Hanging By a Moment escrita por Fernaanda


Capítulo 9
Aftermath


Notas iniciais do capítulo

Cansei de química e decidi escrever logo o resto desse capítulo. Mas agora a minha inspiração acabou e eu não faço idéia do que vou fazer no próximo. Aviso: se você tiver vontade de me matar no meio do capitulo, apenas espere mais um pouco. Se você tiver vontade de me matar depois de ler todo o capitulo... Bom, paciência.



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  Já eram quase dez horas da manhã quando Rachel abriu os olhos. Ela deu de cara com uma imensa claridade vinda da sua janela. Sua cabeça ainda doía, um pouco menos do que na noite anterior, mas suficiente para fazer ela não querer levantar daquela cama nunca mais. Ela sentou na cama, esfregando os olhos e tentando ignorar os raios de sol. A garota viu então um copo de água ao lado da sua cama, e um comprimido branco ali do lado. Seus pais deveriam ter deixado aquilo ali para que ela tomasse assim que acordasse.

  Seus pais... Eles deveriam saber que ela tinha bebido na noite passada e tinha voltado bêbada para casa. E o pior de tudo era que ela tinha prometido que não ia beber nada alcoólico, ficaria apenas na água e no refrigerante. Ela imaginava que eles deveriam estar desapontados com ela.

  A diva se espreguiçou, tentando não pensar no que ia acontecer mais tarde, e pegou o copo, tomando o comprimido e toda a água. Ela sentiu sua cabeça melhorando um pouco depois de alguns minutos e resolveu tomar banho. Ela pegou uma roupa qualquer dentro do guarda-roupa e andou em direção ao banheiro.

  Depois do banho, ela vestiu sua roupa e sentou na cama, pensando se era melhor descer logo ou continuar ali e fingir que ainda estava dormindo. O seu estomago roncando foi o que fez ela decidir entre as duas opções, então a morena levantou da cama e respirou fundo, antes de abrir a porta do quarto e sair. Ela deu uma olhada para o quarto dos pais, que estava com a porta aberta, e desceu as escadas, observando que a casa estava silenciosa.

  Ela parou no pé da escada, esperando que um dos seus pais aparecesse ali a qualquer minuto, mas depois de alguns segundos ela decidiu parar com aquela besteira e foi andando até a sala de jantar, onde seus dois pais já estavam sentados. Leroy estava com uma xícara de café na mão, enquanto Hiram tinha um pequeno sorriso no rosto, perdido em pensamentos.

- Bom dia, estrela – Leroy falou ao notar a filha na porta e seu marido virou o rosto para encarar a menina.

- Bom dia, pai. Papai – a garota respondeu andando em direção a mesa e se sentando em uma cadeira ali, cruzando as pernas e olhando diretamente para Leroy, que começou a falar em seguida.

- Já está se sentindo melhor? – era obvia a preocupação do homem pelo seu tom de voz.

- Minha cabeça ainda está doendo um pouco, mas o remédio ajudou bastante – ela respondeu olhando agora para as mãos que estavam entrelaçadas em cima da mesa.

- Que bom que você teve alguém para cuidar de você enquanto nós estávamos dormindo – o outro homem falou, ainda sorrindo.

  Rachel fez uma cara confusa. Ela não se lembrava muito bem do que havia acontecido na noite anterior. Claro que ela sabia que tinha bebido bastante e se lembrava vagamente de ter cantado no karaokê, mas fora isso a noite toda era um borrão. Ela se lembrou então de ter conversado com Finn e que ele havia tirado a bebida da sua mão, dizendo que ela não deveria mais beber naquela noite.

  A morena deu um pequeno sorriso. Então seu namorado tinha percebido que ela não estava se sentindo bem e tinha levado ela para casa? E o melhor de tudo, ele tinha tomado conta dela enquanto seus pais dormiam? Ela não podia estar mais feliz com a atitude do rapaz. A garota sentia que os dois tinham se distanciado nas ultimas semanas e era bom saber que ele ainda se importava tanto com ela a ponto de checar se ela estava bem.

