Eu estava deitada na minha cama de olhos fechados enquanto enrolava freneticamente uma mecha do meu cabelo, eu revivia varias e varias vezes na minha mente o que acontecerá no parque e a chuva que ainda caia lá fora deixava a lembrança mais viva.

Um forte vendo começou a rodopiar em meu quarto, Dinka começou a latir desesperadamente eu o peguei no colo e tentei acalma-lo antes que Clarie aparece. De qualquer modo não era eu que estava fazendo aquilo não era eu que o estava controlando. Eu fiquei olhando de um lado para o outro o vendo rodopiar meu quarto como se tivesse vida propria, então ele começou a se concentrar mais no pé da minha janela e começou a criar uma forma humana, mas especificamente uma garota de longos cabelos castanhos que também se mechiam com o vento.

Foi ai que reconheci a garota.

– Arne - Eu quase gritei e corri até ela.

Arne era minha irmã, mais do que irmã minha melhor amiga eu sabia que sempre podia contar com ela.

Ela não estava com uma cara muito feliz, deu apenas um sorriso amarelo.

– O que você está fazendo aqui? Eu vou voltar? - A ultima parte eu não pronunciei com tanta felicidade assim.

– Ainda não minha irmã.

Ela olhou preocupada ao redor do quarto como se ouvesse alguma coisa li.

– Eu não tenho muito tempo venho lhe trazer noticias.

– Boas ou ruins?

– Ruins.

– Então fala logo.

Ela respirou fundo.

– Ele está atrás de você outra vez.

Pelo tom da sua voz eu sabia realmente de quem ela estava falando.

– Onde ele está?

– Não posso lhe dizer corretamente uma ninfa me disse que o viu vindo para cá.

Dei alguns passos para trás e sentei na minha cama.

– Você sabe o que ele quer comigo?

Ao invez de me responder ela me fez uma outra pergunta.

– Você não acha que está indo longe demais com o garoto humano?

– Cameron? Porque está dizendo isso?

Ela deu um leve sorriso.

– Você não lembra do outro? Quer reviver a mesma coisa?

Baixei minha cabeça e coloquei as mãos no rosto.

– Eu não sei o que fazer.

– Você recebeu o presente?

Eu odiava quando ela mudava de assunto tão rapidamente isso era tipico dela.

– Que presente?

– A caixa, nosso pai mandou a você.

– Foi ele quem mandou - Aquilo não foi exatamente uma pergunta - Mas eu não consigo abrir, para que ela serve?

O vento envolta dela começou a ficar forte.

– Eu preciso ir.

– Não espera! Me diz par que serve.

– Você vai descobrir - Sua voz agora era como um sussurro.

Então ela simplesmente desapareceu junto com vento fiquei um tempo paralisada processando tudo aquilo. Ele estava atrás e eu realmente não sabia se isso era bom ou ruim, provavelmente não era nada bom depois de tanto tempo ele me procurar, não saber o que esperar da minha ''visita'' me dava calafrios.

Bom de quarquer maneira era melhor eu começar a tomar mais cuidado.

Talvez eu devesse tomar mais cuidado com o Cameron também, ele disserá que estava apaixonado por mim e eu também estava por ele, quem sabe eu devesse apenas deixar as coisas rolarem. Mas é quando eu fosse embora? Algum dia eu teria que ir simplesmente não posso viver na terra e consequentimente não poderei ficar com ele, eu teria que dexa-lo de qualquer forma seja como essa história terminar não vou poder ficar com ele.

***

Eu sonhei com Arne nós estavamos cavalgando na nossa imensa ilha como sempre faziámos, mas o som do despertador me trouxe de volta a realidade.

Tomei meu banho e me troquei sem tentar pensar no que havia acontecido ontem, mas isso era quase que impossivel. Durante o café apenas ficava mexendo no cereal de um lado para o outro, repetindo em minha mente

''O que fazer, o que fezer"

– Não vai comer Selene? - Disse Clarie me tirando da minha concentração mental.

– Não verdade não, não estou com fome.

Ouvi um barulho de carro do lado de fora e eu sabia que era o Cameron.

– Ja vou para a escola.

Eu estava parada na porta com a mão na maçaneta, pronta para abrir. Mas imaginar que Cameron estava do outro lado com um sorriso no rosto me esperando me fazia hexitar.

E como se minha mão tivesse vida propria abri a porta e sai e como imaginei Cameron estava lá sorrindo.

Eu me aproximei tentando sorrir da mesma forma que ele.

– Oi, bom dia.

– Bom dia - Minha voz saiu quase inalditivel.

Ele me deu um leve beijo e depois abriu a porta do carro para mim.

– Selene tem alguma coisa de pertubando? - Ele perguntou depois de um tempo no carro.

– Porque?

– Sei lá, você está tão pensativa.

Sorri dessa vez não foi um sorriso amarelo.

– Só estou pensando sobre...

Deixei a frase morrer ali, eu não sabia o que falar mais.

– Sobre nós?

– È, sobre nós.

– E como nós estamos?

E sem nenhuma hesitação respondi.

