Descuido escrita por mandy_ab


Capítulo 1
O Inicio do pesadelo


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura



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- Narrado por Sakura.

Hoje foram encontrados mais dois corpos esfaqueados. Ainda não sabemos quem é o suposto assassino, muitos ousam dizer que se trata de um serial killer a solto nas ruas. Todo cuidado é pouco quando se trata de segurança, então se forem sair dêem preferência ao turno da manhã (...) – Como as pessoas têm coragem de tirar a vida do próximo? É tão... Tão injusto.  Pensei, desviando a atenção da televisão – (...) Eu sou Mizuki Sato para o Jornal de Tóquio.

- Sakura Haruno? – A recepcionista me chamou.

- Sim, sou eu. – disse sorrindo.

- Para a entrevista de emprego? – balancei a cabeça afirmando - Você deverá fazer alguns exames para se apresentar – ela disse docemente.

- Tudo bem.

...

Andava pela rua apressada por causa da densa chuva que insistia em me persegui, já passavam das dez horas da noite. Todos deveriam olhar para mim e se perguntar o que uma mulher de 21 anos fazia andando por uma rua escura, se houvesse alguma alma viva por ali poderia até fazer tal julgamento, mas no momento o local estava totalmente deserto. O que me causava mais pânico.

Mas porque diabos eu vim para cá? Tudo isso por um maldito emprego, que nem é tão valioso assim!

Um trovão me fez acordar de meus devaneios e caminhar mais rápido ainda. Maldição! Pisava nas enormes poças de água jogando lama por toda parte da minha perna. Agradeci mentalmente por está de tênis e calça.

“Sakura, preste atenção aonde se mete, não se descuide!” – a recomendação de Sai, meu atual namorado, persistia em vir átona em meio aos meus pensamentos. - “O mundo é cruel, você não tem idéia do quanto” – a lembrança de sua voz proferindo seus habituais avisos me fez tremer.

Estava tão distraída que acabei deixando cair a minha bolsa, jogando alguns itens que ali estavam, para fora. Em um breve momento pensei em continuar andando e deixar tudo para trás, mas revisei essa idéia e acabei catando as coisas e jogando na bolsa.

- O que pensa que está fazendo? – Arregalei os olhos imediatamente. – Você é maluco ou o que? - Suspirei aliviada por perceber que não era comigo aquela conversa. Tratei de acabar de pôr tudo na bolsa e correr o mais rápido possível. – Vai entregar o jogo?

- Não senhor. – eu não sabia o porquê de ainda não ter corrido, minhas pernas não respondiam ao meu comando. - Por favor...

- Você sabe o que vai acontecer com você, não é mesmo? - notei que estava perto de um beco, onde estava acontecendo essa tal confusão.

Eu não podia simplesmente passar como quem não quer nada, eles acabariam comigo se descobrissem que eu estava aqui, eu morreria. Já que aqui ninguém ousa passar, seria estranho logo nesse momento alguém atravessar.

- Por favor... Por favorimplorava – N-N-NÃ-NÃO... sentia as lágrimas escorrerem pelo meu rosto.

Em questão de minutos, podiam-se ouvir gritos e mais gritos de dor. Eu não acreditava no que acabara de presenciar, um assassinato? Eu não conseguia me mexer, meus braços e pernas estavam trêmulos. Eu ainda estava de joelhos em frente à bolsa.

Gritava em meus pensamentos para que eu saísse logo dali, mas eu não conseguia. Minha visão estava embaçada por causa das lagrimas que não paravam de cair.

- O que faz aqui? – uma voz ríspida me fez acordar.

O homem que acabou de assassinar uma pessoa, estava na minha frente com a arma que atacou a vitima, limpando calmamente o sangue que estava presente na faca com um pano.

“Foram encontrados mais dois corpos esfaqueados.” – Senti uma corrente elétrica passar por meu corpo.

- O que faz aqui? RESPONDA!  - Eu estava apavorada, fechei os olhos com força na esperança de ser um pesadelo, mas foi em vão.

“Não sabemos quem é o suposto assassino” – A voz da repórter não saia da minha cabeça e suas palavras me deixavam cada vez mais perturbada.

