Ela ficou em estado de choque. Não se mexeu por dois minutos contados no relógio.

-Tia Janet? A senhora está bem? –perguntei. Estava começando a me preocupar. Olhei para o céu, e um floco de neve vinha em minha direção, caiu na minha testa. Ele estava sendo seguido por vários outros que logo mudariam a cor do quintal de verde para um lindo branco. Tia Janet se mexeu, começou a andar como um zumbi, seu rosto sem emoções. Entramos em casa e tia Janete se sentou no sofá. Me sentei ao seu lado e Alice na poltrona à sua frente. Ela começou:

-Por que ele foi transformado?

Suspirei e comecei:

-Tudo começou quando uma vampira roubou meu bracelete Cullen. O nome dela era Rhayenny. –comecei. Essa não é minha história preferida.

-Por que era?-perguntou tia Janet. Ela estava olhando para o chão.

-Eu a matei. –minha tia olhou para mim e depois abaixou a cabeça novamente. Eu continuei:

-Alguns dias depois de ter roubado meu bracelete, a vadia apareceu. Nós lutamos e depois ela disse que me amava. Mas eu falei a ela que não ia rolar nada entre nós então ela enlouqueceu e prometeu se vingar. Lembra daquele dia que a senhora chegou e o Luan e o Vitor estavam machucados? Não foi um acidente de carro, foi a Rhayenny.

-Mas eu vi o carro destruído. –minha tia disse incrédula.

-Foi o Edward. Eu pedi para ele destruir o carro.

-Prossiga. –ela disse, ainda de cabeça baixa.

-Ela foi embora, até que um dia voltou. Desta vez ela foi na casa da Joanne, e tentou matá-la. Mas eu fui lá, nós lutamos mais uma vez e ela conseguiu fugir. No dia da minha festa de noivado ela seqüestrou a filha de Renesmee e o Luan. Desta vez ela torturou o Luan e eu a matei. Ele estava morrendo, então Rosalie o transformou. –tia Janet olhou para mim e perguntou:

-Eu posso vê-lo?

-Agora não. Ele acordou hoje e não tem auto-controle ainda. Ele poderia matar a senhora. –ela continuava olhando para mim. Agora eu vi quanto amor ela tinha por meus dois primos. Eu a abracei e ela me perguntou:

-Ele vai voltar para cá quando tiver auto-controle não é?-sua voz estava abafada contra a pele do meu pescoço. Eu preferia morrer a ter que responder isso.

-Sim, claro que vem. –Alice me olhou de um jeito e tia Janet sorriu. Tentei dar um sorriso e falei:

-Vou ver a Joanne.

-Ok, vá. –ela sorriu novamente e eu subi a escada para os quartos. Passei pelo quarto do Vitor e vi-o se beijando com Prixie. Eles não fazem outra coisa? Cheguei no quarto de Joanne e abri a porta:

-Oi. –sorri de orelha a orelha. –Tudo bem?

-Meu amor!-ela correu e me abraçou-Estou bem, e vo... –Joanne não terminou a frase, e de repente senti o cheiro inconfundível de sangue humano.  Senti algo molhado na minha mão em suas costas. Joanne me olhava estranhamente, então levantei a mão que estava em suas costas: estava cheia de sangue.

-JOANNE! –gritei, e Alice apareceu no quarto em um segundo. Ela foi até as costas de Joanne e tirou uma faca peixeira de lá e jogou no chão. Coloquei Joanne na cama. Entrei em pânico, Joanne estava com lágrimas nos olhos. Olhei para a janela do quarto (que estava aberta) e vi um vulto correndo.

-Alice, leve-a pro Carlisle, não posso deixar o vampiro fugir. –ela assentiu, pegou Joanne nos braços e disparou escada abaixo. Logo escuto os pneus do meu carro cantando. Pulei pela janela e corri pela calçada cheia de neve em direção ao vampiro. Fui chegando mais perto e logo reconheci aqueles cabelos negros e cacheados:

Rafa voltou.

-Volte aqui sua vadia!-disse eu e a segurei com meu poder. Comecei a puxá-la até mim, mas ela ainda mexia as pernas tentando correr, não a seguraria por muito tempo. Ela estava quase em minhas mãos, mas quando encostei nela recebi um chute no rosto. Perdi o controle do meu poder e a soltei. Rafa disparou floresta adentro e eu a segui.