  Os dois outros Berry deram um sorrisinho conspiratório. Eles imaginavam que sua filha estava se lembrando de como Quinn havia cuidado dela na noite passada. Sendo pais eles só queriam o melhor para a sua filha, e os dois sabiam que o relacionamento dela com Finn não era a melhor coisa para a garota no momento. Não que eles quisessem que a filha terminasse com o namorado e já pulasse em um relacionamento com a loira, mas já seria interessante se as duas se tornassem grandes amigas. E quem sabe depois as duas não pudessem começar um relacionamento mais sério. Os dois obviamente não seriam contra.

- É, foi meio uma surpresa para mim – Rachel comentou ainda sorrindo – Mas o que eu posso dizer? As pessoas podem acabar te surpreendendo. E eu devo dizer que eu fiquei surpreendida da melhor forma.

- Bom querida, apenas se assegure de agradecer – Hiram falou segurando na sua mão, antes de se levantar e andar em direção as escadas, deixando os outros dois sozinhos.

- Eu sei o que você vai dizer, pai. É verdade, eu não deveria ter bebido tanto e eu tive sorte de ter alguém para me trazer para casa. Mas é meio difícil de ficar sem beber quando todo mundo na festa está fazendo o contrario. Mas aquilo foi só uma vez, pode ter certeza de que não vai acontecer de novo – ela falou tudo sem parar nem por um segundo para respirar.

- Eu sei que isso não vai acontecer, eu acredito em você – ele falou com uma voz calma, tentando tranqüilizar a garota de que tudo ficaria bem – Eu só quero que você tome mais cuidado da próxima vez.

- Pode deixar, pai. Eu vou tomar – ela disse com um sorriso que sumiu ao sentir sua dor de cabeça voltando. O gesto não passou despercebido pelo pai da diva.

- Venha comigo, eu vou fazer o seu café da manhã e vou te ensinar a melhor cura para ressaca.

  Os dois trocaram um sorriso e se levantaram, andando em direção a cozinha, mal sabendo da confusão que tinha acontecido ali.

***

  Os dois Berry mais velhos passaram o domingo inteiro cuidando da filha, fazendo de tudo para que ela se sentisse bem e tentando deixar ela mais forte para agüentar ir para o colégio no dia seguinte. Quando a garota foi dormir ela estava se sentindo muito melhor do que na noite anterior e foi um alivio não sentir mais sua cabeça parecendo que ia explodir a qualquer momento. Ela dormiu bem e acordou muito disposta para uma segunda feira normal.

  A morena levantou cedo, fez os seus exercícios, tomou banho e se arrumou. Depois de tomar café e assegurar seus pais de que ela estava se sentindo muito bem, a garota entrou no seu carro e dirigiu até o colégio, estacionando ao lado do carro de Finn. Ela ficou feliz ao ver que o namorado já estava no colégio e mal podia esperar para falar com ele e agradecer pelo que ele havia feito por ela. Ou pelo que ela achava que ele havia feito.

  Assim que abriu as portas ela viu logo alguns jogadores do time de futebol reunidos, e Puck e Finn estavam entre eles. Os garotos se cumprimentaram e deixaram os dois amigos sozinhos. Puck deu um tapinha nas costas do garoto e murmurou alguma coisa, antes de sair andando em direção ao seu armário que ficava um pouco mais para frente. Rachel viu aquilo como uma oportunidade de ir falar com o quarterback, que estava de costas para ela, pegando alguns livros. Ela chegou sorrateiramente, encostando-se ao armário ao lado dele e sorrindo quando seus olhos se encontraram.

- Oh, oi Rachel – Finn disse de forma estranha, olhando para os lados e depois para ela. Ele se inclinou e deu um selinho nela, fazendo a menina corar de leve.

- Oi Finn. Eu só queria te agradecer pelo que você fez ontem – ela disse alisando o seu braço, sem notar que o garoto olhava para ela com uma cara confusa.

- Rachel, eu não sei do que você está falando.

- Você sabe sim, Finn. Você cuidou de mim no sábado de noite, depois da festa.

