Coisa de Apaixonado escrita por otaku-chan


Capítulo 1
Coisa de Apaixonado




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“Quantos mais desses papéis eu terei que assinar hoje? Ainda mais hoje...” – olhou verdadeiramente frustrado para todos aqueles documentos e planilhas. Nunca antes havia sentido isso pelo trabalho. Era uma pessoa hiperativa, que gostava de trabalhar. Era agitado, estava sempre se ocupando com muitas coisas ao mesmo tempo. O tipo clássico de pessoa ligada nos famosos 220 de tensão.

“Por hoje acho que já basta.” – mesmo com uma pilha infinita de papéis, resolveu que só teria duas condições de terminar tudo aquilo ainda naquele dia: ou terminaria aquilo no dia seguinte (em outras palavras, nunca terminaria no mesmo dia) ou então abandonaria e teria mais problemas no dia seguinte. Resolveu pesar os prós e contras e chegou a conclusão que problemas mesmo teria SE se atrasasse. Não levou nem vinte segundos para pegar seu paletó, sua pasta, fechar a sua porta e entrar no elevador.

O dia havia sido certamente cansativo, mas ele não se deixaria abater. Olhou o relógio e constatou que realmente havia excedido a hora daquela vez. Já passavam das oito da noite. O que faria então? A rua certamente já estaria com todas as lojas fechadas e ainda queria se redimir da mancada que estava cometendo. Graças aos céus que existiam os shoppings centers, que só fechavam lá pelas dez da noite, mas naquele dia em especial, provavelmente permaneceriam abertos até a meia noite.

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Banho tomado, cabelo lavado, seco, trançado. Totalmente limpo e perfumado. Era assim que o jovem se encontrava há umas duas horas andando de um lado para outro na sala, se levantando do sofá todas as vezes que ouvia barulho de freada de carro.

“Droga...”

“Acho melhor se sentar, Maxwell, vai acabar com lesão nos tendões...”

“O quê???” – se sobressaltou, não esperava ouvir Trowa dizer qualquer coisa, ou sequer o repreendendo.

“Trowa está certo, Duo, sossega. Deve ter acontecido um imprevisto. Winner só deve estar atrasado... Não sei porque tanta preocupação...”

“Eu não estou preocupado, Wufei.” – e voltou a levantar a cortina da janela. A sala onde os quatro se encontravam era bastante aconchegante. Uma casa até grande, mas simples e confortável. A lareira acesa para espantar um pouco o frio e na mesa de centro, vinhos e queijos. Até poderia ouvir Heero ronronando após uma taça e um queijo.

Se assustou quando viu a cortina ser totalmente puxada, virou seu olhar e percebeu que o japonês havia feito aquilo.

“Se quer saber quando ele vai chegar, abra a cortina e fique sentado no sofá.” – virou-se e voltou a se acomodar na poltrona, tirando risos (que eram inutilmente abafados pelas mãos) dos ex-pilotos 03 e 05.

“Definitivamente, mesmo o tempo não foi capaz de dar tato ao Heero.” – sussurrou ao pé do ouvido do moreno de olhos verdes, fazendo-o colocar as mãos sobre a coxa do piloto do Nataku, tirando um sorriso de seus lábios.

“Quatre virá, Duo, calma...”

“Será mesmo? Ele é bastante ocupado... E deve estar super estressado com as coisas das empresas Winner. Ode ser que ele esteja cansado e resolva ir pra casa...”

“Duvido. Essa é a única chance que todos temos de nos encontrar. Mesmo com o fim da guerra, a gente ainda faz essas missões de manutenção da paz. Não sobra muito tempo para a nossa diversão.”

“Dá-lhe novamente Heero!” – Wufei ergueu a taça de vinho, em homenagem às sábias palavras de seu amigo, mostrando estar levemente “alto”.

“Ele está certo, Duo. Quatre sempre fez de tudo para vir as nossas reuniões mensais. Hoje, ele não fará diferente.”

Todos trabalhavam nos Preventers, inclusive o loiro árabe, que se dividia em dois pra estar presente tanto na conservação da paz mundial, como nos negócios da família (dos quais muitas colônias dependiam para sobreviver).

E obviamente, todos sabiam o motivo do rapaz de trança estar angustiado. Parecia que ele e Quatre haviam se desentendido da última vez que se viram e “ninguém sabia porque”. Não era claro, mas eles quatro sabiam e esperavam que tudo se resolvesse logo. Sem muita esperança e bastante resignado, Duo resolveu se sentar, e sem muitas esperanças. A grande questão não era nem mesmo a briga, mas o que a motivou. E se sentiu bastante culpado.

To absorto em seus pensamentos nem percebeu quando a porta da casa se abriu, revelando um loiro com bastante neve na cabeça, com as bochechas vermelhas provavelmente do vento frio que estava lá fora. Ao perceberem que o americano nem havia notado a chegada de Quatre, se foram para a cozinha: Trowa e Wufei namorar um pouco e Heero telefonar para Relena.

“Eu sinto muito” – falou bem próximo ao seu ouvido e logo o rapaz de longos cabelos trançados olhou para trás e o viu. Flores nas mãos, caixa de chocolate e olheiras enormes.

“Me desculpe pelo atraso... Novamente... Não foi proposital...”

“Eu sei... Eu também sinto muito, mas é que a gente quase não se vê...” – olhou para o lado, enrubescendo... – “Eu sinto saudades...”

“Eu também...” – se aproximou e beijou-lhe abaixo da orelha, depois sussurrou  - “Eu não havia esquecido... Feliz aniversário.” – aquilo o fez arregalar os olhos. Não sabia que Quatre sabia de seu aniversário. Queria muito que ele soubesse, mas no dia ele havia ido para uma maldita reunião e o encontro que eles tinham foi para o buraco, o que irritou o americano e o fez brigar com o árabe. - “E feliz dia dos namorados” – completou.

Não sabia onde enfiar a cara, mas era temperamental assim mesmo e o seu loiro sabia muito bem como cuidar de suas inseguranças. Resolveu que outra hora acertaria os ponteiros com ele, e por hora, aproveitaria seus momentos raros a sós.

“Para você também” – e selou o reencontro com um beijo.

FIM


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