Rosas Vermelhas escrita por drikinha9


Capítulo 1
[Rosas Vermelhas]




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- Senhor?
Me encontrei jogado a cama, o sangue escorria por minha boca. Lambi-o levemente e senti o gosto da pobre alma que havia sido minha presa na noite anterior.
- Senhor, devo providenciar decorações para a festa de hoje a noite?
- Não será necessário - diriji-me à meu mordomo
- Mas senhor, será sua comemoração de 200 anos.
- E...?
- Perdão se o encomodei - lamentou-se o pálido homem a minha porta - Trarei seu café da manhã imediatamente.
- Obrigado
Brevemente a porta se fechou, levantei-me da cama.
- Feliz aniversáário Demetreeeee!!
A porta se abriu bruscamente mostrando meu amante.
- Acordou bem, querido? ^^~
- Err... Sim... - murmurei
- Vamos tomar um banhoo!! Você quer ficar apresentável pro seu aniversário não quer?? - berrou
Logo Cris se apressou em se despir, seu corpo branco como neve e seus cabelos negros como a noite, os olhos azuis cintilantes que hipnotizavam qualquer um.
- Não vou tomar banho agora - resmunguei
- Por queeee??!!
- Tenho fome
- Ok - ele se apressou em tirar o cabelo de seu pescoço - Pode beber ^^
- Deixe de ser retardado, não vou tirar sangue de você
- Por favor, como meu primeiro presente de aniversário pra você - disse ele passando a mão sobre meu rosto
- Como assim, primeiro? ¬¬
Ele apenas riu maliciosamente e se retirou do quarto
- Segredo.
Quando Cris se retirou, me joguei novamente na cama
- Não quero uma festa de aniversário... Pra quê? Essa idiotice que os humanos criaram não serve pra nada! - resmungava para mim mesmo
Observei a janela aberta e resolvi dar uma volta pelo meu jardim.
Chegando observei as lindas rosas vermelhas que cultivei durante o inverno... Sim, inverno.
O que eu precisava a não ser aquilo? Festas? Comidas? Bebidas? Ora... Isso não valia nada diante das belas rosas vermelhas
- Boa noite, Senhor - disse um rapaz encostado ao meu jardim
- Boa noite, jovem. O que faz em meu jardim? - perguntei intrigado
- Perdão se encomodei, me encantei pela visão das belas rosas vermelhas. Estranho elas serem cultivados no inverno, não acha?
- Minhas rosas sobrevivem a qualquer coisa.
- Aposto que uma pisada sobre suas delicadas pétalas as destruiria - disse o rapaz, agora saindo das sombras e deixando seu rosto iluminado pela linda lua minguante.
Ele tinha lindos olhos negros, o cabelo levemente castanhos. A pele extremamente branca e os lábios quase um lilás.
- Destruíria sua beleza, mas não sua alma
- Sabias suas palavras, pena que não possam ser iguais para quais os humanos, não é? - disse ele abrindo as presas
- Com certeza - sorri maliciosamente
- Já sabia - riu ele - É um vampiro também, não é?
- Exato.
- Suas palavras são sábias demais para um mero mortal
- Quem sou eu para questioná-lo?
- Eu quem pergunto; quem és tú?
- Demetre, prazer - fiz uma breve reverência
- Sou Tarkius. O prazer é todo meu.
Sorri amavelmente e ele fez o mesmo
- Então, parece ter uma festa por aqui, não é? - observou ele
- É Cris... Ele adora festas - resmunguei
- Seu amante?
- Digamos que sim
- Entendo. Então já me vou. - disse Tarkius se dirijindo para fora de meu jardim
- Espere! Não quer ficar para a festa? - levantei uma sobrancelha
- Adoraria - riu maliciosamente ele
[~]
Levei-o até minha casa, alguns dos convidados já haviam chegado e ele começou a conversar com eles até eu me arrumar.
- Cris, espero que só sejam essas pessoas ¬¬
- Tá louco, amor? Convidei 200 vampiros para comemorar seu lindo aniversário
- Não acredito
- Queridoo, e o seu banho? Eu estava te esperando só pra tomarmos junto!