- Hãn? – ele falou bobamente, já que só se lembrava de ter acordado no quarto de Puck no domingo de manhã, ao lado de uma líder de torcida vestindo quase nada.

- Você não precisa ser modesto, Finn – ela falou piscando para ele e depois fazendo uma cara de preocupada ao ver a expressão que ele tinha no rosto – Você me levou para casa, certo?

- Hm? Ah, claro que sim, Rachel – o garoto deu um largo sorriso e ergueu a cabeça, estufando o peito – Você estava bêbada demais e eu te levei para casa. Ainda mais quando todo mundo começou a rir de você – ele falou se lembrando de que Puck havia lhe dito que a sua namorada tinha feito uma apresentação especial no karaokê que arrancou risadas e suspiros de todo mundo.

- O… O que? – ela perguntou quase gritando e atraindo a atenção das pessoas que passavam ali perto – Quem estava rindo de mim?

- Você sabe… Os jogadores do time, a Santana – ele disse olhando em volta e vendo uma garota loira, vestindo uma calça jeans justa e camisa pólo listrada, vermelha e azul escuro. Ela estava guardando suas coisas em seu armário e logo depois acenou para Sam que estava passando pelo corredor – A Quinn.

- Espera, a Quinn estava rindo de mim? – ela perguntou e recebeu um aceno de cabeça do seu namorado indicando que sim.

  Rachel não podia acreditar. De todo mundo, a única pessoa que ela esperava que não fosse rir dela era Quinn. As duas não eram melhores amigas, a morena nem sabia se as duas podiam ser consideradas amigas, mas ela achava que a outra tinha um respeito por ela, assim como Rachel tem pela loira. Ainda mais depois da conversa que as duas tiveram no seu quarto, fazendo confissões durante o trabalho de química. Mas aquela era Quinn Fabray, que tinha se tornado popular rapidamente, mesmo estando no glee club, e que era amiga de Santana. Era incrível como a latina sempre arranjava um jeito de estragar a sua vida.

  Pelo menos a morena ainda tinha Finn do seu lado. Um namorado honesto, carinhoso e que agora tinha se mostrando ser sensível. Claro que ela não se lembrava do que havia realmente acontecido na noite de sábado, porque se ela soubesse as coisas seriam bem diferentes.

- Meu primeiro horário é vago e os garotos do time de futebol querem treinar uma jogada nova. Eu tenho que ir para o campo – ele lhe deu um sorriso, quase que pedindo desculpas, e fechou o armário. O garoto deu um abraço nela e depois deu um selinho demorado, antes de andar na direção oposta a que a morena iria seguir.

- Tchau Finn.

  Ela ficou olhando o garoto até não conseguir mais vê-lo. Dando um suspiro ela se virou, planejando ir para a sua primeira aula do dia que seria física, quando seu corpo colidiu com o de outra pessoa, fazendo as duas caírem no chão e alguns papeis se espalharem pelo mesmo. Rachel se sentou, pedindo desculpas antes de ver quem estava na sua frente.

- Quinn – ela disse friamente, enquanto a outra juntava os papeis.

- Oi Rachel – a loira falou sorrindo depois de juntar tudo e colocar dentro da sua pasta. Ela se levantou e ofereceu sua mão para Rachel, que recusou e se levantou sozinha – Como está se sentindo hoje?

- Muito melhor, Quinn. Uma pena que você não vai ter um outro espetáculo para rir – a garota falou ironicamente, fingindo limpar alguma coisa na sua saia.

- Isso deveria fazer sentido?

- Vai dar uma de desentendida agora? O Finn me contou tudo que aconteceu no sábado. Eu esperava mais de você, mas acho o meu grande problema é confiar demais nas pessoas.

- Isso é algum tipo de brincadeira? – a loira perguntou ainda confusa com tudo aquilo. Ela abraçou a pasta contra o seu corpo e olhou para a morena que se recusava a encará-la – Depois de tudo o que eu fiz...

- Eu realmente não quero te ouvir agora, Fabray – Rachel disse olhando para ela, com uma cara de raiva e de quem não agüentava mais estar ali – Então se você me da licença eu gostaria de ir para a minha próxima aula.

