - que haviam negado ajuda na batalha contra os recém criados - estavam longe de serem desejadas, pelo menos por mim.

E eu tinha vários motivos para isso.

- Eu gostaria de fazer isso. Elas fazem parte da família, Bella. – Edward justificou.

- Vocês falaram com ela desde daquele... dia? – apenas alguns dias atrás na realidade.

Queria dizer “desde o dia em que elas se recusaram a ajudar”, mas não queria colocar lenha em uma fogueira que estava claramente se apagando.

Esse era o principal motivo de minha relutância.

Esme foi quem respondeu minha pergunta.

- Carlisle queria esperar tudo se resolver por aqui antes de entrar em contato novamente. E Edward é a pessoa mais adequada para explicar toda a situação, inclusive a que envolveu o amigo de Irina.

Me encolhi ao pensar em Laurent.

- Esme... – Emmett chamou sua atenção e apontou com a cabeça em direção ao segundo andar onde Jasper esperava silenciosamente.

- Sim... – ela disse a ele – Bella, querida, sinto muito, mas tenho que terminar algumas coisinhas lá em cima – ela disse se levantando, assim como Emmett – Vejo você mais tarde.

Seus lábios se esticaram em um grande e orgulhoso sorriso, ela acariciou o rosto de Edward antes de beijar meu cabelo e seguir para o segundo andar com Emmett, que apenas piscou para mim.

Ela mal podia esconder seu êxtase em ver Edward finalmente feliz.

Olhei para ele e seus olhos estavam presos em mim. Analisando meu rosto.

Percebi que estava sorrindo.

Edward colocou uma de suas mãos em meu rosto. E continuou segurando meu olhar por um longo momento.

Lentamente, seus lábios também se esticaram em um sorriso – tão lindo que o meu coração começou a galopar.

Ele parecia tão diferente. Os olhos dele estavam diferentes – profundamente escuros – mais diferentes.

Ele tocou os meus lábios gentilmente com os seus por um curto momento e depois deixou sua mão correr por meus cabelos.

Minha vida vivia entre reviravoltas. As coisas estavam quase perfeitas. Quase, porque ele ainda precisava se alimentar.

Edward não precisava sofrer mais com a sede do que normalmente sofria.

Com a ponta dos dedos, toquei seus olhos. As marcas – semelhantes a hematomas – estavam muito escuras.

Minha testa franziu.

Eu não achava que ele precisava esperar tanto.

- Por que esperar? – tentei montar uma expressão inocente - Eu vou me comportar, prometo.

- Eu não duvido disso. Eu só tenho algumas coisas para fazer antes... coisas que não podem esperar.

Alguma me dizia que eu não deveria perguntar o que era.

- Me promete uma coisa? – me virei para que ficasse de frente a ele. Eu deveria ter pedido isso a ele ontem.

- Claro.

- Fica de olho na Alice. Eu sei que ela entendeu minhas regras – nada muito exagerado – mas vou me sentir melhor se você conseguir controlá-la, porque eu certamente não posso. E controlar a você mesmo. – acrescentei.

Ele riu de minha expressão.

- Não se preocupe, ela sabe o que pode e não pode fazer. E eu prometo me controlar, seja lá o que isso quer dizer, porque eu não estou fazendo nada.

Seu rosto era inocente demais para que eu pudesse acreditar.

Passei toda a tarde lá, só voltei para casa para preparar o jantar de Charlie. Edward insistiu em ir comigo.

Bom... Charlie teria que se acostumar de qualquer maneira.

Meu pai ainda estava de mal humor, e no começo fiquei com medo que esse mal humor fosse verbalmente direcionado a Edward, no entanto isso não aconteceu.

Charlie falou pouco enquanto comia e nem sequer demonstrou descontentamento ao ver Edward – que agora estava na sala nos dando algum tipo de privacidade.

Imagino se alguém falou alguma coisa com Charlie... Se esse fosse o caso, quer dizer ele já comentou com algum de seus colegas de trabalho.

Gemi internamente.

Amanhã todos já estarão sabendo.

Seria o escândalo da vez em Forks.

Charlie acabou de jantar e passou a mão no jornal – ele provavelmente não teve tempo de fazer isso pela manhã – e começou a folhear.

- Charlie – Edward chamou ao retornar a cozinha. Eu estava ainda estava terminando o meu jantar.

Meu pai não se virou, nem mesmo tirou os olhos do jornal para respondê-lo.

- Sim...

Edward sentou-se a sua frente colocando uma pilha de papeis na mesa.

- Como Bella está indo para Dartmouth, eu achei que você pudesse querer ver o Pacote dos Pais que eles enviam quando se faz a matrícula. É uma forma dos pais conhecerem a faculdade também.

Eu olhei para ele parando no meio da mastigação.

Eu já estava matriculada? Eu não sabia disso e não tinha visto aquele bolo de papel até agora.

- Toda faculdade Ivy League tem esse tipo pacote – ele continuou, olhando apenas para Charlie que curiosamente estendeu sua mão para ver o que era – E eu achei que você se interessaria em conhecer onde Bella irá passar os próximos quatro anos.

Charlie olhou para mim, seu rosto um pouco mais sereno. Ele gostava da idéia de sua filha única freqüentar uma faculdade importante.

Eu havia esquecido de engolir.

- Eu estava pensando nisso – ele comentou, sua voz amigável – Mas não sabia que tinha enviado sua matrícula.

Eu não sabia disso também.

- Eu não enviei. – respondi olhando para Edward rapidamente.

- Bella não é muito boa com prazos de entrega, então para ela não perder a vaga eu enviei a dela junto com a minha. Recebi a confirmação ontem por telefone. Os papeis que você está vendo é de quando Emmett e Rosalie se matricularam. Os de Bella devem demorar a chegar... mas achei que gostaria de ver agora.

