Ocupado. Essa era a palavra que me acompanha havia vários e vários dias. Compromissos e mais compromissos me deixavam atolado, sem tempo algum pra respirar, exceto naqueles momentos em que eu dormia. Ou pouco dormia. 

Lembro que cheguei em casa bem tarde, quase onze horas da noite. Tudo o que eu mais queria naquele momento era tomar um banho, comer alguma coisa e me atirar no colchão macio que me seduzia intensamente sempre que eu chegava em casa. Mas dessa vez foi diferente. Primeiramente tomei um banho bem quente pra relaxar. Depois de quase uma hora, peguei o roupão e vesti assim mesmo. Eu estava na minha casa, não tinha problema algum em ficar nu, certo? Então fui a cozinha, preparei um pouco de curry instantâneo, já que eu não sou tão bom de cozinha, mas quem liga? Em seguida fui ao quarto, mas fiquei parado na porta, pensando no que fazer antes de dormir. Ler um livro ou ver tv? Desisti de tudo, então fui atrás do meu notebook, ligando o mesmo já preparado pra conversar com alguns amigos pelo twitter. Fiquei respondendo de alguns amigos, até receber aquele tweet, que no momento me pareceu bem manhoso: “Mao-kun’’. Céus, era dele. Aquele por quem eu tinha uma paixão louca, algo bem de garotinha adolescente apaixonada. Impossível não me derreter com aquilo. Me xinguei em pensamento por estar corando só com aquilo, então resolve respondê-lo. 

¹ M: Ei, desculpe-me. Ando muito atarefado esses dias! 
K: Tudo bem, vou te ver logo.
M: Quero te ver logo!
K: Eu entendo. Te amo Mao-kun.

Juro que quando ele disse aquilo, fiquei paralisado por um tempo. Eu não sabia se respondia ou saltitava de felicidade, só fui acordado do transe quando ouvi meu celular tocando. Oh, céus! Quem poderia ser tão tarde? Resmugando, fui atender e meu coração saiu pela boca quando vi o nome dele no visor. Respirei fundo e atendi.

-        Moshi moshi?
-        Ei. Espero que não tenha ficado sem jeito pelo que eu disse.
Eu não estava sem jeito, estava quase tendo um infarto!

-        Aah…s-sem problemas! Eu fiquei feliz na verdade!
-        Notei. Você até gaguejou! 
Infeliz, maldito! Queria xingá-lo de qualquer coisa, mas minha mente estava intorpecida pela voz dele, um tanto debochada, mas ainda sim me fazia perder os sentidos. 
-        Ei. Posso ir na sua casa agora? 

Nessa hora lembro que quase caí pra trás. O que aquele cara estava pensando? Era quase meia noite! Acho que ele não entendeu quando eu disse que estava atarefado.

-        Hein, Mao-kun? Posso? Não aceito um não como resposta.
-        Pode. Pode sim. 
-        Ok. Estou chegando. 

E desligou. Fiquei olhando o celular por um tempo, sem entender nada. Será que ele estava meio bêbado? Devia estar, então não dei muita bola. 
Voltei ao computador e deixei uma última nota a ele.
M: Com essas palavras, darei o meu melhor! 
Depois respondi mais alguns outros e saí. Guardei meu notebook com cuidado e voltei a cama, já sentindo o sono tomar meu corpo quando ouvi a campainha tocar. Não…não era possível. Não seria ele. Nem moramos perto! Só se…ele já estivesse perto quando me ligou…
Enrolei a sair da cama, e com um suspiro me levantei. Fui arrastando-me até a porta, abrindo a mesma, logo sentindo meu queixo cair. Era ele mesmo. Ele era louco! Completamente! 

-        Kiyoharu-san…
-        Oi, Mao-kun. Eu disse que iria te ver.

Só consegui notar um sorriso quase infantil em seus lábios, então me afastei para que ele entrasse, fechando a porta em seguida. No instante seguinte senti mãos apertando meu corpo, me puxando, me prensando contra a parede. Foi então que me dei conta que estava usando apenas um roupão e mais nada, o pior é que ele parecia ter lido em minha testa e sorriu de forma maliciosa, já desfazendo o laço enquanto seus lábios seguiam em direção a minha orelha, onde sussurrou sem pudor algum.

-        I’ll make you scream louder today, my little slut.