(segunda-feira) Edward acordou animado. Em uma segunda feira, ele podia escutar os anjinhos cantarem em um coro de ‘aleluia’ pelo milagre. Uma das melhores coisas da sua temporada em Forks era isso, sempre acordava de bom humor. Mas em compensação não estava com a mínima vontade de sair da cama, estava tão confortável e ele sempre se perguntava isso: por que a cama era tão mais confortável pela manhã? Sentou se espreguiçando e saiu da cama indo para o banheiro. Graças a Bella, estava com a música do The Beach Boys na cabeça, tomou banho cantarolando Wouldn't It Be Nice. Saiu do banheiro de toalha e vestiu um jeans e camiseta simples, por cima uma de flanela xadrez.

Arrumou algumas coisas e pegou o Iphone em cima da mesinha de cabeceira, rapidamente foi para as ‘imagens’ e havia apenas as fotos recentes que tinha tirado da Bella nos últimos dias – ela sorrindo, fazendo caretas graciosas e fofas. Tão linda. Pegou o netbook e foi para cama com os dois em mãos, sincronizou o Bluetooth (que é um sistema para transferência de arquivos e informações entre aparelhos por uma rede sem fio presente em quase todos os aparelhos modernos atualmente) dos dois e começou a passar as fotos para o netbook. As fotos ficavam ainda melhores no computador, graças à qualidade da câmera do celular e óbvio a modelo, o sorriso da nativa o fez sorrir. Depois voltou a atenção ao seu livro, tinha 20 capítulos prontos quando acabou de descrever os acontecimentos dos últimos dias. Era muito e isso o deixou meio confuso, era cedo então começou a reler sorrindo tudo que tinha escrito, era realmente muita coisa. Acrescentou muitos detalhes e descrições, o seu ver estava ficando bom. Com a finalização de Rosalie ficaria ainda melhor, tinha certeza. E ele ainda tinha, sem contar aquela segunda-feira, quinze dias em Forks. Quase, apenas, mais duas semanas, engoliu seco e afastou aqueles pensamentos.

— Foi para isso você veio Edward, escrever seu livro e está dando certo, não estrague tudo. — disse a si mesmo, e viu o rosto de Bella em sua mente. — Ela é linda, eu sei... Você dará um jeito, mas foque em seu livro ok? E ok, eu estou falando sozinho de novo. Acabarei internado, sério.

Riu consigo mesmo e seguiu arrumando os capítulos já escritos e até juntou algumas coisas em outros capítulos, com algumas pausas terminou tudo na hora do almoço e tinha diminuído para 19 capítulos. Ainda tinha o que revisar, mas precisava desse descanso para almoçar. Colocou o celular no bolso e desceu para a cozinha, ainda pensando se ia almoçar no restaurante. Ver Bella seria bom, mas estava gastando bastante com os almoços no restaurante. Alice estava no balcão preparando o almoço, sorriu assim que o viu.

— Oi Edward! — graciosa e simpática como sempre.

— Oi Alice, como você está?

— Bem, e nem preciso perguntar sobre você né? Ainda consigo ver lembranças da Bella nesse seu sorriso. — disse sorrindo, Edward riu e mexeu nos cabelos.

— É não é algo que eu vá esquecer assim tão fácil.

— Você está completamente apaixonado pela Bells, que lindo! — sorriu.

— Apaixonado? Eu acho que... — ele ficou confuso. Apaixonado parecia uma palavra tão forte e nunca tinha se sentindo assim, não sabia se estava ou não. Alice riu.

— Acredite, eu conheço os sintomas. — sorriu. — E tá indo pro restaurante se encontrar com ela hoje?

— Acho que não, vou passar lá depois. Eu quero fazer algo... Diferente, romântico talvez, sabe?

— Hum... — ela sorria. — Sabe o que o Jazz fez pro nosso aniversário de um mês de namoro? Era apenas um mês então não cabia algo muito requintado, então ele fez um piquenique pra gente! Simples, pessoal e romântico... Perfeito!

— Alice, você é um gênio! — exclamou animado, deu a volta no balcão se aproximando dela e beijou sua testa.

— É geralmente eu sou, mas por que exatamente dessa vez? — ele apenas sorriu e ela entendeu. — Ah.

— Vai me ajudar né?

Ela sorriu. Claro que ajudaria. Ele subiu correndo para o quarto e escreveu um bilhete para sua nativa e entregou a Nessie que estava indo pro restaurante entregá-lo, depois voltou para a cozinha. Almoçou com Alice e depois começaram a preparar as coisas – comidas, bebidas, toalha xadrez e cesta.