  Com isso a morena saiu marchando pelo corredor, dando apenas uma olhada para trás para ver a cara confusa de Quinn, antes de desaparecer. A loira estava completamente perdida ali. Ela achava que depois de ter levado a morena para casa e tomado conta dela, as duas se tornariam amigas. Mas parece que ela estava mesmo errada.

You change your mind
Like a girl changes clothes
Yeah, you PMS like a bitch
I would know

  Quinn tem um gosto musical muito variado. Ela é uma grande fã das bandas antigas de rock, e também gosta de algumas músicas alternativas, além de ouvir um pouco de pop. Mas depois da cena que tinha acabado de acontecer naquele corredor, ela meio que se lembrou de uma música que sua irmã costumava cantar sempre que achava que estava sozinha em casa. Ela começou então a cantar, baixo, mas depois de notar que o corredor estava vazio a garota começou a cantar um pouco mais alto.

And you over think
Always speak cryptically
I should know
That you're no good for me

  Ela começou a mexer a cabeça no ritmo da música, que por sinal ela ouvia em sua cabeça, enquanto cantava. Ela andou pelo corredor em direção a biblioteca, iria ler alguma coisa lá para passar o tempo porque seu primeiro horário era vago, o que ela só tinha lembrado depois de chegar ao colégio. A garota teve vontade de voltar para casa e dormir novamente, mas daria muito trabalho. Quinn finalmente chegou ao refrão da música, quando já estava perto do seu destino final.

Cause you're hot then you're cold
You're yes then you're no
You're in and you're out
You're up and you're down

- Você perdeu a cabeça completamente?

  A loira ouviu uma voz atrás dela e a garota quase deu um grito tamanho o susto que levou. Ela levou uma mão ao peito, sentindo seu coração quase pulando pra fora e girou seu corpo para encontrar uma Santana Lopez fazendo uma cara estranha para ela.

- Eu só estava... – a adolescente procurou alguma palavra para expressar o que ela estava fazendo, mas não achou nada.

- Eu não quero nem saber porque você estava cantando e dançando Katy Perry nos corredores – a latina comentou rolando os olhos e puxando a loira pelo braço em direção a biblioteca.

  As duas entraram lá e o lugar estava deserto, apenas uma pessoa podia ser vista e era a velha Sra. Durbin, a bibliotecária. Ela sorriu para as meninas, contente em ver jovens ali, antes de voltar a ler algum livro. Elas foram andando, ou melhor, Santana foi puxando Quinn para uma mesa dentro de um cubículo. A biblioteca tinha alguns daqueles para quando os estudantes queriam estudar em um lugar mais reservado, para que coisas bobas não tomassem a atenção deles. As duas sentaram-se à mesa e a loira olhou confusa para a outra garota.

- Eu estava mesmo vindo para cá, mas porque você está aqui? – ela perguntou tirando seu IPOD de dentro da bolsa, e pegando os fones, mas sem colocá-los nos seus ouvidos – Até onde eu sei você não é a maior fã de livros.

- Existem outras coisas para se fazer em uma biblioteca, sabia? – a latina respondeu arqueando uma sobrancelha de forma provocativa.

- Ew, as imagens que vieram na minha cabeça são perturbadoras – a loira tampou os olhos e se debruçou na mesa de forma dramática – Eu acho que eu estou cega.

- Por mais que eu queria falar sobre as minhas atividades extra-curriculares – ela viu a outra balançando a cabeça, com uma cara de nojo – Eu preciso falar com você sobre outra coisa.

- Isso parece ser coisa séria – a garota cruzou os braços e encostou-se à cadeira, olhando séria para a outra – Você quer ter mesmo essa conversa aqui?

- Eu acho melhor a gente falar sobre isso logo... antes que eu fique com medo e não fale nada.

- Oh meu Deus, Santana. Você está grávida, quem é o pai? – a loira falou de brincadeira, recebendo um tapa forte no braço e uma risada da latina.

- Muito bem, Q. Muito engraçado – a latina ficou séria de repente, se ajeitando na cadeira e entrelaçando os dedos das mãos. Ela evitava encarar a outra garota, o que indicava que havia alguma coisa errada.

