Maldição de Azkaban!

Olhei novamente para onde eu estava, era escuro, só recebendo luz da lua – que parecia zombar de mim, por ter a liberdade que eu tanto queria e não poderia ter.  Ser presa em Azkaban foi a pior coisa que aconteceu na minha vida, mas todas as ações tinham uma consequência e eu estava presa por ter torturado os Longbottom até a inconsciência. Quanto mais pensava naquele casal mais dava vontade de tê-los matado não torturado.

Estar presa aqui não chegava nem perto de não saber onde Milorde estava nesse momento e se estava precisando da minha ajuda, algo dentro de mim dizia que ele estava vivo e que me tiraria daqui, para eu poder voltar a ser uma Comensal da Morte.

Um zumbido seguido de um frio na espinha me fez olhar para a entrada da “cela”, onde estava um maldito dementador, sugador de almas.

- O que quer aqui seu inútil? – perguntei com a minha voz estridente e meio falhada, pois fazia muito tempo que eu não falava e só falava pra provocar os dementadores, o resto do meu tempo era gasto com um plano de fuga.

Eu diria que Azkaban era uma prisão muito segura, até o dia em que meu odioso primo traidor fugiu – como ainda era um mistério que eu tentava solucionar.

O dementador rugiu de volta, era o meio deles de se interagir com os prisioneiros, mesmo não entendo nada do que ele dizia, podia supor que ele estava me provocando ou algo relacionado, esse foi um dos momentos da minha vida que eu queria ter uma varinha, mas a minha foi quebrada assim que entrei aqui.

Não demorou muito pra eu voltar a ficar sozinha na minha cela, apesar de ficar em uma ilha, num lugar desconhecido do mundo, em Azkaban parecia nunca haver dia, pois tudo era sempre escuro e devia ser pelo fato de ter dementadores como guardas, o que impedia qualquer bruxo em sã consciência de fugir. Era por isso que éramos colocados em Azkaban, para ficarmos loucos e nos entregarmos para um beijo letal de um deles.

Passei a mão no meu cabelo furiosa, como não tinha luz do sol, eu não poderia deduzir quanto tempo eu tinha sido presa, mas deduzia que fazia muito tempo, até décadas se fosse possível. Uma pessoa em sã consciência teria enlouquecido, mas pessoas sãs não eram colocadas aqui.

A única coisa que me impediu de enlouquecer foi o desejo de encontrar com o meu Milorde e vingar qualquer um que achasse que ele estava morto, eu mataria todos... Era exatamente a minha mente de assassina que me fazia ficar protegida contra os encantos daqui.

Eu já tinha perdido a conta de quantas pessoas eu tinha matado, mas sabia que nem devia me importar com isso, pois eram apenas vidas insignificantes de sangues ruins.

Só tinha uma coisa pior do que sangues ruins e eram os traidores, que fingiam ser uma coisa, mas na realidade eram totalmente diferentes...

Severo Snape, eu não tinha duvidas de que aquele ser odioso era um traidor, apesar de tudo o que eu disse para Milorde, ele não pareceu acreditar em minhas desconfianças de que Snape estaria ajudando a Ordem da Fênix, ou qualquer que seja o nome do grupo de idiotas que pensaram que eram justiceiros e foram quase todos exterminados... É isso que acontece quando alguém se vira contra as ordens de meu senhor.

Igor Karkaroff era o nome de outro traidor que só para se ver livre de ser preso em Azkaban falou nomes de pessoas que faziam parte dos Comensais, ele mereceria uma morte bem dolorosa por isso e eu mesma estava disposta para fazê-la.

Família Malfoy apesar de serem meus parentes, viraram as costas para Milorde quando ele perdeu todo o poder, se isso não tivesse acontecido meu senhor já estaria de volta ao poder e já teria me tirado de Azkaban. Quando eu saísse daqui, teria de fazer algo para limpar o nome da minha família que não era muito limpo, por causa dos Malfoy e de algum Black que insistem em estar do lado errado da batalha, eu faria qualquer coisa para fazer Milorde me perdoar pelo erro da minha família.

Apesar de ser eu casada com o Rodolphus Lestrange, meu único e verdadeiro amor era servir e ser fiel a Milorde, eu faria qualquer coisa que ele mandasse sem pensar em mim primeiro.

Olhei para a minha marca negra tatuada no meu antebraço esquerdo, ali junto a marca estava à prova de que eu era uma Comensal e isso era o maior titulo que eu poderia querer para a minha vida de assassina.

Senti uma forte queimação na minha marca e aquilo de uns tempos pra cá estavam se tornando mais frequentes, eu sabia que isso significava que enfim Milorde estava de volta, lambi a minha marca e soltei uma risada aguda e fantasmagórica.

Seria extremamente divertido voltar à vida de matança, vendo o ultimo olhar de cada pessoa assim que entendia que ia morrer.

Olhei novamente para a luz da lua, novamente fiquei com raiva, mas dessa vez era direcionada a um maldito velho, Dumbledore.

Alvo Dumbledore que se considerava um bruxo muito melhor do que Milorde era um velho caduco e desprezível, que não deveria perecer por mais alguns anos na terra.

Eu sabia que o ódio que eu sinto pelo Dumbledore é compartilhado por meu senhor, que em qualquer oportunidade não perderia a chance de destruir completamente aquele velhote e dominar Hogwarts.

Antes de sumir, os planos de Milorde eram invadir a escola, ele dizia que deveriam começar com os jovens, fazendo-os ver que o melhor caminho a seguir era o nosso e eu estava totalmente de acordo com esse plano, agora mais do que nunca, quando eu saísse dessa prisão, iria ajudar a acabar com Hogwarts.

O tempo se fechou, formando nuvens negras de trevas, fazendo a lua ser totalmente engolida pelas trevas, sorri, minha marca negra começou a queimar novamente e eu sabia o que aquilo significava, Milorde estava de volta.

Uma explosão causada por um raio destruiu a entrada da onde eu estava presa, deixando-me livre.

Olhei para o alto e soltei mais uma gargalhada

- Vingança!

Belatriz poderia não saber, mas aquela liberdade custaria o preço de uma vida... Sua vida.