- E-Eu... E-Eu... Voltando p-para casa. – eu disse sem conseguir levantar.

- Vem aqui. – disse, me puxando.

Nunca imaginei que algum dia estaria de frente a um assassino em série, mas estou. Eu não o olhava, ele era desprezível, o olhar só iria me dar nojo.

Eu sabia que o mínimo que poderia me acontecer – se eu tivesse alguma sorte –, seria uma morte um pouco menos dolorosa e quem sabe rápida. Mas de qualquer forma estava preparada também para o pior.

Ele ainda me puxava, deveria estar me levando para aquele beco. NÃO!

Respirei fundo e o ataquei, foi apenas um chute em suas partes baixas e saí correndo, esquecendo bolsa, esquecendo que estava chovendo e até mesmo que ele tinha uma faca!

Senti uma mão na minha cintura e outra segurava a faca no meu pescoço.

- Acha mesmo que pode fugir de mim, assim? – Disse com uma voz rouca perto do meu ouvido, tão perto que podia sentir sua respiração contra minha pele. Fazendo-me arrepiar.

Definitivamente, era o fim.

Eu não lutei, não mais, não havia como escapar e só piorava a situação. Apenas esperei, e quando dei conta senti um pano cobrir meu rosto e logo desmaiei.

...

Lembra que eu disse que poderia ter uma morte menos dolorosa? Esqueça!

Eu estava completamente amarrada a uma cadeira, e a única luz que havia era de uma lâmpada fraca.

- Acordou senhorita? – forcei meus olhos para que eles se acostumassem àquela escuridão, mas não adiantou. – Já era hora!

- Ei. Por que me trouxe até aqui? Eu não fiz nada! P-Por favor. – As lagrimas teimavam em escorrer em meu rosto, tentava esconde-las, não queria que esse monstro me visse assim.

- Verdade. – Suspirou pesadamente sentando na cadeira na minha frente, ainda assim não conseguia ver seu rosto. – Mas sabe demais.

- Eu não sei de nada! – gritei.

- Não grita! – disse autoritário.

- Por favor... – falei abaixando a cabeça, não queria acreditar que isso estava acontecendo comigo.

Não respondeu.

Estava me habituando com o silêncio. Até que uma luz forte surgiu, ele acendeu outra lâmpada.

Me surpreendi, o tal assassino não era nada do que eu havia pensado, se eu não houvesse visto ele praticar tal ato, não acreditaria!

Sua pele tão branca quanto a minha, seu cabelo em um tom negro intenso e seus olhos profundos da mesma cor.  Seu corpo perfeito...

- Eu não irei te matar, se é isso que está pensando. – disse acendendo um cigarro que logo colocou na boca. Soltou a fumaça – Eu só não posso te deixar ir.

 - Não pode? – perguntei realmente confusa, e ao mesmo tempo aliviada.

- Não. – Soltou mais uma vez fumaça por sua boca. – Entenda, não posso me arriscar. Pelo menos, até ter acabado com todos.

- T-Todos quem? – contra minha vontade, gaguejei.

- Hunf. – fez o mesmo gesto anterior até acabar o cigarro. – Quer mesmo se enrolar mais do que está enrolada? – riu cinicamente.

- N-Não.

- Então, não pergunte nada. Eu tenho que ter certeza que não irá falar nada para ninguém do que aconteceu e quem sou eu. – respirou – Não quero ter que fazer a mesma coisa com você.

Senti um aperto no meu coração. Não havia motivo para estar ali, não havia motivo para está passando por isso. Segurei o quanto pude minhas lagrimas, até adormecer.


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Notas finais do capítulo

Bom, eu ainda estou escrevendo "Entre a guerra que criamos" e está chegando ao fim. Então resolvi postar logo minha mais nova Fanfic, "Descuido". Ela terá poucos capítulos, provavelmente três. Ou seja, já tenho boa parte dela pronta e não abandonarei nenhuma das duas. Por favor, me digam o que acharam. Se gostarem e quiserem, logo postarei o próximo capítulo.



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