[Blaft] - bate a porta
Liguei o chuveiro e deixei a água que caia lamber meu corpo, repentinamente abri meus olhos e lá estava Tarkius
- O que faz aqui, Tarkius? *susto*
Brevemente ele me pôs contra a parede e me beijou, quando finalmente me soltou vi o sangue em sua boca
Ele havia mordido meus lábios no beijo mais gostoso que já havia provado
- Desculpe aparecer repentinamente, não pude resistir - riu maliciosamente
Eu estava sem palavras, o melhor beijo que havia provado, mas e Cris? Minha honra como vampiro falou mais alto.
- Por favor, se retire Tarkius - ordenei
- Por que toda essa pressa? E afinal, já estou molhado mesmo. - piscou
- Deixe de besteira. Pode tomar seu banho, já acabei o meu
Brevemente ele estalou os dedos parando a água do chuveiro e pondo-me uma toalha
- É mágico também? - brinquei
- O hábito de estalar os dedos nunca se perde. - sorriu
Toquei em meus lábios e olhei meus dedos
- Como vou aparecer com os lábios sangrando em minha festa?
- Se você quiser eu chupo o sangue - piscou
- Sabia que você é muito pevertido? - brinquei saindo do banheiro e indo em direção ao meu guarda roupas
- Isso muda o que sente por mim?
- Como assim o que sinto por você? - levantei uma sobrancelha
- Ora, é visível pelo jeito que ficou ao me beijar
- Correção: VOCÊ me beijou, eu só senti suas presas em meus lábios - retruquei
- Sei sei... Bom, não quero estragar a surpresa de te ver arrumado, vou descer
Brevemente ele se foi, deixando-me a só pensando no que ele disse
Realmente seu beijo era uma das coisas mais prazerosas que já havia sentido em meus 200 anos de vida, mas será que era realmente certo ficar com ele?
Deixei meus pensamentos de lado e comecei a me aprontar, quando pronto desci as escadas. Mais algumas pessoas haviam chegado
- Essa noite vai ser cansativa... - pensei
- Não comigo ao seu lado - disse Tarkius aparecendo ao meu lado e sussurrando em meu ouvido
- O que está fazendo aqui? - resmunguei
- Ora, não foi você quem me chamou para seu aniversário?
- Não precisa sussurrar coisas no meu ouvido ¬¬
- Vai me dizer que não gosta? - rio maliciosamente
- O que você quer exatamente? - perguntei
- Quer que eu vá direto ao ponto?
- Por gentileza ¬¬
- Você - sussurrou sumindo de minha vista
"Ótimo, pra ele me deixar em paz vou ter que dormir com um desconhecido", pensei. Se bem que... Não seria nada mal dormir com... O que está dizendo Demetre?! - dizia uma voizinha dentro de mim. Nada nada u.u
Já estava cansado com esses desaparecer frequente de Tarkius, afinal depois era horrivel de encontrá-lo
Comprimentei os convidados e logo me entediei
- Queridooo! O que está fazendo ai sentado sozinho? - gritou Cris
- Nada... Só pensando
- Ora querido! Tem tanta gente pra conversar com você aqui hojee, deixe de ser anti-social!
- Estou com um pouco de dor de cabeça - menti
- Óóó, que pena, querido. Suba que eu vou levar um remédio pra você já já.
Obdeci seu pedido, sem questionar claro ¬¬, e subi. Ao abrir a porta de meu quarto Tarkius estava encostado a parede.
- Demorou - sorriu ele
- Só subi porque estava muito chato lá embaixo ¬¬
- Sei sei... - brincou Tarkius
Sentei-me a cama, já sabendo o que Tarkius tinha em mente
- Então Demetre... Por que está comemorando seu aniversário se não quer festa? - disse ele analisando meu quarto
- Não fui eu, foi Cris ¬¬
- Ah, Cris... Seu amante, certo?
- Certo ¬¬
- Onde está seu amante agora?