– Nos estamos bem. Certo?

Cameron sorriu.

– Certo.

Então ele soltou a marcha e pegou a minha mão, sua mão era quente e apenas por segura-la me dava muito conforto.

Quando chegamos na escola ao inves de ir de mãos dadas comigo até minha sala ele colocou delicadamente seu braço em minha volta e meio que timido também.

Aquilo me gerou embrulhos no estomago e um coração muito acelerado.

Cameron me deixou na porta minha sala e assim que me virei para entrar me deparei com Clhoe de braços cruzados olhando nervosa para mim.

– Você estão namorando? - Ele perguntou com uma voz calma.

– Isso é da sua conta?

– Na verdade é sim.

– Na verdade não é não.

Ele deu alguns passos em minha direção e seu sapato de salto alto faziam um barulho irritante.

– Quem você pensa que é? - Por mais que sua frase fosse de puro ódio ela suava calma.

– Você sabe quem eu sou.

Eu não sei porque mas aquilo simplesmente saiu, assim como minha mão as as palavras tinha vida própria.

Ela apenas sorriu e se dirigiu ao seu lugar na sala, eu também fiz o mesmo.

Durante toda a aula eu pude sentir os olhos de Clhoe em mim, não que ela me desse medo, mas aquilo era um pouco sinistro, tentei ignora-la e fingir que ela não estava ali e acima de tudo mostrar que eu não tinha medo algum dela.

Quando a aula acabou Lauren veio falar comigo no corredor como se tivesse cometido algum crime.

– Você ainda está com a ficha?

– È claro que eu to, mas aconteceu uma coisa.

Tirei a ficha do da minha mochila e ela estava toda manchada e com marcas d'agua.

– O que foi que você fez?

– Eu estava no parque com o Cameron, dai começou a chover então molhou.

Ele me olhou desconfiada.

– E porque você não foi embora pra casa antes de sua moxila molhar toda.

– Porque...

– Espera um pouco você disse que estava com o Cameron?

Me arrependi na mesma hora por ter dito aquilo.

– Eu acho que sim.

– E o que vocês dois estavam fazendo na chuva? - Eu sabia qual proposito tinha suas perguntas mas ela preferia ficar me torturando com elas.

– Nada.

– Selene você é a minha amiga ta bom, pode me contar as coisas. Se você quizer é claro - Ela completou

– Tudo bem, mas outra hora, aqui não.

Ele deu um sorrisinho.

– Tudo bem.

Durante a minha aula de história eu fui posta para fora da sala por entrar enm debate com o professor, eu não sabia que dar as nossas opiniões e defende-las era falta de respeito, mas de acordo com o o professor era sim.

Eu estava no banheiro quando ouvi um barulho do lado de fora.

– Você tem que ser rápido! - Uma garota gritou.

– Não precisa gritar comigo, eu sei o que eu tenho que fazer - Agora era a voz de uma garoto e deixava bem claro que estava nervoso.

– Então é melhor você tratar de conseguir logo se não...

– Espera vamos conversar aqui.

A maçaneta da porta começou a se mexer, então entrei em um dos banheiros e fechei a porta com cuidado.

Eles entraram e eu reconheci imediatamente aquele som irritante de salto alto, era a Clhoe.

– Você acha que eu tenho todo tempo do mundo? - Clhoe continuou.

– Eu já disse eu estou tentando! - Aquela voz era familiar mas estava repleta de ódio.

– Não minta pra mim! Eu sei que você não está tentando coisa nenhuma, você fica de namorico com ela enquanto tenho que ficar aqui esperando - Percebi Clhoe disse ''Ela'' com muito desprezo.

Subi com cuidado no vaso sanitario e por cima da porta vi que o garoto que falava com tanta raiva era o Dylan, ela estava com a cabeça baixa e as mãos apoiadas na pia.

– Não fale dela desse maneira.

– Não me interessa como você acha que eu deva falar dela, você fica ai com cara de apaixonado enquanto ela já está namorando outro.

Ele ficou um tempo em silêncio respirando fundo.

– Acho que a nossa conversa deve terminar aqui.

– Também acho, até porque tenho tenho mais nada para falar com você.

Ela saiu do banheiro, mas Dylan continuou lá desejei que ele não descobrisse que eu estava ali, eu sabia que eles estava falando de mim, mas porque? O que eu tinha a ver com eles dois? Aquela conversa tinha sido muito estranha e por mais que minha cabeça disse ao contrario eu sabia que não tinha nada de normal naquilo tudo. Dylan não demorou muito no banheiro pois o sinal tocou e ele provavelmente ficaria cheio de meninas.

Depois de alguns minutos da sua ida eu finalmente sai do banheiro. Nos corredores eu o vi um pouco mas na frente que eu, eu sabia que ele estava indo para a aula de Educação Fisica e o pior era que essa também era a minha aula.

Dessa vez o jogo foi apenas dos meninos, eu tive que ficar sentada na arquibancada com um monte de outras garotas tagarelando e Dylan, mas fiz questão de sentar bem longe dele e já estava me conformando com a ideia que ele sentaria do meu lado com suas frases idiotas e seu sorriso metido, mas ao invés disso ficou sentado vendo o jogo mas ao mesmo tempo não vendo nada.