- Sério agora. O que foi que aconteceu?

  A latina olhou para baixo e respirou fundo. Ela precisa falar sobre aquilo com alguém, e não era possível conversar sobre aquele assunto com Brittany, muito menos com Puck ou alguma garota das lideres de torcida. Quinn parecia ser a pessoa certa para ter uma conversa daquelas. E a capitã das lideres de torcida meio que já confiava na garota nova.

- Aquilo que você me disse na festa – a latina falou se referindo a conversa que as duas tiveram sobre Brittany e Artie, e sobre a morena ter sentimentos de mais do que amizade pela loira – Eu tenho pensado sobre o que você me falou.

- E...? – a loira se inclinou para frente, na expectativa para ouvir o que a outra iria falar.

- E eu acho que você estava certa. Eu não consegui tirar as suas palavras da minha cabeça nesse fim de semana. E cada vez que eu pensava nisso, mais certeza eu tinha de que eu a... De que eu gosto gosto da Brittany.

- Isso é muito bom, S – a loira comentou e depois viu os olhos da outra garota se encherem de lágrimas – Ei, porque você está assim?

- Você não entende o que isso significa, Q? A garota mais popular do colégio é gay. Eu sou a garota mais popular do colégio.

- Você não precisa colocar um rotulo ainda, Santana. Além disso, você já dormiu com outras garotas, não?

- Mas eu nunca me senti assim com elas.

- Quem liga? Você é a garota mais popular do colégio – a loira colocou a sua mão em cima da mão da outra, dando um largo sorriso para ela – Ninguém coloca ordem nesse lugar como você.

  As duas trocaram um sorriso e passaram o resto da aula vaga conversando, e dividindo os fones de ouvido IPOD de Quinn. A latina reclamava muitas vezes de algumas músicas que estavam ali, mas as duas estavam se divertindo. Quando o sinal tocou as garotas saíram de dentro do cubículo e da biblioteca. Santana parou na frente da loira e lhe deu um abraço.

- Eu não sou muito de falar isso, mas obrigada.

- De nada, S – a loira alisou as costas da outra antes de se separar dela – Eu posso gravar esse momento?

- Ugh, você e as suas piadas idiotas.

  Santana lhe deu um sorriso sincero e beijou o seu rosto demoradamente, saindo em seguida em direção a sua próxima aula. Quinn ficou parada no mesmo lugar, com um largo sorriso no rosto, feliz consigo mesma por ter ajudado a outra garota. O que ela não sabia era que uma certa diva tinha visto tudo, e do ângulo em que ela viu aquele beijo no rosto e aquele sorriso pareciam significar uma outra coisa.

***

  A diva passou a semana inteira evitando falar com Quinn. Quando a loira se aproximava a outra dava logo uma desculpa e ia para longe. Lá para quinta-feira, a loira havia desistido de falar com a morena e tinha se chateado. Agora quem não queria conversar era Quinn e era ela quem havia evitado Rachel naquela manhã.

  Quando a cantora chegou em casa ela foi direto para o seu quarto. Tomou um banho, vestiu outra roupa, fez as suas atividades e desceu as escadas, pronta para jantar com os pais. Finn tinha acabado de ligar para ela dizendo que não estava se sentindo bem e que ela não ficasse preocupada se não visse ele no colégio no dia seguinte. Ela se ofereceu para ir à casa dele, visitá-lo, mas o garoto disse que não, preocupado com a saúde da namorada.

  A menina chegou à sala de jantar e já sentiu o cheiro gostoso da comida do seu pai. Hiram era um ótimo cozinheiro, e Leroy e Rachel eram muito gratos por isso, já que os dois não sabiam fazer muita coisa além de cookies e macarrão instantâneo.

- Boa noite, querida – Leroy já estava sentado à mesa, esperando o marido trazer o jantar.

- Boa noite, pai.