O restaurante já estava aberto e recebendo alguns clientes, Bella anotava e entregava os pedidos a Leah, já que Sue estava viajando com seu pai, procurando por Edward. A pior parte de depender de alguém. Às vezes se odiava por ter baixado tanto a guarda, mas não estava completamente arrependida. Trabalhava agüentando algumas perguntas de Leah, por mais que tentasse escapar e assim contara que dormiram juntos e passaram o domingo juntos, nada mais. Pouco mais de duas da tarde e nada do Edward.

Esquece Bella, ele não vem! – disse a si mesma e continuou trabalhando, até Nessie entrar animada no restaurante e lhe abraçar com uma força esmagadora, ela era magra e forte, revoltante. Bella riu.

— Ai Nessie, você vai quebrar meus ossos, também te amo.

— Claro. Saudades de você Bella, então como você passou a noite com o Edward? Quebraram a cama? — perguntou maliciosa e bateu duas vezes com o cotovelo no braço da prima.

— Ei, shiu. Fala baixo.

— Por quê? Vamos gritar para o mundo a sua FELICIDADE! — gritou a última palavra, todos no restaurante olharam para ela, fazendo Bella corar. Nessie riu.

— Idiota. — Bella voltou a caminhar para o balcão, sentou-se junto a ele.

— A idiota que tem um bilhete do Edward pra ti. — pegou o papel com dificuldade dentro do próprio sutiã, fazendo Bella rir. — De nada!

Sorrindo, Bella abriu o bilhete. A letra linda de Edward nele. “Estou falindo almoçando ai todos os dias para te ver, vou almoçar em casa hoje, porque vamos fazer algo diferente, ok? E já sei até o que, não precisa se preocupar deixe tudo comigo. É uma surpresa! Me encontra na frente do restaurante no fim do seu expediente, acho que vai gostar. Beijos, de um forasteiro idiota bonitão que abusa de nativas inocentes e fica absurdamente sexy de fraque!”

Como não rir com o bilhete? Era fofo e engraçado, típico do forasteiro. Estava sorrindo como boba quando terminou de ler, Leah e Nessie não deixaram escapar isso e ficaram lhe zuando, principalmente quando ela colocou o bilhete dobrado dentro do sutiã para que elas não lessem. E continuou trabalhando como se nada tivesse acontecido, mesmo faltando algo em seu dia.

-

Eram três horas quando o expediente acabou junto com a hora do almoço, tudo que tinha comido era um sanduiche e um copo de suco. Mas não tinha tanta fome. Começou a limpar as mesas e juntar o lixo, enquanto Leah fechava o caixa e arrumava tudo por lá. Pela porta viu Edward encostado em sua picape, acenou sorriu e ele retribuiu o gesto, que sorriso. Estava tudo pronto, pegou sua bolsa transversal no quartinho com Leah e saíram juntas, fechando o restaurante.

— Oi Leah! — sorriu para ela e lhe cumprimentou com um abraço e rápido beijo no rosto.

— Oi Edward! Então bom passeio para vocês, tchau Bella. — sorriu acenando e saiu.

— Tchau Lee! — Bella acenou. — Nossa, um “oi Bella” iria muito bem.

— Oi nativa! — se aproximou dela e lhe deu um selinho demorado. — Não gosto de te cumprimentar sem te tocar, fica vazio. Passei a manhã e o começo da tarde sentindo sua falta.

— É estranho sem suas idiotices, forasteiro. — Bella sorriu. — Mas o seu bilhete compensou um pouco, eu ri bastante. Então, para aonde vamos?

— Não sei você precisa arranjar o lugar. Não conheço Forks totalmente, preciso que nos leve a um lugar calmo e onde possamos sentar no chão, um lugar mais nosso, entende?

— Tenho medo, mas vamos que eu já sei para aonde vamos. Estou curiosa.

Rindo, entraram na picape e Bella foi dirigindo sem ter idéia do que ele estava aprontando. Ela dirigiu pelo caminho que fazia quando voltava para a casa, mas pegou um atalho que dava meio na floresta fechada, ele sabia se ali tinha lugar para sentarem. Ela parou o carro, Edward lhe encarou confuso.

— Aonde vamos sentar, só pra me atualizar?

— O carro não vai passar daqui, só alguns metros e entraremos em uma clareira linda, a minha clareira, lá teremos lugar para sentarmos! — sorriu.

— Você é proprietária de uma clareira? Geralmente pessoas normais compraram apartamentos ou carros, sabe.

— Haha. Não sou normal. E quis dizer minha porque ninguém vem aqui, eu e meu pai deixamos aberta aparando tudo para que a gente possa ficar aqui de vez em quando jogando beisebol ou algo do tipo junto com os amigos, ou pra mim só refletir sozinha. Enfim, ela é minha e cala a boca. — disse autoritária.

— Ok, então vamos!