Revirei meus olhos e me levantei da mesa com os pratos na mão.

Edward estava tentando ficar em bons lençóis com meu pai e estava funcionando.

- Obrigado. Wow... vou demorar dias para ver tudo isso. Você já sabe em que quer se formar? – Charlie me perguntou.

- Não. Ainda tenho tempo para decidir.

- Bom... não a deixe perder esse prazo também. – Charlie falou com Edward.

Edward sorriu satisfeito.

- Não vou.

Menos de uma hora depois, Edward se despediu oficialmente, se sentindo claramente vitorioso.

Me sentei na frente da TV com Charlie, ele ainda estava olhando os folhetos de Dartmouth.

- Não vai ver televisão hoje? – perguntei – Posso mudar de canal?

- Ham? Oh! Se quiser... eu tenho que dizer, esse lugar parece incrível.

Suspirei e recostei no sofá.

Edward havia conseguido o que queria.

Eu só subi quando Charlie começou a cochilar. Desceria mais tarde para acorda-lo.

Edward estava lá – sentado na beirada de minha cama.

- Muito esperto de sua parte. – sussurrei ao seguir para seu lado, empurrá-lo para cama e me acomodar em seu peito.

- Ser capaz de ler pensamentos às vezes ajuda – ele retrucou enquanto seus braços se apertavam ao meu redor.

- Bem... pelo menos Charlie se distraiu momentaneamente. Então... – levantei a cabeça para que meus lábios tocassem sua mandíbula. – Você tem “coisas” para fazer amanhã ou pode ficar comigo?

- Eu só tenho uma coisa para fazer e eu posso fazer daqui.

- Ótimo. O que é?

- Só uma ligação para Tanya.

Ele notou o receio em meu silêncio.

- Não podemos deixar que Laurent estrague o relacionamento que cultivamos por tanto tempo com elas, Bella. Não será justo.

Pressionei meus lábios. Edward esperou...

- Eu ainda acho que não é uma boa idéia, se você quer convidar Seth...

Eu realmente nunca tinha parado para pensar em Tanya ou suas irmãs... e nem queria começar agora.

- Eu vou conversar com ela, Bella. Se elas quiserem fazer parte de nosso casamento terão que aceitar a presença Quileute. Mas é claro, se você não se sentir a vontade... eu já lhe disse que quero que tudo seja do seu jeito. Só mantenha em mente que nós somos a coisa mais próxima que elas já tiveram como família.

Suspirei.

Perfeito.

- Eu não sou a única que opina nisso. É seu... casamento também. Se você realmente achar que é seguro tê-las aqui... então, tudo bem.

Algo me ocorreu.

- Eu acho que vou ter que ligar algumas pessoas também. – disse quase que para mim mesma.

- Não precisa contar a ninguém. As pessoas vão saber muito em breve. Forks é uma cidade muito pequena.

- As pessoas vão falar... fazer especulações. Ou eu estou grávida ou pior, tentando dar o golpe do baú.

Ele riu.

- Não é engraçado.

- Eu não me importo com o que ninguém acha. Nós sabemos da verdade. E a verdade é que eu amo você mais do que qualquer coisa, e que eu a quero como minha... mais do que qualquer outra coisa. E eu gostaria de pensar que você também me quer... dessa forma.

Eu sorri um pouquinho.

Não era tão ruim quando as coisas eram colocadas dessa forma. Sem usar as palavras que me faziam encolher – esposa e marido e qualquer outra relacionada a isso.

- Eu quero. Você sabe disso. Edward, você é tudo o que eu quero.

Essa não foi a primeira vez que disse isso a ele.

- Então, pense dessa forma, você só terá que aparecer na cerimônia... se quiser.

- Eu quero. – disse novamente. - Nosso acordo ainda é válido, certo?

Ele respondeu muito seriamente.

- Sim. Eu te dei minha palavra, Bella. – eu podia ouvir a preocupação em sua voz. Sabia que para ele, manter essa promessa seria difícil.

Edward iria precisar ser distraído. Eu não gostava de vê-lo dessa maneira.

Deixei minha mão acariciar seu rosto.

- Eu confio em você. – disse com total firmeza puxando seu rosto para o meu.

Senti um sorriso se formar em seus lábios.

- Isso é muito bom. – Edward sussurrou antes de deixar suas mãos se entrelaçarem em meus cabelos.

Esse era o tipo perfeito de distração.

Para mim, pelo menos.

Eu não conseguia pensar em nada, além dele.

Eu não conseguia me importar com toda essa história de casamento. Eu não me importava com Charlie ainda cochilando no sofá.

Edward ocupava toda a minha mente.

Como sempre, eu me deixei levar. Rolei – naturalmente, como se fosse a coisa certa a se fazer – para cima dele.

Era impressionante como eu estava me sentindo ainda mais a vontade com ele.

Mais a vontade do que nunca.

Demorou um pouco mais que o normal para que ele começasse a me afastar.

Edward respirou fundo antes de abrir seus olhos.

- Você nunca vai se comportar. – ele brincou.

- Eu estou me comportando exatamente como deveria.

Seus olhos cerraram.

- Perigosamente.

Eu sorri maliciosamente e o beijei de novo, e de novo e de novo.

Tantas coisas passaram por minha cabeça antes que realmente pudesse pegar no sono.

A forma como meu pai reagiu e como tudo isso deve parecer para ele... o que meus amigos iriam pensar quando a notícia chegasse aos seus ouvidos...

Evitei sem sucesso pensar em Jacob.

Eu teria que pensar no futuro. E meu futuro estava aqui, comigo. Cantarolando em meu ouvido para que eu pudesse dormir e sonhar bons sonhos.


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Notas finais do capítulo

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