  Hiram finalmente saiu da cozinha trazendo o jantar e todos os três apreciaram a habilidade culinária de Hiram. Eles conversaram sobre coisas neutras como escola e trabalho, falaram sobre seus dias e planejaram uma maratona de musicais para o próximo fim de semana. Leroy não estava muito animado com aquilo, mas eram 2 contra 1. O homem decidiu então mudar de assunto.

- Você não nos contou como foram os agradecimentos – ele falou tomando um gole da sua água.

- Bom, foi tudo normal. Eu falei com o Finn e agradeci ao que ele fez – ela disse olhando para a sua comida enquanto os outros dois homens se olhavam confusos.

- Querida, seu pai está falando sobre a noite de sábado.

- Eu também, papai – agora era a morena que estava confusa.

- Estrela – Leroy disse chamando a atenção da garota – Do que você se lembra daquela noite?

- Eu me lembro de ter bebido bastante – ela recebeu um olhar reprovador dos dois homens – E me lembro de que o Finn pediu para eu parar de beber. E então ele me trouxe para casa, certo?

- Querida, não foi bem isso o que aconteceu – Hiram falou balançando a cabeça e mordendo o lábio inferior em seguida.

- Não? – a diva perguntou largando os talheres no prato e olhando para os dois homens. Ela não entendia o que mais poderia ter acontecido naquela noite.

- Alguém te trouxe para casa, mas não foi o Finn – ele falou olhando para o marido, que assentiu, e depois para a filha que estava mais confusa do que nunca.

- Então quem foi?

- Quinn Fabray – os dois falaram ao mesmo tempo, vendo sua filha arregalar os olhos e abrir a boca, visivelmente chocada com a nova informação.

***

  Rachel Berry tinha uma missão. Encontrar Quinn Fabray. Mas aquela era uma missão quase impossível, já que naquela manhã de sexta feita, a garota estava evitando a morena como se ela fosse uma praga. A diva só via a outra quando a garota passava quase que correndo pelos corredores, fazendo com que a morena só visse o seu cabelo loiro passando em alta velocidade em direção a alguma sala.

  A morena tinha passado a noite toda tentando se lembrar dos eventos daquela noite. Ela até procurou na internet formas de como se lembrar de coisas que aconteceram enquanto você está bêbada. Ela tentou até mesmo se hipnotizar, até Leroy dizer para ela que aquilo era ridículo e inútil. Mas a garota acabou se lembrando de tudo, enquanto o sono não vinha. Os sapatos, o abraço, o violão... Quem dera que ela tivesse se lembrado de tudo aquilo no domingo. E maldito Finn que havia mentido para ela. A sorte do garoto era que ele estava doente, senão a morena ia acabar com ele por não lhe contar a verdade.

  Vendo um garoto loiro com a jaqueta vermelha do time de futebol do colégio fez Rachel ter uma ótima idéia. Ela caminhou até onde ele estava, parado na frente do seu armário. A garota deu dois tapinhas no ombro dele e o loiro se virou, ficando ligeiramente surpreso com a presença dela ali.

- Olá Rachel – ele falou balançando os cabelos e olhando em volta. O que a garota queria com ele?

- Como vai, Sam? – ela perguntou com um sorriso amigável, tentando ganhar a confiança do quarterback reserva.

- Uhm, bem. E você?

- Vamos parar com a conversa fiada e ir direto ao ponto – o garoto se arrepiou rapidamente, provavelmente com medo do que a outra poderia fazer a ele – Eu preciso da sua ajuda.

- Se isso for sobre algum projeto do glee club...

- Não é nada disso – ela interrompeu fechando o armário dele com força e fazendo o garoto tomar um susto – Eu tenho que falar com a Quinn, e você vai me ajudar com isso.

- Er, você quer o número dela?

- Eu quero que você diga que vai ter um treino extra e que não vai poder dar carona para ela – a diva disse mostrando que aquilo não era um pedido, mas sim uma ordem que tinha de ser cumprida pelo garoto.

- Mas eu sou a carona dela.

- Eu vou ser a carona dela – Rachel disse com um sorriso vitorioso no rosto, se dando tapinhas imaginários nas costas – Mas eu preciso do endereço da casa dela.