Durante a aula eu me pegava olhando para o Dylan, em um momento enquanto eu ficava observando seu jeito estranho ele olhou para mim, era a primeira vez desde o começo da aula. Eu desviei na mesma hora, mas nossos olhos se encontraram em um 2 segundos e foi o bastante para aqueles olhos me dessem calafrios.

Quando sinal tocou anunciando que a aula tinha acabado sai da quadra o mais rápido que pude. No refeitório sentamos eu Lauren, Cameron e mais dois amigos seus um eu sabia que era o Bill mas o outro eu não conhecia, e logo depois o irmão de Lauren Roy que estava com uma tala na perna também se sentou com nós.

Os meninos conversavam alguma coisa sobre esportes enquanto Lauren tagarelava sobre vestidos de baile, pelo o que eu sabia faltavam dois meses.

– Você vai na excursão? - Ela perguntou.

– Que excursão?

– Não avisaram para você na aula?

– Não, o professor me botou para fora.

Ela sorriu.

– Não foi porque eu disse que você deveria aprontar mais, que você tem que mesmo aprontar mais.

Eu não disse nada apenas esperei que ela falasse sobre a tal excursão.

– Vai ser no Grand Canyon, nesse final de semana.

– Acho que não vai dar ja tenho compromisso.

Eu disse pensando quando Cameron disse que seu pai queria me conhecer.

– O almoço com meu pai é no sabado e a excursão é no domingo - Disse Cameron ao meu lado.

Lauren tentava controlar um sorriso sem sucesso.

– Você vai conhecer o pai dele?

Porque ela estava perguntado aquilo daquela maneira? Não tinha nada de mas eu conhecer o pai dele com medo de argumentar mais alguma coisa e Lauren dar um daqueles sorrisos intimidadores eu apenas assenti.

– Vou.

Ela não disse nada então tentei voltar ao assunto da excursão.

– Você vai na excursão Cameron? - Perguntei.

Ele sorriu.

– Não sei, acho que vou.

– Então está certo todos nos vamos - Lauren praticamente gritou e então apontou o dedo para seu irmão - E você também vai viu.

O garoto praticamente cuspiu a comida.

– Lauren se você não percebeu estou um pouco incapacitado de ficar andando no meio de montanhas.

– Ah, deixa de drama essa tala não atrapalha em nada, e você ta precisando mesmo de exercícios.

Eu não pude deixar de rir com a conversa deles.

– Então deixa eu quebrar a sua perna para ver se você consegue fazer trilha.

Um garoto que eu não conhecia deu risada e cutucou Roy.

– Isso mesmo cara, desconta o que ela fez com você na cachoeira.

Roy olhou perplexo para a irmã enquanto estava mandava o garoto ficar calado.

– Foi você?

Vi um sorriso surgir nos lábios de Lauren.

– Lembra quando eu tinha seis anos e você arrancou a cabeça da minha Barbie, pois é agora eu descontei.

– Não precisava arrancar minha perna!

O resto da conversa se seguiu a isto, até que era bom conversar com eles me fazia esquecer um pouco dos meus problemas.

No estacionamento Cameron já me conduzia a seu carro quando Lauren como sempre quase gritando disse.

– Selene, sabe minha mãe surtou e disse que eu tenho que doar a maior parte das minhas roupas e eu queria uma ajuda sua - Ela olhou para Cameron - Você se importa se eu rouba-la um pouco?

Cameron olhou para mim sorrindo como se dissesse ''Boa sorte''.

– Claro eu vou - Eu disse tentando realmente parecer um pouco entusiasmada.

Me despedi de Cameron e fui com Lauren em seu carro. Durante o caminho Lauren só tagarelava sobre como ia ser difícil de se despedir das roupas.

Sua casa era grande e tinha um quintal também grande com um jardim lindo.

Sua mãe era loira como ela, e se eu não soubesse que ela mãe dela diria que era a irmã.

Lauren me levou até seu quarto, era branco com detalhes em rosa e havia varios outros tipos de enfeites também rosa espalhado pelo quarto. O que eu estranhei era que ele era muito bem arrumado alguns papeis e livros que ficavam na escrivaninha eram divididos por cores e tamanhos, parecia um ''quarto modelo''.

– O que achou? - Ela abriu os braços mostrando o quarto.

– É bem arrumado.

Ela sorriu.

– É eu gosto de tudo arrumado, odeio ver as coisas fora do lugar.

Comecei a ver os livros que tinham na prateleira dela, a maioria deles falava sobre mitologia grega, achei meio estranho para uma garota da idade dela.

– Você gosta bastante de mitologia, não é?

– É eu gosto. As histórias me fascinam, acho que seria legal se tudo isso fosse rela - Ela disse de modo sonhador.

Eu não consegui disfarçar um sorriso quando respondi.

– É seria bem legal.

Ela juntou as palmas das mãos

– Então vamos ao trabalho.