Desceram do carro, trancando-o. Bella pegou apenas o celular na bolsa e deixou-a no carro, Edward deu a volta e pegou na carroceria da picape, em baixo de uma lona que já estava lá, uma cesta média, daquelas típicas usadas para piquenique, Bella franziu o cenho e ele riu, mandando-a não fazer perguntas ainda e assim andaram para a clareira. Era um lugar realmente agradável, Edward entrelaçou os dedos aos dela e ficaram perto de uma árvore, sorrindo ele colocou a cesta no chão e tirou de dentro uma grande toalha xadrez branco e vermelho, típica americana.

http://www.youtube.com/watch?v=lLJdK3grm5w

NeverShoutNever – Trouble

— Vamos fazer um piquenique! — Edward disse radiante.

— Oh deus, você é imprevisível, sabia? — Bella riu. — Quando eu penso que sei como você vai agir você faz isso.

— É eu sei. — piscou sorrindo.

Edward esticou a toalha xadrez no chão, ofereceu a mão a Bella e a ajudou a se sentar, sentando logo em seguida, frente a frente. Bella apenas observava, com um sorriso meio bobo no rosto, ele arrumar as coisas empenhado. Tinha alguns sanduíches, frutas, suco, iogurte, mel e outras pequenas coisas.

— Espero que aproveite esse piquenique cinco estrelas que preparei para a senhorita!

— Idiota, eu realmente quero te beijar. — se esticou na direção dele, segurou seu rosto entre as mãos e lhe beijou. Engatinhou até ele, sentando ao seu lado. Deu-lhe vários selinhos e voltou à atenção a comida. — Sanduíche de queijo, quem fez tudo isso aqui?

— Isabella, você está me ofendendo ok? Eu moro sozinho, não sei cozinhar bem então fazer sanduíches é a minha especialidade! — disse sorrindo e lhe beijou o pescoço.

— Então me deixe provar. — e levou o sanduíche dando uma boa mordida, no começo fez careta ao mastigar, fingindo, mas depois comeu de boa. — Até que tá bom.

Edward pegou um para ele e comeram com suco. Entre conversas sobre os dotes culinários de Edward, eles foram comendo e rindo. Até Bella sugeriu brincarem de basquete com uva, cada um pegava uma uva e tentava acertar na boca do outro – Edward jogou três, uma de cada vez, e Bella conseguiu pegar todos, mas na vez dela jogar Bella pegou várias uvas, jogou e bateram todas no rosto de Edward, que não comeu nenhuma.

— Caramba, não pegou nenhuma. — Bella riu alto.

— O que? Você roubou, era uma de cada vez e você jogou trezentas — disse indignado.

— Eu? Assim você está me ofendendo, Bella. — fingiu indignação e riu.

— Ah, é assim? Ok então.

Edward se jogou em cima dela, empurrando seu corpo para o chão e assim que ela tocou as costas nele, começou a lhe fazer cócegas, Bella se contorcia rindo embaixo de seu corpo.

— Para... Isso... Injusto... — ria exageradamente.

— Assuma que roubou Swan ou mais cócegas. — continuava a fazer cócegas em sua barriga.

— Ok, eu roubei, eu roubei... Para! — gritou e ele parou rindo.

— Adoro ganhar! — se deu por satisfeito e a beijou de novo, sem deixar que ela se sentasse. Seus lábios sempre se encaixavam e deixavam suas línguas se acariciarem em sincronismo. Até Bella o empurrar para respirar.

— Abusador de nativas inocentes, você devia estar preso.

— Claro que não, ou como vamos nos casar? — sorriu.

— Cara, eu tenho medo de você às vezes sabia? Parece até estar falando sério. — disse e fugiu do olhar dele, pegando um copo de suco e bebeu.

— Talvez eu esteja. Nunca pensei assim quando estava com alguém, você me deixa bobo, Isabella! — confessou.

— Não, você é bobo! E então, quem deu a idéia do piquenique?

— O que? Eu não posso ter essa idéia, sozinho? Tá, para de me olhar desse jeito, isso foi meio idéia da Alice, e eu estou meio plagiando o Jasper. — Edward confessou, Bella riu.

— Você não presta Cullen. Nenhum pouco. — riu, e lhe deu um selinho.

— Eu já fui pior, você tem que agradecer pelo Edward que está aqui. — e lhe beijou de verdade.

Eles nem sentiam o dia passar. Depois que comeram e guardaram as coisas na cesta, deixando apenas a toalha no chão ficaram conversando e se beijando, Edward pela primeira vez se lembrou de levar a câmera fotográfica para um passeio e tiraram várias fotos, juntos – ela sozinha fazendo caretas, ele sozinho também e depois juntos, ambos sorrindo, fazendo caretas e se beijando. Ele queria ter várias lembranças desses momentos.

— Uau, tá escurecendo, vamos Edward, vamos! — Bella disse afobada e ficou em pé num pulo.