- Tudo bem, a Quinn não é muito boa com endereços mesmo – o garoto deu uma risada baixa, lembrando de quantas vezes a loira havia ligado para ele porque estava perdida. Ele pegou uma folha de caderno e começou a anotar o endereço, mas antes de entregar o papel ele fez uma cara confusa – Você não vai fazer nada de ruim com ela, certo?

- Não Sam, claro que não. Eu só quero conversar com ela – a garota tomou o papel da mão dele antes que alguma coisa pudesse ser feita – Muito obrigada.

  Ela deu um largo sorriso e saiu andando em direção ao auditório, deixando um Sam Evans suspeitando de que alguma coisa estava acontecendo. Ele balançou a cabeça, não querendo mais nenhuma confusão com Quinn. A loira tinha perdoado ele pelo beijo no jogo da garrafa depois que ele disse que estava bêbado e confuso. Ele ainda sentia alguma coisa pela garota, mas pelo bem da amizade deles, ele iria guardar isso para si mesmo e focar em alguma outra coisa. Talvez em uma nova paixão, ele só não fazia idéia de quem.

***

  Rachel tinha se distraído enquanto estava no auditório. Musica era a sua paixão e quando cantava a garota acabava se perdendo no seu próprio mundo. Ela olhou para o seu celular e deu um pulo ao ver as horas. Quinn já deveria ter saído do colégio e sem a carona de Sam, ela poderia até mesmo pedir carona para outra pessoa. Um dos seus amigos como Mike, Santana ou até mesmo Puck. A morena juntou as suas coisas, guardou tudo na bolsa e saiu correndo dali.

  Ela andou pelos corredores apressada, olhando para os lados para ver se conseguia enxergar a outra garota. Sem sucesso. A diva chegou logo ao lado do seu carro e destrancou a porta, jogando suas coisas no banco de trás. Ela olhou para a pista esquerda e bufou ao perceber que não via ninguém. Mas alguma coisa mandou ela olhar para o outro lado e seus lábios formaram um sorriso ao ver uma garota vestindo uma jaqueta xadrez, azul com preto, e uma calça jeans andando. Aquela era Quinn Fabray.

  A morena deu partida novamente no carro e foi devagar, tentando alcançá-la. A outra já estava quase no final do quarteirão quando Rachel buzinou, fazendo a menina parar e olhar para trás, rolando os olhos ao ver quem era.

- O que você está fazendo, Quinn? – a morena perguntou depois de abaixar as janelas, arqueando uma sobrancelha.

- Estou indo para casa – a loira respondeu cruzando os braços e fazendo uma cara de raiva.

- Você sabe que a sua casa fica para o outro lado, certo? – a morena perguntou e sorriu ao ver a outra garota abrir a boca, mas nenhum som sair de lá. Depois de alguns segundos a loira retomou a atitude de HBIC.

- Claro que sei – ela respondeu com toda a confiança que tinha.

- Se eu for embora agora você vai dar a volta e começar a andar para o outro lado, não é?

- Provavelmente – a loira respondeu olhando para os pés, com uma cara mais relaxada.

  Rachel não podia negar que Quinn ficava adorável daquele jeito. Claramente embaraçada, mas sem querer ser contrariada. Lembrava um pouco a diva durante o glee club. A motorista abriu a porta do carona, assustando um pouco a outra garota que olhou para ela com uma cara de quem não estava entendendo o que estava acontecendo.

- O que você está fazendo? – a loira perguntou olhando desconfiada.

- Eu vou te levar para casa.


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Notas finais do capítulo

Sim, eu tinha que fazer isso com vocês. Finn tinha que ser um idiota e a Rachel tinha que descobrir quem o namorado dela é.

A música que a Quinn canta é Hot ‘n’ Cold da Katy Perry. Idéias para a música do capitulo faltaram então foi essa mesmo.

Pra quem não notou a Rachel falou a mesma coisa que a Quinn falou no final do capitulo 7, Eu vou te levar para casa. Sinal de que a Rachel lembrou mesmo.

Beijos e espero que ninguém mais queira me matar. Vocês nem podem querer me matar porque eu fui legal e postei o capitulo mais cedo.



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