- Lá embaixo
- Não está com você? Quer dizer... Cuidado desse belo corpo?
- Err...
- Pode deixar que eu cuido - disse ele chegando perto de mim
Eu sabia que não era certo deixar Tarkius me seduzir daquele jeito, mas era praticamente inevitável quere-lo em meus braços
Brevemente a porta se abriu, Cris entrou com uma bandeija aonde carregava um copo de sangue e um remédio. Deixando-a cair por ver Tarkius por cima de mim e correndo para a escada.
- Cris! - gritei
- Deixei ele - disse Tarkius apertando meus pulsos e me prendendo sob a cama, fazendo certa força o que duíva levemente
- Me largue Tarkius - me debati
- Me dê o que eu quero que eu te largo - provocou
- DISSE PRA ME LARGAR - rosnei, dando um susto no rapaz e fazendo-o se afastar da cama
Logo corri pelos corredores sem achar meu amado, como iria achá-lo em uma mansão tão grande? Haviam milhares lugares os quais ele poderia estar.
Sem pensar pedi para que os criados mandassem todos embora, inclusive Tarkius.
Uma hora depois dos convidados saírem, nem um pouco satisfeitos por sinal, encontrei Cris em um velho quarto de hóspedes. Encolhido.
- Por isso você... Tem me evitado... Não é? - soluçava meu amado
- Não é verdade, eu o conheci hoje. Ele que estava atrás de mim - tentei explicar
- Como vou saber se não é verdade?! Tudo o que você me disse foi mentira. Você não me ama! - gritou
- Mas é claro que amo - rosnei indignado
- Eu quero ser perfeito pra você, Demtre. Mas você nunca vê isso.
Brevemente a porta se abriu, Tarkius entrou no quarto com os olhos fixados em mim.
- Você é meu, Demetre.
- Não sou seu coisa nenhuma ¬¬
- Eu... Eu te amo - disse Tarkius
- Mal nos... - Cris fez um gesto pedindo-me para parar de falar e se levantou
- Não... Demetre é meu
- Quer lutar por ele? - provocou Tarkius
- Adoraria - disse sorridente Cris
- Cris não faça isso! - berrei
Logo ele envolveu meus braços com uma corda, parando somente para beijar meus lábios e sussurrando:
- Eu não vou te perder.
E saiu.
Passaram-se em torno de 40 minutos, eu estava começando a ficar preocupado com meu amado. Ele poderia estar morto... Não, não estaria... Se não Tarkius já teria vindo me buscar.
A porta se abriu bruscamente, e por um segundo eu tinha certeza que Tarkius entraria no quarto. Mas foi Cris. Acabado e com ferimentos sérios pelo corpo.
- Eu... Eu o matei - murmurou, sem forças
Rapidamente ele tirou as cordas do meu pulso e eu o deitei na cama, busquei um copo de água e panos para cobrir os ferimentos.
- Não acredito que fez isso, que besteira foi ess... - ele me interrompeu dando-me um beijo, pôs suas forças já esgotadas no beijo que me dera.
- Sei que meu beijo não é tão bom quanto o de Tarkius mas...
- Não mesmo... É muito melhor - sorri
Brevemente ele me abraçou e tirou de suas mãos uma faca. - Eu sei que não tenho muito tempo, Demetre. Você daria a honra de morrer comigo? - murmurou
- Eu adoraria - sorri amavelmente.
- Mas antes, tome - e ele me entregou uma linda rosa vermelha a qual eu não reconheci.
- Você comprou? - perguntei
- Não, eu a cultivei em um pequeno jarro. Pus água nela todos os dias secretamente. - sorriu
- Bem que eu não a reconheci - sorri beijando-o - Obrigado
- Eu te amo, Demetre
- Eu também te amo, Cris
Só me lembro de ter abraçado-o o mais forte que pude e ter descido a faca, foi assim que passamos a eternidade juntos. Até após a morte.
Esse sim, foi o melhor aniversário que já passei em minha vida.

"Nem que a morte os separe"

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