— Por que a pressa? Calma!

— Vamos, idiota, eu tenho que te mostrar uma coisa! — ela estava realmente animada. E disse sorrindo: — Eu te prometi.

Edward ficou em pé rindo, pegou a toalha do chão, pegou a cesta e deixou que Bella o puxasse pela mão para o carro. Deixou a cesta na carroceria e entrou a deixando dirigir. Ele reconhecia o caminho, era o mesmo do penhasco. E quando chegaram nele, ela parou o carro, desceu sorrindo e ele foi logo atrás com a câmera. Era realmente lindo. Já tinha visto pôr-do-sol melhores e mais visíveis, mas esse era diferente. Ele tirou uma foto rapidamente, depois a guardou no bolso e abraçou Bella pela cintura, ficando os dois vendo o evento lindo. Estava meio nublado, várias nuvens no céu e no fundo um sol fraco que lutava para se sobressair que dava um tom amarelo alaranjado atrás das cinzas nuvens grossas. O mar estava agitado jogando as ondas contra a costa e quebravam com violência nas pedras do penhasco e ao redor, e eles sentiam o vento vindo dele lhes lamber a pele e fazer seus cabelos, principalmente os de Bella, ficar esvoaçantes. Edward beijou seu pescoço lentamente.

Já estava quase completamente escuro quando eles resolveram ir para casa, entraram no carro. Bella ficou encarando o vazio com a mão no volante antes de começar a dirigir. E então dirigiu na direção da casa dele, não demoraram a chegar e ele lhe beijou apaixonadamente pronto para descer, já tinha até aberto a porta, quando ela o chamou:

— Forasteiro? Não quer ir lá pra casa? Não quero ficar sozinha.

— Com esse seu bico, como dizer não? — sorriu. — Vou levar a cesta da Alice, agradecer e pegar uma muda de roupa pra mim, já volto. Não muda de idéia!

Depois de selinho e com a cesta na mão, correu para dentro. Deixou a cesta na cozinha, arrumaria depois e correu para o quarto, colocou em uma mochila uma troca de roupa para facilitar e na mochila a câmera e celular. Colocou nas costas e desceu lentamente. Não tinha ninguém em casa, então saiu de volta pro carro. Bella lhe esperava sorrindo, e então foram.

Bella não queria fazer nada mais, não queria virar a vadia de Edward, queria apenas a sua companhia e deixou isso claro. Eles jantaram juntos na cozinha, viram um pouco de televisão e no fim da noite ela subiu pro quarto, sozinha, e pediu para ele esperar, porque ia colocar um pijama. Desceu trocada já de pijama – uma blusa de alcinha branca e um short extremamente curto azul bebê. Edward se imaginou dormindo com ela, mas o que ela carregava nos braços lhe deu um banho de água fria – um cobertor fino, um edredom e um travesseiro. Edward ficou confuso com o sorriso maléfico dela.

— Pra que isso?

— Pra você dormir... No sofá! Não vou deixar você dormir comigo de novo, não hoje. Você, no sofá. E eu, no meu quarto! — sorriu faceira.

— Bella...

— Eu sou uma moça séria e pura, não posso me dar ao desfrute! — riu — E eu vou arrumar tudo pra você, fica tranqüilo.

Ele ficou em pé vendo-a arrumar. Colocou o cobertor fino cobrindo o sofá, abriu o edredom e deu uma afofada no travesseiro. O sofá não era pequeno, mas não parecia muito confortável. Bella sorriu.

— Pronto, boa noite forasteiro. E obrigada por ter vindo! — sorriu e lhe beijou docilmente. Ela apagou as luzes da sala e subiu as escadas correndo, rindo.

Edward andou até o sofá em que dormiria fazendo uma careta, não era a maneira que imaginava terminar a noite. Sozinho dormindo em um sofá. Tirou o sapato e a meia, deixando junto ao sofá, tirou o casco e sentou, amaciando o sofá – não era duro, mas também não era muito confortável.

— É Edward, você pediu por isso lembra? Não seguiu seus próprios conselhos, eu disse pra você “fuja enquanto pode” — disse a si mesmo em voz baixa, se lembrando do que tinha escrito nos primeiros capítulos do livro. — “Não fugiu? Agora agüente, forasteiro”. Agüente e depois procure um médico, porque você está falando sozinho de novo. Pra variar. Sou um idiota.

Rindo da própria idiotice, ele se deitou naquele sofá de tamanho médio que deixava seu pé do lado de fora, se ajeitou em baixo do edredom e tentou dormir. Se revirou naquele sofá várias vezes e quase caiu outras, procurando uma posição mais confortável, o que não era fácil. Imaginar Bella em trajes pequenos no andar de cima não ajudava muito. Mas teria apenas dormir, só dormir. Essa noite vai ser realmente longa.